O Vaticano apoia pacto global que prevê livre acesso ao aborto.
O Vaticano declarou seu entusiasmado apoio ao Global Compact elaborado pela ONU, que transforma a livre imigração em “direito fundamental”, como não podia ser menos considerado o entusiasmo imigracionista da hierarquia moderna. O problema é que o pacto internacional prevê garantir ‘direito reprodutivos’ e livre acesso ao aborto e traz numerosos pontos da agenda LGBT.
Parece lógico que, dada a rotineira insistência de Sua Santidade em defender a imigração massiva da África para a Europa, sem distinção entre [imigração] legal e ilegal, refugiados e imigrantes econômicos, nem restrição de número, a Santa Sé abraçará com entusiasmo o Pacto Global que a ONU apresentou e que representa a maior e mais explícita ofensiva contra o direito dos Estados de controlarem suas fronteiras. De fato, o texto repete a palavra ‘direitos’ por 112 vezes, a maioria para expressar um suposto direito humano de migrar de qualquer país para outro.
Há muitos aspectos pelo qual esse entusiástico apoio se mostra preocupando, e não só porque representa um distanciamento da postura tradicional da Igreja quanto aos direitos dos Estados. De fato, o governo do país que dentro do qual fica o Estado vaticano já expressou sua decisão de não aderir ao Pacto, representando, ao fazê-lo, uma maioria de católicos italianos. Realmente, não são poucos nem irrelevantes os países que já se pronunciaram contra o pacto, como Estados Unidos e, na própria União Europeia, Hungria e Polônia.
Mas nada disso, nem sequer o fato de que o cumprimento do Pacto prevê que se relativize a liberdade de expressão no que diz respeito à imigração, tornando passível de punição toda crítica, é o mais preocupante. Preocupa, todavia, o fato de que o confuso texto contenha referências aos ‘direitos reprodutivos’ dos imigrantes, incluindo o fácil acesso ao aborto, e a outras disposições impostas pelo ‘lobby LGBT’.
O Vaticano, como não podia deixar de ser, apresentou “reservas e comentários” sobre as partes do pacto que incluem a distribuição de preservativos e os “serviços de saúde reprodutiva e sexual”, que incluiriam o aborto. A Santa Sé assinalou que essas previsões “não representam uma linguagem de consenso na comunidade internacional, nem estão em conformidade com os princípios católicos”. Ainda assim, o Vaticano brada entusiasticamente pela adoção por parte de todos os Estados do texto elaborado pela ONU.
Estamos novamente a ponto de cair na armadilha da ‘túnica inconsútil’? Os católicos serão animados de novo a não serem “obcecados” pelas políticas da vida e família? Quando, no início de seu pontificado, Francisco surpreendeu aos fieis com essa recomendação, buscamos um meio para justificá-la. É óbvio que a Igreja compartilha, com os seguidores da Lei Natural, a defesa da família e da vida, e que nem a defeisa da vida desde a concepção à morte natural, nem a oposição ao chamado ‘matrimônio homossexual’ eram questões especificamente católicas. A missão primordial da Igreja é pregar a salvação e a mensagem de Cristo. As consequências morais desta mensagem se deduzem dela mesma.
Mas o que temos visto nos anos seguintes é que, se há assuntos alheios ao núcleo da fé com os quais se deve obcecar, são as mudanças climáticas ou a imigração massiva; assuntos, ademais, que só duvidosamente podem ser deduzidos na concretização dos princípios cristãos e que, em certo caso, supõem um distanciamento da postura tradicional.
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Brasil não assinará Pacto de Migração da ONU, afirma chanceler de Bolsonaro
Caneta – O futuro Ministro das Relações Exteriores no governo de Jair Bolsonaro, Ernesto Araújo, anunciou nesta segunda-feira (10) que o Brasil não assinará o Pacto Global de Migração da ONU.
Segundo o chanceler, o pacto é “um instrumento inadequado para lidar com o problema”, dado que “a imigração não deve ser tratada como questão global, mas sim de acordo com a realidade e a soberania de cada país”.
Outros dez países se recusaram a assinar o Pacto: Áustria, Austrália, Chile, Eslováquia, Estados Unidos, Hungria, Letônia, Polônia, República Checa e República Dominicana.
Ernesto Araújo também afirmou que o governo continuará recebendo os venezuelanos, mas trabalhará para que a democracia seja restaurada naquele país.