Debate histórico – A Luta pela Ortodoxia Católica.

Por FratresInUnum.com – Imagine o leitor a seguinte possibilidade: um debate num programa de televisão em cadeia nacional onde o tema é o quanto as mudanças na Igreja Católica após o Concílio Vaticano II foram benéficas ou prejudiciais ao catolicismo. Os debatedores são um leigo tradicionalista, autor de vários livros sobre o tema, e um padre, também ele autor de livros e liturgista, apoiador das reformas conciliares. O mediador, também católico, propõe temas que vão desde a suspensão de um teólogo liberal pelo Papa até as mudanças na Missa católica e seus efeitos. O programa também conta com um “examinador”, um padre jesuíta doutorado em línguas semíticas e estudioso dos Manuscritos do Mar Morto, também autor de inúmeros livros. Sua função é intervir nos vinte minutos finais questionando os debatedores sobre alguns pontos defendidos por cada um ao longo do debate.

Um evento como esse, tão improvável quanto possa parecer em nossos dias, realizou-se há quase 40 anos. Foi ao ar em 4 de maio de 1980, pouco mais de um ano e meio após a eleição do Papa João Paulo II. O programa é “Firing Line” (Linha de Fogo) e a TV é a PBS americana. O apresentador, o saudoso William Buckley Jr.; o leigo debatedor é simplesmente Michael Davies, que estava então a concluir sua trilogia “Revolução Litúrgica”; o liberal, o Padre Joseph Champlin. Na posição de examinador encontramos ninguém menos que o Padre Malachi Martin.

Essa preciosidade histórica está disponível agora, em vídeo com legendas em português, no link abaixo. Após apenas quinze anos desde o encerramento do Concílio, e dez do aparecimento da Missa Nova, um debate sério sobre temas que continuam atuais, testemunhando que, desde muito cedo na revolução que tomou de assalto a Igreja de Cristo no século passado, houve católicos que viram claramente o que estava acontecendo e fizeram o que estava ao seu alcance para alertar seus irmãos. Seu alerta chega até nós como um lembrete de que suas vozes, mesmo distantes no tempo, continuam com o mesmo peso e lucidez de então. E por que nos falam tão vivamente apesar da distância? Porque não fazem mais do que expressar a Verdade. E essa é atemporal. Aproveite.

19 comentários sobre “Debate histórico – A Luta pela Ortodoxia Católica.

  1. Gaude Maria Virgo, cunctas haereses sola interemisti in universo mundo.

    Sancta Maria ora pro nobis
    Sancta Dei Genitrix ora pro nobis

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  2. Como posições progressistas tão frágeis tiveram êxito na Igreja? … Parece-me que poucos se esforçam em buscar a Verdade nestes que são os últimos dias…

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  3. Que maravilha de debate, até baixei o vídeo para guardar para mim.

    Prezados, vejam o vídeo de hoje do padre Paulo Ricardo sobre a importância dos leigos protegerem os dogmas da fé. Não sei se podem publicar o vídeo, mas caiu como uma luva para os dias de hoje:

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    1. A única coisa certa é que os aderentes ao chamado “concilio Vaticano II” e ao desastroso “magistério” ecumenômano e apóstata dos papas que se lhe sucederam NÃO professam mais a integridade da fé católica e apostólica, devendo ser vistos e tratados como suspeitosos de heresia conforme a singularidade dos casos, isto é, conforme a adesão manifesta a tais erros e a impossibilidade de serem, no caso dos clérigos, moralmente escusados de ignorância, uma vez que, segundo a moral e o simples bom senso, têm eles a óbvia obrigação DE OFÍCIO de conhecer a fé católica e professá-la pública e integralmente na Igreja de Deus.

      O resto é apagar fogo com gasolina.

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  4. Foi um debate de altíssimo nível acerca de questões de fé católica e mostra no Vaticano II a infiltração do protestantismo-iluminismo-maçonaria, recordando-nos a audacia dos planos conspiracionistas de Vindice e Nubius contra a Igreja, o trio infernal que atualmente é sequencia dos atuais globalistas aliados ao protestantismo que juntos tanto se investem contra a Igreja, visando subverterem seus membros para os levar para seus relativismos!
    Aliás, tão verdade é presentemente na prática de como se esforçam os protestantes para nos bandearem para suas seitas, agindo ousadamente como seus parceiros marxistas, embora o grande número de “evangélicos” não percebam as alianças no topo de suas seitas, bastante sutilmente – são-nos por serem relativistas e a maçonaria como tal não os combater por serem muito convenientes para instauração da religião globalista – já que eles encarnam perfeitamente as ideias de séculos atrás provindas do Iluminismo, do qual Lutero foi um de seus capachos mais atuantes, senão o maior, ao aplainar as vias para o comuno/nazi/fascismo – bem sabemos.
    Porém, as supostas reformas que mais almejaram se deu contra a espinha dorsal da Igreja, a SS Eucaristia, querendo transformar o S Sacrificio da Missa em mera ceia fraternalista com banalização do sacerdocio, doravante apenas presidente, como dos pastores das seitas nivelados aos frequentadores de seus cultos vazios!
    Observem com se associam às mesmas projeções a martelo e foice TL-seitas-PCS-maçonaria – pois se conseguirem chegarem aonde pretendem, o dominio pela NOM-anticristo se processará mais rapidamente, motivos de nossos recorrentes contra ataques o quanto possamos desmascarando a farsa pseudo cristã de nome protestantismo, sem um magisterio definido, do livre arbitrio e bastante camufladamente associado aos ideologistas de esquerda!

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  5. Alguém sabe me dizer porque o Padre Malachi Martim se vestia ás vezes como leigo, como no vídeo? Ele foi reduzido ao estado laical por um tempo? Já vi fotos dele mais recentes, antes de sua morte, creio eu, em que ele estava de batina.

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  6. Às vésperas dos 30 anos da operação “Sobrevivência da Fé”, na qual eram sagrados 4 novos bispos para mantes Imaculada a Fé Imaculada, parafraseando São Jerônimo sobre o Atanásio, é reconfortante e ao mesmo tempo preocupante assistir tal documentário. Em pensar que num mar de bispos, sucessores legítimos dos Apóstolos, pouquíssimos e restando apenas mais tarde dois, se colocassem na linha de tiro em defesa da Fé. Monsenhor Lefebvre, missionário em terras africanas e Monsenhor Mayer um simples bispo de um país sul americano, responsável por um diocese sem representatividade, morreram de pé, defendendo a Barca de Pedro, o Pequeno Rebanho de Nosso Senhor. É nítido nesse documentário, ver que a heresia era gritante, o mal era tácito, que a fumaça de Satanás era espessa e venenosa. Hoje então, o que diria esses interlocutores? O pior cego é aquele que não quer ver, não se tratava apenas de falar a língua local, de interagir com os assistentes, de ficarem todos de frente para o “presidente da celebração”. É nítido que a intenção era acabar a Religião Católica, acabar com o teocentrismo, acabar o Reinado de Nosso Senhor. A tese da colegialidade pela qual todos os bispos havia “chancelado” os documentos do Concílio, inclusive do Novus Ordo, mesmo Lefebvre e Mayer, não sustentam a derrocada, a destruição, a decadência litúrgica e moral defendida pelo Concílio. A assistência prometida por Nosso Senhor a Sua Igreja até o fim dos tempos, não disse que sua Igreja seria reduzida a um mínimo número de fiéis, e até mesmo se Pedro estivesse nesse pequeno rebanho. O certo é que Ele nunca abandonaria sua barca, mas nem todos estariam nessa barca. Aliás em uma passagem o próprio Nosso Senhor deixa uma dúvida se quando retornasse encontraria Fé ainda, logo essa possibilidade é possível. De forma que com o máximo respeito, que devemos ter a Hierarquia da Santa Igreja, não podemos nos apoiar nesse fluxograma em detrimento da Verdade. Se Pedro batiza, é Cristo que batiza; se Judas batiza, é Cristo que batiza. Se Pedro nega, não é Cristo que nega, se judas trai, não é Cristo que trai. Aí está a Pedra, que Nosso Senhor fundou a Sua Igreja. Permanece íntegra, atemporal, não se rende ás modas, ao tempo e ao espaço. É sempre a mesma. Como professamos na Doxilogia do Glória ao Pai, infelizmente modificada pelos modernistas: “Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo. Assim como era no princípio, agora e sempre, por todos os séculos, dos séculos. Amém”

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  7. Padre e ex-Jesuíta Malachi Martin é um religioso que conheceu os Segredos de Fátima bem como as tramas políticas do Vaticano. “Windswept House” (a casa varrida pelos ventos), do Padre e ex-Jesuíta Malachi Martin é um livro excepcional. Trata-se de uma obra “faction”, uma mistura de fatos reais e ficção, de quem conhece bem os meandros da política do Vaticano.
    Sugiro a leitura por todos. Fala da infiltração satânica “intra muros” do Vaticano…
    Disponível a resenha da obra:
    http://www.montfort.org.br/bra/cadernos/religiao/casa_varrida_ventos/

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  8. Um dos melhores debates que já vi, ou melhor, monólogo de Michael Davies.
    Michael argumentou com clareza, humildade, sem ironias e com a simplicidade e convicção que todo católico, ciente de possuir a verdade, por misericórdia de Deus, tem. Realmente, um grande intelectual que abrilhantou a Igreja. Que Deus dê a ele o eterno descanso!

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  9. Na Missa Tradicional o celebrante e os fiéis estão voltados para Jesus Cristo que, em silêncio, contemplamos na Cruz à exemplo de Maria Santíssima e S. João Evangelista no Calvário. Participamos realmente do Santo Sacrifício da Missa se em silêncio meditarmos na Paixão e Morte de Jesus. Mas para isso é preciso fé viva! Eis a questão!…
    A própria Liturgia da Santa Missa de Sempre deve ser bem estudada para ajudar nesta meditação. Como explica Santo Tomás de Aquino, todas as cerimônias e todas as orações nos conduzem ao Calvário.
    A Missa de Paulo VI não é herética nem inválida mas ambígua, omissa e daí dá espaço e ensejo para interpretações protestantes.
    Nunca podemos perder de vista que a Santa Missa é um mistério. Sem fé é impossível participar realmente do Santo Sacrifício do Altar.
    Quanto mais se banaliza um mistério mais se perde a fé no mesmo. Este é o fruto do Concílio Vaticano II.

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    1. “A Missa de Paulo VI não é herética nem inválida mas ambígua” e a Igreja católica sempre teve e sempre terá, por recomendação de Seu divino Fundador, HORROR e AVERSÃO as quaisquer tipos de ambiguidades, fugindo destas como quem foge de uma serpente.

      Sim, sim; não não.

      Fuge, si non vis perire (Augustinus)

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  10. Muito bom debate.
    Só não gostei da parte em que Michael Davies diz que distribuiu biblias para seus alunos.
    Melhor fosse que distribuisse catecismos de São Pio X ou o de Trento.

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  11. Essas mesmas questões são abordadas pelo Padre Calderón numa pequena mas excelente obra chamada “O problema da reforma litúrgica”. Não acho que seja uma leitura muito “popular”, por assim dizer, assim como o debate aqui reproduzido também não foi. Mas para quem quer se aprofundar e se assegurar em suas convicções, acho altamente recomendável.

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