De ‘Mater et Magistra’ a aluna dos mestres LGBT. Esta é a Igreja para o padre Martin.

Por Annarosa Rossetto, 10 de novembro de 2018 | Tradução: FratresInUnum.comProvavelmente me tornei “obcecada” com o padre James Martin. Eu acompanho seus tweets todos os dias e também leio seus artigos (um tanto repetitivos, eu diria) ou assisto alguns de seus vídeos. Me tornei “obcecada” porque desde quando o Cardeal Farrell (Presidente do Pontifício Conselho para Família, Leigos e Vida) escreveu a introdução ao seu livro ( “Uma ponte a ser construída”), depois dele já ter sido nomeado Consultor para a Comunicação da Santa Sé e ter sido o único convidado para falar sobre Homossexualidade e Igreja no Congresso Mundial das Famílias, comecei a perceber um número crescente de atividades intra-eclesiais nem tanto para acolher melhor aquelas pessoas com atração pelo mesmo sexo, ou incentivar atividades de sensibilização para o povo de Deus sobre o que vem a ser “esta inclinação, objetivamente desordenada, que constitui para a maioria deles uma prova”, mas sim para promover a ideologia LGBT. E hoje eu quero levar um pouco dessa preocupação também a vocês.

E exatamente porque o sigo de perto, tropecei em seu último vídeo, e quero relatar algumas de suas “pérolas” em seu discurso num encontro de “Formação em Justiça” da Família Inaciana, onde ele repetiu pela enésima vez sua abordagem ao tema em questão. Como eu já disse, ele é muito repetitivo e repete coisas que aqueles que já o seguem por algum tempo sabem de cor. Obviamente, qualquer coisa de novo sempre há e como sempre, é uma péssima novidade.

Antes de tudo, já pelo seu vídeo se pode apreciar o quão dedicado ele é. Somos obrigados a reconhecer que ele é um grande comunicador: tom de voz bem impostado, presença de palco, cativante mimetismo, pausas dramáticas, piadinhas para desarmar quando ele obteve o pathos necessário e conseguiu cativar a piedade do público, piscadelas para o público emocionalmente envolvido. Seguramente a Santa Sé escolheu um verdadeiro especialista em comunicação. Obviamente, que a escolha de uma pessoa com uma posição ideológica tão clara, por sua vez,  sempre “comunica” algo para aqueles que têm ouvidos para entender.

O nosso padre jesuíta, apesar de que há vários anos não se ocupa praticamente de outra coisa, inicia repetindo várias vezes que ele não é um especialista sobre o assunto do qual ele fala todo santo dia: “Eu ainda estou aprendendo como muitos de nós, mas eu sou um defensor e, espero, um amigo da comunidade LGBT, especialmente da comunidade de católicos LGBT”. E em uma só frase ele já diz que a Igreja é ignorante e os ” LGBT ” é que são os mestres. Uma de suas características é a repetição contínua deste sigla: como sabemos, um dos segredos da publicidade (ou fazer  “publicidade”) é a repetição da mensagem fundamental a ser transmitida para que entre na cabeça de quem se quer conquistar.

Em sua ânsia de demonstrar o estado de inferioridade moral e cultural da Igreja, ele nos diz que participar do “Simpósio Inaciano de estudantes LGBT” foi “uma experiência maravilhosa“, onde ele foi capaz de “estar com 300 jovens LGBT e aprender com eles realmente muito. E ver como eles estão à minha frente. Quando eu dizia algo como “Deus ama você!” [Ênfase] eles respondiam, ‘Sim, nós sabemos ‘[encolhida de ombros] … Mas há dez ou vinte anos atrás, esta não seria a resposta”.

Depois acrescentou: “Estou ciente de que muitos de vocês poderiam ter aceito plenamente sua sexualidade e identidade de gênero e a de seus amigos ou familiares“. Aqui começa o seu reforço do conceito típico da cultura gay “Born This Way“: ou seja, “gay ou transexual se nasce como se nasce loiro ou canhoto. É um destino marcado, para ser aceito como uma caixa fechada.

Ele então prossegue explicando “as três primeiras coisas básicas que, para ser um bom cristão, ou pelo menos uma boa pessoa, ou melhor, uma pessoa certa“, precisamos saber e fazer:

Em primeiro lugar, infelizmente explica ele e com razão, que “as coisas estão mudando” e nos conta que ele “palestrou recentemente em uma escola jesuíta em NY onde há uma “Aliança do espectro Gay-Hetero” [outro conceito típico da ideologia de gênero e derivado da famosa “escala Kinsey”,  da qual grande parte do mundo jesuíta agora parece retirar com as duas mãos] e um rapaz gay me perguntou com um pouco de frustração porque as coisas não se movem mais rápido”.

A essa altura, aparentemente satisfeito, padre Martin respondeu: “Basta ver o que aconteceu nesses últimos cinco anos – desde que o papa Francisco foi eleito. Em primeiro lugar, os comentários do Papa Francisco sobre as pessoas LGBT, como ‘Quem sou eu para julgar’. Suas cinco palavras mais famosas foram em resposta à perguntas sobre homossexuais, certo? Ele é o primeiro papa a usar a palavra ‘gay’ em uma frase, você sabe. Ele tem amigos gays. Ele falou sobre querer que os homossexuais se sintam bem-vindos na Igreja. Isso é realmente uma grande coisa. Ele também nomeou bispos e arcebispos e cardeais simpáticos à causa gay, como o cardeal Tobin “, o arcebispo de Newark que, por exemplo, realizou uma ‘missa de boas-vindas’ para as pessoas LGBT na sua catedral. E ele triunfante exclamou “Portanto, esta é uma tendência!”

Ele reiterou, puxando o Papa para seu compromisso de trazer a agenda arco-íris para dentro da Igreja, que devemos observar “aquilo que o Papa Francisco diz e o que ele faz, ok? O que ele diz sobre as pessoas LGBT e o que ele faz em termos de quem ele nomeia “. E repetiu o conceito de não apenas se basear nas palavras do Papa, mas observar os fatos concretos que ele executa como, por exemplo, a nomeação de bispos e cardeais que de acordo com Martin (mas também de acordo com Mons. Viganò) são “gay-friendly“.

Ele então prosseguiu, ainda usando uma linguagem absolutamente ideológica que “Cada vez mais pessoas estão saindo do armário e expressando abertamente sua identidade de gênero. Quanto mais pessoas se declaram explicitamente, mais famílias são influenciadas. (…) E quanto mais famílias e paróquias e escolas são influenciadas, mais dioceses e bispos são influenciados. E no final o que acontece é que toda a Igreja é influenciada por isso “. E aqui se manifesta novamente o especialista em comunicações que sabe como a influencia da repetição de um conceito cresce cada vez mais, tornando “aceitável”, exatamente porque é repetido em círculos cada vez maiores. Uma espécie de contágio mental.

É uma tendência indetenível. Na medida em que mais e mais pessoas vão saindo do armário e manifestando abertamente sua identidade de gênero não há como se deter e essa tendência não terminará “. Repetir, repetir, repetir … explica. E a mensagem é obviamente também uma modalidade. “Na semana passada, por exemplo, no Sínodo da Juventude [sic] no Vaticano, houve um grande encontro de bispos e especialistas (…) para falar sobre os jovens. E lá as questões LGBT foram discutidas mais abertamente do que em qualquer outro Sínodo no passado, certo? Este é um grande passo adiante. Em seu documento final, os delegados do Sínodo falaram em acompanhamento das pessoas LGBT, ouvindo-os e reconhecendo o trabalho que muitas pessoas na Igreja fazem para servir esta comunidade “. E eis que Martin justamente declara sua grande vitória, mesmo sem auto citar-se: a sigla LGBT foi mencionada no Sínodo e este é um grande sucesso pessoal da sua parte, pelo menos indiretamente. Como sabemos, uma “mãozinha” anônima enfiou aquela sigla tão cara ao padre Martin, no Instrumentum Laboris e a própria polêmica sobre essa inclusão, deu espaço para retomar o assunto, repetindo-o, várias vezes. Infelizmente, recrimina Martin pouco depois: “o Sínodo não conseguiu usar o termo LGBT, preferindo se ater a ‘orientação sexual’, entre aspas, por causa da oposição dos que vieram especialmente de lugares onde os direitos LGBT não estão tão avançados como algumas dioceses nos Estados Unidos e em particular na África subsaariana e na Índia. No geral, no entanto, a Igreja fez progressos sobre essas questões … e está aprendendo, a Igreja está aprendendo. (…) Um estudante me disse que um padre jesuíta disse algo tão útil e que eu sempre uso: ‘Deus ama você e sua Igreja está aprendendo a amá-los “.

Vamos fazer uma pausa sobre esta última frase: “a sua Igreja está aprendendo a amá-lo“. Em poucas palavras, Martin consegue reforçar o preconceito da “comunidade LGBT” (sim, ela existe, mas é inimiga da Igreja, lembre-se) de que a Igreja, pelo menos até agora, não amava as pessoas homossexuais e reiterar o fato de que “agora“, finalmente, ela está” aprendendo “. A Igreja, evidentemente malvada, é destronada do papel de “mestra” e se torna “discípula” dos bons mestres LGBT.

Martin, em seguida, passa a falar sobre a “saída do armário” e explica como “Nas grandes cidades com bispos e pastores de mente aberta, bem como diretores de escolas e professores, pode ser fácil” e aqui recorda a sua grande paixão pela “experiência pastoral  chamada “Out in St.Paul”, ( Assumidos em São Paulo) na paróquia perto de onde eu vivo, onde há um grande programa de sensibilização para LGBT de NY”.  Os leitores deste blog sabem que, naquela paróquia, uma autêntica pastoral católica para as pessoas homossexuais em sintonia com o Magistério só pode ocorrer em segredo para não incomodar os ricos vizinhos do “bairro gay ” no qual a paróquia se encontra inserida, mas que tanto se agradam da “pastoral LGBT” constantemente patrocinada  por Martin.

Martin continua: “Em outros lugares, pode ser mais difícil se declarar ou se sentir confortável com quem você é. Mas em outros lugares a Igreja está começando a mudar. Uau! [Risos e todos riem] Eu acho que vocês só queriam ouvi-lo, hein … Não há uma forma ou uma hora certa para integrar fé e sexualidade…é muito pessoal e variado”. Até aqui, em uma única frase consegue dar com aparente inocência uma picaretada incrível na imagem e autoridade da Igreja Católica, para pregar as pessoas aos sentimentos desordenados de suas atrações e seus distúrbios de identidade sexual, e, finalmente, enfatizar o fato de que “integrar” a fé e a homossexualidade ( “praticada” obviamente, porque o ponto é este, como é inferido de muitas outras declarações do nosso jesuíta) é possível.

E então nós chegamos a uma grande obra-prima “se você é um católico gay, isso é uma coisa importante que jamais pode ser esquecida: você é parte da Igreja, ok? Você é batizado. Ponto final. [Aplausos – fazendo cara do quem diz algo incrível]. Então olhe, você é tão parte da Igreja quanto o papa Francisco, seu bispo ou seu padre ou eu. Ponto final. Sempre e para sempre. Você é batizado, você é católico. Ponto”. Será que alguém já foi capaz de questionar uma coisa dessas?  Será que alguém já foi capaz de pensar que um batizado, ainda que seja um gay ativo deixa de ser católico? Talvez muitos ainda acreditem que ele é um pecador, um pecador católico, não que ele não seja. E certamente em nenhum documento da Igreja se diz algo do tipo. Mas o padre Martin o faz suspeitar alimentando os preconceitos daqueles que são inimigos da Igreja.

Em seguida, baseando-se em estatísticas reais, mas usadas de modo instrumental diz: “… ainda pode ser um desafio sair do armário ou aceitar a sua própria identidade. (…) Nos EUA, lésbicas, bissexuais e gays são 5 vezes mais propensos a tentar o suicídio. E 40% dos jovens transgêneros tentam o suicídio “.

E então ele desfere o ataque habitual à Igreja: “Isso significa que é uma questão de vida ou morte. Um estudo mostra que quanto mais a família de uma pessoa é religiosa, maiores as chances daquela pessoa tentar cometer suicídio. (…) Fazem com que eles se sintam como sendo um erro. Eles sentem rejeição, julgamento e condenação da Igreja. Na verdade, estas poderiam ser as únicas coisas que eles esperam da Igreja”. Até aqui em uma única afirmação, ataca a Igreja como portadora de negatividade em relação às pessoas homossexuais e contra um vago conceito de “religiosidade “que atribui aos católicos (em oposição ao fundamentalismo Protestantes, como é mais provável nos EUA ou no Islã) sem qualquer referência precisa.

Padre Martin, em seguida, passa ao seu clássico elenco de “conselhos” ou “dicas”. No ponto 2, ele afirma: “Deus fez você assim. Deus criou você desse jeito. Alguns ainda pensam que as pessoas escolhem sua orientação sexual, apesar do testemunho de TODO sociólogo, biólogo, psiquiatra, psicólogo e acima de tudo, da experiência vivida e testemunhada por pessoas LGBT de que você não escolhe sua orientação ou sua identidade de gênero, assim como você não escolhe ser canhoto. Não é uma escolha, não é um vício, então não é um pecado ser LGBT. Nada no ensino católico diz isso apesar do que você possa ter ouvido de alguém. (…) E as pessoas não são transgênero porque está na moda “.

Também aqui uma bela confusão entre a verdade e ideologia: se é verdade que ninguém “escolhe” sua própria orientação sexual ou escolhe ter uma identidade sexual não correspondente à sua realidade biológica, não é verdade que “Deus o fez assim”. Se é verdade que nada nos ensinamentos católicos diz que ser homossexual é um pecado, tampouco diz que “Deus criou você desse jeito”. Essas são afirmações que seguem o lema homossexual do “Nascido assim“, “nascemos assim”. E também não é verdade que CADA profissional listado por ele concorda com essa teoria jamais comprovada.

Depois ele cita as palavras do papa no avião de Dublin sobre o diálogo necessário entre pais e filhos que dizem que são “gays”. Negligenciando a frase, “Se eles ainda são crianças se pode tentar a psiquiatria” … e citando ao invés “você é meu filho, você é minha filha do jeito que você é“.

No ponto 3, ele corretamente convida a não deixar-se tomar por sentimentos negativos e suicidas e convida a pedir ajuda. Pena que pra ele essa ajuda passa por diferentes “hotline LGBT” e cita GLAAD, a liga Anti-Difamação Gay, cujos advogados contribuem para a perseguição judicial, por exemplo, contra os confeiteiros que não querem fazer bolos para casamentos gays, ou que, a propósito da  reunião do Papa Francisco com Kim Davis, a funcionária presa por se recusar a transcrever um “casamento gay, declara:” é nada menos do que chocante que o Vaticano tenha preferido virar as costas para inúmeros membros e famílias incontáveis LGBT para apoiar alguém que causou tanta dor às famílias LGBT. Esta é uma mensagem clara de que o Vaticano não se importa com milhões de LGBT católicos, que desejam ser parte da Igreja que amam. Papa Francisco tem que responder ao clamor dos católicos LGBT e, finalmente, ouvir suas histórias de fé, família e aflição “.

No ponto 5 novamente, ele reitera que “a Igreja está aprendendo. Ainda aprendendo. O Sínodo disse que as escolas e universidades católicas estão se tornando cada vez mais acolhedoras para jovens LGBT. Mas as escolas ainda precisam aprender muito sobre ser transexual e sobre ‘gênero não binário’. A sua geração, você que está aqui, ajudará a Igreja a conhecer essas coisas. E você é chamado por Deus na Igreja com o batismo, não apenas para a sua salvação pessoal, mas também para ajudar a Igreja. Você tem esse chamado. Você pode ajudar a Igreja a aprender”. Aqui chegamos no chamado para nos revoltarmos contra os ensinamentos da Igreja, para o golpe doutrinal. São os “LGBT católicos” (ou seja, aquelas pessoas que não aceitam a doutrina da Igreja sobre a homossexualidade, mas que abraçam a ideologia gay do “casamento gay”, “paternidade gay” etc.) que são, em virtude de seu batismo, chamados a derrubar o Magistério. E nós bem sabemos das notícias que nos contam, em quantas cúrias existem prelados prontos para a dar uma mão forte.

No ponto 6, ele aborda o tema atual da crise do abuso sexual na Igreja. Segundo Martin, essa crise “é muito mais difícil para os gays na Igreja. (…) A maioria dos casos eram padres que atacavam homens jovens e meninos, mas não todos, e há, uma confusão FALSA, FALSA ou equação entre pedofilia e homossexualidade. Há muita acusação [aplausos] e infelizmente acontece que há tantas vítimas disso que são pessoas LGBT e que dizem; ‘Eu sou gay, vou acabar abusando de alguém? Não há ligação entre homossexualidade e pedofilia. Ponto”. Novamente, muito astuciosamente, Martin mistura verdade (nem todos os homossexuais, como tal, correm o risco “de se tornarem abusadores, é o que faltava!) e mentira: ninguém automaticamente faz ligação entre homossexualidade e pedofilia, mas existe, uma ligação entre homossexualidade e abuso na Igreja. Na verdade, falar de pedofilia é exatamente a maneira usada pelo jornalismo secular e clerical para não mencionar o problema homossexual na Igreja que é a grande maioria dos casos no que diz respeito a esse assunto vergonhoso.

Ele então passa ao ponto 7 para perguntar ao público: “O que acontece quando você está em conflito com alguma pessoa LGBT ou com o conceito em geral? Você poderia se perguntar o porquê. [sorrisinho] Às vezes, esse desconforto tem a ver com a sua própria sexualidade. Se você está irritado ou desconfortável, às vezes significa que você está lutando contra você mesmo. É natural. Ou mesmo se você está seguro de sua sexualidade, poderia estar preocupado que o fato de ser amigo de um LGBT possa fazer com que julguem que você  também é gay (…) ou poderia se tornar gay. Você deve ser honesto consigo mesmo: por que eu me sinto tão mal com essa pessoa? Existe alguma crença religiosa a ser desafiada “.  E eis que surge um clássico do pensamento-gay: se você tem dificuldade em aceitar a cultura LGBT, então provavelmente você mesmo é gay e sofre de homofobia interiorizada, e você se irrita com o próximo por não querer admitir uma verdade inconveniente. E também lança a habitual cacetada na doutrina: você tem que questionar algumas de suas crenças religiosas.

Ele então passa a falar de “dar o benefício da dúvida” antes de julgar e reitera “amá-los como Deus os criou e não julgar” e repete “as 5 palavras mais famosas do Papa Francisco: “quem sou eu para julgar“.

No ponto 8, ele acusa a Igreja de não ser capaz de acolher as diferenças. “As diferenças raciais, étnicas, geográficas, económicas, sociais … temos a tendência a fazer coisas por medo e ansiedade, mas as diferenças constroem a história da Igreja” e com exemplos das diferenças das pessoas a quem Jesus chamou para segui-lo, conclui que “Se pudéssemos aprender a acolher todas as diferenças, incluindo sexualidade e orientação sexual, eu acho que talvez, na verdade eu tenho certeza, que boa parte de nossa homofobia e transfobia,  para não mencionar o racismo e classismo, realmente desapareceriam. (…) então você tem que se perguntar como você trata as diferenças: abre seu coração ou você está fechado? Acolhe as diferenças como esta paróquia que tem uma fantástica pastoral LGBT, ou você resiste”?  E voltamos ao refrão habitual: ser homossexual é um caráter indelével e quem não entende é como os racistas. Ponto, como ele diria.

Na Seção 9 sugere que “Para os estudantes LGBT é necessário se criar um ambiente seguro, porque talvez eles nem saibam que o são… Os mártires não escolheram o martírio, mas foram mortos por estarem ao lado das pessoas marginalizadas e assim o martírio foi uma consequência . Então vocês também devem ser aliados de seus amigos LGBT contra a homofobia e a transfobia onde quer que isso aconteça. Devemos estar cientes de que as pessoas LGBT e especialmente as pessoas transgênero estão agora sob ameaça imediata da parte do nosso governo e de algumas partes de nossa Igreja. [Aplausos] Alguns, e eu lamento dizer, querem cancelar os católicos LGBT da Igreja como se eles não existissem”. A que ponto chegamos, aqui os” LGBT ” e seus “aliados ” são comparados aos mártires e a Igreja que não os aceita “assim como são” (com suas reivindicações de mudança doutrinária, que é o que significa …), é comparada ao malvadíssimo governo Trump  que quer restaurar a proibição dos trans (não operados) de usar os banheiros do sexo oposto. Quanto ao desejo de cancelar os “LGBT católicos” da Igreja … bem, isso só pode ser piada! Nós temos padres, monges, bispos, monsenhores e até mesmo um ex-cardeal, notavelmente homossexuais conhecidos, que não tiveram nenhum problema em fazer uma carreira eclesiástica brilhante e ele vem pintar um quadro de perseguição “às pessoas LGBT”! Às vezes, o que acontece é exatamente o oposto, como ensina a história do Padre Paul Kalchik que por várias vezes foi vítima de abuso por parte de homossexuais, e também um outro sacerdote, punido por seu bispo por suas idéias contrárias à “gaycização ” de sua paróquia.

Agora, chegamos à luta contra a doutrina: “Se você está lutando contra os ensinamentos da Igreja como pessoa LGBT, saiba que você não está sozinho. Muitas pessoas heterossexuais também lutam contra diferentes aspectos do ensino da Igreja e eu não estou falando apenas sobre a moralidade sexual, mas sobre todos os tipos de problemas: imigração, saúde, meio ambiente. E devemos lembrar que a consciência nos ajuda a fazer o bem nas decisões da vida. Quando se trata dos ensinamentos da Igreja, é importante recordar que não estamos falando apenas do Catecismo. O ensinamento da Igreja é o Evangelho. E a misericórdia e compaixão que é Jesus. O ensinamento da Igreja é fundamentalmente Jesus. Se você luta contra o ensinamento da Igreja cuidado para não negligenciar a pessoa que não só é o coração, mas que é o ensinamento da Igreja”. Outra boa confusão em que ele compara aqueles que querem que as práticas homossexuais sejam finalmente legalizadas com aqueles que não querem se adaptar a fazer uma análise diferenciada.  Uma confusão em que ele fala da centralidade de Jesus na vida de cada cristão e da consciência para dizer, em última análise, que basta fazer o bem a todos e depois fazer aquilo que você sente. Uma confusão onde obedecer ao Magistério oficial no campo moral é secundário a seguir as suas próprias idéias  se a consideramos “misericordiosa” como Jesus.

Para concluir, ele mais uma vez propõe seu clássico: a história do centurião que pede a cura para o seu servo (e que em outras conferências sugere ser um homossexual, como muitas vezes repete segundo a Vulgata LGBT) e, especialmente, sobre Zaqueu “a pessoa mais marginalizados em Jericó” , de pequena estatura “como pequena estatura têm as pessoas LGBT na Igreja“, “que não pode ver Jesus por causa da multidão … como as pessoas da igreja que se interpõem entre as pessoas LGBT e Jesus“, fazendo comparação com “LGBT católicos”, que estão às margens da Igreja e que Jesus quer encontrar apesar  “da multidão murmurante, inclusive os discípulos“. Ser cobrador de impostos nos dias de Jesus não era um crime. A razão pela qual os cobradores de impostos eram freqüentemente desprezados não era primariamente por causa do trabalho que faziam, mas porque eles freqüentemente extorquiam mais do que o necessário e ficavam ricos roubando, impondo pesados impostos. A arrecadação de impostos em si nunca foi considerada como algo pecaminoso, como demonstrado no capítulo 3 do Evangelho de Lucas. João Batista, que batizava alguns cobradores de impostos, simplesmente os recomendava não cobrar mais do que era devido. Querendo comparar os ” católicos LGBT ” com Zaqueu, portanto, não é sobre a sua “natureza”  que se tem que olhar (e que para Martin é imutável), mas o pecado que se leva a cometer: para Zaqueu, como cobrador de impostos, a extorsão fiscal injusta, e para pessoas homossexuais, os atos não ordenados a uma sexualidade como criada por Deus.

Ele então acrescenta com uma última piadinha: “O encontro com Jesus causa conversão (e eu não quero dizer ‘terapia de conversão’)“. E sobre essa parte deixarei cair um véu silencioso e lamentável.

7 comentários sobre “De ‘Mater et Magistra’ a aluna dos mestres LGBT. Esta é a Igreja para o padre Martin.

  1. Deus agora ama pecadores eternos? Mudou a coisa?
    Um “deus” que ama pecadores eternos eu só conheço um: o demônio.

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  2. Só uma pergunta : Os Jesuítas pararam de fazer os Exercícios Espirituais que, Santo Ignácio de Loyola ,pedia que os companheiros fizessem todo ano ??? A ” Fé ” nunca esteve TÃO Ameaçada e TÃO FRACA nas Ordens Religiosas quanto nos dias de hoje.

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  3. “Se é verdade que nada nos ensinamentos católicos diz que ser homossexual é um pecado, tampouco diz que “Deus criou você desse jeito”.”

    Essa mulher tá muito confusa… como eu disse, ela aderiu à linguagem dos sodomitas e das bruxas feministas, então ñ vai conseguir ser consistente.

    Essa afirmação dela acima admite a tese central desses nossos inimigos, ou seja, a tese de que alguém realmente “seja homossexual”, como se isso fizesse parte de sua personalidade, psicologia ou sexualidade.

    Obviamente, isso é uma grande estupidez; o fato de alguém ter tendências pra um certo tipo de pecado ñ torna essa tendência constitutiva de sua personalidade, pelo contrário, ela deve ser combatida com ainda mais força, e sempre que for encorajada ou atenuada, essa tendência vai ficar cada vez mais forte a ponto de tornar-se incontrolável.

    O sodomita não é designado assim porque praticar a sodomia seja uma manifestação de sua sexualidade, isso jamais foi compreendido assim; e de fato, nesse ato horrendo ñ tem nada de sexual, mas é outra coisa, é um abuso que se impõe ao próprio corpo e ao corpo alheio… Equiparar isso ainda que remotamente ao ato sexual natural e querido por Deus que é a relação conjugal entre homem e mulher já é, literalmente, satanismo. É igualar o bem ao mal.

    Ñ existe isso, pois, de uma pessoa “ser homossexual”, no máximo pode-se falar de certas tendências que vão contra a natureza humana… via de regra, esses pecados estão associados à vaidade, luxúria e orgulho: a “parada gay” é uma prova disso… Os depravados que participam dessa infâmia não “são homossexuais”, mas antes de tudo depravados, possessos, ímpios… Aí ñ tem nada de sexualidade, mas muito de pecado, sujeira e satanismo.

    Uma aberração dessas só podia ter surgido em nosso tempo de total afastamento de Deus; logo, conclui-se que esses pecados contra a natureza florescem onde Deus é mais injuriado e ignorado. A questão aqui de modo algum é natural ou biológica, mas fundamentalmente teológica, espiritual: essa gente é guiada por satanás, é escrava de satanás e nem se dá conta… tanto que consideram sua mais legítima “liberdade” a prática dessa imundície.

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  4. “Quanto ao desejo de cancelar os “LGBT católicos” da Igreja … bem, isso só pode ser piada! Nós temos padres, monges, bispos, monsenhores e até mesmo um ex-cardeal, notavelmente homossexuais conhecidos, que não tiveram nenhum problema em fazer uma carreira eclesiástica brilhante e ele vem pintar um quadro de perseguição “às pessoas LGBT”!”

    Ñ acredito que li isso… enfim, essa é a oposição à tal “ideologia lgbt”?

    Pelo amor de Deus, que coisa asquerosa foi essa que eu li? essa mulher tá confusa demais, já caiu no conto dos sodomitas e nem percebeu!!

    Enfim, ela já aceitou como ‘ponto pacífico’ que a Igreja ñ pode perseguir os sodomitas que estão dentro dela, corrompendo seu próprio corpo… aliás, o simples fato de chamar alguém de homossexual é uma prova de que a pessoa já foi ludibriada e cedeu à ideologia satânica lgbt…

    O fato de um bando de depravados sodomitas terem feito “brilhantes carreiras eclesiásticas” (sic) ñ é pra comemorar, mas pra lamentar profundamente… isso ñ depõe a favor da igreja conciliar, mas contra…

    Os resultados dessa “tolerância conciliar”? bem, os casos de pedofilia estão aí, o modernismo está aí para todos verem, triunfante… ou será coincidência que todos esses sacerdotes sodomitas sejam também todos eles modernistas e odeiem a moral e doutrina católica tradicional?

    Enfim, esses maçons depravados que entram na Igreja justamente pra corrompê-la devem mesmo ser perseguidos, escorraçados e punidos exemplarmente: tolerar o mal é condenar o bem… o que estamos vendo hoje em dia é a maior prova disso.

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  5. Sim, verdade, na igreja que o papa Francisco estaria fundando ou já adiantadamente fundamentada, seria a do modelo liberal, mais pastoral que com verdades definidas, e preferindo a prática, nem tanto apegada à letra como Igreja tradicional dogmática e exigente, aquela atendente à clientela de todos os modos e tendencias religiosas, bem aproximada ao “todas as religiões são boas, depende v acreditar”!
    Assim, jóias raras como o relativista Pe James Martin e mais similares de seu naipe – ocupando altos postos hierárquicos em sua denominação são imprescindíveis – evidentemente não são encontraveis em todos os lugares, pérolas mesmos, ainda mais quando detêm alto poder de comunicação e sabem se posicionar em público, “construindo pontes” e com sua insolente verborragia encantando para delirio de imensas multidões alienadas à fé cristã católica e já cooptadas pelo mundanismo…
    Ele até me faz recordar de alguém que por muitos anos soube levar a cabo sua novela, conhecida como PT, e possuiu excelente comunicador e sedizente amigo dos pobres e desvalidos, o Lula – embora fosse um simples pobrista e cênico de palco de teatro – até então foi imbatível àquela época como ator, o qual em tantas tramas se envolveu que mereceu até ser apenado, embora o Pe James Martin, como ele, atolou-se nos pecados e dos mais graves, sendo um devasso e perversor!
    Dessa forma, Pe James Martin e mais infiltrados na Igreja assim não agiriam se não fosse com o beneplácito do papa Francisco, o qual ele mesmo o acusa de se interessar pela causa e versão libertina LGBT a criterio das “consciencias”, portanto, como está sendo acusado em geral, seria o mentor dessa pavorosa trama anti católica, compreensiva depois de se manifestar e aprovar em particular os conteúdos alienantes do cap VIII da A laetitia, como o “Ninguém pode ser condenado para sempre, porque esta não é a lógica do Evangelho” e doutros protestantismos a mais!
    Recentemente, tivemos uma situação inusitada nos EUA, pela incompreensível atitude do Vaticano impactando muitos católicos americanos, a dos abusos sexuais por parte de maus elementos infiltrados no clero numa escalada muito violenta, escandalosa e preocupante, necessitando de uma intervenção urgente da hierarquia da Igreja que se posicionaria reticente; assim, essa não intervenção e/ou protela estaria sendo o alvo de acusação direta nem tanto o Vaticano em mais, porém, o papa Francisco!
    Dessa forma, dados seus procedimentos de tentar acobertar certos diabólicos e patifes como Pe James Martin e mais varios escandalosos na Igreja, atribuiria-se ao papa Francisco ser o mentor de acuamento, naquele típico comportamento de esquerdistas: fala uma e age doutra maneira inversa!
    Noutro front, o papa Francisco está sendo duramente acusado pelo cardeal Zen Zekiun de Hong Kong de fazer um acordo muito prejudicial à Igreja com o totalitarista e despótico governo comunista chinês; essa atitude de parte dele prejudicará seriamente os verdadeiros católicos chineses pela adoção da versão da fé católica falsificada, a fraternal-socialista, idealizada à base da ideologia marxista e sabemos que acordo com comunistas ou com o diabo, tanto faz!

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