Eles estão no meio de nós.

Por Eles estão no meio de nós – A Igreja no Brasil é permeada de conflitos políticos desde o seu tenro desenvolvimento. A relação entre Igreja e Estado sempre foi campo minado de tensões. Elementos históricos, e dentre eles o florescimento político-partidário  progressista no país, produziram um solo fértil para que documentos, inclusive da Santa Sé, fossem lidos, reinterpretados e apropriados com intencionalidades distintas das quais foram inicialmente promulgados. A Ação Católica adotada por Pio XI e seu posterior encaminhamento adotado no Brasil revelam um exemplo – e por que não – um sinal de contradição?

A criação e o desenvolvimento de ações ideológicas no seio da Igreja brasileira demonstram que o país estava disponível a aceitar e conviver com o caos decorrente destas infiltrações. A presença da Teologia da Libertação no Brasil, após 1968, embora não seja a detentora exclusiva dos malefícios no catolicismo nacional, é uma das grandes responsáveis por nossos males, pois investiu em camadas de base, “formação” em escala de intelectuais e difusão ideológica.

Considerando o entendimento da Doutrina Católica, e nela a fé como um de seus pilares, subentende-se os sacramentos como sinais visíveis da graça de Deus. E que pureza há n’alma da Igreja, que embora materialmente seja mantida por mãos humanas, é sobretudo sustentada pela graça e pelo Espírito Santo. Deveria ser ela, portanto, cheia de manchas e pecado? Quando o Papa Paulo VI anunciou que “a fumaça de satanás entrou na Igreja”, com isto advertia que os sacramentos e a vida do povo de Deus estavam sob ameaça.

É nos sacramentos que resplandece a face misericordiosa do próprio Deus. Encontrar, no entanto, em seu lugar um deus histórico, homem comum e não o Homem Deus, tira o próprio Cristo da centralidade da vida da Igreja.

A Teologia da Libertação dessacraliza a disposição à santidade da Igreja. Os sacramentos são tidos, para essa teologia, como meros sinais de partilha e inclusão, e não da graça; não são sinais de transubstanciação, de Presença Real nem de penitência, mas de libertação social, emancipação e sincretismo de crenças que ignora a Tradição, o Magistério e as Escrituras, instituídos desde os séculos sob a luz de concílios, papas e doutores da Igreja em benefício da salvação eterna de todos os homens.

A aproximação do ideal marxista à doutrina da Igreja causa a ilusão de um falso céu na terra, ao contrário do que realmente nos ensina a vida de Cristo, uma vida de abnegação e desprendimento, que afirmou que a vida eterna é a plenitude da alma justa na presença do Deus amoroso; o mesmo Deus que nos chama a viver a santidade nesta vida terrena, que jamais poderá se comparar ao paraíso celeste por Ele prometido.

Os bastidores políticos que fomentam tal reinvenção para o catolicismo, principalmente na América Latina, são incompatíveis com a verdadeira Doutrina da Igreja em toda e qualquer instância. A compreensão e difusão dessas incompatibilidades deve ser acessível e didática. É crucial não somente se manifestar contra ideias, mas contra pessoas reais, no mundo real. Amparados por fatos, documentos, fontes, devemos nos posicionar frente à figuras que mantém uma espécie de honra pública e que, há muito tempo, estão no meio de nós.

Instituído pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, o ano do laicato, no presente 2018, inspira os leigos a protagonizar momentos edificantes na vida da comunidade eclesiástica no aprofundamento da fé, por meio de posicionamentos firmes e ativos. Impulsionados por esta ocasião, e já há muito feridos com os estigmas dessa incompatibilidade que permeia fé católica, esta produção justifica-se em uma dupla função: (1) outdoor, que denuncia irregularidades graves na Igreja; e (2) dossiê, que reúne extenso amparo documental e testimonial que implicam e inspiram a agir sabiamente na reversão desse triste quadro.

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Um filme de Bernardo Küster e Viviane Princival.aju

12 comentários sobre “Eles estão no meio de nós.

    1. Catolicismo não se impôs fechando os olhos para a fome, pobreza material, peste, miséria, injustiças e argumentos bem elaborados ainda que por ateus.

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  1. “ Eles estão no meio de nós” e são lobos, em alcatéias, constituem “ a fumaça “ que já nos advertia Paulo VI, difundem objetivos maçônicos, reabilitam Lutero e todos os heresiarcas protestantes, adotam teses e bandeiras marxistas, e martelam incessantemente visando desfigurar, denegrir, destruir a Doutrina e a Igreja de Cristo.
    Iniciativa oportuna que deve merecer todo o nosso apoio e estímulo espiritual e material.

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  2. Não curti este trailer. Eu gosto do trabalho deste rapaz mas este trailer ficou super esquisito.
    Enfim, tenho expectativa alta quanto ao filme ainda.

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  3. Acho muito boa a iniciativa de produzir esse filme. Porém, acho o tema ‘erros da TL’ já um pouco batido. Eu que já sou meio veterano vi esse movimento ser refutado doutrinariamente por alguns clérigos, e principalmente pelo pessoal do Plinio Correa de Oliveira já nos anos 70. Anos depois João Paulo II e o então cardeal Ratzinger vieram oficialmente condenar essa corrente de pensamento. Leonardo Boff pode ratificar com propriedade, e de forma insuspeita, todo esse histórico que estou dizendo.

    O que resta atualmente da TL é um cadáver que insiste em sobreviver nas PJs e em algumas dioceses encardidas. Lula preso e detestado pela maioria, PT com popularidade zero, CNBB sem prestígio nenhum, isso a meu ver é meio que ‘bater em cachorro morto’.

    A favor de um filme pesa que essa geração atual desconhece tudo que aconteceu no passado do país, e tem preguiça de ler. Então seria bom para que eles conhecessem, inclusive seria de justiça mencionar os personagens que lutaram contra a TL quando ela ainda era reluzente.

    Como sugestão, um tema que acho mais urgente e atual é o da verdade líquida e relativismo moral – esse sim é o grande mal do momento, que está destruindo a Igreja e a sociedade, e pior, sendo implantado desde Roma.

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    1. A TL só pegou no Brasil porque a inteligência média da população declinou demais. É um povo com dificuldade em acessar a realidade, tem preguiça mental e compensou a queda do intelecto com um voluntarismo exacerbado.
      O problema não é a Teologia da Libertação é o modernismo, a burrice e a falta de virtudes. Os alunos do Olavo só não atacam o modernismo porque são como o mestre.

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  4. A ideia é excelente e providencial. Mas o ego do Sr. Bernardo cresceu tanto que fez com que o bom intento se tornasse uma massagem ao orgulho do autor.
    O teaser ficou feio, mal feito, sem lógica, um hino ao sensacionalismo, sem dizer que o protagonista é um péssimo autor além de desejar ser uma cópia de Olavo de Carvalho. Qual o sentido de se colocar o sacramento da confissão no centro do vídeo? O autor não é católico o suficiente para saber que no sacramento se deve dizer os próprios pecados e não os pecados alheios?
    O Sr. Bernardo fez um ótimo trabalho quando denunciou diversos erros na sociedade eclesiástica e civil. Mas agora está errando na mão. Deus ajude que ele perceba a tortuosidade do caminho tomado e consiga corrigir a tempo.

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  5. O Vaticano II adiante teria facilitado o crescimento do comunismo, assim como sua disseminação a mais pois aquilo que não é combatido, ainda mais essa doutrina intrinsecamente maligna, que tem origens exatamente no material-ateísmo, portanto inimicíssima e desafeta da Igreja católica e, se não fosse duramente combatido, tenderia a expandir-se e tendo evitado nele sua condenação formal, teria facilitado suas ações.
    O proprio papa Paulo VI, após findado esse Concilio, teria lamentado que talvez aquilo que dele esperava não desejara; ele teria se julgado negligente e lamentou bastante os resultados, chegando ao que acima relatou que “a fumaça de satanás entrou na Igreja”, com isto admoestava que os sacramentos e a vida do povo de Deus estavam sob ameaças”, pois a presença e o participação do comunistas da ex URSS disfarçados de prelados ortodoxos eram diversos.
    Observe-se que o comunismo se expandiu sobremodo foi exatamente em meio ao cisma ortodoxo, de um cristianismo vinculado ao Estado, nada interessante, com dioceses inter independentes e com varias seitas oriundas de um cisma; imaginemos quanto relativismo entre si campeia e foi terreno propicio para vicejar o comunismo. O proprio patriarca dela é ex agente da KGB, Cirilo I.
    Note-se-se também que as seitas protestantes estão dela infiltradas, pois mais de 500 pastores das mais renomadas seitas apoiaram Lula e sucia, adaptam-se facilmente ao Estado – alguns ou muitos das seitas ainda lhe agradeceram de os dízimos ter aumentado com o Bolsa familia!… Ao contrario da Igreja católica tradicional, sempre arredia “Pedro e os apóstolos replicaram: Importa obedecer antes a Deus do que aos homens” At 5,29.
    No presente, a Igreja está infiltrada de muitos comunistas sacerdotes, caso da TL, com seus comunistas sacerdotes disfarçados de católicos, mas apregoando um pseudo catolicismo, fraternalista, imanente e muito simpático às esquerdas e vice versa, idem simpática ao Estado, assim como a direção da CNBB, que colaborou com a decisiva entrada no poder do bestial Lula (e Ortega, esse na Nicaragua via TL-PCs), os quais pertencem ambos um regime genocida, cristianófobo e intolerante com os discordantes, verdadeiras falanges satânicas a serviço da ONU-Illuminati-NOM, visando apenas poder, dinheiro e escravização dos povos, tanto no material-ateísmo quanto projetando-os na miseria financeira para mantê-los sempre cativos.

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  6. Como dizem, se consegue pegar mais abelhas com mel do que com fel. Desta forma, após diversas tentativas diretas os inimigos da Igreja, portanto inimigos do próprio Deus, procuram jogar mel para atrair os filhos da luz. Desde o antigo testamento, Deus Nosso Senhor já alertava ao seu povo que não se misturasse com os filhos dos homens, os filhos das trevas, os filhos de Caim. Infelizmente esses não deram ouvidos, juntaram-se, formaram famílias, povos, etc. Quando Cristo estava sobre a terra, visível em carne humana, alertou sobre o trigo e a cizânia, infelizmente inverteram o significado dessa parábola, e pregam como se fosse normal a convivência entre cristão e não cristãos. Cada vez mais caminha-se a apostasia com a mistura das coisas de Deus como as dos homens. Quando vemos torto e a direita a “solidariedade” de membros da igreja Católica com os não católicos, é de se assustar. A tremenda covardia que faz os membros da Igreja confirmando os maus em seus erros: os judeus na esperança da vinda do Messias; os protestantes na sua obstinação em manter-se fora da Igreja Católica; o fortalecimento da Maçonaria, do Comunismo, do ateísmo, da liberdade religiosa com toda suas mazelas; é realmente perturbador. Portanto não nos escandalizamos com as violências cometidas contra membros da Igreja, que mais parece pela conjuntura política desses, do que que pela Fé. A Santíssima Virgem, cujo centenário comemorado em 2017, fora ofuscado, já havia dado o remédio: a Consagração da Rússia ao Meu Imaculado Coração. Nenhum dos papas desde Pio XII fez o que ela solicitou. Tal Consagração poderia ter sido feita no CVII, como relatou Mons. Lefebvere e também D. Castro Mayer, o Papa não o fez. No tempo da saudosa União Sacerdotal São João Batista Maria Vianney era comum nas paroquias consagrações, movimentos para propagar esse pedido da Santíssima Virgem, assim com pela FSSPX, mas era pouco ainda diante do que a Providência Divina pedia. Hoje, colhemos os frutos dessa desobediência a vontade de Deus.

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  7. O católico pobre (mais especificamente as pessoas mais velhas):

    Ele sabe que roubar é errado. Ele não deseja passar a mão nos bens dos ricos.

    Ele tem consciência de que trabalha. E trabalho que lhe proporciona cansaço.

    Mesmo na velhice, ele deseja que sua vida neste mundo também melhore materialmente. E ele entende que este desejo não é nenhum pecado, portanto é lícito.

    Por aí a gente vê que é plenamente de acordo com o Direito Natural o desejo de uma vida material melhor e mais equilibrada.

    Só que neste caso, sem o amparo do Estado, ele sabe que não vai conseguir o melhoramento material.

    E o Estado não faz mágica! Para melhorar a vida material dos pobres, o Estado tem que fazer reformas econômicas.

    E aí certas pessoas críticas do marxismo não compreendem que sem estas reformas econômicas não tem como o Estado melhorar a vida material dos pobres.

    Não só de pão vive o homem, mas também de pão vive o homem.

    É lícito melhorar a vida material dos pobres. É lícito que o Estado faça isto. E a Igreja verdadeira não vai impedir que o Estado faça isto.

    Obviamente, você não melhora a vida material dos pobres aumentando o seu salário mínimo e aumentando ao mesmo tempo os salários e privilégios dos mais ricos, o preço dos bens necessários à subsistência, e isenção fiscal para aumento da lucratividade dos capitalistas.

    Outro ponto, a demarcação da terra é procedimento artificial humano. Não é de Direito Natural a demarcação perpétua que impede os pobres de terem acesso aos recursos da terra.

    Uma vez constituído, o Estado tem o Poder sobre as pessoas e os bens sob sua autoridade. E o posicionamento contrário conduz ao anarquismo – matéria pacífica até mesmo entre os juristas anti-marxistas.

    Não é pecado o pobre (como o velho) desejar melhorar sua vida material! Tanto é que, quando tal melhora lhe é oferecida, ele aceita, desde que ninguém vá até o ouvido dele dizer que ele está cometendo um PECADO.

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  8. O que mais me espanta é a cara de pau de dizer que a Igreja descobriu o pobre com a maldita TL. A Igreja sempre cuidou dos pobres: além da “memória coletiva” (que nenhum gnomo ouça esta expressão e pense que se trata de uma consciência cósmica gnóstica panteísta… ), há provas documentais e materiais de que a Igreja SEMPRE cuidou dos pobres;

    Mas curiosamente a Igreja deixou de cuidar desde o dia em que certos franciscanos passaram a rebolar na avenida com bonés MST e disseram que isso de ajudar os pobres é paternalismo (hoje, elas falariam de “maternalismo” só pra endossar a “teologia do gênero”) e que a Igreja deveria, antes de mais nada, promover a revolução e mudar as “superestruturas”.

    Mas, como as “superestruturas” não mudaram mesmo, os pobres ficaram mais abandonados que nunca. Vejam que trapalhada infernal esta a da rebolação libertadora… Pois, quando o pobre tem fome, o que ele quer mesmo é um prato de comida e não discurseira das doidivanas boca mole prometendo a “construção do reino que também é nosso”.

    O reino do diabo e da besta fera, não o dos céus o qual não pode ser construído, mas apenas arrebatado..

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  9. Tem gente aqui que ainda acredita que é função do Estado cuidar dos mais pobres. E é assim que a Igreja vai perdendo cada vez mais o seu espaço para o Estado.

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