Por FratresInUnum.com, 4 de julho de 2019 – Como foi possível, no início da década de 1970, mudar a Missa católica em tão pouco tempo e com tão pouca resistência? Por que o fizeram? Quais os princípios em que se apoiou essa mudança? Os abusos litúrgicos, hoje tão comuns em todo o mundo, são desvios ou conseqüências lógicas da Reforma Litúrgica? Essas e outras perguntas são respondidas no livro A Missa Nova de Paulo VI, recém-lançado pela Editoria Permanência, que completa a trilogia “Revolução Litúrgica” de Michael Davies.
Após abordar a Reforma Protestante em seu aspecto litúrgico (A Reforma Litúrgica de Cranmer) e os passos dados pelo Vaticano II para subverter a ordem litúrgica católica (O Concílio de João XXIII), Michael Davies chega ao clímax da revolução ao tratar do processo de criação e implantação do Novus Ordo Missae. O autor conduz o leitor através da legislação revolucionária, pouco conhecida hoje em dia, produzida pelo Vaticano ao longo de toda uma década (1963-1973), cuja aplicação foi pouco a pouco dessensibilizando os fiéis e acostumando-os a outra forma de culto. Os efeitos da revolução são estudados; contempla-se a destruição do catolicismo popular e a preparação do caminho para as mudanças doutrinais que se seguiram (e que continuam aparecendo até hoje).
No cinqüentenário da promulgação do Missal de Paulo VI, o católico brasileiro tem à sua disposição um recurso para compreender a origem e o efeito de tão recentes práticas e noções com que convive habitualmente em sua paróquia: da definição de Missa como um banquete eucarístico no qual a comunidade se encontra, à difusão do culto do homem; da mudança temerária do rito do Ofertório, à criação de novas Orações Eucarísticas; do abandono do latim, à perda do silêncio sagrado na Missa; da substituição dos altares por mesas, à Missa rezada de frente para o povo; da remoção do sacrário do centro das igrejas, à introdução da dança litúrgica; da Comunhão sob duas espécies, à Comunhão distribuída na mão por ministros leigos; cada um desses aspectos é abordado em seus princípios, em sua implantação premeditada e em suas conseqüências para o mundo católico, com a habilidade e objetividade próprias de Michael Davies, esse grande defensor da Tradição Católica.
Recentemente, a Permanência completou 50 anos desde sua fundação por Gustavo Corção, mas presenteado é o leitor de língua portuguesa, que tem aqui uma obra definitiva sobre a Revolução Litúrgica na Igreja Católica.