Anestesistas de Francisco.

Por FratresInUnum.com – 7 de junho de 2018

“Não é pecado criticar o papa”, afirmou o Francisco na Assembleia Geral da Conferência Episcopal Italiana. Um alívio? De modo algum, pois, na prática, essa frase retórica mascara aquela velha tática de “dar linha à pipa”: quer saber quem são seus críticos para persegui-los com mais eficiência; trabalha como um gato que estimula o rato a sair da toca.

BOLIVIA-POPE-MORALES

Contudo, a frase tem o seu valor. Papa Francisco reconhece explicitamente que é criticável, quer porque comete ações condenáveis, quer porque ele mesmo é passível de crítica, como ensina a boa doutrina católica. Não, o Papa não é um semideus, que esteja acima do bem e do mal. Infalível quando se pronuncia ex cathedra, não o é fora desses estreitíssimos limites e, quando erra, não há problema algum em perceber aquilo que os olhos vêem.

Há uma parte da direita católica, porém, extremamente apavorada por este papa ditador. E não se limita a não criticá-lo, quer silenciar cada crítica e, por isso, assumiu um modus operandi de anestesistas.

Anestesistas. Mascaram fatos, silenciam testemunhas, destroem provas, assassinam moralmente vítimas… Agem como se Bergoglio fosse um santo imaculado, citam-no como nunca citaram os papas anteriores, a despeito de se apresentarem como conservadores ou até mesmo como, pasmem!, tradicionalistas.

Recentemente, circulava pela internet o vídeo de um padre italiano censurando os críticos de Francisco como se estivesse dando uma aula de direito canônico ou de doutrina moral, desconsiderando completamente a realidade que temos diante da face. Em resumo, qualquer católico concorda com o direito canônico ou com o catecismo em relação ao respeito que se deve ao Vigário de Cristo. Mas a pergunta não é esta. Será que este Vigário de Cristo está cumprindo o seu ofício papal ou se está servindo dele para destruir a Igreja que ele deveria defender?

O método preferido dos anestesistas, no entanto, é aquele de citar frases isoladamente católicas de Francisco para chocarem os críticos, na tentativa de paralisá-los. A técnica, em si, pouco tem de ingênua. Trata-se da velha estimulação contraditória, a qual produz um choque psicológico que paralisa a vítima. Qualquer um pode fazer a experiência: basta ir narrando uma desgraça e, no fim, supreendentemente, concluí-la com uma notícia maravilhosa – o ouvinte fica tão impressionado que nem consegue dissimular a perplexidade.

Acontece, porém, que a técnica só funciona quando os fatos são realmente desconhecidos. E, aqui, o caso é outro!

Os anestesistas gostam muito de empregar, por exemplo, aquela metáfora dos filhos de Noé que cobriram as vergonhas do pai embriagado (Gn IX,23) para inferirem a obrigação moral que temos de cobrir as vergonhas do Papa.

Contudo, os fatos já não cabem na metáfora. Hoje, Noé não está bêbado, mas muito consciente dos seus atos, quer voluntariamente ficar nu e rasga sistematicamente todas as cobertas que se lhe impõem.

Basta um exemplo para ilustrar o fracasso da anestesia: quando Francisco visitou Evo Morales e recebeu um blasfemo simulacro de crucifixo sobre a foice e o martelo, símbolos do comunismo, imediatamente, os anestesistas asseguraram que o Papa havia reagido com escândalo e disse: “no está bien eso”, “isso não está certo”. Em seguida, veio a confirmação do fato: o Papa disse, na verdade, “eso no lo sabía”. Nenhuma reação de escândalo. Antes, uma atitude simpática de aprovação.

Francisco não quer anestesia. Parece estar disposto a ir até o fim, autorizando a comunhão para os recasados, a ordenação sacerdotal de homens casados para a Amazônia, a intercomunhão para os luteranos [que ele bloqueou, porém, com o argumento de que, por ora, “o documento não está pronto” para ser oficializado], a ordenação de mulheres para o diaconato e tudo o mais que faz parte do pacote modernizador da Igreja.

Papa Francisco assumiu conscientemente a missão de ser o Chacrinha da Igreja Católica, o qual, na década de 80, lançou a famosa frase: “eu estou aqui para confundir, eu não estou aqui para explicar”.

Podem vir cleaners, anestesistas, sicários, “a voz que adormece e a mão que apaga”… Todos serão desmentidos por ele, mesmo. E, ainda que não o fossem, a natureza da verdade é aparecer!

É por isso que a nossa posição neste site foi sempre: 1) não maquiar os fatos, antes, documentá-los todos, para que ninguém se engane; 2) favorecendo a verdade, não favorecer a revolta revolucionária, antes, pelo contrário, estimulando uma resistência respeitosa, mas firme e impassível; 3) informar os nossos leitores para que estes conversem com todas as pessoas dos seus círculos para esclarecem que a Igreja está passando por um momento gravíssimo, uma crise sem precedentes, e nós não podemos dividi-la, pelo contrário, devemos guardar a fé com a mesma fortaleza que uma virgem guarda as suas honras.

Os nossos métodos são opostos aos métodos inúteis dos anestesistas. É por isso que estes não nos suportam, mas, como precisam saber a dose de sedativo a ser aplicada, acabam por ler nossos artigos e notícias. Pois bem, saibam que o efeito da anestesia não consegue mais aplacar a dor ou adiar a morte.

No horizonte, surge uma falange intrépida de católicos, em sua maior parte leigos, que estão por todos os lados, bem junto de suas catedrais e paróquias, com celulares e gravadores… Tudo está sendo documentado e será posto a público. Não há mais saída. O fracasso do progressismo é certo e fatal! Este é o seu diagnóstico final. Serão todos sepultados com este pontificado, que enterrará atrás de si a parte da Igreja que já estava morta: a decadente Europa liberal e os velhos teólogos da libertação.

Mais adiante, ressurgirá a Igreja Católica! Não, não são prognósticos restauracionistas. É a promessa de Fátima que se cumprirá. Os oportunistas de hoje serão a execração de amanhã. Os execrados de hoje serão a glória do que há de vir, pois “quem se eleva, será humilhado, e quem se humilha será elevado”, e as dores de hoje terão valido à pena.

20 comentários sobre “Anestesistas de Francisco.

  1. Magnífico texto. Sei o quanto é odiosa essa posição de tantos ‘conservadores’ que, a cada notícia escandalosa desse papa, se apressam para dizer ‘é mentira da mídia’, é deturpação’, etc, e não percebem que o próprio papa nunca faz questão de desmentir.
    Até quando esses estúpidos seguirão nessa esteira?
    E gostei da parte que diz “tudo está sendo documentado e será posto a público”. Infernizar e expor ao público é a melhor forma de fazer recuar esses falsos pastores.
    Só lamento que, apesar de combaterem atitudes de diversos padres e bispos, ninguém ainda tenha tido coragem de fazer em vídeo críticas concretas e fundamentadas a esse papa tão nocivo.
    Nem mesmo o valente Bernardo Kuster fez isso – e é algo que sinto faltar na atuação dele. Será que é receio de alguma espécie de pena capital?

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  2. O pontificado de Francisco já devia ter acabado por causa de tudo o que fez. No entanto – coisa misteriosa e surpreendente – prossegue. Como um aventureiro numa floresta, vai a golpes de facão abrindo novos espaços de vergonha e humilhação para a Santa Igreja, derrubando a fé, a razão e o bom senso.
    .
    Se tiver tempo para isso, ainda vai arrematar seu papado derrubando a moral católica com mais um escândalo exibicionista que choque os fiéis. Aguardem. Pois talvez ainda poderemos ver Francisco nu no Vaticano.

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    1. Entendi o q vc quis dizer e tenho o mesmo “medo”, tb já pensei a mesma coisa, obviamente espero que não, porém o que muitos dos nossos clérigos nos passam, com base em suas ações concretas é que podem escandalizar mais e ao extremo, e aí independe da área que qualquer ser humano esteja, o mistério da iniquidade se revelará fazendo propaganda e sem pudor (mais ainda).

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  3. Como a direita não passa de uma falsa oposição (dialética) não me espanta fazerem o papel de anestesista, como diria a frase que não me lembro quem: “a direita é canhota”.

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  4. A vitoria recente da direita na Italia, um pouco à frente, veremos que impactos haveriam com relação ao papa Francisco, sendo-lhe opositora, quem sabe, poderiam haver trocas de palavras nada amistosas – esperar para ver, caso de deportação de imigrantes ilegais etc..
    D L Burke, * ** D Athansius Scheider mais uns poucos tradicionais já disseram claramente de não poderíamos aceitar certas diretrizes do papa Francisco, como nessa entrevista de D Schneider: “Aqueles que têm medo de enfraquecer a unidade da Igreja criticando os ensinamentos do Papa Francis devem lembrar que o Papa é servo da Igreja, disse Schneider. “Ele é o primeiro que tem que obedecer de forma exemplar a todas as verdades do Mistério imutável e constante, porque ele é apenas um administrador e não um dono das verdades católicas …” O Papa deve “se ligar constantemente e Igreja a obediência à palavra de Deus “, acrescentou.
    Schneider disse também que quando um papa tolera erros e abusos generalizados, os bispos não devem se comportar como os “funcionários servos” do papa.”O Papa não é o “dono” das verdades católicas em 19/09/17 ( LifeSiteNews) em que disse que algumas das “afirmações ambíguas” em Amoris Laetitia estão “causando uma anarquia moral e disciplinar na vida da Igreja”.
    D Schneider concorda com Seifert que Amoris Laetitia contém uma “bomba atômica moral”, seria a sugestão do documento de que um casal adúltero poderia moralmente manter relações sexuais – não pecar ao pecar ou induzir o incauto ao pecado sem que se sinta culpado – poderia acabar com absolutos morais. Dom Schneider recomenda que outros leiam o artigo controverso de Seifert: “A lógica pura ameaça destruir toda a doutrina moral da Igreja Católica?”
    Também nessa e em mais outras, comporta-se algo estranhamente pois se teria a impressão de nem saber bem o que expressaria de forma segura como pastor que deve orientar as ovelhas, no entanto, daria margem a dúvidas e a subjetivismos, ou mesmo quanto ao conteúdo, se correto ou não, sendo o texto original em espanhol que é o assunto de toda a controvérsia ser da seguinte frase, no entanto se inicia às 4:10 e em espanhol: ***”E vem a minha mente dizer algo que pode ser uma insensatez, ou talvez uma heresia, Eu não sei”.
    Outras 2 entrevistas similares:
    * http://thyselfolord.blogspot.com/2017/11/video-bispo-athanasius-schneider-e.html
    ** https://onepeterfive.com/bishop-schneider-kind-blasphemy-sinners-demand-access-holy-communion/
    *** https://novusordowatch.org/2015/05/spanish-original-heresy

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  5. Não é ser anestesista….é aceitar a pesada cruz.
    Oq pode ser feito??? Aceitemos a cruz e a carreguemos. Paciência.

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    1. Aceitar a cruz é para quando for sofrimento pessoal. Mas quando a Igreja e o próprio Cristo estão sendo vilipendiados, é até pecado não reagir. Aceitar calado é pecado. Podem consultar isso com algum tomista

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  6. A metáfora com a anestesia está mal aplicada. Seria mais apropriado usar o termo hipnose. Anestesia é salutar, possibilita a cirurgia, que geralmente é curativa. Hipnose adormece e manipula, que creio ser o raciocínio ilustrado no texto.

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  7. A site Aletéia é um desses “anestesistas”, para eles tudo esta bem, tudo esta legal, nada de polêmicas sobre o papa Francisco, nada citam de seus erros. Se postarmos um comentário mais inquisitivo, eles apagam. As vezes algum comentarista tenta rebater com fúria, o historiador Roberto De Mattei é desqualificado para eles por ser “mais conservador que rótulo de maizena”, Daniel Lerux é desqualificado por ser “lebfevrista”, se citarmos alguma encíclica de papas anteriores ao CVII, este já se torna o motivo para desqualifica-las. A crise para essa “direita anestesista” é “culpa dos leigos que não entendem o Concílio”. A grande procura da missa tridentina por parte dos jovens é para eles “uma moda de panelinhas restrita apenas a um mínimo de fanáticos”. Dom Félix de Dardá e Salvany já citava esse tipo de católico no livro O liberalismo é pecado, eles escolhem aquilo em que querem acreditar, dos Dez mandamentos só seguem aqueles que lhes são confortáveis!

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    1. Basicamente é como se fosse uma outra Igreja, uma seita protestante como um câncer dentro da Igreja Católica.

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  8. Quando Sua Santidade entra no avião para alguma viagem apostólica, quem treme de pavor e vertigem são os “anestesistas” neocons: é nas alturas do Céu que o Pontífice deixa voar livremente seu humor sádico, suas barbaridades e heresias aos jornalistas de bordo, palavras que caem como bombas nucleares sobre os escritórios vaticanos, encarregados de vestir de catolicismo as sandices bergoglianas.

    Em tempo: quando se esperava a vitória de Kasper e um cisma no final do primeiro Sínodo da Família, uma sumidade neoconservadora do Facebook (famoso arranjo de flores) chegou a desativar a conta de medo do que poderia acontecer. Como nada havia mudado, seguiu tranquilamente na sua papolatria de sempre.

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  9. Que venha logo a proclamação do dogma do Reinado Social de Nosso Senhor Jesus Cristo!
    Pelo fim do Estado laico!
    Pela restauração do Estado confessional católico Brasileiro.
    Dom Vital de Oliveira, terror da maçonaria, rogai por nós!
    Presidente Garcia Moreno, mártir da democracia cristã, rogai por nós!
    Coração de Jesus, Rei e Centro de todos os corações, tende piedade de nós!

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  10. O problema não é “Francisco”, suposto que haja algum que mereça atenção por parte dos católicos.

    O problema é o sínodo chamado “Vaticano Dois” com a sua doutrina espúria sobre o ecumenismo e a natureza da Igreja. E não é só o “Vaticano Dois”. É toda a defecção doutrinal imposta pelos ocupantes da Sé Romana e pelo resto do episcopado, desde então. É a tal doutrina das igrejas “co-irmãs” (em relação às denominações cristãs); é a doutrina de que a Antiga Aliança e a Lei ainda ainda são vigentes (em relação aos judeus); a doutrina de que adoramos o mesmo Deus (em relação ao Islã) e por aí vai. E de degrau em degrau, de barranco em barranco chegou-se à absoluto esvaziamento do Evangelho.

    Para tanto, contribuíram largamente todos os néscios e parvos do naipe “Pergunte e Deformaremos”, os Araújo Saleta, a seita pelagiana do “Valor divino do Humano” e demais sambistas da escola de samba “obediência e apostasia”.

    E tudo isso fez da Igreja – entenda-se a igreja montiniana, a pós-igreja – uma instituição não só supérflua, mas ridícula e estúpida. E o que vemos esse tal “Francisco”, o grande alcoviteiro místico da poligamia serial, é apenas a consequência lógica de se sambar compulsiva e satanicamente sobre o Magistério constante solene da Igreja: um desbragado show de torpezas, ou, como dizia um amigo, “uma explosão de canalhice” onde não falta sequer a endêmica predação sexual de crianças.

    Vão se tratar seus pulhas de esgoto! Parem de sujar o nome de Deus com suas bocas sujas e tortas.

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    1. PW, acredito que o Concílio foi apenas o momento em que o monstro saiu do ovo. Mas é fato que havia uma germinação muito anterior, veja mesmo o combate que já fazia São Pio X. Não foi depois do concílio que a Igreja decaiu, foi muito antes!

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  11. Com tantas notícias a respeito desse pontificado desastroso, mentiroso e baixo (levando em consideração seus métodos), lembro-me de um padre amigo meu que dizia sempre: “A Igreja está sendo destruída de dentro para fora”. Não entendi na época, mas hoje a frase faz todo o sentido.

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  12. Quero ressaltar que o artigo editorial do Fratres foi bem preciso. “Há uma PARTE da direita católica” … que “assumiu um ‘modus operandi’ de anestesistas” … a despeito de se apresentarem como conservadores ou até mesmo … tradicionalistas” (destaque meu).
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    Essa parcela da direita age como avestruzes. Consideram normalmente Francisco como se fosse um “santo imaculado”. E quando se deparam com a evidência do contrário, enfiam a cabeça num buraco do chão. E em seguida, agem como anestesistas, para anestesiar nos perplexos o choque da realidade trazido pela sequência de escândalos papais.
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    Parcela não quer dizer totalidade. Não é toda a direita nem a sua parte mais expressiva. Eu diria que é mais bem o católico centrista, de centro-direita, que simpatiza com aspectos do conservadorismo ou tradicionalismo católico e, contraditoriamente, também simpatiza com aspectos edulcorados do progressismo católico. Não gostam dos aspectos mais coruscantes e contundentes de nenhum dos lados. Não merecem ser chamados de direita. O seu centrismo não passa de esquerdismo moderado, com tinturas católicas.
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    A direita católica sacral tem identidade e autenticidade próprias. Não há dentro dela, inviscerada, uma “direita canhota”. Pensar assim é admitir postulados da filosofia moderna anticatólica, é aceitar o pensamento filosófico de Hegel (tese, antítese, síntese) ou Jung (masculino-feminino).
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    Para os querem conhecer melhor o perfil da direita católica, pode ser-lhes útil conhecer dois artigos que escrevi sobre o tema.
    O primeiro: “Direita católica: o que é” (http://www.sacralidade.com/sacral2016/0346.direita-catolica.html).
    O segundo: “Direita católica sacral: a sacralidade no soldado ucraniano” (http://www.sacralidade.com/sacral2016/0347.direita-catolica.html).

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