Francisco, o papa do lobby gay.

Por FratresInUnum.com, 27 de agosto de 2018

“Quem sou eu para julgar?” — A frase, a este ponto antológica, é uma daquelas “pérolas” saídas da boca do papa argentino numa de suas espontâneas entrevistas aéreas. Um papa gay friendly, essa foi a conclusão a que chegou imediatamente a opinião pública.

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Cartaz da Parada Gay de Maringá, PR, utiliza imagem do Papa Francisco.

Ornando bandeiras e outdoors de marchas gays por todo o mundo, a foto de um papa e sua frase nunca foram tão solenemente citadas entre os depredadores da cristandade, os mesmos que cometem blasfêmias e sacrilégios com símbolos cristãos, atirando-os na latrina de suas orgias.

 

Ninguém imaginava, porém, que a frase fosse, de fato, programática. “Quem sou eu para julgar”? A omissão não era apenas relativamente a Mons. Ricca, conhecidamente homossexual, nem apenas em relação à Austrália e ao Chile – não esqueçamos que ele defendeu Barros, dizendo que não tinha provas contra ele e acusando as vítimas de caluniadores. Em sua carta testemunho, Mons. Viganò traz à tona toda a mentira da “tolerância zero” de Francisco: ele encobriu o caso McCarrick, protegeu acobertadores como Wuerl e o está atualmente fazendo com Maradiaga. Todos cúmplices, todos amigos.

“Quem sou eu para julgar”? De fato, ele se omitiu até quando pôde, quer dizer, até o ponto em que a mídia não o permitiu mais sem manchar a sua imagem… Ele não julgou, mas a justiça americana, sim. A América, e não o Vaticano, fez justiça às vítimas.

Ontem, na viagem de retorno de Dublin, os jornalistas não pouparam Francisco:

O ex-núncio Viganò sustenta que lhe falou sobre os abusos cometidos pelo cardeal McCarrick. É verdade?

Eu li esta manhã aquele comunicado de Viganò. Digo sinceramente isto: lede-o vós atentamente e fazei-vos o vosso juízo pessoal. Eu não direi uma única palavra sobre isso. Creio que o documento fala por si mesmo. Tendes a capacidade jornalística suficiente de extrair as conclusões, com a vossa maturidade profissional.

Imaginem se esta resposta fosse dada por Bento XVI… Ninguém perdoaria Ratzinger por dar uma evasiva tão descarada. É vergonhoso!

Um Papa que fala de todos os assuntos possíveis com a maior desinibição, dá inúmeras entrevistas a Scalfari, nunca esclarecidas, sobre as mais inimagináveis temáticas na boca de um Papa, agora se cala! Manda os jornalistas julgarem por si mesmos e, depois, só depois, ele se pronunciará! Transparência e tolerância zero, bem, só para os inimigos. “É sobre a viagem?”, interrompe, constrangido, Bergoglio a jornalista que mal consegue esboçar a pergunta.

Algumas pessoas se lamentam de que a lama venha para fora. Acham que comentá-lo é “expor” a Igreja. Mas não há outro modo. Para que seja curada, a ferida tem de ser exposta. São décadas de ocultação complacente, décadas de corrupção dissimulada. Aliás, foi esse pensamento de que “rouba suja se lava em casa” o argumento utilizado justamente pelos acobertadores, para encobrir a sua malícia e a de seus comparsas. Quando a casa é dominada por marginais, não há outro recurso senão gritar, e bem alto!

Mas, tudo isso não se produziu por geração espontânea. Ao contrário, foi fruto de uma engenharia, pois “além das questões referentes à grave imoralidade sexual, o ambiente do seminário apresenta um grande número de outros impedimentos ao seminaristas ortodoxo. O mais óbvio e talvez o mais insidioso deles é a heterodoxia – aberta ou sutil dissidência dos ensinamentos oficiais da Igreja. Diversos professores são avessos à transmissão daquilo que a Igreja ensina e alguns nem mesmo se dão ao trabalho de esconder seu desdém do catolicismo. (…) Ainda assim, as ideias que vêm sendo ensinadas nos seminários de hoje em dia vão muito além da esfera desses próprios erros ‘padrão’ da doutrina modernista. Agressivas teorias feministas, amiúde promovidas por irmãs religiosas devotas da teologia da libertação e de várias encarnações da psicologia junguiana, deixam claro que alguns docentes encarregados da formação dos futuros padres não apoiam o sacerdócio católico tal como a Igreja o define”. Este testemunho de Michael S. Rose, em seu conhecido livro Good bye, good men (“Adeus, homens de Deus”, Ecclesiae: Campinas, 2015, pp. 105-106) se torna ainda mais dramático quando passa a exemplificar as aulas de moral sexual dadas nos seminários, em que a postura dos autores dos livros usados nestes cursos “era contrária a que a sexualidade humana seja prioritariamente concebida para a reprodução” e, portanto, apresentavam “exercícios de masturbação”; sobre a homossexualidade, apresentavam “informação detalhada e ilustrações de sexo” e discutiam “a opção de ter uma relação aberta com um parceiro sexual principal e diversos outros parceiros auxiliares”, assegurando aos seminaristas que “era importante que eles se sentissem confortáveis quanto às suas orientações sexuais, ‘quaisquer que elas fossem’” (pp. 119-121).

Em outras palavras, o problema não é o enlouquecimento espontâneo de alguns clérigos, mas a estrutura de uma formação depravada que se espalhou por toda a Igreja desde que autores heterodoxos em teologia moral destruíram a consciência dos seminaristas, e continuam destruindo.

Não bastasse isso, o sistemático desmonte da devoção e da espiritualidade fez com que a piedade litúrgica fosse “usada como outra razão para a discriminação dos seminaristas ortodoxos” (p. 135) e, sendo a liturgia pública e a devoção, privada e pública, algumas das mais óbvias expressões de fé católica nos seminários, a perversão ou o impedimento de devoções legítimas e próprias é umas das principais causas de abandono do seminário pelos seminaristas ortodoxos” (p. 146).

Sem formação ética nem espiritualidade, com muita imoralidade e perversão sexual, será imprevisível que os seminários produzissem esses cúmulos de delinquência e criminalidade?

No Brasil, tivemos um caso bastante similar, cujos bastidores foram revelados por um infiltrado de uma sociedade secreta na Igreja Católica muito conhecido nas décadas de 70 e 80 chamado Neymar de Barros. Os seus dois livretes, A verdade sobre Neymar de Barros, volumes I e II (Editora Exodus, São Paulo: 1987), contam como ele forjou sua conversão para recolher dados do clero afim de que a sociedade secreta que lhe contratara difundisse a homossexualidade entre os padres. Ele chega mesmo a apresentar uma pesquisa que realizaram acerca da porcentagem de homossexuais no clero brasileiro por volta do ano de 1978 (vol. II, p. 70).

Contudo, a carta que Francisco escreveu ao povo americano, semana passada, apresentava como núcleo do problema o clericalismo, não o homossexualismo. Acontece, porém, que ele mesmo foi vítima de suas palavras: agora, após ter ele mesmo condenado McCarrick, a quem protegera nos anos anteriores, mostra o quanto o seu clericalismo foi justamente a ferramenta mais poderosa para a difusão exponencial do homossexualismo.

No entanto, esta reprodução não foi apenas prática. Ao contrário, só foi possível graças a um respaldo teórico, vale dizer, teológico.

É este relativismo moral, personificado por Francisco em seu trágico simulacro de magistério, que viabilizou esta desgraça cujas consequências amargas se fazem sentir nos Estados Unidos e no mundo inteiro. Não se trata apenas de um erro pontual, de um vacilo do primeiro papa latino-americano. É todo um modelo de Igreja, toda uma imensa e prevalente corrente teológica surgida na primeira parte do século XX que produziu este fenômeno.

Não, não bastam as desculpas de Francisco, nem mesmo a sua renúncia, nem mesmo a penitência alegada por Viganò em sua carta. É a Igreja que precisa renunciar Francisco e tudo aquilo que ele personifica. Como dizia o bispo de Madison, estamos cansados, estamos fartos, estamos exaustos dessa canonização teológica do pecado. Que a Igreja se levante, que os bispos se levantem (a exemplo do bispo de Tyler, Texas, EUA)!

De fato, o lobby gay internacional entendeu imediatamente o significado daquela infeliz expressão na boca do pontífice e soube extrair dela todo o seu alcance. Enquanto a Igreja americana gritava de dor pelos escândalos homossexuais, no mesmíssimo final de semana, o confrade jesuíta de Bergoglio, Pe. James Martin, fazia uma apologia às duplas gays no encontro mundial das famílias, em Dublin.

Não se trata de uma omissão, mas da promoção descarada do pecado! Não é possível mais esconder que, alegando furtar-se ao julgamento, na verdade, ele deixa aberto o caminho para o delito, eximindo-se de qualquer responsabilidade. Agora, a casa caiu, a máscara caiu! Francisco já não consegue mais dissimular o seu flagrante favorecimento à causa gay, da qual se fez padrinho. Já não lhe é mais possível esconder-se nem mesmo por trás de uma pergunta retórica, de uma resposta ambígua, de uma insinuação enigmática, de um “quem sou eu para julgar?”…

17 comentários sobre “Francisco, o papa do lobby gay.

  1. É espantoso o silêncio e a falta de resposta do Santo Padre!
    Se ele diz que a carta fala por si, então significa que todo seu conteúdo é verdadeiro e que ele deve, portanto, abdicar o trono de São Pedro para o bem da Igreja.
    Mas, isso não irá acontecer, a não ser que o cinto aperte cada vez mais.
    Francisco deve estar atordoado, que golpe foi a carta de Dom Viganò.

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    1. Eu acho que o Bergoglio, assim como os esquerdistas do Brasil e do Mundo, estão muito seguros da ignorância da maioria das pessoas e como a máquina midiática irá trabalhar para defendê-los e atacar as pessoas que estão lutando contra tudo que vemos de ruim hoje no Mundo.

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  2. “Tendes a capacidade jornalística suficiente de extrair as conclusões, com a vossa maturidade profissional.” Ele conta com a “repercussão” do acontecido na imprensa internacional politicamente correta. Hoje a notícia é sobre a recomendação do psiquiatra.

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  3. Qualquer autoridade e máxime a do Sumo Pontificado tem obrigação em consciência diante de Deus de se defender publicamente contra calúnias em assuntos que causem escândalo às almas pelas quais Jesus morreu na cruz. E assim, se o papa Francisco pode se defender, e não o faz, erra gravemente diante de Deus e diante dos homens. Caso não possa refutar as acusações que lhe são feitas, deve, no mínimo, ter a ombridade de reconhecer os seus erros e renunciar para não continuar prejudicando as almas. Se não faz nem uma coisa nem outra e nem dá ouvido aos pedidos de renúncia que lhe são feitos por bispos e cardeais, ficará até a morte à frente da Igreja. Mas, como ela é divina, um dia, no futuro ele será anatematizado por um Papa segundo o Coração de Jesus.
    Mas se vier um papa igual a ele (um Maradiaga p. ex.) e canonizá-lo? Rezemos para que a Esposa Mística de Nosso Senhor Jesus Cristo saia desta sexta-feira de sua Paixão e ressuscite no esplendor da sua Verdade! Amém!

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  4. Não devemos como leigos pedir a renuncia do Papa, pois a Igreja não é uma democracia e nós católicos não devemos ser como protestantes rebeldes. Mas podemos pedir a Deus em oração para que o Papa Francisco renuncie e que Nosso Senhor intervenha neste pontificado humanamente insustentável. Para que aberto um novo conclave possa surgir a esperança de uma Primavera Católica.

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  5. Esperava-se que o Papa respondesse mais ao menos assim: “Para o bem das almas pelas quais Jesus morreu na Cruz, juro perante Deus, tocando os Santos Evangelhos com minha mão direita, que todas as acusações feitas contra mim pelo Arcebispo Viganò não são verdadeiras. Nem pretendo defender a minha pessoa, mas sim as almas cuja salvação Jesus Cristo confiou-me”. Mas deixou à critério das interpretações da mídia.
    É mister que Francisco lembre-se que não será julgado pela mídia, por Nosso Senhor Jesus Cristo.

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  6. Lamentavelmente, o papa Francisco estaria agindo como Lula: “nada sabia, nada viu e nem estava lá na hora”, chegando o momento que vulgarmente se concebe essa situação embaraçosa e sem escapatoria: “a casa caiu”!!
    Nem haveria mais, como constando em seu Twitter, uma bastante e extensa serie de trechinhos de temas evangelizadores, como nos sinalizasse para daqui em diante, mesmo assim, teremos de examinar-lhes os conteúdos, pois nem todos poderiam conduzir ao porto seguro de amar ao Senhor Deus e, como recompensa, podermos ser salvos!
    “Fazei e obedecei, portanto, a tudo quanto eles vos disserem. Contudo, não façais o que eles fazem, porquanto não praticam o que ensinam. Eles atam fardos pesados e os colocam sobre os ombros dos homens. No entanto, eles próprios não se dispõem a levantar um só dedo para movê-los”. Mt 23 3,4.
    Porém, uma imensa serie de erros e controversias em que teria recorrentemente incidido o para Francisco, poderia nos levar fatalmente a: “Quanto mais se multiplicaram, mais pecaram contra mim, transformaram em infâmia o que era a sua glória. Eles se nutrem do pecado de meu povo, e são ávidos de suas iniqüidades. O sacerdote será tratado como o povo. Castigá-lo-ei pelo seu comportamento. Tratá-lo-ei segundo as suas obras”. Os 4 7-9.
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  7. Deus seja louvado! É agora! Que esperança, de que o Senhor nos tire esse castigo, nos tire a podridão que gangrena a Santa Igreja! Que renúncia urgente, atrasada!!

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  8. “Afasta-te de mim, Satanás! Tu me serves de pedra de tropeço, porque não pensas as coisas de Deus, mas as dos homens!”

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  9. Em 1984, para o jornal “Folha de São Paulo”, o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira escreveu luminoso artigo com o título “Inquebrantabilidade vence astúcia”. Explicou ele como já antes de João XXIII começou um amolecimento da Santa Sé em relação ao comunismo. Esse amolecimento católico chegou a ponto de, naquele ano, a própria Radio Vaticana fazer propaganda comunista. E, da Santa Sé, só veio o silêncio como explicação daquela aberração.
    Dr. Plinio terminava assim seu artigo: ” Entristecido, mas incondicionalmente fiel, mais do que nunca crerei na Santa Igreja Católica Apostólica e Romana. Mais do que nunca a amarei. O mesmo que eu farão tantos e tantos outros católicos esparsos pelo mundo. Ajude-nos Nossa Senhora a levar ao auge da intensidade esta fé e este amor, precisamente nessa hora tão triste. Estou certo de que a inquebrantável fidelidade dos que assim agirem constituirá contra-ofensiva mais forte, mais gloriosa, aos olhos de Deus, do que Lhe é ultrajante a vitória momentânea e blasfema com que [o secretário do PCI] acenou para o mundo. A inquebrantabilidade na fé e no amor de Deus vencerá assim as astúcias do ódio revolucionário”.
    Creio que a aplicação é facil. A situação atual é terrivelmente mais grave. Nossa Senhora espera de nós a inquebrantabilidade na fé, no amor, na vigilância, no combate.

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