
Por Teresa M. Freixinho – FratresInUnum.com, 22 de maio de 2018
─ Bruno, o cartucho de tinta acabou. Não vai dar para imprimir o relatório que você pediu, cara.
─ Espere um minuto, Carlos! Vamos dar um jeito nisso. ─ Felipe, por favor, ligue para a papelaria e peça dois cartuchos de tinta preta para a nossa impressora.
─ Estamos quase zerados, Bruno. Só vai dar para comprar um cartucho.
─ Então, que seja. Depois compramos outro de reserva. Confiemos na Providência Divina.
* * *
─ Bruno, o padre Sérgio já está aqui na recepção!
─ Estou indo aí agorinha mesmo. Será que alguém podia trazer um pano úmido e passar na mesa do estúdio rapidinho enquanto eu distraio o padre? Derramaram café e não secou.
*-*-*
─ Álvaro, podemos começar o Terço?
─ Podemos sim, Bruno. A galera já está toda aqui.
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─ Gente, o professor pegou um baita engarrafamento na Zona Sul, mas já está subindo. Fiquem tranquilos. Teremos aula normalmente.
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Anoitece na capital fluminense. Centenas de milhares de trabalhadores dos mais variados ramos de atividades deixam seus escritórios no Centro da cidade para regressarem às suas casas. Em movimento inverso, algumas dezenas de moças e rapazes caminham apressadamente rumo a um pequeno escritório no Mercado das Flores, próximo à Rua Uruguaiana. Esquivam-se das inúmeras barracas de camelôs e distrações no meio do caminho para chegarem a tempo das atividades do dia no Centro Dom Bosco (CDB). Chegam aos poucos. Cumprimentam-se alegremente e aguardam os demais. Alguns aproveitam para ir ao banheiro ou tomar um café, outros acessam seus smartphones para checar mensagens. Em pouco tempo, o grupo estará reunido para rezar o Terço. Em seguida, tomarão seus assentos para a aula do dia, que poderá ser de Latim, Música Sacra, Filosofia, Espiritualidade Beneditina ou Teologia.
Numa outra sala uma equipe de filmagem finaliza a gravação de mais uma aula on-line para a Universidade São Jerônimo. Hoje foi a vez de um monge beneditino. Amanhã será a de um ilustre lexicógrafo e professor de latim. O corpo docente da universidade conta ainda com dois tomistas conceituados e professores de outras disciplinas, além de alguns padres e até mesmo bispos de outras dioceses.
O dia foi movimentado na sede do Centro Dom Bosco, um dos maiores fenômenos de apostolado leigo dos últimos tempos. Criado há menos de dois anos, o grupo já conta com uma universidade on-line e uma editora de obras católicas, algumas das quais politicamente incorretas para os nossos dias. Ademais, editam e distribuem fartamente um jornal bimensal com assuntos da atualidade sob a perspectiva católica.
Hoje entrevistaremos um de seus três fundadores, o jovem Bruno Mendes (31 anos), (Doutorando em Administração e Diretor Geral do Centro Dom Bosco), a quem desde já agradecemos a gentileza de nos conceder esta entrevista.
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FratresInUnum.com (FiU): Bruno, conte-nos, por gentileza, quando e como nasceu o Centro Dom Bosco (CDB).
BM: O CDB começou graças a um diácono adepto da Teologia da Libertação que fazia propaganda política em um grupo de Whatsapp universitário. Na época, esse tipo de postura ainda me surpreendia, mas indaguei ao clérigo a respeito das inconsistências dessa linha de pensamento e o que os últimos papas diziam a respeito dela. A confusão aumentou a tal ponto que ele decidiu sair do grupo. Em seguida, Pedro Affonseca me procurou para sugerir a criação de um grupo de estudos com encontros regulares, a fim de estudarmos a doutrina social da Igreja. Não havia um local para nos encontrarmos. Então, pedimos uma pequena sala a um Guardião da Toca de Assis, para que pudéssemos rezar e estudar. Cerca de dois meses mais tarde, decidimos alugar uma pequena sala no centro da cidade, e assim começamos nossos encontros regulares.
FiU: Quais são os pilares do CDB?
BM: Como diz o nosso presidente e um dos três fundadores, Pedro Affonseca, o Centro Dom Bosco é um caminho de santificação através da vida de oração, da vida de estudos e da pregação. A amizade entra como um quarto pilar cuja força nós só descobrimos com a convivência. Somos uma família que vive os três pilares.
FiU: Quantos jovens, e de que faixa etária, o CDB normalmente reúne em sua sede no Rio de Janeiro?
BM: Depende do dia. A nossa terça-feira é conhecida como o dia do encontro. O CDB cresceu por meio das tradicionais aulas do professor Sidney Silveira, dadas nesse dia da semana. Na sala antiga cabiam cerca de 40 pessoas; hoje, conseguimos alocar um pouco mais. A faixa etária média gira entre 25 e 30 anos, mas há muitas pessoas mais novas ou de mais idade também.
FiU: Quais são as linhas de ação atualmente em curso no CDB?
BM: As mesmas de São João Bosco, nosso patrono, ou seja: a publicação de bons livros (nossa editora) e o ensino aos jovens (Universidade São Jerônimo). Algumas outras frentes – como a criação de centros físicos pelo país, o jornal “O Universitário” e o fórum, que reúne as principais vozes católicas do Brasil – também devem estar ordenadas ao fim último de nosso apostolado: a salvação de almas.
FiU: Ao que parece, muitos jovens do CDB estão gradualmente tomando conhecimento dos tesouros da Tradição católica, sobretudo da Missa Tradicional em Latim (“Forma Extraordinária do Rito Romano”). Fale-nos um pouco sobre essa abertura litúrgica dos membros do CDB, que parece ser um diferencial em relação a tantos outros grupos de jovens católicos?
BM: Todo católico de verdade é dócil à Tradição porque percebe ali valores atemporais. O que fazemos é promover esse encontro da beleza litúrgica da Missa Tradicional com quem estava a sua espera.
FiU: Soubemos com satisfação que o CDB está editando obras importantes, como, por exemplo, o livro “Objeções e Erros Protestantes”, do Pe. Júlio Maria de Lombaerde. Não seria uma grande ousadia em tempos “ecumenicamente corretos” conclamar a volta dos irmãos protestantes?
BM: Não devia ser, mas até mesmo algo como a publicação da “Teologia Moral” de Santo Afonso de Ligório – obra magna de um doutor da Igreja – recebeu um sem-número de críticas por parte do clero e de leigos. Os livros da Campanha “Voltem Para Casa” foram trazidos a lume a fim de oferecer uma resposta à comemoração dos 500 anos da heresia protestante, condenada solenemente pelo magistério infalível da Igreja e que foi mãe das revoluções mais sanguinárias que já existiram.
FiU: Em tempos de crise como o nosso, supomos que talvez alguns (ou muitos?) bispos e padres estejam receosos com a atuação do CDB. Diga-nos que reações o trabalho do CDB tem suscitado nas fileiras do clero brasileiro.
BM: Os padres e bispos que vêm falar conosco estão sempre serenamente contentes com nossa atuação e nos apoiam. Os que não estão muito contentes devem deixar suas opiniões em seus círculos.
FiU: Diga-nos de que forma os leitores do FiU poderiam conhecer melhor e ajudar o CDB em suas atividades de evangelização?
BM: Se todos que chegaram até aqui rezarem por nós, já não teríamos como agradecer. Quem desejar participar das nossas atividades presenciais, poderá ir ao CDB a qualquer dia, às 18h30min, para rezar o Santo Terço conosco. Se desejarem saber como ajudar pela Internet, escrevam para contato@centrodombosco.org.
VIda longa ao CDB!
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Onde tem Vaticano II, já era. Quem sabe algum futuro náufrago consiga encontrar a Una Sancta.
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Parabéns pelo apostolado!
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Estive presente no evento Liga Católica do ano passado, organizado pelo CDB. Espero poder participar novamente neste ano. Um grande abraço ao Bruno e aos demais fundadores do Centro, pessoas sensacionais!
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O nome da liga foi escolhido com um pouco de desatenção, a “Liga Católica” já está presente no Brasil faz algum tempo, assim como as Congregações Marianas. Depois do CVII elas perderam força mais ainda estão presentes em muitas paróquias do Brasil, principalmente as que são ligadas aos padres redentoristas. Na Administração Apostólica São João Maria Vianney existem ainda, um detalhe é que lá são compostas apenas por homens, tanto a Liga quanto a Congregação Mariana.
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Assim como entrou gradualmente na Igreja a onda modernista, desde S Pio X que já a denunciava de forma ostensiva, esforçando-se sempre em barrá-la, no entanto, aumentou a pressão à medida das sucessões pontificias, mais proviria de dentro para fora, proporcionada pelos infiltrados na Igreja da maçonaria, heterodoxos capitaneados de modo formal pelo sinistro Lênin, conforme os planos de Vindice e Nubius.
Após o Vaticano II, mais em nosso tempo das redes sociais e via raros duros opositores a essa onda relativista, começaram surgir às paralelas movimentos que não se conformavam com a fé ideologizada, adaptada ao secularismo e a governos permissivistas e instigadores dela, com a sua ideologia liberalista, radical ateu-militante disfarçado de Estado laico, marcada pelo individualismo, racionalismo e hedonismo, porém, caso acima, movimentos de volta à sã Tradição…
Bastante sabido que certos prelados provenientes desse concilio que já detinham em si essas ideias erroneas, nele bastante atuantes como padres conciliares, alguns muito impostores, como seriam os do PACTO DAS CATACUMBAS e mais, conhecidos varios deles que, retornando às dioceses, seriam ostensivos apoiadores dos caóticos governos de orientação marxista do social comunismo, síntese total de todas as desgraças, quer das visíveis ou ocultas.
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