“Hoje, estamos em um rigoroso inverno”.

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Francisco recebeu em São Damião esta mensagem: reconstruir a Igreja que está em ruínas. Hoje, estamos em um rigoroso inverno, e o próprio castelo que os dois últimos papas criaram está em ruínas. E agora um novo papa vem de fora dos muros de Roma, quase dos confins do mundo, como ele mesmo disse, externo àqueles círculos de poder. E eu acredito que, acima de tudo, ele trabalhará internamente à Cúria para resgatar a credibilidade da Igreja, manchada pelos imbróglios, pelos escândalos dos pedófilos e do banco vaticano… E depois fará uma abertura ao mundo moderno, porque tanto Bento XVI quanto João Paulo II interromperam o diálogo com a modernidade.

[…]

A nossa Igreja [latino-americana] não é mais o espelho da Igreja europeia. É uma Igreja fonte, que desenvolveu um rosto e uma teologia próprias, uma pastoral com raízes nas culturas locais. Francisco trará essa vitalidade à Igreja universal, para acabar com o inverno rigoroso e entrar em uma perspectiva de primavera. Bergoglio oferece essa esperança, e a promessa de que o papado possa ser vivido de forma diferente.

Leonardo Boff em entrevista ao jornal Il Manifesto, 15/03/2013

Na imagem, a basílica de São Pedro ontem, 26 de fevereiro de 2018, ainda a aguardar a tal “primavera” da era Francisco. Há anos não havia tamanha nevasca em Roma.

Fogo! Socorro! Acudam!

Por Dom Fernando Arêas Rifan, 25 de outubro de 2017

Junto com a divulgação da imoralidade fantasiada de arte e a propaganda maciça do homossexualismo travestido de respeito à diversidade, reaparece a doutrinação da Ideologia de Gênero, também com ares de liberdade e de orientação sexual. São Paulo já advertia: “Fostes chamados à liberdade. Porém, não façais da liberdade um pretexto para servirdes à carne” (Gl 5, 13). A família está sendo alvo de ataques que visam a sua destruição. Se a crise social, política e familiar por que passamos é, sobretudo, moral, essa propaganda em nada a faz diminuir, mas, pelo contrário, aumenta-a rompendo todas as barreiras éticas que deveriam pautar o comportamento humano. Os bons ficam acuados. A família perde seus direitos na educação dos seus filhos, que se tornam alvo fácil da propaganda destruidora da moral. E os meios de comunicação, através de novelas e entrevistas direcionadas, vão divulgando essa mentalidade de modo bem orquestrado.

É preciso dar um basta! É preciso que as forças morais de toda a humanidade se levantem e deem o seu brado de inconformidade com tudo isso. É hora de gritar com São Luiz Maria Grignion de Montfort: “Fogo! fogo! fogo! Socorro! socorro! socorro!… Socorro, que assassinam nosso irmão! Socorro, que degolam nossos filhos!…”.

A Igreja levanta a sua voz de repúdio a tudo isso: sua doutrina clara já condena esses erros. É preciso que os católicos sejam lógicos e coerentes com o que a Igreja lhes ensina.

É hora, principalmente de os leigos agirem. Não fiquem se perguntando: o que a Igreja vai falar ou fazer sobre isso? Vocês também são a Igreja. A pergunta deve ser: o que nós estamos fazendo contra tudo isso? Não fiquem esperando pelos pastores. As ovelhas têm o direito de se defenderem dos lobos que as atacam. Falem, protestem, escrevam, alertem os filhos, os amigos. Gritem nas redes sociais! Pais de família, reajam! É preciso que o mundo escute a voz dos bons e saiba que ainda existem famílias corretas, pessoas de bem e de coragem que não concordam com a imposição dessas ideologias.

Dom Prosper Guérranger (L’Année Liturgique), sobre o episódio em que um leigo, Eusébio, levantou-se em meio à multidão contra a impiedade de Nestório, salvando assim a fé de Bizâncio, comenta: “Há no tesouro da Revelação pontos essenciais, cujo conhecimento necessário e guarda vigilante todo cristão deve possuir, em virtude de seu título de cristão. O princípio não muda, quer se trate de crença ou procedimento, de moral ou de dogma. Traições como a de Nestório são raras na Igreja; não assim o silêncio de certos Pastores que, por uma ou outra causa, não ousam falar, quando a Religião está engajada. Os verdadeiros fiéis são homens que extraem de seu Batismo, em tais circunstâncias, a inspiração de uma linha de conduta; não os pusilânimes que, sob pretexto especioso de submissão aos poderes estabelecidos, esperam, pra afugentar o inimigo, ou para se opor a suas empresas, um programa que não é necessário, que não lhes deve ser dado”. >

 

Foto da semana.

Terremoto. Hóstias encontradas intactas no tabernáculo. «Jesus sob os escombros» de Arquata.

Por Alessia Guerrieri, 21 de fevereiro de 2018 – Avvenire | Tradução: FratresInUnum.com: Aconteceu numa igreja desabada. No interior do tabernáculo, a âmbula estava caída, mas não se abriu. E as partículas, apesar dos muitos meses decorridos, se mantiveram intactas: sem nenhum mofo ou alteração.

Quase que imediatamente nos traz à mente o milagre eucarístico de Siena, ocorrido em 1730. Um tabernáculo do século XVI soterrado durante meses sob os escombros da igreja de Santa Maria Assunta di Arquata, destruída pelo terremoto de 2016. A dúvida então era se essa obra tão cara aos paroquianos estava perdida de vez.

Finalmente, a sua descoberta em um cômodo onde há algumas semanas os carabinieri (policiais) do Núcleo de Tutela do Patrimônio Cultural o haviam colocado com todo cuidado e a salvo das intempéries. E, finalmente a sua abertura e, no seu interior, a âmbula que bem fechada guardava intactas quarenta hóstias perfeitamente conservadas. “Se sentia ainda a fragrância, é algo que nos comove – foram as primeiras palavras do bispo de Ascoli Piceno, Monsenhor Giovanni D’Ercole – é um sinal de esperança para todos. Nos diz que Jesus também é uma vítima do terremoto como todos nós, mas que ele saiu vivo dos escombros”.

Outro que não conseguiu conter as lágrimas foi padre Angelo Ciancotti, cura da catedral de Ascoli Piceno, que foi o primeiro a ter em suas mãos o achado. Sua mãe é natural de Pescara del Tronto e seu pai de Arquata del Tronto. Logo após o terremoto na Itália central, o pároco se comprometeu a recuperar “aqueles pedaços da minha história e da história de muitos, aos quais as pessoas estão muito ligadas” diz ele. Algumas semanas atrás, ele conseguiu trazê-lo de volta, empoeirado e gasto, para a sacristia da igreja principal de Ascoli. “O problema foi abri-lo – diz ele — mas minha paixão pelas chaves dos tabernáculos me ajudou”.

Em uma gaveta onde ele guarda sua coleção, havia uma única chave e ele começou por ela. “Já na primeira tentativa o tabernáculo se abriu – prosseguiu com entusiasmo – dentro a âmbula se encontrava em posição horizontal, mas fechada, e no seu interior o corpo de Cristo, depois de mais de um ano e meio intacto, tanto na cor quanto na forma e cheiro. Nenhuma bactéria ou mofo, como acontece com toda as hóstias depois de algumas semanas. E ainda assim, há um ano e meio de distância, pareciam ter sido confeccionadas no dia anterior”.

Então se ouviu falar como João Paulo II que, diante do milagre eucarístico de Siena, exclamou: «Aqui está a Presença». A mesma frase que agora Pe. Angelo continua a repetir para aqueles que junto com ele testemunharam a “descoberta prodigiosa e inexplicável”. Para aqueles que têm fé, “e para mim é um milagre – diz ele -, mas acima de tudo é uma mensagem para todos: é um sinal que nos chama à centralidade da Eucaristia”. Além disso, de acordo com ele, é um hino de esperança para os jovens: “Jesus nos diz eu estou aqui, eu estou entre vocês. Confiem em mim”.

Coluna do Padre Élcio: “Ipsum audite”.

Reflexão sobre o Evangelho do Segundo Domingo da Quaresma (S. Mateus  XVII, 1-9)

Por Padre Élcio Murucci – FratresInUnum.com, 24 de fevereiro de 2018

Caríssimos e amados irmãos em Nosso Senhor Jesus Cristo! No Evangelho do domingo último passado, vimos o Filho de Deus no deserto, entre os animais selvagens, em luta com o espírito das trevas.

400px-Giovanni_bellini,_trasfigurazione_di_napoli_01Hoje, o Evangelho já nos mostra Jesus num Monte muito alto, com os três apóstolos prediletos, Pedro, que seria o primeiro Chefe visível da Igreja, João, o discípulo que Jesus mais amava, Tiago, que seria o primeiro apóstolo a morrer mártir. Hoje, vemos Jesus entre Moisés e Elias. Hoje o Pai, do alto dos céus proclama: “Este é meu Filho bem amado no qual pus toda minha complacência, ouvi-O”.

Caríssimos, estes dois evangelhos representam a imagem dos dois estados aos quais somos chamados, e que devem ocupar nossa existência: um estado de sofrimento, de luta, de trabalho aqui em baixo; um estado de alegria, de repouso, de glória lá em cima. Aqui os jejuns, as penitências, os combates contra a luxúria, o orgulho e a avareza; combate renhido e diuturno contra o demônio, príncipe deste mundo que está nele colocado. Aqui em baixo os desejos que não podem ser nunca satisfeitos, um deserto árido, os animais selvagens, isto é, os vícios, os crimes, as monstruosidades no meio dos quais somos obrigados a viver e que nos causam medo e repugnância. Lá no alto, muito ao contrário, teremos as delícias inalteráveis, a satisfação perfeita de toda nossa ânsia de felicidade, uma sociedade santa onde gozar-se-á um doce entretenimento com os profetas, com Jesus e com Deus. Ah! caríssimos, que os gozos deste segundo estado nos dêem forças para passarmos intrépidos e ilesos pelo primeiro!

Aquele primeiro estado, tomado num círculo mais restrito, é a santa quaresma: são os jejuns, as abstinências, as orações, os santos ofícios aos quais a Santa Igreja nos convida durante este tempo, as lutas às quais nos exorta contra nós mesmos, contra nossas más inclinações, contra o amor dos prazeres, contra nossos hábitos viciosos, contra o orgulho da vida, contra a sede das riquezas. Com a graça de Deus, suportamos valorosamente esta luta, jejuamos, rezamos, escutamos a palavra de Deus, fazemos violência à nossa carne corrompida, reprimimos nossas concupiscências, domamos nosso coração.

E assim fazendo, como Deus não se deixa vencer em generosidade, recompensa nossa correspondência à Sua graça e, depois deste curtos esforços, nos dá as alegrias da Ressurreição, as festas pascais, durante as quais nós veremos Jesus transfigurado, Jesus na glória, e nós mesmos, purificados pelo combate, pela penitência, lágrimas e pelo sacramento da Confissão, nos ajoelharemos à mesa da comunhão e seremos alimentados pelo próprio Jesus e nos entreteremos familiarmente com Deus.

Caríssimos, retomando nossa ideia primeira, devemos observar que, para chegarmos ao estado de felicidade perfeita  na Pátria do repouso eterno, mister se faz passar pelo primeiro estado de sofrimentos e tentações aqui na terra. Se Jesus, porque tomou sobre Si os nossos pecados, disse que foi necessário sofrer antes de entrar na Glória, como vamos pretender chegarmos ao Céu, sem passar pelos sofrimentos, sem lutarmos, nós que somos os pecadores? Não podemos, como S. Pedro, querer permanecer para sempre no Monte Tabor, sem antes passarmos pelo Monte Calvário. Se para se chegar à glória mesmo aqui em baixo, chegar à posse dos bens terrestres, estes bens perecíveis, estes bens de um dia, é preciso trabalhar, lutar e sofrer; com infinita mais razão é preciso sofrer, lutar e trabalhar para se chegar à Glória celestial. Devemos observar que outro evangelista (S. Lucas IX, 31) diz que Jesus na Transfiguração falava com Moisés e Elias sobre Sua próxima “saída deste mundo que ia se realizar em Jerusalém”, o que significa que o Divino Mestre comentava sobre Sua Paixão e Morte.

Assim não podemos separar estes dois montes, o do Tabor e o do Calvário. Devemos estar profundamente convencidos do que disse o próprio Jesus: ” O Reino dos  Céus sofre violência e só os violentos o poderão arrebatar”. O caminho do Céu é o caminho da cruz! “Enquanto Pedro ainda falava com Jesus, “uma nuvem brilhante os envolveu, e da nuvem soou uma voz que dizia: ‘Este é o meu Filho muito amado, em quem pus toda a minha complacência; ouviu-O”. Esta nuvem luminosa que envolve ao mesmo tempo a Jesus, Moisés, Elias e os apóstolos, é a Fé. Ela, pois, expande sua doce luz nos nossos espíritos, uma luz que não é isenta de toda sombra. Ela é luz, mas é também sempre nuvem. Por esta luz vemos Deus, Jesus Cristo, os profetas, os apóstolos, mas não totalmente descobertos. Na verdade, só no Céu não haverá mais nuvem; pois, veremos a Deus face a face e sem véu. Agora, pela fé O vemos como em enigma ou como num espelho embaçado. Mas, mesmo assim a Fé é suficiente para alumiar o nosso caminho e nos guiar até às eternas moradas de luz indefectível.

Por isso, disse o Pai Eterno: “este é o meu Filho muito amado, em quem pus toda a minha complacência; ouviu-O”. Deus não poderia dar Seu Filho aos homens como Mestre de uma maneira mais brilhante e solene! É em presença de Moisés que representava a Lei, é em presença de Elias, que representava as Profecias, é em presença dos apóstolos, isto é, em presença do Antigo e do Novo Testamento: “ESTE É MEU FILHO BEM-AMADO, OUVI-O”.

Deus até então havia falado aos homens  por meio de Moisés, dos Patriarcas e dos Profetas, mas agora no Novo Testamento fala pelo Seu próprio Filho. É o Filho de Deus feito Homem que devemos agora ouvir como o Mestre por excelência: “Ipsum audite” (= ouvi-O). É portanto uma coisa solidamente estabelecida, uma coisa certíssima: Jesus Cristo é o nosso Mestre! “Eu estarei convosco até a consumação dos séculos”. Jesus nos falou, fala e falará até o fim do mundo através de sua verdadeira Igreja, que nunca poderá deixar de pregar o mesmo que pregou o Divino Mestre: “Jesus é o caminho, a verdade, a vida”. E Ele, que é a própria verdade, não muda; Ele é sempre o mesmo, ontem, hoje e sempre”. Eis porque S. Paulo na mais rigorosa lógica, conclui: ” Portanto rejeitai toda doutrina nova e estranha”. E Jesus Cristo, Filho deleto do Pai, não somente nos fala, mas dá-nos a força de O seguir: ensina-nos a Verdade e nos ajuda a crer; nos ordena a prática do bem e nos dá a graça para o realizar.

Caríssimos, que outro mestre poderíamos seguir se Nosso Senhor Jesus Cristo é o Filho bem-amado de Deus? Estes outros “mestres” são homens fracos, ignorantes, malgrado o alarde orgulhoso de sua ciência. Estes não podem ser nem o caminho, nem a verdade e nem a vida. Só devem ser ouvidos aqueles pregadores que foram chamados por Jesus e pregam com toda fidelidade o que Ele ensinou. Estes verdadeiros ministros de Jesus Cristo dão testemunho da Verdade que é o próprio Divino Mestre.

Eles procuram destruir os preconceitos, os erros e as diatribes deles decorrentes. É absolutamente necessário que ouçamos o Divino Mestre através dos Santos Evangelhos pregados com toda fidelidade pelos Seus verdadeiros discípulos. Estes, sim, no meio desta geração adúltera e pecadora, não se envergonham da doutrina do Evangelho de Jesus, mas  dele dão testemunho intrépido e constante.

Assistimos com grandíssima tristeza a apostasia de muitos e muitos; e uma das causas desta derrocada na fé, é porque os homens na sua maioria procuram novidades que agradam e afastam os ouvidos da verdade para os aplicarem às fábulas que o mundo com seus possantes meios de divulgação, apresentam às estas pobres almas. Por isso, caríssimos e amados irmãos, procuremos estar bem presos ao Nosso Divino Mestre, porque só Ele tem palavras de vida eterna.

Somente Suas palavras permanecem para sempre: “IPSUM AUDITE!” Amém!

 

Duas mulheres “concelebram” a Missa com bispos da CNBB. Isto já é possível ou continua sendo um gravíssimo delito?

Por FratresInUnum.com, 21 de fevereiro de 2018: Foi em 13 de fevereiro de 2018 que aconteceu 41a Romaria da Terra, celebrada na cidade de Mampituba, Diocese de Osório, no Rio Grande do Sul.

Como se já não bastassem as “pregações” da Deputada Maria do Rosário (PT-RS) e do Monge Marcelo Barros, ambos conhecidíssimos por suas posições, digamos, pouco ortodoxas, os bispos presentes admitiram no altar duas pastoras protestantes como “concelebrantes” na Santa Missa.

No momento da Consagração, as duas pastoras estendem as mãos e proferem as palavras da instituição da Eucaristia.

No vídeo, a partir do minuto 50’20’’, ouve-se claramente a Consagração da Missa e se vê as duas mulheres, paramentadas de túnica e estola, estendendo as mãos e tomando parte no ato “concelebrativo”.

Presidiu a Santa Missa o Exmo. Bispo Diocesano de Osório, D. Jaime Kohl. Concelebraram os Exmos. Bispos:

  • D. Jacinto Bergmann (arcebispo de Pelotas)
  • D. Carlos Romulo (bispo de Monte Negro)
  • D. Alessandro Ruffinoni (bispo de Caxias do Sul)
  • D. Adilson Busin (bispo auxiliar de Porto Alegre)
  • D. Aparecido Donizeti de Souza (bispo auxiliar de Porto Alegre)
  • D. José Mario Stroeher (bispo emérito de Rio Grande)

Assim como o Pároco do lugar e um diácono.

Trata-se de um sacrilégio gravíssimo. Além de a Communicatio in sacris ser terminantemente proibida pela legislação canônica, a simulação pública de sacramento por parte de mulheres constitui uma violação grave da lei divina e eclesiástica, um verdadeiro atentado contra o sacramento da Ordem e da Santíssima Eucaristia.

Escreva imediatamente para a Nunciatura Apostólica do Brasil, para a Congregação para a Doutrina da Fé e para a Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos. Estes bispos precisam se retratar e, caso não o façam, deveriam ser excomungados imediatamente.

NUNCIATURA APOSTÓLICA
Excelência Reverendíssima Dom Giovanni D’Aniello, Núncio Apostólico
Av. das Nações, Quadra 801 Lt. 01/ CEP 70401-900 Brasília – DF
Cx. Postal 0153 Cep 70359-916 Brasília – DF
Fones: (61) 3223 – 0794 ou 3223-0916
Fax: (61) 3224 – 9365
E-mail: nunapost@solar.com.br

CONGREGAÇÃO PARA A DOUTRINA DA FÉ
Excelência Reverendíssima Dom Luis Ladaria Ferrer
Palazzo del Sant’Uffizio, 00120 Città del Vaticano
E-mail: cdf@cfaith.va – Tel. 06.6988-3438 Fax: 06.6988-5088

CONGREGAÇÃO PARA O CULTO DIVINO E A DISCIPLINA DOS SACRAMENTOS
Eminência Reverendíssima Dom Robert Sarah
Piazza Pio XII, 10
00120 CITTÀ DEL VATICANO – Santa Sede – Tel. 06-6988-4316 Fax: 06-6969-3499
e-mail: cultidiv@ccdds.va; vpr-sacramenti@ccdds.va

Campanha da Edições Cristo Rei: “O Pensador Completo: a mente maravilhosa de G. K. Chesterton”.

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Por Edições Cristo Rei – Queremos publicar uma tradução para a língua portuguesa do livro “O Pensador Completo: a mente maravilhosa de G. K. Chesterton” de Dale Ahlquist, uma análise de várias dentre as mais importantes questões do nosso tempo à luz da obra de G. K. Chesterton que, como Ahlquist afirma no livro, escreveu praticamente sobre tudo.

Dale Ahlquist é, na atualidade, um dos maiores conhecedores da quase inabarcável obra de Chesterton e o seu livro, que seleciona algumas das passagens mais contundentes do autor inglês, é também uma ótima introdução a sua obra, além de encaixar-se muito bem no nosso atual contexto brasileiro, em que a cada dia mais pessoas famintas por conhecimento descobrem e se interessam por Chesterton.

Por isso, gostaríamos de contar com a sua participação na publicação deste livro, para que consigamos trazer ao público brasileiro esta obra fundamental tanto para aqueles que já são amantes de Chesterton quanto para aqueles que travarão seu primeiro contato com sua obra através deste livro. Esperamos com isso dar nossa pequena contribuição no imenso e nobre trabalho de restauração da vida intelectual brasileira.

Confiram o índice do livro:

 Introdução

1. Como Pensar

2. A Verdade e Seus Dissabores

3. Os Limites da Linguagem

4. O Problema do Mal

5. Os Sete Pecados Capitais

6. O Universo e Outras Coisinhas

7. O Novo e o Velho

8. Oriente e Ocidente

9. Guerra e Paz

10. Política e Patriotismo

11. A Lei e os Advogados

12. Compra e Venda

13. Doença e Saúde

14. Vida e Morte

15. Deixai toda esperança, ó vós que entrais

16. Ser

17. A Exceção Prova a Regra

Apêndice: Chesterton versus Darrow

O link da campanha é o seguinte:

https://www.kickante.com.br/campanhas/mente-maravilhosa-g-k-chesterton

Desde já agradecemos o apoio e a confiança de todos!

Viva Cristo Rei!

‘O Vaticano está nos vendendo’: por que a aproximação entre o papa e Pequim desagrada os católicos da China.

Por BBC Brasil, 17 de fevereiro de 2018 – De um lado, o menor Estado do mundo, que diz estar baseado no poder de Deus. De outro, a superpotência mais populosa do mundo e um Estado oficialmente ateu. O Vaticano e a República Popular da China têm uma relação difícil há muito tempo.

O vínculo entre os países se rompeu em 1951, após a vitória da Revolução Cultural de Mao Tsé Tung, que não reconheceu a autoridade do papa.

A China de Mao, desconfiada da presença de poderes estrangeiros, dediciu nomear seus próprios bispos e expulsar missionários forasteiros, vistos como agentes “do imperialismo ocidental”.

Desde então, convivem no país duas igrejas: a Associação Católica Patriótica, controlada pelo governo, e vertente leal ao Vaticano – que funciona na clandestinidade, porque o governo não a reconhece.

O conflito faz com que o Vaticano e Pequim disputem há anos a prerrogativa de nomear os bispos do país. Agora, no entanto, as coisas parecem estar a ponto de mudar.

Uma fonte do Vaticano disse recentemente à agência de notícias Reuters que um acordo sobre a designação dos bispos deve ser assinado nos próximos meses.

Será um passo no caminho do reestabelecimento das relações diplomáticas nas quais o Vaticano vem apostando há anos. Mas não é o fim da polêmica.

Alguns católicos estão protestando, porque, com sua nova política, o papa “corre o risco de trair a memória de quem sofreu e morreu por lealdade a Roma”, segundo análise da jornalista Carrie Gracie, que atuou como editora da BBC na China até o início deste ano.

Yang Fenggang, diretor do Centro para Religião e Sociedade Chinesas da Universidade Perdue de Indiana, nos Estados Unidos, diz que “há alguns sacerdotes e bispos leais ao Vaticano que estão em prisão domiciliar”.

Organizações como a Anistia Internacional acusam as autoridades chinesas de “intimidar e até aprisionar” os católicos e classifica como “perseguição” a atitude das autoridades.

Um dos que se sentem traídos é o cardeal Joseph Zen, de 86 anos, arcebispo de Hong Kong. “Se acredito que o Vaticano está vendendo a comunidade católica na China? Definitivamente sim”, escreveu em seu perfil do Facebook.

Não é a primeira vez de Zen levanta a voz contra a política da Santa Sé – e ele não é o único a fazer isso. O padre Dong Guanhua, diretor espiritual de uma comunidade de fiéis em Hebei, se nega a ir aos templos tolerados pelo Estado.

“Não apoio o acordo. O governo não vai mudar sua política de controle das igrejas, porque essas negociações não significam nada”, disse à BBC.

Questionado sobre o que diria ao papa se pudesse encontrá-lo pessoalmente, respondeu: “Que tenha cuidado.”

O arcebispo Guo Xijin, a quem o Vaticano pediu que se submeta à autoridade do Estado chinês, afirma que respeitará o acordo, mas alerta que Pequim não deverá respeitar a liberdade dos católicos.

Em um comunicado, o Vaticano lamenta que haja vozes dentro da Igreja “fomentando a confusão e a controvérsia”.

Segundo Gracie, o papa está fazendo todo o possível para que o diálogo tenha êxito. “Também está tendo muito cuidado para evitar criticar a China sobre a questão de liberdade religiosa e dos direitos humanos”, diz ela.

O governo chinês diz que promove e respeita a liberdade de culto.

Negociação

Os acenos do papado à China recentemente começaram a gerar um eco cordial de Pequim

Um editorial do jornal Global Post, de propriedade do Partido Comunista Chinês, elogiou a sabedoria do papa Francisco como uma qualidade que ajudaria a superar os diferenças entre os países.

Depois disso, Peter Shao Zhumin, arcebispo nomeado pelo papa, foi libertado pelas autoridades chinesas após ter ficado sete meses preso.

Outro sinal da aproximação são as duas exposições simultâneas que estão planejadas na Cidade Proibida de Pequim e no Museu do Vaticano – os dois países trocaram obras para esse projeto.

A televisão estatal chinesa destacou o papel da “diplomacia da arte”.

Ficaram para trás os tempos em que o governo chinês impedia o avião do pontífice de atravessar seu espaço aéreo em suas viagens, como aconteceu com João Paulo 2º em 1995.

Mas os entraves ainda são muitos. Segundo Yang, “o Partido Comunista está particularmente preocupado com o catolicismo, porque ele tem uma estrutura hierárquica e é percebido como uma organização forte que poderia ter um impacto na China”.

“Outro grande obstáculo é Taiwan”, diz Yang Fenggang.

Depois do triunfo do comunismo maoísta, muitos dos católicos chineses partidários do exército nacionalista derrotado de Chiang Kai-Shek se refugiaram em Taiwan.

O Vaticano é o único Estado europeu que mantém relações diplomáticas oficiais com Taiwan, que Pequim reivindica como parte da China.

Fiel ao lema da “China Unida”, Pequim não aceita ter relações diplomáticas com países que as mantenham com Taiwan.

É um limite que o papa terá dificuldade de ultrapassar. O Sumo Pontífice tem o desafio de explicar um acordo com a China comunista à comunidade católica taiwanesa.

Desde Bento 16

As atitudes da Igreja para se reaproximar da China começaram na época do papa Bento 16, mas Francisco acelerou o processo. Por que ele faz isso diante de tantos problemas?

“A China é muito importante na visão do papa sobre a Ásia”, destaca Francesco Sisci, pesquisador da Universidade de Renmin, na China.

“A Igreja Católica é uma exígua minoria em quase todos os países asiáticos, menos de 1% da população na China. Mas a Ásia concentra cerca de 60% da população global e é também a parte do mundo que cresce mais rápido economicamente.”

Segundo Sisci, a Igreja está diante de um desafio crucial. “Ou conquista uma presença na Ásia ou estará falhando em sua missão de ser uma igreja universal.”

As várias viagens do Papa à região atendem a esse interesse.

O conteúdo do acordo para a designação dos arcebispos não foi divulgado, mas é certo de que se trata de um ponto importante na tentativa de aproximação.

Segundo a Reuters, o Vaticano estaria disposto a reconhecer a autoridade da Igreja oficial chinesa em troca de ter a voz ouvida no processo de nomeação de novos bispos no país.

O cardeal Zen afirma que o que o Vaticano está fazendo com os católicos da China é “empurrá-los para uma gaiola de pássaros”.

A alta fonte do Vaticano citada pela Reuters vê de outra forma: “Continuaremos sendo um pássaro em uma gaiola, mas ela será maior.”