Cardeal Müller: Falta de sacerdotes não pode ser superada ordenando homens casados.

REDAÇÃO CENTRAL, 29 Jul. 19 / 12:00 pm (ACI).- O Cardeal alemão Gerhard Müller indicou em um recente programa que, embora em algumas regiões haja falta de sacerdotes, isso não significa que o problema possa ser superado apenas “com algumas atitudes práticas”, em referência à ordenação de homens casados ​​que será discutida na Assembleia Especial do Sínodo dos Bispos para a Amazônia.

O estudo sobre a possibilidade da ordenação sacerdotal de pessoas idosas em áreas remotas está no Instrumentum laboris, documento de trabalho do sínodo, publicado em 17 de junho de 2019. O encontro dos bispos será realizado em Roma, de 6 a 27 de outubro.

Durante o programa EWTN News Nightly, de 25 de julho, o jornalista Wyatt Goolsby perguntou ao prefeito emérito da Congregação para a Doutrina da Fé por que é “tão controverso” ordenar homens casados ​​em áreas remotas como a Amazônia, quando a Igreja permite em algumas circunstâncias especiais (como no caso dos anglicanos).

Ao responder a pergunta, o Cardeal Müller disse: “As condições para os sacramentos e especialmente para o sacramento da ordenação são as mesmas em todos os lugares. São necessários aqueles homens que estejam prontos, tenham preparação e estejam dispostos a oferecer sua vida para se converter nos sucessores dos apóstolos, a serviço de um bispo, ou um sacerdote, ou diácono. E, certamente, em algumas regiões há grande falta de sacerdotes, mas não podemos superar isso apenas com algumas atitudes práticas”.

O Prelado disse que o que deve ser feito é “aprofundar a missão e vocação”, porque Jesus “nos disse que nem sempre há operários suficientes nas vinhas do Senhor e devemos rezar para que o Senhor da colheita envie alguns operários para a Igreja neste serviço de bispos e sacerdotes ordenados”.

Durante a entrevista, o Cardeal Müller disse que o próximo sínodo deveria ter como base a “revelação de Deus em Jesus Cristo e a doutrina da Igreja Católica”, no entanto, existem algumas situações que lhe causam preocupação.

“Neste documento, não vi certas doutrinas sobre o Deus Uno e Trino e sobre a Encarnação; fala-se apenas a partir das experiências de pessoas que vivem na região do Amazonas ou das pessoas que falam da região do Amazonas e querem convertê-la em um novo paradigma para toda a Igreja. Isso não pode ser”, assinalou.

Finalmente, o jornalista perguntou ao Cardeal: “O que diria aos críticos que dizem que você deveria promover a unidade na Igreja neste momento e não necessariamente criticar o que o Santo Padre e os outros bispos estão fazendo?”.

O Cardeal Müller foi enfático e indicou que “não critica ninguém”.

“Eu não critico ninguém, mas devo dizer que sou responsável pela Doutrina da Igreja como todos os bispos. Ninguém pode dizer apenas seus próprios pensamentos e dizer que estamos fora de toda crítica possível, porque não temos o positivismo do Magistério, mas estamos dizendo que conta o Concílio Vaticano II, que fez com que toda a teologia, toda doutrina e a missão da Igreja se baseiem na Bíblia, na tradição apostólica e nas definições do Concílio que fizemos há muito tempo na história da Igreja”, concluiu.

14 comentários sobre “Cardeal Müller: Falta de sacerdotes não pode ser superada ordenando homens casados.

  1. Como sempre, o jornalismo leigo e a esquerda sinistra (pleonasmo, como sabem) infiltrada no cristianismo recusam qualquer apontamento divergente de seu pensamento reformista e modernista ou as orientações corretas dos cardeais e passam a chama-las erroneamente de “crítica”.
    O sínodo da Amazônia, desnecessária prova em contrário, é uma organização, uma ONG, sob o patrocínio de elementos comunistas infiltrados na Igreja e falsos teólogos, seguindo a agenda da ONU já há muito estabelecida de destruir paulatinamente a religião católica e substitui-la, se possível primeiramente pelo islamismo e, em segunda hipótese ou possibilidade, por uma outra criada especificamente com o objetivo de substituir Deus pela ONU, ou um Estado, ou até mesmo por um personagem humano “aceito” por toda a humanidade.

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  2. Essa é a grande cegueira dos ditos ”conservadores”: querem combater as consequências desta revolução citando os princípios da mesma, aquilo que lhe deu origem, como se tudo não passasse de um mal entendido (?!).

    Por outro lado, muitos ditos ”tradicionalistas” não querem fazer uso das armas que Deus e a Igreja nos dão , distorcem a doutrina de uma maneira tipicamente protestante e excedem em muito dos limites de uma santa atuação…

    Que Deus tenha piedade de nós: o liberalismo e o modernismo religioso tentam desfigurar a Igreja a tal ponto de quererem que pareça irrelevante.

    Alexandre V.

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  3. Não se pode promover um suposto bem quando os males advindos serão maiores e as intenções dos promotores, como no pontificado do papa Francisco com o “Sínodo da Amazonia”, em varias oportunidades, seu Instrumentum Laboris que seria duvidoso, ambiguo e facilitaria novas interpretações, ficando em certos pontos por pouco a decisões de adoção do sincretismo ou a decisões pessoais e/ou a grupos dissensos entre si, situações encontradas nas relativistas seitas protestantes!
    Particularmente graves por seu conteúdo por coexistir nesse Sínodo acima a inequívoca intenção de colocar avante una igreja que nada tem a ver com a original e verdadeira Igreja de N Senhor Jesus Cristo, extensão de seu Corpo Místico!
    Simultaneamente, realizarão em breve também o “Sínodo do Mediterraneo”, dessa vez, uma adaptação à suposta e nada convincente mentalidade dos povos da região, o que facilitaria o surgimento de varios “Sinodos” dessa e daquela “nação”, embora as intenções seriam as piores possíveis: – “DIVIDIR A GREI PARA A DISPERSAR”!
    À verdade, o sincretismo religioso e cultural coexistem nas duas cosmovisões, a amazônica e a cristã, sendo a mediterranea buscando formular uma “teologia apropriada” ao espaço em que se vive e trabalha, disposta para ser “uma teologia de “acolhida” que sirva para desenvolver um diálogo, o qual na visão de esquerdistas significa conceder-lhes vez e voz, com as instituicões sociais e civis, e mais aparentariam à recepção de refugiados muçulmanos – nunca os cristãos do O Medio etc., via essa lavagem cerebral disfarçada, sem resistencia das populações mediterraneas, também outro circo-teatro!
    Dessa forma, prejudica seriamente a mais os já combalidos e desestruturados no conhecimento e práticas da fé católica de 2 000 anos, sem variantes; assim, o rebanho, cada vez mais confuso e disperso na fé, sem a quase nenhum dos que deveriam respeitar a catolicidade da Igreja, logo eles, encabeçarem serem os novos agentes anti Igreja católica, na sua originalidade e seguimento apostólicos da doutrina infalível de sempre e ela, em si mesma, indestrutível – Col 1,18 etc!

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  4. Os conservadores, como o Bispo Müller, são os principais causadores da atual tragédia. Não ficaram calados com as aberrações ecumênicas e com as inculturações escandalosas do “mystico” “São” João Paulo 2? Agora, quem pariu o monstrengo … que o embale!

    Em todo caso, já que temos que assistir mais esta trapalhada escalafobética vinda da seita jesuítica, quem tiver oportunidade de ler o documento de supressão da Companhia, o breve Dominus ac Redemptor do Papa Clemente XIV, poderá verificar :

    a) que os motivos da supressão dos jesuítas são mais que convincentes;
    b) que os motivos da supressão são mais que atuais, inclusive os “problemas causados pela prática de alguns ritos pagãos… e de certas doutrinas manifestamente imorais”.

    É lógico que eles dirão que a supressão foi complô dos reis de Portugal, Espanha, França … e do Papa que era um vendido, safado e desinformado.

    Inglês:
    https://jesuitportal.bc.edu/research/documents/1773_dominusacredemptor/

    Italiano:
    https://w2.vatican.va/content/clemens-xiv/it/documents/breve-dominus-ac-redemptor-21-luglio-1773.html

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  5. Os hereges modernistas só usam essa desculpinha de falta de sacerdotes na Amazônia como pretexto para eles abolirem o celibato. Se a CNBB ao invés de converter os índios ao ateísmo marxista do MST com a CIMI (Comissão Indigenista Missionária), convertessem os índios a fé católica, não estaria faltando sacerdotes na Amazônia.

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  6. O Sínodo da Amazônia parte de uma premissa errada: Que é o momento da Igreja Católica afastar-se da visão européia para se voltar para a civilização indígena. Ora, é um erro de referência, porque NUNCA a Igreja Católica baseou-se na civilização européia, mas foi a civilização européia FEITA pela Igreja Católica, e qualquer estudioso, mesmo marxista, concorda com esse fato. Portanto, há cristianismo em abundância na civilização européia, e nenhum cristianismo na civilização indígena, em que pese as qualidades humanas de elementos desta civilização já outrora observadas com entusiasmo por Pero Vaz de Caminha, filho da civilização cristã européia.

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    1. Exatamente meu caro Watchman, lembremos que a Europa antiga era pagã que nem a América antes de ser descoberta, e foi a Santa Madre Igreja Católica, que converteu e educou os europeus nos princípios cristãos, assim como fez com os ameríndios quando as Américas foram descoberta pelos europeus.
      Os europeus e africanos foram libertos do paganismo, e está na hora dos ameríndios também se libertarem e se converterem a verdadeira religião, que é a Santa Igreja Católica Apostólica Romana, a Igreja fundada pelo Nosso Santíssimo Senhor e Salvador Jesus Cristo.

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    2. A Igreja é transcontinental, unindo elementos orientais, latinos e helenísticos em sua base cultural original. Sinceramente, sem medo de incorrer em “preconceito”, não considero a cultura indígena nem um pouco interessante: infanticídio, pajelança (com necromancia e uso de alucinógenos em rituais, etc.

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  7. Como sabemos, “onde passa boi, passa boiada e macacada”. Eles precisam começar por uma fresta (“homens idosos e probos”). Cardeal Müller nem deveria entrar no mérito nem reconhecer qualquer necessidade de discutí-lo. Pode parecer conspiracionismo da minha parte, mas dá a impressão que é, ou ingenuidade do Cardeal, ou secreta colaboração para a infiltração.

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    1. O problema que os europeus na Antiguidade tinham os mesmo comportamentos imorais dos índios nativos da América, como infanticídio, homossexualismo, bissexualismo e etc..isso porque os europeus eram pagãos como os ameríndios, e foi a Santa Igreja Católica que os civilizou.

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  8. Falta de sacerdotes não pode ser superada ordenando homens casados.
    Concordo plenamente!
    O problema do Celibato não deve causar surpresa, mas nós os aumentamos ao tentarmos legislar sobre uma coisa que é um dom misterioso livre, concedido a um número relativamente pequeno de seres humanos. Carisma e Lei e natureza do celibato, é um argumento teologicamente questionável e logicamente incoerente. Para muitos que se esforçam para compreender o sentido teológico e logico, a conclusão a que chegam é que assim é orque a Igreja diz que assim é.
    Se o celibato fosse exigido desde o século II aos seus ministros ordenados, veríamos uma Igreja com uma surpreendente lista diferente de santos e papas. Santo agostinho o arquiteto da visão negativa do cristianismo sobre a sexualidade humana, encontrou suporte para sua ciência e seus ensinamentos pelo fato de ser o secretario e porta-voz do papa Dâmaso I, que era filho de um bispo. Em síntese: muitos papas dos primeiro milênio eram filhos de padres.
    O número de bispos e sacerdotes casados dos primeiros doze séculos é incalculável. Igualmente incalculável é o número de bispos e sacerdotes celibatários do primeiro milênio.
    Nesse embate para liberação do Celibato. tem uma pergunta: por que um fiel homossexual desejaria ser sacerdote celibatário? Como representantes da Igreja, os sacerdotes têm a seu cargo a promulgação do ensinamento da Igreja e a apresentação desse ensinamento da maneira mais firme possível. Do ponto de vista pastoral. Eles tem de manter esse ensinamento mesmo quando desafiado ou rejeitado.
    O Maior perigo existe quando o padre pensa que não é igual aos demais homens.

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  9. >A Igreja é transcontinental, unindo elementos orientais, latinos e helenísticos em sua base cultural original.
    Peco perdao pela falta de acentos, Julio [Ebrael], pois estou utilizando um sistema nao-nativo, mas nao ha nada de latino na Igreja alem da cova de Pedro, nada de helenico alem da lingua grega. Essa lorota renascentista deve acabar e ter os pingos postos nos is. De certo, o que tem Jerusalem com Atenas? Nao ha um unico elemento grego ou latino na Igreja alem dos acidentes puramente situacionais, como a lingua.

    A Igreja nasceu de Israel, sendo ela a unica Israel que existe, nada mais do que isso.
    Que “morra” a cultura indigena tambem, como a latina e romana, pois ninguem resiste Israel, a luz das nacoes.

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    1. Azalyyah suscita uma questão interessante, pois essa versão que a Igreja Católica tem elementos helenísticos é um perigo que ronda o catolicismo séculos. Da filosofia grega há de se reter somente daquilo que dá base para o posterior desenvolvimento da teologia cristã, porque o resto advém de Cristo. Aliás, o próprio Santo Agostinho adverte do perigo de sobrevalorizar a sabedoria grega em detrimento do messianismo de Cristo.

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