Por FratresInUnum.com, 4 de dezembro de 2018 – Não parece estranho que, de repente, o Papa Francisco dispare contra os padres e seminaristas gays? A declaração foi feita no livro entrevista que o pontífice concedeu ao padre espanhol Fernando Prado, “O poder da vocação”, em que aborda os desafios de ser padre e religioso nos dias atuais.

Quinta-feira Santa de 2015: Papa Francisco lava pés de transexual.
Segundo Francisco, homens com tendências homossexuais não deveriam ser admitidos ao sacerdócio e os padres que praticam a homossexualidade deveriam abandonar o sacerdócio e a vida consagrada, pois não há espaço para a homossexualidade na vida de sacerdotes e religiosos.
A afirmação é a mais enfática do papa argentino a respeito e não deixa de causar impressão, sobretudo diante do respaldo que ele mesmo dá a clérigos que defendem abertamente a homossexualidade, como o jesuíta Padre Martin, que, apesar de inúmeros protestos e pedidos de cancelamento por parte de Católicos, fez uma conferência a respeito no Encontro Mundial das Famílias na Irlanda, ou o Mons. Vicenzo Paglia, presidente da Pontifícia Academia para a Vida, que encomendou para a sua catedral blasfemos afrescos homoeróticos, nos quais ele mesmo aparece representando.
Quando perguntado sobre o escandaloso caso de homossexualidade de Mons. Ricca, Francisco não hesitou em dar aquela famosa e chocante resposta: “Se uma pessoa é gay e procura o Senhor e tem boa vontade, quem sou eu para a julgar?”. Não é estranha essa mudança repentina?
Não, não é estranha. E isso nós explicamos num editorial publicado há algumas semanas: “A dialética de Francisco”.
Em plena crise americana, Francisco aproveita a onde de protestos contra o clero homossexual para emplacar a onda de ataque ao celibato sacerdotal e favorecer o lobby pela ordenação dos homens casados, enquanto alivia a onda de críticas contra ele. Notem que, ontem mesmo, a presidência da CNBB esteve em reunião privada com Bergoglio, tendo como um dos temas de pauta o Sínodo da Amazônia, em que querem implantar a ordenação dos viri probati.
Seu stop a homossexuais no clero é tão verídico quanto são suas declarações de que o problema da crise de abusos sexuais é culpa do clericalismo, enquanto bons católicos apontam, justamente, a disseminação do homossexualismo como causa principal do problema. Sua tolerância zero para com criminosos sexuais não dura até um veto escandaloso de Roma à iniciativa da Assembleia dos Bispos Americanos, encerrada há poucas semanas, de implementar normas claras contra os pederastas. A Santa Sé interveio, dizendo que os bispos deveriam esperar o Sínodo que tratará do assunto no ano que vem. Quem Francisco coloca para encabeçar o Sínodo entre os americanos? O Cardeal Cupich, de Chicago, conhecidíssimo por sua postura pró-gay e rechaçado pelos bispos americanos em sua última eleição para a presidência da Conferência Episcopal.
A ideia de que a ordenação de homens casados é a melhor estratégia para combater a homossexualidade no clero é um dos refrões empregados pelo Cardeal Hummes desde há tempos, uma ideia fixa. Nas reuniões privativas das Assembleias dos Bispos dos últimos anos, Dom Cláudio nunca deixou de inculcar a importância da ordenação dos homens casados.
Não importa qual dos termos da contradição devem ser salientados. Ora à direita, ora à esquerda, tudo coopera apenas para o avanço da demolição do catolicismo tradicional. No caso presente, Francisco dá a impressão de ser moralmente correto, mas, na prática, “cria dificuldades para vender facilidades”, apresenta o problema com a resposta devidamente pré-fabricada.
Vale ressaltar que a Congregação para a Educação Católica deu orientações muito claras acerca dos critérios para a não admissão de homossexuais ao sacerdócio. A Instrução foi ostensivamente ignorada pelos bispos, os quais, sempre alegando que a sexualidade de cada pessoa é um mistério absolutamente insondável e abscôndito, ordenaram plêiades de homossexuais para o sacerdócio, tomando o clero católico de cima a baixo.
A mentalidade dialética adota a incoerência como forma mentis, o que significa que ninguém levará à sério a declaração “rigorista” de Francisco – e ele sabe disso –, aliás, como não levaram a sério a mencionada Instrução, utilizar-se-ão dela apenas como recurso para avançar com a destruição do celibato e, por fim, não terão incoerência alguma em autorizar não apenas a ordenação de homossexuais, mas inclusive o matrimônio entre os mesmos.
Francisco não é homofóbico, é catolicofóbico!