Divididos! O cisma da Montfort: Zucchi versus a viúva Fedeli.

Por Catarina Maria B. de Almeida | FratresInUnum.com – 2 de julho de 2018

Os espólios de Orlando Fedeli continuam a ser divididos. Agora, Alberto Zucchi, presidente da Associação Cultural Montfort, racha de vez com a viúva Ivone Fedeli, a temida Senhora Dona Ivone, diretora do Colégio São Mauro.

Distantes há um bom tempo, agora se separaram de vez, cada qual com seu clero: Zucchi, servido pelos padres do Instituto do Bom Pastor (IBP); Ivone, por Pe. Edvaldo Oliveira, da diocese de Ciudad del Este, o qual, apesar de não carregar o sobrenome Fedeli, foi “adotado” por ela como seu filho.

O motivo da querela? A participação de Ivone Fedeli e suas consórores na Celebração da Palavra oficiada por Dom Odilo Scherer, na abertura do sínodo arquidiocesano de São Paulo. A ela, não foi concedida a mesma tolerância que Zucchi deu a si mesmo quando convidou dom Odilo para pregar Amoris Laetitia no congresso da Montfort, ou que concede a padres do IBP, que reconhecem, sem nenhuma cerimônia, assistir a Missa no rito de Paulo VI quando necessário (por exemplo, o Padre Paul Aulagnier, incensado pelos membros da Montfort como grande combatente da Tradição). 

O leitor pode conferir a aula completa de Alberto Zucchi no próprio facebook da Associação Cultural Montfort ou pode também escutar apenas o trecho abaixo, que recortamos da aula.

Para facilitar a compreensão, transcrevemos alguns extratos da fala de Alberto Zucchi:

“Algumas pessoas que se dizem da Montort foram nessa ocasião. É claro que não me pediram licença pra ir. Eu não posso impedir, eu não posso amarrar ninguém na cadeira. Mas evidentemente essas pessoas fizeram muito mal e fizeram contra a direção da Montfort. Se eu tivesse possibilidade, eu teria impedido. Segundo, foi feito de forma oculta, porque isso aqui ficou-se descobrindo (sic!) por mero acaso: uma parente de uma pessoa nossa filmou e nós fomos atrás; porque, se fosse, possivelmente, por essas pessoas, isso daqui, de fato, nunca teria sido divulgado. Então, isso daqui foi uma coisa escondida e condenada pela direção da Montfort”.

“Esse ato foi condenado pela direção da Montfort e, quando oportuno, isso será publicado no site. Isso foi condenado. Estão contra todos os princípios da Montfort porque, em primeiro lugar, por todas essas razões (sic!); em segundo lugar, porque o Professor (Orlando Fedeli) sempre condenou essas porcarias. Se o Dom Odilo disser pra nós que vai acabar a Missa antiga em São Paulo, a não ser que a gente vá na Liturgia da Palavra, eu vou dizer pra ele: pode encerrar! Eu (sic!!!) vou mandar o Pe. Tomás embora. Eu vou chorar, eu vou me despedir do Pe. Tomás chorando e vou dizer pra ele ‘até logo’”.

“Eu escrevi para a pessoa que exercia uma liderança ali naquele local, perguntando pra ela: ‘quais são as razões que te levaram praquela (sic!) situação?’, e argumentando. A pessoa não respondeu, não me respondeu, e disse pra outro que ‘eu não tenho obrigação de responder pro Alberto’. É claro que ela não teria, mas, como ela se diz da Montfort, ela passa a ter. Afinal de contas, então… que associação é essa?”

“Eu recomendo pra vocês assistirem o vídeo do sínodo, que é um vídeo de duas horas e quarenta minutos”. D. Lúcia Zucchi exclama, com voz de dor: “Ah, não! Não! Não!”. Alberto Zucchi prossegue: “Podem pular de vez em quando, mas eu recomendo assistir o vídeo do sínodo pra vocês entenderem bem o que é a Liturgia da Palavra, que a gente tá brincando aqui, mas vocês verem como é que é lá. E depois tem o sermão do Dom Odilo. Eu recomendo pra vocês ouvirem com atenção a descrição que ele faz da situação da Igreja aqui na Diocese. É trágica! É trágica! Ninguém reza, ninguém comunga, ninguém confessa, ninguém conhece nada, não tem vocações. Qual é a solução que ele dá? ‘Ah, se reúne todo mundo entre as paróquias pra perguntar quais são os problemas’. Quando você não quer dar solução pra uma coisa, você convoca uma reunião. (risos) Mas não tenha dúvida! O jeito mais eficiente para não dar solução pra uma coisa é convocar uma reunião”.

Numa postagem posterior no Facebook, um leitor se queixa das “freiras da Montfort” (sic!) que participaram da Celebração da Palavra. A página respondeu que “em vista do questionamento a respeito da participação de membros da Montfort em celebração da ‘Liturgia da Palavra’, esclarecemos que na segunda aula do atual ciclo de palestras sobre a Nova Liturgia este assunto foi abordado. Nesta ocasião foi informado que os que compareceram naquela celebração o fizeram à total revelia da direção da Montfort e que, questionados sobre o seu procedimento, permaneceram em silêncio sem apresentar nenhuma explicação. Ademais, todos os que lá estiveram, deixaram voluntariamente de frequentar a Montfort”. Perguntada por outro leitor se a Sra. Dona Ivone não fazia mais parte da Montfort, respondeu-se: “isso mesmo, ela não faz mais (parte)”.

A propósito, d. Ivone acaba de fundar, sob as bênçãos de Pe. Edvaldo, uma espécie de ordem religiosa feminina dedicada a Santa Escolástica, o que teria contrariado grandemente o espírito laical de Alberto Zucchi, que só permite alguma clericalização se for debaixo da égide do IBP. Ao fim, esse parece ser o cerne da disputa: a iniciativa de Ivone de fundar uma comunidade religiosa distante do raio de influência (ou seria do governo?) de Zucchi e de seu IBP, buscando diretamente o reconhecimento da Arquidiocese de São Paulo, sem se sujeitar à “liderança” do presidente da Montfort.

Ironias da vida. Décadas atrás, o hoje Mons. João Clá Dias indispô-se com o grupo dos veteranos da TFP exatamente pelos mesmos motivos: tendo começado um apostolado com mulheres, intencionava criar um ramo feminino, um projeto de vida religiosa para as moças que desejassem viver a espiritualidade de Plínio Corrêa de Oliveira. Estabeleceu-se a contenda e o cisma consumou-se. A TFP continuou pelo caminho laical, e João Clá seguiu pelo seu.

Agora, a história se repete nesses que um dia militaram nas fileiras da TFP e depois se puseram em oposição a ela. Vivem não apenas para criticar Plínio, mas também para, nos fatos, imitá-lo.

Não sabemos de que modo terminará esse embate. O que se diz é que Ivone-Edvaldo seguem sendo um ramo mais puritano e rigorista da Montfort; e Zucchi-IBP um ramo, digamos, mais liberal, ao menos do ponto de vista dos costumes. Contudo, a narrativa de Zucchi no vídeo mencionado se pretende oposta a essa leitura: Ivone seria concessiva ao progressismo, por causa da Celebração da Palavra; e ele seria mais fiel ao seu defunto marido que a própria viúva.

O colégio, porém, não sabemos como ficará. Possivelmente seja objeto de disputa. Ignoramos! Diz-se, porém, que Alberto Zucchi fundará seu próprio colégio — algo bastante razoável para quem se apresenta sempre com o título de “Professor”, apesar das graves dificuldades para escrever simples artigos.

Fato é que o assunto começa a ser amplificado para fora dos muros misteriosos da Montfort. E não poderia ser diferente! Ficar-lhes-ia mal um exagerado segredo. Poderia ocorrer a alguém a ideia de que eles são gnósticos — Deus nos defenda!

Burlesca ou não, eles não deixam de ser uma reprodução do modelo ao qual, querendo tão veementemente negar, acabam por retro-afirmar inconscientemente: não conseguem senão ser uma tentativa de rascunho do Plínio Corrêa de Oliveira.

Será que as novas “religiosas ivonianas” também usarão botas ou se contentarão com uma sandália preta de croques e um meião branco, tipo de futebol?…

TFP-Arautos, Montfort-São Mauro, paralelos interessantes de grupos que, um dia unidos, terminaram divididos!

96 comentários sobre “Divididos! O cisma da Montfort: Zucchi versus a viúva Fedeli.

  1. É impressionante como não deixam de comentar e falar sobre a TFP e etc. Até mesmo na contenda “burlesca e gnóstica” deles e brigas internas, não cansam de citar a obra de Plinio Corrêa de Oliveira. Até os vermes quando estiverem comendo suas carnes debaixo da terra, falarão de Plinio Corrêa de Oliveira, valha-me Nossa Senhora. Que Deus tenha misericórdia de todos.

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  2. Sabe aquelas velhas fofoqueiras que sentam em cadeira de macarrão na porta de casa pra falar da vida alheia? É esta a substância de TODOS os movimentos tradicionais que vi aqui no Brasil, TODOS, sem excessão. Digo do que EU VI. É por isso que o efeito destes movimentos na sociedade brasileira é absolutamente NULO.

    O professor Orlando Fedeli era um homem culto e muito bem humorado, adoro as aulas dele que vi no Youtube e suas entrevistas de rádio, sempre aprendi muito e dei muita risada. Já dos seus seguidores só ouço intrigas e fofocas. E não só deles, vejo a mesma coisa em todos estes movimentos mais tradicionais. É TRISTE!

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    1. Senhor Anderson, eu sou fiel da fraternidade e nunca vi isso por lá.
      O senhor é de Florianópolis? Não deve conhecer a FSSPX então, lá essas coisas não existem.

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    2. Gustavo Debiasi, não vou nem comentar o que já ouvi de fiéis da FSSPX falando sobre a Administração Apostólica que é pra não deixar esse post pior do que já está. Dizer que não há fofoca na FSSPX é fazer como aquele presidente do Irã que disse que lá não tem gay.

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  3. 1-) Ele tem o que nas mãos? Um rosário ou uma “bolinha de gude”? (“atos, gestos, etc.”)

    2-) Agora o problema com o Prof. Plínio Correa de Oliveira é a Catarina Emerich? Tão elogiada por Mons. Delasuss (Editora Castela, p. 491)? Não era a gnose?

    3-) Interessante que os “trados” criticam a TFP de Dr. Plinio (que infelizmente não existe mais), mas querem ser igual a TFP. Ora, porque não reconhecem de vez a alta vocação do Prof. Plínio?

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  4. Interessante notícia!
    Acho que um dos poucos méritos que o Orlando Fedeli teve na vida foi o de catalizar e manter no cabresto a ala mais ‘recalcada’ e furibunda dos tradicionalistas. Mesmo que com comportamento pouco equilibrado, ele era uma espécie de líder, e quando o líder fala os outros se calam. Assim, ao menos a voz raivosa era uma só.
    Agora sem ele, não há nada que segure esse pessoal.
    Estão dando tiros para todos os lados, e agora até contra si mesmos.
    Para quem conhece, sabe que provavelmente essa guerra não terá trégua nem quartel.

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  5. Enquanto esses grupinhos radicais e sectários continuam se dividindo, a Administração Apostólica São João Maria Vianney continua preservado a tradição e crescendo a cada dia.
    Doa a quem doer.

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    1. Desculpe, padre. Eu gosto da Administração e admiro a ideia inicial, mas o que anda acontecendo ali está bem longe de preservar a tradição. A Administração está apenas “atrasada” na crise modernista com relação ao resto do mundo. Sem dúvidas, algo muito positivo, mas se continuar seguindo o mesmo caminho que seguimos, terá o mesmo fim.

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    2. Quem cresce cada vez mais é a nossa querida FSSPX, que já conta com 650 Sacerdotes em todo o mundo, e ainda teremos mais ordenações esse ano. Administração Apostólica já está em decadência a muito tempo, todo mundo já percebeu isso.

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  6. Então o Zucchi quer que a viúva do FUNDADOR da associação que hoje ele, tão miseravelmente, lidera peça a ELE permissão para fazer as coisas e dê satisfação de atos que faz?

    Depois acusa a TFP de seita. Farinha do mesmo saco. Saiu da TFP, mas pelo visto a TFP não saiu dele.

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  7. Recordo que há uns três meses tive contato com mais uma polêmica criada pela Montfort-Zucchi, dessa vez contra um tal Prof Donato Rosa, que estaria com fama de santidade e teria ligações com o Pe Paulo Ricardo e Olavo de Carvalho. Para não perder o costume, nesse ataque a Montfort também deu um jeito de mencionar a sua sempre querida TFP e Arautos (eles são definitivamente obcecados por essas duas entidades).
    E agora eis que fico sabendo que a Montfort, qual um ‘zumbi’ institucional, está brigando também contra suas próprias entranhas.

    É a perfeita fidelidade ao espírito do criador Fedeli, que, segundo brincam, ‘encontrava heresia até na própria sombra’.

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  8. Matéria tendenciosa e sensacionalista, uma pena, pois gosto deste blog.
    Como sabem, a Montfort não imita ou tenta imitar a TFP, longe disto, procura ensinar aos participantes o que é a Fé católica e o mal das seitas, ditas católicas, mas que escondem seu verdadeiro objetivo, como a TFP, Arautos do Evangelho, etc … Leiam o livro do Professor Orlando a respeito.
    Com relação a Dona Ivone, muito me alegra que tenha fundado uma ordem religiosa dedicada a Santa Escolástica, precisamos do exemplo, e trabalho, de Santas Mulheres. Quanto ao Colégio São Mauro, a escolha da ordem religiosa é uma dica …

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  9. Não sejam inclementes com o Alberto Zucchi. Ele é, de fato, o verdadeiro “legado Montfort”, e ele segura enquanto dá o bastão transferido pelo seu querido professor, tal como o esportista que segura o bastão do esqui aquático. Na verdade, mesmo que morto, Fedeli levou o seu barco a águas tumultuosas, e o bravo Alberto vai ultrapassando as ondas que o seu inconstante timoneiro deixou. Vê-se na contingência de propagandear o livro-denúncia contra a TFP, que é tudo, menos livro-denúncia. É até uma fortíssima propensão do autor em querer revelar sua erudição, mas que teve o condão de “desrevelar” o que queria revelar. O arrojado timoneiro deixou uma estranha relação com o clero, que o pupilo teve que administrar, mesmo sendo incompreendido pelos outros pupilos. E Zucchi herdou a incrível capacidade do timoneiro-mor em produzir botins, pois desde lançamento de seu barco a defecção fez sempre membros fluírem para fora por desavenças com o seu capitão, inclusive o Wagner, irmão do bravo Alberto. É certo que o capitão, a despeito da liderança apontada pelo Sr. Eduardo acima, conseguia rapidamente produzir insatisfação na sua tripulação, como aquela, em nau pirata, que rebelou-se contra o “brodosky”, epíteto para um grupo privilegiado que resultou na rebelião de outro grupo discriminado, capitaneado por João Clá, que afundou em definitivo o Saint Malo. São histórias que contavam no Sagres.

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  10. O redator foi infeliz ao comparar o São Mauro com os arautos, coisa que não tem nada a ver!
    Mas como diz o ditado: enquanto os cães ladram a caravana passa! Mas a caravana não é de zumbis plinianos e sim de militantes da Santa Madre Igreja.

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  11. Desabafo
    Caros amigos, nem imaginam o que se sofre num país, como Portugal, em que se alinha com o Modernismo e se avança em heresias, atrás de heresias, no mínimo “cripto-heresias”. Não quero, nem pensar em “beber” em fontes contaminadas, que são as homilias e as “Pastorais” que grassam, virulentas, por aqui. É uma desgraça. Todos se calam ou, pior, seguem as ideias. É horrível a sensação de não ter um director espiritual que nos dê uma ajuda e um pouco de paz. Todos pensam que a verdade está só na “misericórdia”. Misericóoorrrdia!!! Que deserto!!!
    Por isso este blog tem sido uma preciosa ajuda e conforto.

    Contudo, custa-me a entender!! A Tradição (não o tradicionalismo…os ‘ismos’ possuem sempre uma conotação pejorativa), deveria estar unida, agora mais que nunca. Eu própria me identifico, na defesa da Verdadeira Fé!
    Não conheci o Dr. Plínio Correia de Oliveira…unicamente sei que foi um acérrimo defensor da Tradição e perseverante opositor do CVII, ou da corrente que derivou do referido Concílio…e sei que fundou as TFPs. Daí vieram os Arautos do Evangelho que estão radicados, em Portugal, dos quais conheço alguns;

    Ainda, em vida do Fundador tomei, também conhecimento do trabalho da Montfort e do Prof Orlando Fedelli. Reconheci, nele o que me parecia ser um bom católico. Li vários artigos do próprio e várias respostas às cartas dos leitores. Realmente eram respostas muito elaboradas e com elevado sentido de humor. Tive imensa pena, quando faleceu. Ainda hoje assisto a alguns vídeos de formação e catequese. Por outro lado aproveitei bastante, no que concerne às aulas sobre o Tratado de S. Luís de Montfort, algumas muito elucidativas, da Prof Ivone, para o meu trabalho de Formação nas Consagrações, a Nossa Senhora;

    Na verdade, já nesse tempo havia um notório desconforto, entre uns e outros. Parecia-me vislumbrar muitas mágoas da parte do Prof, Fedelli.
    Li uma resposta bastante contundente ao Prof Felipe Aquino, sobre a aceitação deste do CVII, no início da Comissão Ecclesia Dei.
    Frequentemente li sobre a forma como o Prof. falava sobre o trabalho da FSSX.
    Bom, naquela época, tudo era novo para mim, porque em Portugal nunca vi ninguém a questionar um Bispo, nem um Concílio, muito menos um Papa! Pelo contrário tinha a ideia de que Mons. Lefebvre era alguém muito “perigoso”, contra a Igreja, o que muito bons católicos, ainda hoje consideram;

    Entendi um pouco, melhor esta questão desde a publicação do Summorum Pontificum, do levantamento da excomunhão dos Lefebvristas, bem como toda a postura de Bento XVI, no tocante à Santa Missa anterior à de Paulo VI.

    Foi muito complicado para mim, porque gostava da posição de todos, pelo simples facto de defenderem a Liturgia, condenarem o Modernismo, etc.
    Ao mesmo tempo ficava aqui me questionando porque havia tantas críticas.

    Uns acusavam os outros de cismáticos…outros falavam que o Prof Orlando era mentiroso. Um outro vinha e afirmava que Felipe Aquino era idiota. O Prof Orlando afirmava que nos Arautos havia uma “costelinha” da Gnose.

    Ainda hoje fico confusa porque, nem sempre os católicos se revelam coerentes, nas afirmações e nas opiniões. Talvez, a nós católicos nos falte maturidade. A mim, sobretudo, que me reconheço ignorante, em muitos assuntos, ligados à tradição.

    Penso que deveríamos, apenas denunciar o que é erro e que prejudica a Fé. De resto todos temos que reconhecer o trabalho positivo dos que procuram a verdade. São muitos “personagens” nesta história e preciso de muitas “aulas” para os identificar. Está difícil. Como eu gostaria que todos fossem uma família unida…me ajudem a entender um pouco mais do trabalho positivo de todos.

    Continuo a precisar de vós, como exemplo. Apenas peço que sejam sempre fiéis à Verdade. Por vezes penso que nos falta um pouquinho mais de humildade! Me perdoem, sobretudo pela minha ignorância e pelo desabafo.
    Sempre vossa, no Senhor!
    Maria Ribeiro

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    1. Desabafo…

      Boa tarde, irmã em Cristo, Maria R.

      Vou começar por dizer e citar:
      “Quando um diz: «Eu sou de Paulo» e o outro: «Eu sou de Apolo3,4 Ver 1,12.», não acham que estão a julgar por critérios mundanos? … Na verdade, nós somos companheiros de trabalho ao serviço de Deus e vocês são o seu terreno de cultivo e construção.” 1Cor (3,4;9).
      De facto, toda a divisão e mentira são do Diabo, e nós, católicos, não podemos cair nessa!
      Antes de tudo, e acima de tudo, não somos carismáticos, renovadores, conservadores, TFP, etc., etc., somos de CRISTO!!!
      E este, é o princípio que nos deve nortear e guiar.
      Andarmos uns contra os outros apenas dá razões e argumentos a quem foge da Fé, a quem quer cair nos braços dos protestantes, a quem quer negar a Deus.
      NÓS SOMOS CATÓLICOS!!! NÓS SOMOS UMA FAMÍLIA!!!

      Posto isto, quero dizer a Maria Ribeiro que também sou Português!
      Também sinto o mesmo que ela sente. Aqui em Portugal (e na Europa) os ensinos de Cristo estão destruídos. Não há Fé!
      Os Padres e a Igreja católica, que deveriam ser os guardiões da Fé, “venderam-se” ao modernismo, ao politicamente correcto, à teologia da libertação, à apostasia geral e total.

      Por isso, também eu, tal como a Maria Ribeiro, quando leio estes sítios da Internet, os vídeos e as opiniões destas organizações, onde se pretende valorizar e conservar “a sã doutrina” e os valores da Tradição e do Evangelho, é uma lufada de ar fresco que me entra pela janela da minha alma..
      OBRIGADO, A TODOS, POR ISSO!

      Como tal, é muito triste (e muito mau para a Igreja) ver estes grupos a “lutar” e a falar mal entre si…
      Isso é obra do demónio e é a sua vitória! (Não é a nossa…)

      Por isso, peço-vos que ultrapassem e conversem sobre os vossos problemas, divisões, mentalidades e formas de ver e de viver a Fé. Poço-vos isso, como Cristão e vosso irmão na Fé.

      vou orar pela unidade da ICAR, incluindo pelo nosso Papa (apesar de não gostar dele e sentir que ele está a estilhaçar a Igreja, a dividi-la e a querer afundá-la…). Contudo, se for pela divisão, sou do inimigo. Por isso, mantenho-me dentro e, por dentro, trabalharei para a (necessária) mudança de volta à Tradição e ao Evangelho.

      Maria Ribeiro, foi um prazer conhecê-la e quando quiser falar comigo, terei todo o gosto em partilhar pontos de vista.

      Termino com mais algumas preocupações:
      Aqui em Portugal (e na Europa) a maçonaria manda em todo o lado, e as ideias liberais (livre aborto, livre divórcio, identidade de género, mudança de sexo aos 16 anos, eutanásia, direitos dos animais já estão acima dos direitos do Homem ou da criança, laicismo atroz, censura – não se pode abrir a boca e falar sobre estas questões, …, etc., etc., etc.) estão por todo o lado e na ordem do dia.
      A maçonaria, inclusive, já está a estender os seus tentáculos na própria Opus Dei (imagine-se!!!)…

      Querem saber as últimas???
      Pois bem, já há um movimento que afirma que “O Batismo em crianças viola os direitos fundamentais da Criança e precisa de ser abolido”.

      Estamos mesmo no “fim dos tempos”. Já Cristo nos prevenia: “Quando porém vier o Filho do homem, porventura achará fé na terra?” (Lucas 18,8).

      Porém, a nossa esperança está no alto (e é nisso que devemos pensar):
      Nossa Senhora disse à irmã Lúcia de Jesus, em 13 de outubro de 1917, em Fátima – Portugal: “E, no final, o Meu imaculado coração triunfará”.
      Também João viu “Os novos céus e a nova terra” (Ap. 22), e Cristo nos deixou a bela mensagem: “edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela” (Mateus 16,18).

      Até lá, irmãos, temos de permanecer unidos, pois o inimigo é só um… (e não é dos nossos!!!…).

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    2. Amada irmã em Cristo Jesus, suas palavras são brilhantes e espelha toda minha angústia.
      Sinto exatamente o mesmo.
      O “Diabolo” está tendo muito sucesso em sua empreitada.
      Deus te abençoe e nos dê luz para não cairmos no erro.
      Abraço fraterno.

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    3. Tive a graça de conhecer e receber em minha casa o prof. Orlando Fedeli.
      Eu o tinha e sempre o terei como um amigo.
      Entristece-me ver o que está acontecendo com a Montfort e com a Igreja em geral. Está mais que claro que tudo isso é fruto da grande crise de uma Igreja sem um bom pastor, governada por mercenários amasiados com os lobos. Lembro de o Prof. Orlando acusar Dr. Plínio de criar uma seita secreta para venerar a alma de sua própria mãe, com alusões a Plínio, como uma espécie de divindade. A criação da seita Sempre Viva, nunca foi negada pelos seguidores do dr. Plínio (pelo contrário, confirmou-se publicamente e eles ainda a defenderam alegando ser uma prática “conforme a Tradição da Igreja”). Sempre me assustei com as rixas entre os grupos, e preferi não tomar partido, até no caso da FSSPX e do texto do Padre Joel Danjour. Tentei entender a questão mas não consegui descer a tais níveis de detalhamento nas normas canônicas, nas teses etc. A verdade é que devo minha conversão ao trabalho do prof. Orlando, com todo respeito à FSSPX. Eu sequer sabia o que era Tradição. Nunca tinha lido uma encíclica de um Papa. Apesar de eu sempre ter frequentado a Igreja, ela me parecia mais como um clube social. para confraternização entre colegas. Com sua linguagem bem-humorada e didática, consegui compreender bem princípios fundamentais da Fé, que nunca eu havia aprendido. Nem na Crisma.
      Rezo pela alma do Prof. Orlando. E espero muito que um dia isso tudo acabe.

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  12. Que pena é isso de querer achar que o movimento é importante para Igreja, em vez de ter em mente que é a Igreja que é importante, ou melhor, essencial para o movimento. Independentemente de ser Administração Apostólica, IBP, Montfort l, TFP, FSSPX, dominicanos, beneditinos etc, o que importa é que a Sã Doutrina e a Missa Tradicional sejam divulgadas, para maior glória de Deus e salvação das almas. Infelizmente, muitos preferem divulgar o movimento, aí já viu no que dá.

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    1. Acontece exatamente o contrário disso entre nós da Administração Apostólica. Todos os movimentos e grupos tradicionais nos criticam pelo simples fato de que somos CATÓLICOS, não rejeitamos o Concílio não falamos mal do papa e nem queremos impor nosso modo de pensar e nossa liturgia e tradições. Não fazemos corrida para saber quem tem mais padres, estamos presente como irmãos naquilo que é justo e necessário na única Igreja de Cristo.
      Essa é a verdade.

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  13. Não é adequado comparar um grande líder católico, intelectual e homem de ação de renome internacional, de ortodoxia e conduta ilibadas, com uma longa folha de serviços prestados à Igreja e à Civilização Cristã e várias obras escritas e nunca refutadas – uma delas elogiada pela Santa Sé como sendo um “eco fidelíssimo de todos os documentos do Magistério da Igreja” –, como foi o saudoso Prof. Plinio Corrêa de Oliveira, com pessoas que, após uma longa convivência com ele, não foram capazes de resolver os próprios problemas internos de alma, os quais elas, a partir de determinado momento, procuraram então justificar dizendo a quem tanto deviam: “Tua culpa, tua culpa, tua máxima culpa!”.

    Estes foram bem os casos dos dois dissidentes da TFP, os quais constituíram seus respectivos grupos e que agora digladiam entre si – e também internamente –, mas cujo denominador comum é o multifacetado e constante ataque que ambos movem contra a velha árvore da qual se destacaram (e cujo nome um deles chegou a usurpar), mas que permanece hoje altaneira sob a égide do Instituto Plinio Corrêa de Oliveira.

    Seguindo o exemplo do Dr. Plinio, muito ainda nos resta fazer em prol dos interesses da Santa Igreja, da Civilização Cristã e do Brasil. Temos um longo passado de luta, e um futuro ainda maior, pois, como ele certa vez escreveu: “Estou certo de que os princípios a que consagrei a minha vida são hoje mais atuais do que nunca e apontam o caminho que o mundo seguirá nos próximos séculos. Os céticos poderão sorrir, mas o sorriso dos céticos jamais conseguiu deter a marcha vitoriosa dos que têm Fé”.

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  14. ” Quem cresce cada vez mais é nossa querida FSSPX, com mais de 650 sacerdotes pelo mundo”. A FSSPX realmente tem bons padres e um bom trabalho, mas se houvesse 650 padres bem formados, só no Brasil, ainda seria muito pouco. Em 2010, havia mais de 22 mil padres no Brasil. Não bastasse a má qualidade do clero, aproxima-se a possibilidade de haver padres casados e diaconisas. Isso sem falar no sínodo dos jovens, daqui a pouco, que oficializará de vez toda a permissividade imaginável.

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  15. Estou muito triste com toda essa confusão, no fundo não passa de um grande mal entendido. Espero que se resolva. Salve Maria!

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  16. Não pude deixar de dar boas risadas, ainda mais com a parte final do artigo (se elas também usarão botas ou se contentarão com meiões de futebol….simplesmente rachei de rir).

    Achei que no momento presente o foco da Montfort estaria em obter a sonhada reprimenda eclesiástica contra os Arautos do Evangelho. Soube que eles foram atrás dos bispos membros da visitação apostólica, com intuito de reforçar argumentos para queimá-los (o próprio Zucchi narrou isso numa palestra).
    No entanto, eu jamais imaginaria que ao mesmo tempo estariam com uma barafunda interna (e agora externa) desse naipe.

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    1. G.Fonseca, eles realmente não escondem que estiveram em contato pessoal com visitadores dos arautos, e inclusive vi um amigo montfortiano dizer que “o bispo de Porto Alegre mostrou visível simpatia pelo nosso lado”.
      Quanto às querelas envolvendo Dom Odilo, tudo não passa de jogos de interesses, pois no fundo todos sabem que tanto Zucchi quanto a viúva querem a amizade dele apenas até o estrito limite que serve seus próprios objetivos.

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  17. Se parasse por aí!
    Soube que nas terras longínquas de Manaus/AM, tanto Montfort, na pessoa de Alberto Zucchi, quanto Fraternidade São Mauro, representada pelos frequentes visitantes dona Ivone e pe. Edivaldo, que lá parecem bater cartão, estão doutrinando grupos, “radtralizando” mentes, l’intolérance et le sectairisme à la française.
    A Congregação Mariana de lá foi o último alvo e onde o padre Edivaldo teve mais sucesso. Conseguiu até se tornar diretor espiritual do grupo. E desde então já provoca divisão entre os membros, incrível. Puritanismo e rigorismo é o que há, denuncia gente que vê de perto os ataques aos que deixam a barba crescer, que usam jeans e camisas de mangas curtas, que calçam sapatênis ou sapatos femininos abertos. A reprovação recente é quanto ao uso de suspensórios (risos). Se vai pro lado do entretenimento, seja literatura, audiovisual ou seu futebol na quinta e torcida na Copa, a coisa fica inacreditavelmente restritiva.
    Nada obstante, Alberto Zucchi, por sua vez, teve seus interesses frustrados quando um outro grupo manauense cortou relações. Tentou também aulas online individuais e até chegou fazer visitas.
    O que há com esse pessoal?
    Conheço pessoas de dez, quinze anos de casa/convivência e que alegam terem chegado à maturidade reconquistando a sanidade, pondo fim às influências mais menonistas que católicas, que condicionam o uso da razão com manipulação e hipervigilância, recortes de fatos e interpretação tendenciosa e escólios de corar jansenistas.
    Assim que se faz tradicionalismo no Brasil.
    Pobres garotos que se consideram tão inteligentes e são tão bobos sendo impingentes. Sim, porque a juventude é tola e presunçosa. Nisso até o papalvo Olavo acerta.

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    1. Que absurdo.
      Você tem ideia se seguem algum pensamento, cartilha a la française?
      Poderia me indicar para me precaver dessa gente?

      Grato.

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    2. Será que li direito? Estas a reclamar pq desaconselham a torcer por jogos na copa??? Rsrsrs….Inacreditável.

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    3. haha, Rickson, inacreditável é ser mera ovelhinha de grupos que só faltam se autodenominar “os puros”. Sai pra lá com seu binarismo maniqueísta.

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    4. Nilson eu sou de manaus e conheço bem o trabalho que a congregação mariana faz aqui, embora não seja membro. Você está muito errado! É por causa do trabalho deles que temos missa tridentina na cidade, e nunca vi pessoas mais amigas e dedicadas! Percebe-se que você fala essas coisas por questão pessoal, sem nem saber do que está falando. Maledicência é pecado!

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    5. Prezado Antônio Aquino, não há maledicência. Mas os maledicentes destas seitas não dão trégüa!
      Parabéns à Congregação Mariana.
      Sem embargo, uma ligação tão íntima com pessoas que são ou já foram da Montfort não poderia ficar só na promoção do bom Catolicismo. Esta, sim, é minha opinião pessoal.
      Destarte, perceba você que não falo da Congregação, mas da conseqüência que depreende da influência supracitada e, como não poderia deixar de ser, das observações de integrantes entristecidos que lá participam e que, por ocasião da vida, chegaram até mim. Relatos de membros. Que congregam. Que vêem de perto.
      Sendo de Manaus, apenas advirta-os para não enviesarem para o farisaísmo, onde pra quase tudo só há uma maneira de ser, de fazer, de conhecer. Isso, em qualquer canto, causa divisão, mágoa e até doenças.
      Vou adotar a expressão do sr Luca Nascimento: cuidado com o “binarismo maniqueísta”. Os puros só existirão no Céu.

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    6. É fácil pegar um comentário qualquer de uma pessoa insatisfeita para vir aqui fazer acusações sem o menor fundamento. Leia seu primeiro comentário e veja com quanto veneno você fala do que nem conhece por um disse-me-disse

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    7. Gozado que é Aquino, que não é Tomás, quem não conhece nem um nem outro e sai a defender só porque gosta da Missa Tridentina, gosta de pessoas amigas e gente dedicada. Estava acompanhando e resolvi comentar e fazer parte do disse-me-disse: Pois eu fui da Montfort, tinha um filho no colégio deles e assino embaixo o que o Nilson está dizendo. Veneno não moço. Verdade pura. Bah, todo mundo já sabe disso! Mas o moço que não frequenta nem lá nem cá é que tá certo! A lista de restrições impostas são tremendas. Experimente tentar algo diferente e logo silenciosamente vais sendo excluída, olhada de cima como uma estranha. E se continuar a tentar conversar é tida como idiota. Meu esposo demorou mas viu que lá não era sadio. Anos andando na linha e já estávamos ficando neuróticos. Tinha que aparecer sempre de cabelo preso e meias-calças; não podia ter Facebook nem assistir aulas do pe. Paulo Ricardo; se as crianças agissem como crianças, era porque eu não criava direito; me sentia fiscalizada.
      Não me admira que tenha mais gente sofrendo com isso. Onde a Montfort toca surgem intrigas. Fiquem o que é bom mas não imitem! E acho bom alertar mesmo! Eles falam tão mal dos outros e não se pode nem dizer umas verdadezinhas?

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    8. Antônio Aquino não conhece o suficiente para debater. Não consegue interpretar para defender. Não concebe sequer a possibilidade para não dar-se ao trabalho de compreender, pois tem um coração benevolente demais e ver algum erro no que lhe faz bem é-lhe de doer. Sabe, Antônio, eu vi muita coisa de perto também e posso atestar que a coisa chega até ser pior. Se na Congregação Mariana tá assim, sabem bem os insatisfeitos. E, sabendo o que sei, não me parece que o senhor Nilson Barroso esteja enganado. E se enganado está, é bom que os participantes abram os olhos porque coisas nesse rumo podem vir a ocorrer.
      Não é bíblico, mas “diga-me com quem andas e direi quem tu és”, e suas variações, sempre deverá ser levado a sério.
      Creio que todos são gratos às coisas boas que tanto a Montfort, quanto a Congregação, quanto os Institutos Católicos, Centros Culturais e demais apostolados (estes últimos, aliás, frequentemente difamados e não recomendados pelo primeiro) fazem acontecer, sem fechar os olhos pras falhas que possam ter.
      Assista ao vídeo deste artigo. Veja que dentro as pessoas não podem usufruir do livre-arbítrio.
      Ainda estou pasma.
      Exatamente a mesma coisa que aconteceu com Guilherme Chenta.
      Por isso a professora Ivone criou as iniciativas sob a inscrição Flos Carmeli…

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    9. Não estou falando nem de Montfort nem de São Mauro, sinceramente não estou nem aí para nenhuma das duas, estou falando do grupo da minha cidade que tenho certeza Nilson não sabe do que está falando

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  18. Apesar de tradicionalista, não faço de parte de nenhum grupo constituído. Por este motivo, me sinto a vontade para comentar sobre todos sem tomar partido de nenhum.
    Lendo este texto fiquei pensando em várias coisas. Uma delas é o Sr. Zucchi acreditar que ele tem (ou deveria ter) poder sobre as escolhas individuais dos membros da sua organização. Isso a meu ver é bastante irônico, uma vez que ele sempre criticou a centralização e o culto ao fundador dos Arautos/TFP. Ele está implantando o mesmo modelo na Monfort, ainda que implicitamente?
    Outra questão: desde quando surgiu essa animosidade com relação a dom Odilo? Pois até ontem o mesmo Zucchi convidava o arcebispo para palestrar no congresso da Montfort. Também quando foi para tratar com o arcebispo da aprovação do IBP na arquidiocese (que veio a se concretizar), o mesmo Zucchi parecia um entusiasta do arcebispo. Então não entendi mesmo isso de um dia dom Odilo servir e no outro não.
    Com relação ao colégio são Mauro, sei que a dupla Fedeli/Edvaldo há tempos está planejando dois novos institutos religiosos (masculino e feminino). O que obviamente depende de aprovação do arcebispo. Talvez isso explique a presença na abertura do sínodo.

    PS: Fratres, o texto me parece ter uma incorreção: o padre Edvaldo atualmente está incardinado na arquidiocese de São Paulo, como capelão do colégio são Mauro, como é possível ver no próprio site da arquidiocese. Até onde sei o padre Edvaldo deixou Ciudad del Este pouco depois do atual bispo que substituiu a dom Rogélio. Não só ele como outros religiosos tradicionais deixaram a diocese (fugindo? Expulsos?) após esse bispo assumir. As razões não são muito difíceis de compreender.

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    1. É a filha do líder da Montfort. Sugiro que ouça o vídeo dela sobre Tolkien, mostra bem a “profundidade” da coisa

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    2. Não me assustaria se fosse. Hoje em dia, muitos modernistas já se intitulam tradicionalistas.
      A Maçonaria vem conseguindo todos os seus intentos e Baphomet se fosse possível, arrastaria até mesmo os eleitos. 1Cor XVI,22

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  19. Engraçado é ver que a Montfort tem seu próprio Facebook… por volta de 2003, quando as mídias sociais começaram a se popularizar, Professor Orlando demonizou o Orkut (até com razão, penso eu) e muitos tiveram que deletar suas páginas. Agora, o Facebook (que seguramente é pior que o Orkut sobre vários aspectos), é usado pelos próprios seguidores do Professor Orlando que lá atrás também condenavam veementemente o Orkut…

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  20. O sr. Alberto Zucchi comete um erro primário de liderança: querer imitar, em tudo, o finado Orlando Fedeli. Por exemplo, quando Sílvio Santos morrer, um novo “Sílvio Santos” atirando aviõezinhos de dinheiro e gritando “ma oee!’ estará fadado ao fracasso. Se a Fé não muda, os dogmas não mudam, a liturgia não muda, ao menos o estilo do chefe deve mudar.

    Infelizmente não conheci Orlando Fedeli, mas já provoquei surto histérico tentando defendê-lo diante de pessoas que o conheceram. O finado professor gostava de “centralizar” as coisas em torno de si e fazia isso de uma forma mais ou menos natural, coisa que Zucchi tenta e não consegue.

    O poder que o sr. Zucchi aventa possuir é tal que quis rever o Decálogo: decretou que era “pecado mortal” participar do evento com Roberto de Mattei em São Paulo em 2013. Eu “pequei mortalmente” e “pecaria” de novo.

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    1. Verdade, lembro da “expulsão” do jovem Guilherme Chenta (por onde anda? gostava muito de ler seus escritos) por ter cometido o mesmo “pecado”…

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  21. Só existe um jeito de ser católico que é sendo fiel à Igreja e pronto. Quem precisa de meia dúzia de rascunhos rabiscados de seitas quando se tem 2000 anos de cristandade?! Melhor é ignorar essa gente pois diz o ditado árabe: os cães ladram e a caravana passa.
    Essa gente é uma caricatura grotesca do que é ser católico, ou pelo menos é o que se vê por tais atitudes e contendas. Uma matilha de lobos querendo devorar a outra.

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  22. A Montfort sempre foi um grande hospício de tradicionalistas, qualquer pessoa sã olha para aquilo e vê a loucura que ronda a cabeça e a filosofia da associação sectária.
    Já é motivo de piada em qualquer meio católico a gnose onipresente ou os hinos e músicas compostas por um brasileiro em português, traduzidas para o francês, para serem cantadas no Brasil.
    A Montfort é como a roupa da história do “rei nú”, só os inteligentes conseguem ver a gnose, só os inteligentes conseguem ver a coerência do IBP e assim Dr Abobrinha e a Viúva manipula o gado.Nenhuma pessoa de bem pode continuar por muito tempo nesse grande circo sem “gritar” como na história “o rei está nú”.
    Rezemos para que a Montfort siga funcionando, pois seria desastroso ver ela fechada e tantos loucos, maniacos, lunáticos, soltos.

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  23. A cegueira de espírito é incomparavelmente mais prejudicial aos homens do que a cegueira física. Torna-os minúsculos e contamina as suas obras. Leva-os a pecar gravemente contra o próximo, seja pela calúnia e detratação reiteradas, seja pela inveja manifesta, seja pela exacerbação das diferenças em prejuízo do apostolado católico. O artigo publicado pelo Fratres ilustra o dano que ela traz à causa católica. E, nos comentários dos leitores, percebe-se ainda a sua presença, manifestada pelas hienas de outros movimentos eclesiais análogos, que vêm dar sua mordida na carniça exposta.
    .
    Aos que conheceram pessoalmente o prof. Plinio Corrêa de Oliveira e dele hoje divergem, como também aos que de algum modo foram, ainda que a contragosto, por ele influenciados, e o rejeitam, desejo, com espírito fraternal, que reconsiderem sua posição e passem da desconstrução à obra de reconstrução dentro da Santa Igreja. Para isso lhes ofereço – à guisa de informação e matéria para reflexão – o testemunho deixado pelo eminente Cardeal Alfons Maria Stickler, SDB, acerca da modelar conduta do insigne pensador e batalhador brasileiro:
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    “Nos períodos de crise e de confusão que a História frequentemente registra, as biografias dos homens eminentes podem às vezes, mais do que os abstratos volumes de moral ou de filosofia, indicar o reto caminho. Com efeito, os princípios devem ser vividos em concreto e quanto mais as condições dos tempos são hostis à encarnação histórica dos valores perenes, tanto mais se torna necessário conhecer a vida de quem colocou tais valores no centro da própria existência. Isto sucedeu, no nosso século, com Plinio Corrêa de Oliveira, esse grande pensador e homem de ação brasileiro.
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    “…De fato, para os verdadeiros católicos, as dificuldades dos tempos constituem ocasiões em que eles se destacam na História, para nela afirmar a perenidade dos princípios cristãos. Foi o que fez o eminente pensador brasileiro, mantendo alta, na era dos totalitarismos de todas as cores e expressões, a sua fidelidade inamovível ao Magistério e às instituições da Igreja. Ao lado de sua fidelidade ao Papado, apraz-me recordar um traço característico de sua espiritualidade que se manifestou na devoção a Maria Auxiliadora, a Nossa Senhora do Rosário e da vitória de Lepanto, por ele venerada na Igreja salesiana do Sagrado Coração de Jesus em São Paulo” (GERSDORFF, “Encontro com Plinio Corrêa de Oliveira, paladino católico em tempos turbulentos”. Artpress Ltda, 2015. São Paulo, pp. 139-40.)

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  24. Maria Ribeiro, lendo o que voce escreveu tive a impressão que fui eu que escrevi, tamanha a semelhança da sua história com a minha. E como voce, também me decepcionei muito com essas brigas e acusações todas. Descobri que entre os da Tradição existe mais desamor que entre os modernistas que tanto mal fazem a Igreja. Parece que se odeiam mais entre si do que aos verdadeiros opositores da fé. Por isso até deixei de comentar aqui. Nem sei se esse comentário será publicado, talvez não seja, como já não foi publicado outros comentários meus que nada tinham de ofensivos. De uns tempos pra cá só espero ajuda e confio em Nosso Senhor Jesus Cristo. Quando encontro algum bom padre, seja moderno ou não, com missa tradicional ou não – e quando digo bom, digo apenas validamente ordenado e aparentemente bem intencionado – eu aproveito pra confessar e comungar. Fora isso, mais nada. Nesses tempos acho que é só o que nos resta. Abraços

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    1. Faço minhas , suas palavras Teresa. Tenho feito como você.
      O diabo está dividindo a igreja para conquistar e eles nem percebem…
      Vaidade tudo é vaidade…
      É preciso de que eu diminua para Cristo crescer.
      Misericórdia , Jesus!

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  25. Errata:Em meu texto por equívoco escrevi “botins” quando o certo é “motins”. Faço a retificação inclusive para não dar a entender que sucedeu “butim”, fato jamais presenciado naquele grupo.

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  26. Quem frequenta, frequentou ou tem noticias em Brasilia do Revmo. Pe. DP sabe o quanto este pessoal tem de espirito de seita. Sao de um orgulho impressionante. Mas esta encrenca chega lá, é só esperar… Eles parecem ter o diabo da desunião. Basta ver que o Pe. J. Cla, pelo que sei foi aluno do Prof. Orlando, embora brigados na superficie. Lé com lé cré com cré.

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  27. Não entendi pq enfiaram a Administração Apostólica no assunto aqui! Realmente, é muita fofoca e rancor. Sobre a Fraternidade, seria ótimo se tivesse uns 10 mil padres só no Brasil. Acho que daria para começar. Mas não tem.

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  28. 1- Sínodos (arqui)diocesanos são uma realidade na Tradição da Igreja há muitos séculos;
    2- Se convocado por um legítimo Pastor – isto é, um ordinário validamente ordenado e com a devida jurisdição sobre uma circunscrição eclesiástica – este evento é plenamente legítimo e sua convocação deve ser acatada pelos fiéis sujeitos àquela autoridade;
    3- Se a Montfort se intitula de orientação católica, mesmo que de constituição civil, algo está muito errado quando seu presidente delibera sobre a participação de seus membros numa esfera que lhe é superior e sobre a qual ele não tem domínio;
    4- Celebrações da Palavra são uma realidade na Igreja exatamente como as horas do Ofício canônico – para quem não sabe, ao rito de criação de cardeais precede SEMPRE uma Celebração da Palavra.
    Lamentável essa atitude de ruptura de quem julga ser tão fiel à Igreja: pelos frutos, conhecemos a árvore…

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  29. Prezados,
    Como conseguem ter paz vivendo em uma competição surreal para ver quem está certo ou errado o tempo todo!
    Antigamente discutíamos os problemas doutrinários e outros da missa nova, agora discuti-se em qual Missa Tridentina pode-se ir.
    Inúmeras vezes ficamos nos matando para ter uma Missa Tridentina às vezes mensal em algum lugar talvez próximo de nossa cidade e vocês ficam brigando por ego.
    Simplesmente é triste ver o quão desunidos são as pessoas que brigam pelo o que é ser verdadeiramente católico, segundo a doutrina imutável e segundo a tradição!
    Infelizes são vocês que vivem com intriguinhas de crianças mimadas, enquanto isso particularmente aproveito a todas as Missas Tridentinas que aparecem ao meu redor.

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  30. Ao Celso, que responde o G. Fonseca:
    Se for verdade o que dizes com relação ao visitador dos Arautos, é uma situação duplamente grave; primeiro porque alguém que queira investigar e julgar a verdade deve ser imparcial, não deve favorecer acusadores e tomar partido, e segundo, porque nesse caso concreto, ele estaria se envolvendo com um grupo que tem histórico altamente problemático (dispensa apresentação). Era só o que faltava! Cuidado redobrado com o que vai sair daí.

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  31. Infelizmente o pai da mentira e da confusão está conseguindo levar os bons ao caminho da condenação. Quando vemos organizações que tiveram um bom início se tornarem um poço de vaidade, de confusão, só temos que retornar, voltar para aquele que morreu na Cruz: “…quando for elevado ao alto, atrairei todos a mim.” É certo que só ha dentro da Santa Igreja duas divisões: a parte discente e a parte docente. Por lógica todo e qualquer fiel é parte discente: aquele que é ensinado, aquele é discipulado, está parte é tecnicamente os leigos,os que não receberam o Sacramento da Ordem. Mesmo assim, por prudencia e humildade, os clérigos nunca deveriam se esquecer que são sempre discípulos, sempre na condição de aprendizado. Nós, os leigos, devemos por questão de hierarquia, reconhecendo o Sacerdócio Ministerial dos padres e bispos, a eles ouvir, a eles obedecer, a eles atender em tudo que não for contra a Santa Igreja (Revelação, Magistério, Tradição). O Concílio Vaticano II deixou uma chaga que dividiu, ou melhor pulverizou os cristãos. Como já não bastasse o cisma do Ocidente, as rebeliões protestantes, o CVII num protecionismo de modernizar a Igreja, abriu-se as portas e trouxe para o seio da Santa Madre Igreja o relativismo que torna tudo aceitável, tudo tolerável, tudo tragável. Grupos foram se formando contra isso, mas com o passar do tempo, esses grupos foram se contaminando pela intrigas do relativismo e assim se afastando da caridade. O que acontece com as frentes contra o progressismo é nada mais nada menos que uma certa vaidade, que se origina da falta de referência da Cátedra de Pedro. A tolerância ao erro, acaba contaminando os que o repudiavam, não é possível a pessoa saber o que é errado, repudiar o erro e ao mesmo tempo conviver com os que erram sem se contaminar. Aliás desde o início o próprio Deus já alertava aos homens para que não se misturasse os filhos de Set, com os de Caim. Dessa mistura, veio o Dilúvio, veio o castigo de Sodoma e Gomorra. Tomemos muito cuidado com isso, pois não podemos ficar em cima do muro, ficar fazendo a boa diplomacia, ou somos do Deus Verdadeiro, ou do Baal.

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  32. TFP, o Sr. Alberto Zucchi os desafiou para um debate público. Até agora vocês estão em silêncio… Provem que estão certos e aceitem o debate!

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    1. Rafael Teófilo, não sou da TFP nem nenhum grupo dissidente, mas já fiz parte, e devo lhe informar que a última vez que Dr Plinio e a TFP dispenderam seu tempo respondendo o Fedeli foi no longínquo 1984.
      Depois disso nunca mais perderam tempo com essa turma, nem mesmo atualmente, quando são gratuitamente perseguidos por eles.
      Por que Dr Plinio agiu dessa forma?
      Porque essa turma é como aquela metáfora do ‘pombo petista’, que, ao se ver em um xeque-mate, defeca no tabuleiro e retorna tempos depois repetindo as mesmas lorotas, como se nada tivesse acontecido.

      Debater com gente assim é rebaixar-se.

      A propósito, se quiser conferir a última ‘gastada de tinta’ com Fedeli et caterva, é só conferir aqui:

      https://www.pliniocorreadeoliveira.info/MAN%20-%2019840828_VoltandoascostasControversiaRealejo.htm

      .

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  33. A confusão é clara consequência de uma Igreja com o Pastor ferido: elas se dispersam. É uma das microcrises inserida numa macrocrise, esta última a da Igreja contaminada com o vírus modernista e com três ápices bem nítidos nos últimos quase 60 anos: o Concílio Vaticano II, com sua linguagem ambígua; a renúncia misteriosa do Papa Bento XVI; e, logo após, o desastroso Pontificado que se segue com o Papa Francisco.

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  34. Diante de comentários/desabafos como o do Anderson Fortaleza, da Maria Ribeiro ou da Teresa, também eu gostaria de deixar aqui meu desabafo e minhas impressões sobre todo este “universo tradicionalista” brasileiro, uma vez que tive/tenho a oportunidade de frequentá-lo, embora não como membro (estou mais para um “espectador” de tudo isso).

    Começo pela Montfort – Orlando Fedeli: tenho o falecido professor Orlando Fedeli como um dos principais instrumentos da graça de Deus para o meu retorno à Igreja. Sou eternamente grato a ele e sempre o tenho em minhas orações. Ainda assim, não entendia muito bem algumas de suas críticas a outros grupos/instituições (Administração Apostólica, FSSPX, Dr. Plínio e Arautos), etc. Na época, preferia aproveitar ao máximo tudo aquilo que de bom podia aprender com ele por meio dos vídeos e site, e deixava as críticas e querelas na conta do “homem” (quero dizer, como homem ele era sujeito a erros, injustiças e pecados), portanto preferia não aprofundar neste caminho das desavenças da Montfort com outros, mas sim no combate do professor contra os inimigos da Igreja e na defesa da Fé. Nisto, penso que ele foi de grande utilidade, um grande homem.

    Sobre a FSSPX: No meio virtual, via diversos ataques de admiradores da Fraternidade à Administração Apostólica, à Montfort e ao professor Fedeli. Em certa ocasião, tive a oportunidade de participar de uma peregrinação à Aparecida com a Fraternidade (os fiéis do priorado Anchieta conduzidos por 4 de seus padres) e, na ocasião, tive uma ótima impressão de toda a obra, inclusive quebrando muito dos meus pré-conceitos em relação a eles: ao contrário do que imaginava, foram bastante simpáticos e acolhedores, me senti muito a vontade (embora tivesse ido sozinho sem ninguém conhecer), os achei católicos alegres, sinceros e amantes da Igreja, não pessoas amargas e críticos azedos como imaginava antes. Não percebi ódio ou menções a outros grupos ou mesmo ao clero “oficial”, o evento foi totalmente centrado nos benefícios espirituais, na devoção e espiritualidade da Peregrinação. Uma pena não poder frequentá-la outras vezes por viver muito longe… Só após algum tempo um dos padres que acompanhou o evento saiu da FSSPX (Pe. Cardozo) para integrar a chamada “resistência” e desde então no mundo virtual passei a ver muitos embates entre os que o seguiram e os que continuaram fiéis da Fraternidade (chamada “Neo-fraternidade” por alguns).

    Sobre a Administração Apostólica São João Maria Vianney: Sempre que possível frequento a Capela Santa Luzia, cujo capelão é da Adm Apostólica: Padre Jonas dos Santos Lisboa. Tenho este padre como um verdadeiro pai, sempre solícito e amável, duro quando necessário. Para mim, um santo sacerdote. Pelo que acompanho no site da Administração, eles mantêm obras admiráveis como colégios católicos, Congregações Religiosas, Asilos, etc… além de diversas iniciativas de leigos, como Apostolados e Congregações Marianas. Nunca os vi criticando outros grupos, embora muitos os acusem de estar cada vez mais “omissos” quanto à crise na Igreja.

    Sobre os Arautos do Evangelho: descobri, há algum tempo, que resido próximo à Basílica dos Arautos localizada na Serra da Cantareira. Contrariando toda a imagem negativa que tinha deles, principalmente pelo que li ou assisti da Montfort, resolvi visitá-los. Antes de mais nada, saliento como é surpreendente a beleza da Igreja em todos os seus detalhes. São extremamente zelosos com todos os espaços. Quanto ao que interessa: embora a Missa seja no Rito moderno, a celebração é extremamente solene, cada gesto, cada parte, os cantos, as orações, a postura, o ambiente, tudo nos impele ao encontro com Deus. Os sermões todos, sempre muito profundos e bem fundamentados nas leituras da Missa, sempre edificantes e propensos a “chacoalhar” o fiel e afastá-lo do “mundo”. Vez ou outra citam alguma fala ou episódio da vida do Dr. Plínio, mas nada que soe estranho ou contrário à sã doutrina (embora para quem não o conheça, devem ficar “boiando” sem saber de quem se trata. Enfim, não li o livro-denúncia do prof. Fedeli, tampouco assisti às aulas da Montfort contrárias aos Arautos mas, desde que passei a frequentar suas Missas (quando por algum motivo não consigo ir à Missa Tradicional), não vi nada que justifique tê-los como sectários. Já me confessei algumas vezes com seus padres e sempre a orientação que me foi dada foi extremamente ortodoxa.

    Sobre o IBP e a Montfort dos dias atuais: Fui a alguns eventos (curso de Canto Gregoriano, peregrinação do IBP à Aparecida, Missa na São Paulo Apóstolo). Sobre a doutrina explanada em tais eventos, as celebrações litúrgicas, etc, não há o que se dizer, são excelentes. Conheci o Padre Pasquotto que me pareceu bastante simpático. Tive contato com uma ou outra pessoa mais simpática e receptiva, mas, de modo geral, os achei meio fechados, não me integrei muito bem, me ficou aquela sensação de que eu não me integrava por não pertencer ao grupo. Desculpem-me se estou sendo injusto, mas essa foi a impressão que tive. Também foi um pouco mais perceptível uma certa hostilidade em relação a outros grupos.

    Enfim, nestes últimos anos, pude ter algum contato com os diversos grupos do “universo tradicional” para perceber que, infelizmente, há sim essa desunião e espírito de divisão ou mesmo disputa/competição para ostentar o título de “únicos católicos genuínos”. Infelizmente isso é um tremendo desserviço para a causa da Tradição, uma vez que só boicota a luta contra o modernismo/progressismo que é majoritário na Igreja atual. Pessoas que levei a este ou aquele Instituto e que estavam descobrindo o lado Tradicional (e portanto verdadeiro) da Igreja vieram depois me esfregar na cara que outro Instituto/Grupo estava acusando este ou aquele de gnóstico, sectário, heterodoxo, fanático, caluniador, etc…E então ia por água abaixo minha tentativa de trazê-los para a Tradição, muitos retornavam para o modernismo, ou pior, se afastavam de vez da Igreja alegando hipocrisia dos que se creem verdadeiros católicos.

    Penso que enquanto permaneça essa prática entre os “tradicionalistas”, nula será a tentativa de retornar à Tradição.

    Desde algum tempo prefiro não integrar qualquer grupo, apenas confiar no Coração Amável de Nosso Senhor enquanto prossigo em minha solitária busca por conversão.

    Recentemente o que me parece que foge a essas divisões são os grupos Católicos que estão surgindo em todo o Brasil, cujo primeiro é o Centro Dom Bosco. Pude visitar o Instituto Leão Magno aqui em SP e comprovar que lá, graças a Deus, ainda não há qualquer sinal deste comportamento de hostilidades e divisões: são bem receptivos, simpáticos e percebi que há pessoas vindas de diversos meios católicos, todos juntos em prol da Igreja, sem “grupismos”.

    Desculpem o longo desabafo.

    Que Deus tenha piedade de nós!

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    1. Caro Thiago,

      Achei extremamente interessante seu comentário pelo fato deter vivido praticamente as mesmas experiências em cada grupo citado, exceto com a FSSPX pois nunca tive contato pessoalmente.

      Faz um pouco mais de 2 anos que iniciei minha caminhada enquanto católico praticante mesmo e fiel a Doutrina com seus preceitos, e consequente pouco tempo depois também com a Santa Tradição.

      Conheci a Montfort, IBP, Administração, apostolados tradicionais e Arautos/Dr. Plínio. Chega a ser hilário como praticamente vivi cada experiência em cada respectivo local como você, até mesmo tendo as mesmas impressões. Não entrarei em méritos quanto a ortodoxia de cada um, até porque o senhor já fez, mas, humildemente, ponho o meu olhar enquanto membro infiel da Santa Igreja.

      É fato, mais do que claro, a crise em que se afundou a Igreja. Fica ainda mais triste ver movimentos tradicionais que deveriam estar batalhando solicitante e unicamente – e aqui ressalto a palavra “unicamente” – na missão de orientar e resgatar o que foi perdido, contudo infelizmente estão se dedicado mais a fuxicos e brigas inúteis muitas vezes. Peço perdão se estou sendo injusto com alguém, mas pelos comentários deste e de tantos outros posts do Fratres, é unânime a impressão.

      Enfim, rezo por está verdadeira união entre católicos, institutos, ordens, etc, que guardam a Santa Tradição e a Sã Doutrina.

      Abraço,
      Salve Mariæ.

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    2. Thiago
      Obrigado pelo seu desabafo. Tirando pontos pessoais, suas palavras são minhas. Também passei a conhecer o universo da Tradição via Prof Orlando Fedeli, assisti Missa Tridentina pela primeira vez com Mons. Luiz Gonzaga (que Deus o tenha) no Largo da Ordem (Curitiba) e, algumas vezes com Pe. Jonas Lisboa; com Pe. Paulo Iubel (que Deus também o tenha) na Imaculada Conceição; com Pe. Marcos Mattke, IBP na capela da Vila Militar. Em uma viagem a congresso em Buenos Aires encontrei a capela da FSSPX e, sempre que possível, vou na Paróquia Santa Rita de Cássia, em Arapongas (uns 40 km da minha residência) que é o único lugar que encontrei Missa Tridentina aqui no norte do Paraná.
      Conheço e entendo os motivos de diversas desavenças e debates, mas somos como os cãezinhos, que pedem o farelo que cai da mesa de seus donos, como disse a samaritana para Nosso Senhor.
      Estamos sedentos da Fé, da Tradição, de Nosso Senhor: não percam de vista que a lei maior é a salvação de almas.

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  35. Parabéns, Thiago da Silva. Voce disse tudo. Se tivesse a opção “curtir” seria bom, pra voce saber quantos leram e concordaram com voce. Mas como não tem, eu faço esse comentário, pra não passar em branco sua exposição tão cuidadosa e profunda, que certamente merece todo apoio. Tomara que consiga e que seja bom como parece no facebook, o Centro D. Bosco. Torço por eles embora esteja longe e não possa participar, e também embora tema que acabem caindo nos erros dos outros grupos da Tradição, devido a ter características muito semelhantes. Mas sua presença e visão lá no meio deles, poderá ajudar bastante, com certeza. E acima de tudo, fé em Cristo, que Ele sozinho pode nos manter de pé num mundo ateu e numa Igreja que navega em mar revolto.

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  36. Thiago da Silva, me agrada a sua sinceridade.
    Você notou bem. Os Padres da Fraternidade não são virulentos, nem irados. Eles apenas querem empreender o trabalho de socorrer as almas como a Igreja fez desde sempre, tendo como princípio orientador “a lei suprema é a salvação das almas”. Não procuram contendas, não frequentam redes sociais, nem procuram a própria glória, mas a glória do Senhor, por meio da preservação da tradição católica e da transmissão do mais rico e genuíno patrimônio católico, que tem seu ápice na Missa Romana no seu rito gregoriano. E com essa generosidade conquistam muita gente.

    Não se esqueça que, após os vários rachas sucessivos que houve na Montfort desde pelo menos 2008, muitíssimas famílias que a seguiam foram procurar um teto espiritual na Fraternidade, e bateram no lugar certo, pois foram recebidos com muita caridade. Não me consta que lá façam arruaças, politicagens, intrigas, bem pelo contrário: vivem sob a autoridade e direção segura dos padres e por isso mesmo seguem calmamente suas vidas, sem incomodar ninguém; muitos ajudam devotamente na vida do priorado. O mesmo se vê de famílias egressas da TFP ou outras derivações dela, talvez em menor quantidade.

    Arautos, embora tenham uma bonita igreja na Cantareira e um coral bem afinado, pouco guardaram da tradição e ortodoxia católicas realmente, porque não abrem a boca para apontar o modernismo que corrói a Igreja já há mais de 100 anos, e particularmente o concílio e seu fruto sazonado: a missa nova, (novíssima, 50 anos de revolução e ruptura). Isto é: deixam seus fieis na ignorância, sujeitos a todos esses venenos, e isso deliberadamente.

    Por fim, nem sei por que o FiU publicou essa carta. A Montfort, com o perdão da expressão, é bananeira que já deu cacho. O que tinha que render de bom ela já rendeu. Deus seja louvado por isso.

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  37. Os Arautos “escolheram a melhor parte”, convencidos de que a solução para o mal está na Igreja Católica, Corpo de Cristo, do qual Ele mesmo é cabeça, promovem o caminho da catolicidade e da nova evangelização: a Devoção à Santíssima Virgem Maria, Mãe da Igreja; pela Igreja, com a Igreja e na Igreja, como membros vivos desta sagrada instituição pela divina graça, levam a doutrina da Fé, acompanhada das devidas obras de Caridade, dos Sacramentos, do Rosário, da Consagração a Nossa Senhora e da comunhão com os Santos e os Anjos, em todos os âmbitos nas dioceses onde atuam, bem como nos lares, hospitais, presídios, orfanatos, asilos, empresas e instituições públicas, por meio de doações, missões marianas, objetos religiosos, oração, assistência espiritual, educação/cultura, revistas e meios de comunicação diversos em redes sociais e internet, levando Esperança, piedade e redenção às almas.

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    1. Igualito a Cancão Nova, carismáticos, Shalon, etc, etc.. Alias muito menos, os outros tem muito mais expressão e influencia e nao tem todo ar de orgulho dos Arautos evangélicos.. Abandonaram a Tradiçao, seus padres celebram com violao e tudo o mais. Admitam que abandonaram as vias de Dr. Plinio e a Contra Revoluçao. Que luta promovem contra o mundo revolucionário, o progressismo, o aborto, a ideologia de gênero, etc.? E nao venham com “estorias” de que fazem a CR do belo… Sem fidelidade a Santa Igreja de sempre isto é pura lorota

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    2. Gabriel, atuamos na causa e não efeito… Aliás, no efeito também, mas somente para quem tem interesse depois de ser tocado pela ação na causa. Do que adianta eu falar contra o aborto para uma sociedade que está tão pervertida que no fundo quer mesmo é aprova-lo para “gozar à vontade”? Nós devemos demonstrar para estas pessoas que antes de “morrer” por uma causa/ideologia (ainda que justa), nós morremos por Cristo, sacrificamos nossas vidas por um sentido sobrenatural de viver, para falar do Amor de Deus, bem como de Sua Justiça e Misericórdia, dos nossos pecados e do Seu perdão e verdadeira felicidade. Milhares de vocações celibatárias (na maioria de jovens) de ambos os sexos nos Arautos dedicam suas vidas em primeiro lugar à oração, depois ao serviço de evangelização e caridade, dispondo de todos os seus dons, talentos e preparos (integralmente da própria vida). Como diz o ditado: “o exemplo arrasta”. O que muitas almas vislumbram com a beleza de um testemunho RELIGIOSO como esse? Deus existe… Esses Arautos são muito mais felizes assim do que qualquer libertinagem promete, são muito mais livres e fazem muito mais bem à humanidade do que qualquer liberalismo moral. E assim abrem seus corações para entender por que o aborto é errado e cumprem seu papel de convertidos ao fazer com que outros entendam isso, apresentando em primeiro lugar a verdade, a beleza e a bondade da RELIGIÃO, SOBRETUDO sob a direção, a intercessão e a proteção dAquela que o próprio Deus quis, e nos deu, por Mãe, exatamente por isso nossa confiança e esperança depositamos também nós, como Ele, nEla.

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  38. São vaidosos, brigando por poder e mídia.Pensam que estão trabalhando pela maior Honra e Glória de Deus, mas com esses comportamentos, estão servindo mais ao diabo .

    Que verdadeiramente se convertam !

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    1. Será que eles pensam mesmo que estão trabalhando pela maior Honra e Glória de Deus? Até agora nada me leva a crer nisso.

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  39. “Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas e apedrejas os enviados de Deus, quantas vezes quis ajuntar os teus filhos, como a galinha abriga a sua ninhada debaixo das asas, mas não o quiseste!”
    (São Lucas, 13)
    “Jesus, porém, penetrando nos seus pensamentos, disse: Todo reino dividido contra si mesmo será destruído. Toda cidade, toda casa dividida contra si mesma não pode subsistir.”
    (São Mateus, 12)
    “Hipócrita! Tira primeiro a trave de teu olho e assim verás para tirar a palha do olho do teu irmão.”
    (São Mateus, 7)
    Enquanto continuam as picuinhas e mi mi mis o inimigo vai tomando conta…

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  40. Um dos problemas da tradilândia é que boa parte se pensa Napoleão IV. Chapéus com penacho, capa a espanhola, rompantes de megalomania no vestuário, nas caras e nas bocas, no achar-se (e não ser) nobre ou aristocrata a muitos tornam figuras chatas, antipáticas e caricatas.

    A tais males se some o fato da auto-titulação burlesca segundo a qual figuras intelectualmente nulas põem-se a pontificar, diante de impúberes e rapazotes incautos, sobre o que lhes sugere a mente própria e capenga. Se a tudo isto advier, ainda, por desventura, a mania da escrita virguladinha, retorcida e inane, então o show da estupidez estará completo.

    Uma das coisas que precisamos ter em mente é que devemos combater pela fé. Todo o resto, por nobre e venerável que seja, acaba sendo supérfluo ou mesmo enganador. Que adianta alguém celebrar com dignidade o rito montiniesco, se ele foi inventado com a precisa e documentada intenção de trair a Igreja para agradar aos protestantes? Que adianta Dom Magnus Thronus pontificar Pio V de manhã e participar de uma despacho de macumba a beira rio à tarde? Nada…

    Deixemos de fatuidade. Roupa bonita, simplesmente por ser bonita, não salva ninguém.

    Mentira é uma vergonha para o cristão. Quanta gente faz o papel do graculus superbus da fábula… Quanta palhaçada, quanta desonestidade intelectual, quanta soberba, cretinice e presunção.

    Não nos esqueçamos. Não foram os intelectuais que “salvaram” a Igreja nos tempos de crise. Sempre foram os santos.

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  41. O Fedeli condenou, esse Zucchi cindenou… pelo jeito estamos diante de um Magistério superior ao Petrino! Vaidade, tudo vaidade

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    1. Nesse tempo de apostasia o correto é viver a Fé Católica de sempre, ir à Missa Tridentina e tudo mais… e para quem realmente busca viver conforme os ensinamentos da Igreja o IBP e a FSSPX são ótimas referências. Talvez o que esteja atrapalhando é a vaidade de algumas pessoas que fazem parte da Tradição. Pelos comentários deste post já se percebe o tipo de pessoas que andam frequentando a Missa Tridentina, o que falta é buscar um crescimento espiritual e não viver apenas de aparência. O próprio autor do post demonstra que é apenas mais um. É preciso rezar mais e falar menos. Quantas pessoas fracas na fé acabam desanimando por causa de tudo isso. Lamentável.

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  42. Décadas atrás uma campanha repercutiu. Autoridades desejavam demolir a vetusta e famosa igreja da Penha, em São Paulo. E quem incentivou a picaretada foi o próprio arcebispo de São Paulo, Dom Paulo Evaristo Arns, que afirmou na imprensa que não se opunha à demolição porque aquilo era uma velharia. Mas o povo não admitiu, e levantou fundos para preservá-la. Se não fosse o povo hoje não existiria o abençoado e significativo templo.
    Portanto, frente a uma atitude aparentemente arrojada e moderna surgiu outra para preservação. Assim também sucedeu com as mudanças do Concílio Vaticano II. Não fosse sua cupidez em mudar não surgiriam grupos ditos tradicionalistas. E nesta borrasca transformadora infelizmente alguns equívocos atingiram alguns membros destes grupos. Parece-me que alguns sentiram a sensação de solidão, no sentido de que somente eles seguraram a bandeira da Tradição. E a inclinação, devemos reconhecer, é humanamente compreensível. Mas parece que a perplexidade aos poucos converteu-se em pontadas no ego, e desafortunadamente das picadas da tentação o ego inflou-se.
    Plínio Correa de Oliveira parece mesmo que desde da juventude foi um sincero admirador da Cristandade, e sua personalidade contribuiu para ser um intenso militante. Enquanto cruzado em defesa da verdade católica agiu com destemor e afinco. Acontece que na sua exemplar atividade agregou-se um aspecto que mais prejudicou que ajudou. No deserto das apostasias acreditou que ele é quem traria a transformação, que ele seria o artificie dos novos tempos; Esse posicionamento de verdadeiro oráculo da transformação, baseado na sua teologia da história, parece-me passível de questionamentos. Acredito que se ele tivesse realizado a sua militância focado exclusivamente na defesa de valores olvidados sua missão seria muito mais sólida e concreta. Não me parece que portou o dom profético, mas inegavelmente foi um esplêndido divulgador da cultura católica.
    Do triunvirato Plínio/Fedeli/João creio que Fedeli é o que menos me agrada. Sua militância exacerbada por vezes me trouxe desconforto. Porém, tenho que o compreender. Não me pareceu correto taxa-lo de pessoa que não tinha nível da TFP, que não tinha seriedade, que não tinha o espírito do Doutor Plínio, como ele mesmo denunciou. Cabe a um grupo tradicionalista agregar católicos de todas as matizes, inclusive das camadas populares. Almofadinhas não vão salvar o mundo, e a resistência não é uma peculiaridade dos aristocratas. Estou certo que nas fileiras da TFP muitos vieram da pequena burguesia, e, por certo haviam alguns que eram brincalhões. Neste aspecto não foi justo o que fizeram com ele, e compreendo, por este prisma, a sua insatisfação, mesmo porque, como é dito, ainda na TFP ele fez muito apostolado ensinando jovens a rezar, a evitar maus ambientes e a admirar as belezas da Cristandade. Já foi dito que ele fez muito pela TFP, e neste diapasão a consideração deveria ser outra. É evidente que aqueles que o seguiram ficaram também ressabiados com a TFP.
    A despeito da minha equidistância, ouso dizer que aquele que não tinha o verdadeiro espírito da TFP era o João Clá, porque me parece que ele imprimiu uma nova TFP aproveitando-se das debilidades naturais de Plínio Correa de Oliveira. Ao invés de aplacar as deduções precipitadas ampliou-as a ponto de difundir que o Doutor Plínio é a ordem do universo, quando Santo Agostinho literalmente diz que tal título é de Deus, e não me vexo em discordar do referido monsenhor porque tal absurdo foi revelado a ele pelo próprio demônio. O Monsenhor João pode ter feito significativas realizações nos Arautos, mas o que fez na TFP é profundamente duvidoso. A verdade é que o grupo Arautos do Evangelho é uma realidade, inclusive nas suas qualidades, do perfil do próprio Monsenhor João, a despeito de parecer ser um desenrolar da nova TFP que ele tanto quis imprimir. Enfim, parece-me que o desastre automobilístico que acometeu o Doutor Plínio foi um desastre mesmo.

    Ousei fazer essas digressões considerando as boas almas que certamente estão nestes grupos, inclusive no grupo Montfort. Creio que se modularem mais adequadamente as suas ideias farão muito bem para a causa católica. E ainda creio que os desajustes perplexitantes têm como razão principal o Concílio Vaticano II que teve a arte de atingir até os grupos tradicionalistas.

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    1. Prezado Watchman, a maior confusão com relação a Dr Plinio é porque, compreensivelmente, muitos enquadram-no pelo prisma de um ‘católico combativo’, um ‘conservador’, um ‘tradicionalista’, ao passo que o Mons João Clá e todos que estão nos Arautos o veem principalmente como ‘fundador’. Títulos como ‘Doutor’ Plinio’, ou ‘professor Plinio’, realmente passam uma visão mais restrita, ao passo que todos que aderiam de corpo e alma à TFP o viam como um ‘abba’ (pai, abade, mestre). Afinal, ninguém renuncia a carreira, casamento e família para seguir um ‘professor’ ou doutor’, mas renuncia para seguir a um fundador, para entrar numa família de almas, e é isso que ocorria na TFP e ainda ocorre nos Arautos.
      Ora, é uma característica dos fundadores o fato de ‘inovar, transformar’, e em alguns inclusive ‘ser artífice de novos tempos’ – que é o ponto que você questiona. Bento de Nursia foi assim, Francisco de Assis foi assim, Inácio de Loyola foi assim, mesmo que frequentemente sofrendo oposição. Se eles tivessem se contentado apenas em restaurar o que havia antes, não teriam dado um novo fôlego à Igreja.
      Quanto ao Orlando Fedeli, o que ocorreu com ele foi um esfriamento recíproco tanto dele quanto dos colegas de TFP, culminando com o rompimento voluntário da parte dele. Não me recordo de terem perseguido a ele em algum momento.

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  43. Há alguns anos eu simplesmente cansei de tudo isso.Eu tenho minha inclinação pessoal em relação à União Sacerdotal Marcel Lefebvre ou “Resistência” por simplesmente entender que a Fé Católica e o inteiro arcabouço da Tradição não são nem podem ser alvo de barganha, e que não dá pra fazer ecumenismo com quem segue a igreja moderna à risca, sem restrições.
    O ecumenismo, a Colegialidade episcopal e a liberdade religiosa são questões que se chocam frontalmente com o Magistério perene.
    O rito fabricado por Bugnini sob encomenda dos maçons e com a participação de protestantes que negam a própria essência da Missa é outro absurdo.
    As reformas dos ritos dos Sacramentos por sua vez também trazem grande angústia, porque agora em última análise ficam à mercê da intenção do Ministro. As fórmulas antigas eram extremamente objetivas e o sacerdote, por muito bom ou ruim que fosse, ao ministrar os Sacramentos não tinha outra opção a não ser fazer o que a Igreja mandava. Agora eles exercem a criatividade se quiserem, e se o padre em seu íntimo não tiver mais a fé católica, pode ministrar os Sacramentos de uma maneira tão particular, que em último caso poderia terminar até por invalidar o Sacramento.
    Portanto, não estou dizendo que estou indiferente a tudo.
    Mas dentro do universo dos que não absorveram a totalidade do Concílio Vaticano II sem restrições – universo esse que vai dos católicos meramente “conservadores” da missa nova até os sedevacantistas, eu simplesmente não tenho mais estômago para me indispor. Agora quem fica debaixo da autoridade da Ecclesia Dei, desejo que Deus os ajude a guardar a Fé e a converter os que precisam de conversão (embora eu não veja como denunciar a totalidade dos erros conciliares sem papas na língua e conseguir ser ao mesmo tempo tolerados pela autoridade eclesiástica… Mas isso é meu juízo, cada um que siga sua consciência em paz).
    O mesmo para a árvore de Plínio. Espero que eles aprendam a examinar tudo e a reter o que é bom. Se eles frequentam missa nova, se prestam algum tipo de culto a João Clá, se recitam a ladainha a D. Lucília, se querem continuar conduzindo a Montfort do mesmo jeito inquisitório de sempre, que procurem cada qual seus diretores espirituais e sigam em paz na vida.
    Se a FSSPX entenda que não está capitulando nem traindo a memória de D. Lefebvre, tampouco serei eu quem os acusará do contrário. Mas se os que formaram a Resistência o fizeram por terem visto entrar água no barco e resolveram trilhar seu próprio caminho, também não julgo. São adultos, sabem o que fazem. Agora estão em paz com suas consciências.
    Mesmo os sedevacantistas. Não concordo com suas teses, mas os compreendo, porque no final das contas foi exatamente a demolição do edifício católico, a ânsia de tudo deitar abaixo, as gambiarras doutrinárias e litúrgicas que os conduziram à mesma situação em que todos nós estamos aqui. Quando vemos os absurdos ecumênicos de João Paulo II, a virulência de Francisco em deitar abaixo as poucas paredes que ainda estavam em pé… Como podemos achar que o problema está nos sedevacantistas? Mesmo que eles estejam em pecado, foram levados a isso por não suportarem mais escândalo após escândalo.
    Que Nosso Senhor e a Virgem Abençoada tenham piedade de todos nós, amanse nossos corações e nos livre do fogo do Inferno. Somos um fracasso de católicos… No fim do dia nossas mãos continuam vazias e nada temos para oferecer a Deus além de nossa incapacidade.

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  44. A verdade mesmo é que esse senhor Zucchi tenta ser um novo Fedeli, ele inclusive fala que “quando nós saímos da TFP”…
    Nós, quem??? Zucchi nunca foi da TFP! Vive em um delírio tal como seu professor vivia. Fedeli vivia um delírio de não ser como Dr. Plinio, o Zucchi vive o delírio de não ser como o Fedeli…
    Imagino como vai ser o próximo!
    Plinio Correa de Oliveira foi, sem dúvida, um dos maiores homens do século passado. A simples leitura de suas obras basta para compreender o papel de intrépido defensor da Santa Igreja. Não foram poucas as autoridades eclesiásticas que confirmaram isso.
    O curioso mesmo desse “imbróglio” todo na Montfort é justamente que esses senhores não conseguem levar uma vida com seus próprios problemas. Precisam, sempre que querem audiência, falar da TFP, pois por eles mesmos seriam completamente ignorados, tamanha sua insignificância.
    Que Deus tenha piedade deles, bem como do cidadão João Clá, que nunca pisou em um seminário e conseguiu, estranhamente, ser ordenado sacerdote…
    Curiosamente quem fez apostolado com o João Clá e o aproximou da Igreja foi o Fedeli…
    Ou seja, no campo da traição, o discípulo seguiu seu mestre, cada um a seu jeito.

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    1. Sr Miguel, concordei até o ante penúltimo parágrafo.
      O Mons João Clá nunca teve intenção de trair ninguém, ele simplesmente esteve à beira de ser expulso da TFP, e, num beco sem saída, resolveu pular fora por conta própria arrastando uns 80% dos integrantes, levando, na medida do possível, aquilo que tinha sido conquistado pelo esforço destes. Houve exagero de alguns sobretudo com a quantidade de processos judiciais, mas eu compreendo isso, pois eu estava lá nessa época e cheguei a passar fome até resolverem essa confusão.
      Com relação a não ter frequentado seminário, não acha que 40 anos ao lado de Dr Plinio não terão sido mais eficazes que muitos centros de formação? Quantos simpósios, retiros e cursos de formação ele, João, organizou e conduziu por conta própria durante anos – só a preparação para esses eventos provavelmente já deram uma formação doutrinária muito melhor do que a que existiu, pelo menos, no clero médio dos primeiros mil e quinhentos anos da Igreja. Recordo-me de muitas reuniões em que ele lia Pe Garrigou-Lagrange, Pe. Tanquerey, Dom Chautard, S. Tomás, etc…Por volta de 2002, ele iniciou um curso sobre o Catecismo, expandindo todos os tópicos com leituras teológicas, deixando livre as mais diversas e imprevisíveis perguntas dos participantes, o que deixou o curso verdadeiramente gigantesco. A verdade é que, se o indivíduo sabe a doutrina e vive celibatário por no mínimo oito anos, já cumpriu os requisitos para ser padre, e o resto é protocolo a critério da Igreja.
      No que diz respeito a ele ser ‘discípulo do Fedeli’, isso não faz o menor sentido…Fedeli o aproximou de Dr Plinio, e não da Igreja, pois ele frequentava missas normalmente desde antes.
      Respeito sua opinião, mas também fui membro da TFP e dos Arautos durante anos, e acredito que as coisas precisam ficar claras.

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  45. Miguel, é isto mesmo. Dizer que Dr. Plinio foi fundador dos arautos, isto é mais do que pura invenção.. é falsidade. É mais do que evidente para o publico em geral que eles abandonaram toda a epopeia de Dr. Plinio, seu pensamento, seus ideais. Aliaram a seus inimigos.

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  46. Miguel, somente uma observaçao. O Zucchi foi da TFP sim. Tem fotos dele em campanha portando o simbolo da mesma.

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  47. Caro Sr. Antonio A.
    Ao ler escritos de Plínio Correa de Oliveira, e ver reuniões em vídeos, verifiquei que ele usou um notável método de apostolado muito focado nas maravilhas da Cristandade, viés pouco usado aos neófitos, salvo engano, nas fileiras católicas. Essa vertente deveria ser estuda e aplicada por outros grupos. Por este prisma posso afirmar que o Doutor Plínio era o fundador de uma vertente de apostolado, e como tal, não vejo erro apontá-lo como fundador. Portanto, não vejo equívoco em considerá-lo fundador, ainda mais se aqueles que o seguem, ou “família de almas” como o Senhor designa, assim o considera. É um direito, inclusive tê-lo como “abba”. Entretanto, é sabido que o Doutor Plínio pautou sua teologia da história nas revelações de Fátima a qual ficou célebre pela promessa do triunfo do Imaculado Coração de Maria, o que resultou no seu entendimento que uma era eminentemente católica viria, que surgiria uma nova Idade Média, e que ele, Plínio Correa de Oliveira, seria o fundador dessa nova era, aquele profeta que faria a humanidade ultrapassar os umbrais desta nova era, como um novo Moisés que levaria o povo cristão à terra prometida. Frente a esse posicionamento é que apontei que ele se pôs como transformador, como artificie dos novos tempos, como o escolhido para restaurar a Cristandade. Com efeito, tal não sucedeu, e quem me aponta é a própria Providência, até em razão do falecimento dele. Se os Arautos do Evangelho pretendem rezar e se prepararem para novos tempos não tenho o que questionar. Mas os novos tempos, se previstos pela Providência, não se darão por Plínio Correa de Oliveira. Por isso, e em consideração das boas almas envolvidas no grupo que fundou, e nos grupos dissidentes, creio melhor considerar o pensador católico justamente como combativo, conservador e tradicionalista, mas não portador da missão de fundar uma nova era. Se ela vier, virá por uma ação milagrosa de Deus, e por intercessão de Nossa Senhora, porque a crise é tão grave que nenhum homem, mesmo o mais virtuoso, é capaz de transformar o que o mal nos legou. E sequer vejo essa eventual transformação em um rápido processo, porque se o parto da Cristandade foi tão longo, mesmo na proximidade histórica do seu fundador, que é Cristo, o que dirá uma nova época católica com a atual distância histórica em relação ao Profeta dos profetas. Devemos dar a cada qual a sua devida medida, inclusive àqueles que se esforçaram em manter os ensinamentos tradicionais do Magistério, não somente como solução nos dias que viviam, mas com o nobre objetivo que os ensinamentos não se perdessem no futuro, missão de si considerável. O resto é especulação, que não contida pode resultar em fábulas. De qualquer forma agradeço seu civilizado esclarecimento.

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    1. Prezado Watchman,
      Tens razão quando diz que estamos numa crise tão grande que uma ‘nova era’ somente será possível por uma ação milagrosa de Deus, e por intercessão de Nossa Senhora. Realmente, nenhum homem, por mais santo que seja, consegue consertar esse estrago.
      Com relação a Dr Plinio, ele tinha convicção que seria uma intervenção divina que irá mudar tudo. Ele sempre foi contrário ao pensamento de que os próprios méritos seriam capaz de algo – sempre repetia que, sem o auxílio da graça, não conseguimos sequer rezar uma Ave-Maria com devoção.
      Quanto ao papel de Fátima, temos que ter em mente que os segredos só foram revelados por volta de 1941, ocasião em que ele já havia formulado boa parte do seu pensamento a respeito da decadência da Cristandade, dos castigos que viriam, e do triunfo da Igreja. A mensagem de Fátima deu uma certeza maior àquilo que ele já imaginara antes, pelo estudo de uma teologia da História (basta ler os artigos do jornal ‘Legionário’, da década de 1930).
      Sobre ele ser alguém ‘providencial’, que terá papel de inaugurar uma era, pode-se talvez fazer uma correlação com alguns homens cruciais, como São Bento e Carlos Magno, que são considerados patriarcas da Europa Cristã, embora na época deles ninguém pudesse imaginar que teriam esse papel de sementes.
      Caso essa correlação seja presunçosa para alguns, podemos ainda considerar pelo prisma natural da ‘capacidade de resistência e adaptação’ – eu particularmente conheci essa obra por dentro, e sei que, se mantiverem como eram, terão ‘gás’ para continuar vivos e crescendo por muitas gerações, mesmo sob ataques permanentes. Infelizmente não posso dizer da maioria das outras ordens e congregações religiosas, que, sem sofrer oposição, e muitas vezes dispondo de grandes patrimônios, tendem a definhar a cada dia, sem vocações e sem fervor (isso para não falar do clero secular…). Claro que há honrosas exceções, mas a regra geral é de um triste definhamento. Assim, de um ponto de vista meramente natural, uma árvore que cresce enquanto outras murcham será provavelmente a que um dia dará um pouco de sombra e sustento espiritual para quem necessitar.
      E aí a ‘semente’ poderá ser reconhecida, com menos polêmicas.
      Isso é o que eu penso

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  48. O fato é que nem Dr Plínio nem o senhor Fedêli jamais apoiaram a Missa Nova, embora a tivessem por válida.

    Certo outro, por seu turno, “virou a casaca” – como se costuma dizer. E é de se presumir que ele e seus seguidores não exponham aos jovens da sua fanfarra o por quê se deve resistir ao rito montiniesco. Ora, isso tem nome: chama-se high treason (against the Church). “alta traição” . E isso não fica barato. Batina frisada, barrete violáceo e parque temático medieval não garantem, obviamente, o Reino dos Céus.

    Oremos pelos que pecam publicamente contra a fé.

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  49. Senhor Antonio A, Ser um semeador neste deserto já é uma grande missão. Por isso, louvo os semeadores que preservam a Tradição, e que possibilitam o brotar de novos tempos, segundo tempo e modo pretendidos pela Providência.Não precisamos de cigarras a declarar suas incomensuráveis qualidades encastelados em redutos fabulescos, mas de verdadeiros semeadores. Agradeço uma vez mais seus esclarecimentos.

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