Salvini brande rosário e compra briga com católicos.

Publicações criticaram o gesto do ministro do Interior.

Por Ansa Brasil – Já criticado nos últimos meses por expoentes e publicações do mundo católico devido à sua ofensiva contra os migrantes resgatados no Mediterrâneo, Salvini comprou uma nova briga ao subir no palco do comício de Milão com um rosário em mãos.

“Eu, pessoalmente, confio a minha vida e a de vocês ao coração imaculado de Maria, que, tenho certeza, nos levará à vitória”, disse Salvini a dezenas de milhares de apoiadores, que também não se furtaram a vaiar o papa Francisco quando seu nome foi citado pelo ministro.

Em um editorial publicado neste domingo (19), a influente revista católica Famiglia Cristiana chamou a exibição de Salvini com o rosário e as vaias a Jorge Bergoglio de “soberanismo fetichista” e acusou o ministro de “instrumentalizar a religião para justificar a violação sistemática dos direitos humanos” por parte da Itália.

“Enquanto o líder da Liga exibia o Evangelho, outro navio carregado de vidas humanas era rechaçado”, diz o texto, em referência à embarcação da ONG alemã Sea Watch, que não teve autorização para descer na ilha de Lampedusa 45 migrantes resgatados no Mediterrâneo.

O navio foi apreendido neste domingo pela Guarda de Finanças, que denunciará a tripulação às autoridades judiciárias. Ainda não se sabe o destino dos 45 deslocados internacionais que estão a bordo.

Antes disso, o diretor da revista jesuíta La Civiltà Cattolica, Antonio Spadaro, afirmara que “rosários e crucifixos ainda são usados como sinais de valor político, mas de forma inversa em relação ao passado”. “Se antes se atribuía a Deus aquilo que deveria ficar nas mãos de César, agora é César quem empunha e brande aquilo que é de Deus”, escreveu Spadaro no Facebook, sem citar Salvini.

“A consciência crítica e o discernimento deveriam ajudar a entender que um comício político não é o lugar para fazer ladainhas. Está claro que o identitarismo nacionalista e soberanista precisa se fundar sobre as religiões para se impor”, acrescentou.

Também sem citar Salvini, o secretário de Estado do Vaticano, cardeal Pietro Parolin, segundo na hierarquia católica, afirmou que “Deus é de todos” e que é “muito perigoso invocar Deus para si mesmo”.

O ministro, por sua vez, rebateu que “uma Europa que nega as próprias raízes não tem futuro”. “Sou crente, e meu dever é salvar vidas e despertar consciências. Estou orgulhoso de testemunhar, com ações concretas e gestos simbólicos, minha vontade de uma Itália mais segura e acolhedora, mas no respeito de limites e regras”, disse.

Salvini também afirmou que recebe mensagens de “freiras, padres e cardeais” pedindo para ele manter sua política de linha dura. “Sou o último dos bons cristãos, mas tenho orgulho de andar sempre com o rosário no bolso”, ressaltou.

Desde que chegou ao poder, em junho passado, o ministro e vice-premier não se reuniu com o papa Francisco nenhuma vez, apesar de o próprio líder ultranacionalista ter anunciado certa vez que se encontraria com o Pontífice.

Essa distância se aprofundou no início de maio, quando Francisco recebeu uma família cigana alvo de protestos de neofascistas por ganhar um apartamento popular em Roma. Além disso, o esmoleiro do Papa, cardeal Konrad Krajewski, reativou por conta própria o fornecimento de energia elétrica a um prédio ocupado por mais de 400 pessoas – incluindo muitos migrantes – na capital.

A ação gerou críticas de Salvini, que pediu para Krajewski “pagar as contas dos italianos em dificuldade”. A gestão do ministro do Interior também é alvo de ataques entre padres, como dom Paolo Tofani, de Pistoia, que em uma homilia chegou a dizer que Jesus teria morrido ainda criança se o Egito tivesse uma política migratória como a da Itália.

8 comentários sobre “Salvini brande rosário e compra briga com católicos.

  1. Palavras coerentes da Máfia Sodomítica e Sionista Vaticana, que brande suas lanças contra quem se opuser ao seu amo George Soros. Deixai-os ! São cegos guiando outros cegos!

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  2. É, política migratória já trouxe ao Brasil mais de três milhões de muçulmanos, que talvez serão responsáveis pela nossa decapitação. Não é, senhor Aluízio Nunes? Não é, senhor Temer e caterva? Deus nos guarde!

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  3. Críticas um tanto justas que escondem intenções sujas, projetos podres de poder; quando um membro do clero [padres e bispos] brada aos berros de menina a paresia de um certo metalúrgico que nunca trabalhou, o silêncio paira no Vaticano.

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  4. meus amigos
    É compreensível a forma de agir de Salvini. Ele o faz em desepero.
    A Europa infelizmente, é um caso perdido no que concerne à defesa e manutenção da civilização ocidental e já nem falo da componente cristã da mesma.
    Quem anda pelas ruas das cidades europeias só observa muçulmanos seja Milan, Paris ou Bruxelas. Em muitos locais são mais de 10% da população local onde impõem a lei da sharia.
    Prevejo para muito breve uma guerra civil na Europa ocidental devido a isso.

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  5. “Quando o pastor se torna um lobo, o primeiro dever do rebanho é se defender“ (Dom Gueranger).

    Sem comentários!

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  6. Salvini é mais um político que utiliza a religião católica como escudo para encobrir a podridão da política italiana, sobretudo agora com as eleições europeias.

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