Por LifeSiteNews, 4 de junho de 2018 | Tradução: FratresInUnum.com – Apenas um mês após ter indicado aos bispos alemães que encontrassem uma decisão “unânime” acerca da possibilidade de um cônjuge protestado caso com um Católico receber a Sagrada Eucaristia, o Papa Francisco mudou de rumo e bloqueou a proposta de intercomunhão dos bispos alemães.
Em uma carta enviada ao cardeal alemão Reinhard Marx, “com expressa aprovação do Papa”, através do Arcebispo Luis Ladaria, S.J., prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, o Santo Padre interrompeu a publicação do documento dos bispos alemães sobre a intercomunhão que iniciou a controvérsia.
O experiente vaticanista italiano Sandro Magister publicou a íntegra do carta em italiano nesta manhã, após a agência católica austríaca Kath.net divulgar a história.
Na carta de 25 de maio, Dom Ladaria informa ao Cardeal Marx, presidente da Conferência Episcopal, que resumiu ao Papa Francisco o encontro, de 3 de maio, entre partes opostas dos bispos alemães e oficiais do alto escalão do Vaticano sobre a controversa proposta.
O encontro foi convocado após sete bispos alemães enviarem uma carta ao Vaticano expressando sua oposição à votação de 20 de fevereiro, ocorrida na conferência dos bispos alemães, permitindo a um cônjuge protestante receber a Eucaristia se, após fazer um “sério exame” de consciência com um padre ou outra pessoa com responsabilidades pastorais, ele ou ela “afirmar a fé católica”, desejar pôr fim a um “sério sofrimento espiritual”, e “tem anseio por satisfazer a fome de Eucaristia”.
Então, o Cardeal Reinhard Marx, presidente da conferência de bispos alemães, esclareceu que a proposta não exigia que o cônjuge protestante se convertesse ao catolicismo.
Em uma carta de 22 de março ao Vaticano, sete bispos afirmaram não considerar a votação “correta”, pois o assunto da intercomunhão não é “pastoral”, mas “uma questão de fé e unidade da Igreja, não sujeita a voto”.
Em sua carta de 25 de maio, Ladaria, então, informa a Marx que o texto proposto pelos bispos alemães “levanta uma série de assuntos significantes”. Ele adiciona que o “Santo Padre, portanto, chegou à conclusão de que o documento não está pronto para ser publicado”.
O chefe doutrinal do Vaticano dá a Marx três razões para a decisão:
- A questão de admitir cristãos evangélicos em casamentos de mistos (diferentes credos) à Comunhão é um assunto que diz respeito à fé da Igreja e tem relevante para a Igreja universal.
- O assunto afeta as relações ecumênicas com outras Igrejas (e.g. os ortodoxos) e comunidades eclesiais que não devem ser subestimadas.
- A decisão afeta a a interpretação da lei da Igreja, especialmente o cânon 844, que permite a comunhão a protestantes apenas em caso de “grave necessidade” [morte iminente].
Ladaria, posteriormente, informa a Marx que os “dicastérios competentes” da Santa Sé foram encarregados de “produzir oportunamente um esclarecimento a essas questões a nível de Igreja universal”. Isso indica que a questão da intercomunhão não é mais deixada à conferência episcopal alemã, como o Papa Francisco originalmente determinou — uma decisão que o Cardeal Willem Jacobus Eijk, da Holanda, chamou de “completamente incompreensível”.
Foram copiados na carta de Dom Ladaria cinco bispos alemães, incluindo o Cardeal Rainer Woelki, de Colônia, e Dom Rudolf Voderholzer, de Regensburg, vice-presidente da comissão doutrinal da conferência de bispos alemães e único alemão membro da Congregação para a Doutrina da Fé. Os dois bispos estão entre os signatários da carta ao Vaticano contrária à proposta e ao subsídio pastoral aprovando a intercomunhão.
Também foram endereçados em cópia três defensores da proposta: Dom Karl-Heinz Wiesemann, de Speyer; Dom Gerhard Feige, de Magdeburg, presidente comissão de ecumenismo da conferência episcopal; e Dom Felix Genn, de Munique.