Por Roberto de Mattei, Corrispondenza Romana, 26 de setembro de 2018 | Tradução: Hélio Dias Viana – FratresInUnum.com: A impressionante rapidez com que os eventos se sucedem na Igreja leva a pensar que isto é devido não apenas a uma dinâmica de aceleração histórica, mas a uma escolha deliberada dos agentes do caos para aumentar a desorientação e paralisar as forças daqueles que tentam resistir à maré que avança.
Em 22 de setembro, a Santa Sé e a República Popular da China, em um comunicado conjunto, anunciaram a assinatura de um acordo “provisório” sobre a modalidade de nomeação dos bispos católicos chineses. No entanto, o texto do acordo não foi publicado e seu conteúdo é ignorado.
O bispo emérito de Hong Kong, cardeal Joseph Zen, enviou à agência AsiaNews a declaração seguinte:
“O comunicado há muito aguardado da Santa Sé é uma obra-prima da criatividade em não dizer nada com muitas palavras. Ele diz que o acordo é provisório, sem dizer a duração de sua validade; diz que fornece avaliações periódicas, sem dizer quando será o primeiro prazo. Afinal de contas, qualquer acordo pode ser considerado temporário, porque uma das duas partes pode sempre ter o direito de solicitar uma alteração ou inclusive a anulação do mesmo. Mas o importante é que, se ninguém pedir para mudar ou cancelar o acordo, este, embora temporário, é um acordo em vigor. A palavra ‘provisório’ não diz nada.
“‘O acordo trata da nomeação dos bispos’. Isto já foi dito muitas vezes pela Santa Sé, durante muito tempo. Então, qual é o resultado do longo esforço? Qual é a resposta para nossa longa espera? Não se diz nada! É secreto! Toda a declaração remonta a estas palavras: ‘Houve a assinatura de um acordo entre a Santa Sé e a República Popular da China sobre a nomeação dos Bispos’. Todo o resto são palavras sem sentido. Então, que mensagem a Santa Sé pretende enviar aos fiéis na China com esta declaração? ‘Confie em nós, aceite o que decidimos’ (?) E o que o governo dirá aos católicos na China? ‘Obedeça-nos, a Santa Sé já concorda conosco’ (?) Aceite e obedeça sem saber o que deve ser aceito, o que você deve obedecer?’.”
A substância do acordo deve ser esta: os candidatos ao episcopado são escolhidos pela igreja oficial chinesa, que é controlada pela Associação Patriótica, emanação direta do Partido Comunista. Os escritórios chineses proporão à Santa Sé um candidato aceitável pelo Partido Comunista.
Mas o que acontecerá se o Papa não concordar? O padre Bernardo Cervellera comenta sobre essa hipótese no AsiaNews de 24 de setembro. “Até agora se falava de um poder de veto temporário do pontífice: o Papa é quem tinha de dar as razões de sua recusa no prazo de três meses, mas se o governo julgasse as motivações papais inconsistentes, continuaria com a nomeação e ordenação de seu candidato. Não tendo o texto do acordo, não sabemos se esta cláusula foi mantida, se de fato o Papa terá a palavra final sobre as nomeações e ordenações, ou se, pelo contrário, se reconhece sua autoridade apenas formalmente.”
Se o veto fosse temporário e a última palavra pertencesse ao governo chinês, se cairia num grave erro condenado pela Igreja. Pio VII, por exemplo, rescindiu a Concordata de Fontainebleau, assinada com Napoleão em 25 de janeiro de 1813, porque ela previa que se dentro de seis meses não chegasse a ratificação pontifícia, o candidato do Império francês seria confirmado bispo de ofício.
Mas, ainda que no acordo com a China o veto fosse permanente, o papel do Papa se reduziria ao de um simples notário. Ele se limitaria a ratificar a nomeação e, se quiser evitar um confronto com as autoridades políticas com quem freneticamente procurou o acordo, o “veto” será a exceção, não a regra. De qualquer forma, estamos diante de uma repetição da Ostpolitik de Paulo VI, a qual tanto dano causou aos católicos nos países do Leste Europeu.
Infelizmente existe uma estreita coerência entre o funesto acordo com a China e a recém-promulgada Constituição Apostólica Episcopalis communio, sobre a estrutura do Sínodo dos Bispos, assinada pelo Papa Francisco em 15 de setembro e tornada pública três dias depois. Com este documento – explica Stefania Falasca no Avvenire de 18 de setembro –, “agora se torna normativamente estável a prática da sinodalidade como forma do caminho da Igreja e com ela o princípio que regula as fases deste processo: a escuta. Povo de Deus, Colégio Episcopal, Bispo de Roma: ouvindo os outros e todos ouvindo o Espírito Santo”.
Como se encerra esse processo de escuta carismática? Os artigos 17 e 18 da Constituição Apostólica o explicam. As conclusões da Assembleia sinodal são reunidas em um Documento Final, o qual, após ser aprovado por uma comissão especial, “é oferecido ao Romano Pontífice, que decide sobre a sua publicação. Se expressamente aprovado pelo Romano Pontífice, o documento final participa do Magistério ordinário do Sucessor de Pedro (artigo 18, § 2). Mesmo que o Romano Pontífice tenha outorgado poder deliberativo à Assembleia do Sínodo, de acordo com o can. 343 do Código de Direito Canônico, o Documento Final participa do Magistério ordinário do Sucessor de Pedro, uma vez ratificado e promulgado por ele. Neste caso, o Documento Final é publicado com a assinatura do Romano Pontífice juntamente com a dos Membros (Artigo 18, § 3)”.
Em cada caso, o documento sinodal “participa do Magistério ordinário do Sucessor de Pedro”. É confirmado o alcance magisterial de documentos como Amoris laetitia, ou as conclusões dos próximos sínodos sobre os jovens e a Amazônia. Mas qual é o papel de Pedro na elaboração dos documentos do Sínodo? Como no caso da nomeação dos bispos chineses, é o papel de um simples notário, cuja assinatura é necessária para dar validade ao ato, sem que ele seja o autor do seu conteúdo.
A Igreja está prestes a se tornar uma República, nem sequer presidencial, mas apenas parlamentar, em que o chefe de Estado tem um mero papel de garantia da vida política e de representante da unidade nacional, renunciando à missão de monarca absoluto e de legislador supremo do Romano Pontífice. Para realizar esse projeto “democrático”, o Sucessor de Pedro usa paradoxalmente poderes ditatoriais que nada têm a ver com a tradição de governo da Igreja.
Durante uma conferência de imprensa para apresentar o documento papal, o cardeal Lorenzo Baldisseri, secretário-geral do Sínodo dos Bispos, afirmou “que a Constituição Apostólica Episcopalis communio do Papa Francisco marca uma verdadeira ‘refundação’ do organismo sinodal”, e que “em uma Igreja sinodal, até mesmo o exercício do primado petrino poderá receber mais luz. O Papa não está sozinho acima da Igreja, mas dentro dela como Batizado entre os Batizados, e dentro do Colégio dos Bispos como Bispo entre os Bispos, chamado ao mesmo tempo – como Sucessor do Apóstolo Pedro – a guiar a Igreja de Roma que preside no amor todas as igrejas” (Vaticano Insider, 18 de setembro de 2018).
Os teólogos fiéis ao ensino tradicional podem avaliar a gravidade dessas declarações que pretendem “refundar” e “reformar” o múnus petrino. Nunca como agora o Primado Romano foi tão negado e desfigurado, especialmente numa época em que uma onda de lama parece submergir a Esposa de Cristo.
Quem ama verdadeiramente o Papado teria o dever de denunciar esse desfiguramento nos telhados. Mas parece que a conspiração do silêncio não diz respeito apenas ao Papa Francisco. Mesmo os bispos e os cardeais que guiam a Igreja, confrontados com os escândalos e os erros que hoje a atingem, parecem repetir: “Não direi uma só palavra sobre isto”. (Traduzido por Hélio Dias Viana)
Mutatis mutandis, trata-se de um acordo semelhante ao Ribbentrop-Molotov de 1939, com uma cláusula secreta para o controle da Polônia.
Das duas, uma. Ou o papa age de má fé, o que seria gravíssimo ou é demasiado ingênuo para acreditar na “boa fé” comunista.
De um modo ou de outro, fica claro que o objetivo é enganar os fiéis chineses e conduzi-los como bois de presépio, ao governo comunista da China.
A partir de agora, a Igreja e o trono de Pedro passam a estar sob a ação de Cristo, o único capaz de retornar tudo ao que era antes.
Ele, certamente, irá intervir.
Rezamos e aguardamos.
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Concordo amigo Félix…Confiemos em nosso Mestre Poderoso e Soberano…com certeza intervirá e creio, humildemente, breve…para Gloria e Honra ao Seu Santo Nome, Eterno DEUS TRINO e UNO!
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A Quem iremos nós, Senhor?!
Eu digo que, se não tivéssemos a Promessa de Jesus Cristo de que, “nem as portas do Inferno prevalecerão contra Ela, (a Igreja), já teria mudado de religião ou perdido, irremediavelmente a Fé. Sei que muita gente pensa assim, outros perderam, de todo a Fé, mesmo!
Dobremos os joelhos em Oração e, quem puder faça Jejum e Reparação.
Por falar, em Oração, queridos irmãos do Brasil, por aqui, continuamos a acompanhar a Novena de Terços, pelo Povo brasileiro, junto com o Sr. Padre Paulo Ricardo. Que Deus vos Abençoe. Amen!
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Nos resta muito pouco a fazer meus irmãos. Resta-nos rezar constantemente para que muitos resistam na fé o que anda está por vir. Fica muito claro que Francisco não veio à passeio, veio para desfigurar aquilo que ele achava desfigurado, manchado, sujo e podre dentro da Igreja. Quer mudar o imutável, fazer obras mirabolantes e terríveis, ato de quem ama a Igreja? Não ações de quem a odeia,mas disfarça muito bem o sentimento. Cabe a cada um de nós nos mantermos fiéis a Sagrada Tradição, as nossas orações, jejuns e abstinências para que o estrago não seja tão grande. Se nosso Senhor está permitindo tais coisas, não o sabemos! Resta aos que ficarem, porque muitos cairão ao ver a Igreja tão vulnerável e outros resistiram de forma heroica em Jesus Cristo. Que sejamos nós e muitos outros a resistir a grande tribulação!
Ps: Ao papa, resta rezar por sua alma.
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Não está a se cumprir o Terceiro Segredo de Fátima?
O que assistimos é o abatimento do papado, a sua desfiguração, a sua democratização… enfim, a sua destruição!
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A Igreja em Si mesma está imune a todo processo de esfacelamento e caída na onda do relativismo, apenas determinados ou muitos membros, embora essa que poderíamos classificar de banda-pobre da Igreja que a emporcalha está com os dias contados para ser extirpada por se misturar às escorias da humanidade revolucionaristas e, por não prestar, deverá oportunamente ser excluída com todas as honras que merece!
É bom motar que os dirigentes comunistas, além de com ninguém dialogarem ou respeitarem acordos quaisquer, como todas as esquerdas associadas aos globalistas – mantém-nos apenas enquanto convierem à ideologia – ou tentam modificá-los de acordo com as conveniencias de momento, querendo sempre obterem vantagens, levando às últimas consequencias seus interesses partidarios; equivale a negociar com o diabo e confiar no que propõe!
Eis aí algo feito às sombras, como no esquema maçônico – os comunistas são-lhe tributarios – cultos operados às ocultas e à penumbra; seus feitos não são públicos, portanto operam obscuramente para que jamais ninguém saiba dos estratagemas visando corromperem e fazerem de todos fantoches, meros espectadores, tendo sempre a mente fixa para o mal e, algo que se conformaria ao “corromper para dividir e depois dominar” – nada mais que isso!
Que diferença já estaria aparentando a nova igreja marginal senão agindo como no relativismo “ortodoxo” da Igreja Cismática da Russia, com as dioceses independentes entre si e varias seitas? Praticamente o relativismo protestante sob outras aparencias e o patriarca Cirilo I um simplorio figurante teatral – reina, mas não governa , o “unus inter pares” – nada mais!
O Cardeal Joseph Zen tem toda razão de denunciar o modus operandi desses chantagistas do malfadado PC chinês do ditador Xi JinPing e cupinchas – está otimamente informado de como agem os governos despóticos martelo e foice – e conclamar para se pronunciarem com ele em mais esse esquema “sub secreto pontificio”, a cada dia nos apresentando com reincidencias de caso-Chile que, exposto à luz, explodiu, revelando o que jamais poderia ser conhecido e muito menos publicado para seus autores não passarem vexame – hoje em dia “cairem nas redes”!
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Francisco VETARÁ os bispos do PCC(Chinês) por demasiadamente tradicionais… vislumbro atritos por isto(n é ironia, aguardem!). Prefiros bispos nomeados pelo PCC do q por Francisco. A 1a questão será aplicar o CV2 à “igreja” patriótica, o q n ocorreu por esta estar em Cisma durante o período do CV2, será a prostituição da “igreja” patriótica, como aconteceu no Leste Europeu após a Queda do Muro de Berlim!
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“Mesmo os bispos e os cardeais que guiam a Igreja, confrontados com os escândalos e os erros que hoje a atingem, parecem repetir: “Não direi uma só palavra sobre isto”. …
Isso é terrível, escandaloso, clamoroso e maldoso…
Sem sair do Brasil, onde estão os Bispos CATÓLICOS, que sabemos que temos dentro da tal cnb do b ?
Como conseguem estar em paz com suas consciência, vendo o PATRIMÔNIO da FÉ DIVINA E CATÓLICA ser vilipendiado e estuprado por “teólogos” da corte Bergoliana, um bando de bajuladores desse Papa infeliz que vem jogando a Igreja na lama com seus atos heréticos e cismáticos?
“A partir de agora, a Igreja e o trono de Pedro passam a estar sob a ação de Cristo, o único capaz de retornar tudo ao que era antes.
Ele, certamente, irá intervir.
Rezamos e aguardamos.”
Como aguardamos isso ansiosamente…Não desejamos a morte para Bergóglio, apenas que ele colte para onde nunca devia ter saído, sua querida Buenos Aires, promovendo “missas” com tangos, “missas” com bonequinhos, se ajoelhando diante de pastorecos mais que heréticos, e tantas outras coisas que ele gosta…
” sempre mantive a grave responsabilidade moral de obedecer antes a Deus do que aos homens. Por isto, eu me recusei a renunciar por iniciativa própria desejando testemunhar até o fim a verdade e a liberdade espiritual que um pastor deve ter. Tarefa que espero continuar em minha nova situação na Igreja”.
Que essas palavras de D. Rogelio sirvam para nós e para os Bispos CATÓLICOS… A GRAVE RESPONSABILIDADE MORAL DE OBEDECER ANTES A DEUS DOS QUE AOS HOMENS…
Bergóglio, de infeliz e triste memória passará…
NOSSO SENHOR, ÚNICO E VERDADEIRO DIANTE DO QUAL COMPARECEREMOS UM DIA JAMAIS PASSARÁ…
Rainha de Fátima, rogai por nós!
São Miguel Arcanjo, desbaratai as artimanhas do pai da mentira…
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Como a Santa Madre Igreja é divina, podemos ter a certeza absoluta que, um dia virá um Papa ( mesmo não sendo um outro Pio X, será suficiente que seja um outro Pio XII), que indubitavelmente lançará o anátema contra o papa Francisco, e isto com mais razões do que o fez o Papa Leão II em relação ao papa Honório I.
Antes do Concílio Vaticano II, nenhum bom católico poderia sequer suspeitar que um dia subiria ao Trono Pontifício um Papa que trabalhasse em prol do comunismo. Esperávamos sim, ao contrário, que viria um Papa que levasse em conta as aparições e mensagens de Nossa Senhora em Fátima e, que fizesse a Consagração do mundo e da Russia ao Imaculado Coração de Maria. Mas, já no Concílio Vat. II, isto foi descartado pelo fato de já haver um compromisso prévio de neste concílio não se falar nada contra o Comunismo.
Assim o auge do esquerdismo na Igreja chegou agora com Francisco, mas teve início no Concílio Vaticano II.
Mas Deus escolhe os fracos para confundir os fortes, os leigos para confundir eclesiásticos. Se não temos uma outra Catarina de Sena, temos muitos leigos que estão lutando contra a esquerda, contra o Comunismo. Avulta entres estes defensores da Santa Igreja o célebre historiador Roberto de Mattei, sem esquecer evidentemente muitos e muitos outros.
Rezemos mais e façamos mais penitência!
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