Retrospectiva 2019 – Nº 9: Cardeal Sarah: “O mundo não precisa de uma Igreja que seja o reflexo da própria imagem do mundo!”.

Prosseguimos com nossa retrospectiva com os posts mais lidos de 2019. A seguir, matéria de 18 de julho de 2019:

O Cardeal Robert Sarah, Prefeito da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, pronunciou uma conferência em Paris, na Igreja de Saint-François-Xavier, aos 25 de maio de 2019. Segue a tradução do texto integral dessa memorável conferência.

Caros amigos, permitam-me, antes de tudo, agradecer a Dom Michel Aupetit, Arcebispo de Paris, e ao pároco desta paróquia de São Francisco Xavier, o padre Lefèvre-Pontalis, pelas boas-vindas tão fraternas.

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Retrospectiva 2019: Nº 10 – O erro fatal de Francisco, o Papa que foi longe demais.

Nos próximos dias, publicaremos os dez posts de 2019 mais lidos durante o ano. 

O erro fatal de Francisco, o Papa que foi longe demais.

Por FratresInUnum.com, 24 de junho de 2019 — Foi por causa de um avanço imprudente que se deu a derrota do exército de Napoleão Bonaparte, em Waterloo, em 1815. Um dos maiores gênios da arte da guerra foi vencido por causa de um aparente progresso.

Nestes dias, o Papa Francisco deu um passo importantíssimo para a sua tentativa de reformar (ou deformar) a Igreja Católica. Como noticiamos, a Secretaria Geral do Sínodo dos bispos publicou o Instrumentum laboris, o texto fundamental de trabalho, construído mediante consultas cuidadosamente pilotadas pelo cardeal brasileiro Claudio Hummes.

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Co-redentora?

Por Lúcio Navarro

Quando alguns escritores católicos chamam a Maria Santíssima co-redentora do gênero humano, eles empregam este termo não no sentido de que os merecimentos de Maria Santíssima pudessem acrescentar alguma coisa aos merecimentos de Jesus Cristo quanto ao resgate do gênero humano; os merecimentos de Cristo eram infinitos, e os de Maria, finitos, como de criatura que é; além disto, os próprios merecimentos da Virgem já são efeitos dos merecimentos de Jesus. Nem é no sentido de que o Messias necessitasse da ajuda de Maria para realizar a sua obra salvadora.

Vierge aux Raisins O que esses escritores querem significar com tal denominação é o papel que Deus, nos desígnios de sua Providência, fez com que Maria Santíssima, embora simples criatura, exercesse na obra da Redenção. Pelo poder divino, Cristo podia ter aparecido neste mundo como homem feito; mas tendo que mostrar-se em todas as coisas à nossa semelhança, exceto o pecado (Hebreus IV-15), era preciso, segundo os desígnios de Deus, que nascesse de um ventre materno. Uma mulher, Eva, se associara ao primeiro homem no pecado, oferecendo-lhe o fruto da árvore proibida. Outra mulher, Maria, foi associada ao novo homem, Jesus Cristo, na obra da salvação, pois foi escolhida por Deus para ser a Mãe do Salvador.

Para isso era preciso, em atenção à honra e dignidade do próprio Filho, que Deus escolhesse uma mulher pura, imaculada, sem a mínima sombra de pecado, a fim de ser o sacrário onde havia de formar-se o corpo de Jesus Cristo. Deus lhe manda o anjo Gabriel para anunciar-lhe que ela, cheia de graça, havia sido escolhida para a grande honra da maternidade divina. E só depois que Maria vê resolvido o problema de sua virgindade, é que dá o consentimento: “Eis aqui a escrava do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra” (Lucas I-38). E é em seguida a este consentimento que o Verbo se faz carne e habita entre nós, tornando-se Maria, nessa hora, a esposa do Espírito Santo: O Espírito Santo descerá sobre ti e a virtude do Altíssimo te cobrirá de sua sombra (lucas I-35). Se o Verbo se faz carne para nossa salvação, Maria contribui para isso, pois a carne de Cristo é carne de Maria, o sangue de Cristo é sangue de Maria, pela íntima união que há entre o filho e a mãe, a mesma união que há entre o fruto e a árvore que o produz, e por isto diz Santa Isabel, falando cheia do Espírito Santo: Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre (Lucas I-42).

Aquele Menino que ela trouxe no seu ventre puríssimo e virginal durante 9 meses, Maria depois O nutriu, O guardou, durante trinta anos e Jesus lhe foi obediente: E era submisso a eles (Lucas II-51). E na cruz, no momento da Redenção, Maria que pela ação preservativa de Deus, graças aos merecimentos de Cristo, jamais teve o mínimo pecado, ali estava sofrendo juntamente com Jesus Cristo, fazendo resignada e heroicamente o sacrifício de seu Filho Amantíssimo para a redenção do gênero humano.

É frisando esta atuação que Maria, embora simples criatura, foi destinada a exercer junto a seu Divino Filho, que esses escritores dizem que Maria Santíssima é DE UM CERTO MODO co-redentora do gênero humano.

Se o termo está bem ou mal empregado – é uma questão de gramática e de linguagem. Mas os católicos nada querem significar além do que está exposto, quando dão a Maria Santíssima o aludido título.

Receba o troco. Com juros e correção monetária.

Por FratresInUnum.com, 23 de dezembro de 2019: No último sábado, o papa Francisco fez o seu tradicional discurso de “Feliz Natal” para a Cúria Romana, com aqueles mesmos recados provocativos com que ele habitualmente brinda os seus colaboradores. Mas, desta vez, houve algo mais sério.

Com informações de Sandro Magister, sabemos que o Cardeal Angelo Sodano, até o último sábado decano do colégio cardinalício, quis ter para com o papa argentino um sinal de afeto e consideração: propôs-lhe celebrar uma missa em companhia dos cardeais residentes em Roma para comemorar o seu jubileu de ouro sacerdotal. Francisco não quis. Sodano insistiu. Resultado: houve a concelebração, mas o papa recusou-se fazer homilia e também não permitiu que fotografassem o momento. Agora, veio o troco: Francisco “aceitou” a renúncia “voluntariamente feita” por Sodano como decano do Colégio cardinalício. E mais: também modificou a lei eclesiástica com um “Motu proprio”, estabelecendo que a função de decano, até hoje vitalícia, é de duração quinquenal, renovável ou não.

Bem feito para Sodano, que sempre seguiu a linha isentista durante os últimos pontificados, deixando Bento XVI na mão, e que pensou poder comprar a simpatia de Bergoglio mediante a adulação. A sua diplomacia não lhe serviu de nada e, aos 92 anos de idade, tomou um belo chute, sem ter mais o tempo de poder recuperar a sua força. Mas os trocos não param por aí.

Na última sexta-feira, a Netflix lançou o filme “Os dois papas”, que apresenta Bento XVI como um autoritário intelectualista e incapaz, arrogante e pretensioso, apaixonado pelo fausto e dono de uma ambição desmedida. O antagonista seria o seu amigo e conselheiro (só este dado faz com que o filme não seja sequer uma obra de ficção: é uma falsificação completa da realidade) Jorge Mario Bergoglio, um homem humilde e de visão aberta, protetor de mendigos e adepto da pedagogia do oprimido, o sucessor ideal para o qual o fracassado papa teria voluntariamente “passado o bastão”. A série termina com a conversão completa de Ratzinger ao bergoglianismo e com os dois pontífices amigos assistindo a Dilma Rousseff entregando a taça da copa do mundo para a seleção alemã!

Eis o troco bergogliano a Bento XVI, que passará para a história como um incompetente acadêmico excêntrico, apaixonado por livros e indiferente às pessoas. E com direito a poster do filme em um prédio do próprio Vaticano! Pois, quem mandou ele fazer a linha “esposa de César”, sempre calado, complacente, colaborativo, dócil, ao invés de se unir aos católicos na resistência à destruição voluntária da Igreja promovida por seu sucessor? Ratzinger pensava que o seu inimigo se compareceria diante de sua passividade… Não se compadeceu! E tem mais troco ainda!

Em seu mencionado discurso, Francisco citou a sua iminente reforma da Cúria Romana, dizendo que a situação do mundo mudou, que a evangelização agora não está reservada apenas ao oriente e que a Igreja já está atrasada 200 anos, citando textualmente o seu mentor “intelectual”, o diabólico jesuíta Cardeal Martini.

Passando por alto o fato de que ele mesmo, Francisco, está mentalmente estacionado na década de 80 e que todas as múmias que lhe estão associadas são decrépitos zumbis gestados nas revoltas eclesiásticas de então, ele se apresenta como baluarte do arrojamento, enquanto não percebe que o seu magistério já não significa mais nada para praticamente ninguém. Parece que a Pachamama engoliu o seu pontificado! Entretanto, com um só golpe, ele chuta toda a Cúria Romana, reduzindo-a a um grupelho de secretários cuja importância real está abaixo de zero.

Bem feito para a Cúria Romana, que sempre fez a defesa incondicional de Francisco como se ele fosse uma instituição e não um radical que está apenas a serviço de sua própria ideologia e que demole o papado e todos os organismos que o articulam com a delicadeza de um javali furioso. Vão todos ficar exatamente como estão os católicos do mundo inteiro, à deriva, dando, no máximo, um adeus para o trem que segue a viagem.

Os bispos já tinham recebido o seu presente de Natal nos dias anteriores: uma mudança da lei eclesiástica que os torna inteiramente culpados diante da justiça civil. Bem feito para eles também!

Pois é, parece que o pontificado de Francisco avança rumo à total destruição com uma velocidade cada dia mais crescente. Não é de hoje que nós alertamos, mas sempre há os otimistas, os cleaners, os histéricos devotos, que defendem Francisco às custas da fé e até da razão. E ele nem se importa com eles. Este papa avança como um trem, é totalmente imparável, obstinado. Os cardeais demoraram muito para reagir. Agora, é tarde demais: ninguém ficará ileso. Os conservadores bom-mocistas não escaparão, ninguém escapará!

A consolação é que temos Nosso Senhor a nosso lado.

E, desde Santa Marta, um belo sorriso e um Feliz Natal a todos.

Foto da semana.

Ex-capelão anglicano da rainha da Inglaterra se tornará católico neste domingo

LONDRES, 18 Dez. 19 / 04:00 pm (ACI).- O bispo anglicano e ex-capelão da rainha da Inglaterra, Gavin Ashenden, será recebido na Igreja Católica, em 22 de dezembro, quarto domingo do Advento.

Nesse dia, o Bispo de Shrewsbury (Reino Unido), Dom Mark Davies, conferirá na catedral local o sacramento da Crisma a Ashenden, cuja esposa se converteu ao catolicismo há dois anos na mesma diocese.

“Tendo chegado a acreditar que as afirmações e a expressão da fé católica são a mais profunda e potente expressão da crença apostólica e patrística e, ao aceitar o primado da tradição petrina, agradeço ao Bispo de Shrewsbury e à comunidade católica de sua diocese pela oportunidade de emendar 500 anos de história fraturada e me reconciliar com a Igreja que deu origem à minha tradição anterior”, disse Ashenden.

O ex-capelão da rainha da Inglaterra também agradeceu “pelo exemplo e pelas orações de São John Henry Newman”, canonizado em outubro deste ano no Vaticano, o qual “fez o melhor que pôde para ser um anglicano fiel e depois para renovar sua fé à mãe Igreja com o vigor e a integridade da tradição católica”.

“Agora, como naquela época, sua experiência influencia a nossa para mostrar que a Igreja da Inglaterra se inclina a criar raízes em uma cultura secularizada, em vez de criá-las na integridade e na visão dos valores bíblicos, apostólicos e patrísticos”, acrescentou Ashenden.

Gavin Ashenden cresceu em Londres e em Kent. Estudou direito na Bristol University. Formou-se para o sacerdócio na Igreja da Inglaterra (Anglicana) no Oak Hill College e foi ordenado em 1980.

Serviu como pároco durante 10 anos e ensinou por 23 anos Literatura e Psicologia da Religião na Universidade de Sussex. Também obteve um doutorado sobre a obra de Charles Williams, poeta, romancista e teólogo britânico. Foi membro do Sínodo da Igreja Anglicana por 20 anos e foi nomeado capelão da rainha em 2008.

Foi ordenado bispo na Christian Episcopal Church, uma comunidade anglicana, em 2013.

Em 2017, renunciou à Casa Real e às ordens recebidas na Igreja Anglicana depois de testemunhar a leitura de uma passagem do Corão Muçulmano em uma catedral episcopaliana (anglicana) na Escócia. “Isso não deveria acontecer na Santa Eucaristia e, particularmente, em uma cuja intenção é celebrar Cristo, a Palavra que se fez carne e veio ao mundo”, disse à BBC naquela ocasião.

No final do mesmo ano, Ashenden deixou a Igreja da Inglaterra “convencido de que a consagração das mulheres no episcopado representava a substituição dos padrões apostólicos e bíblicos da cultura pelos valores do marxismo cultural, para acomodar a Igreja da Inglaterra com a perspectiva secular e radical em relação ao gênero”.

Ashenden também criticou um bispo episcopaliano que pronunciou um sermão enquanto utilizava uma espécie de parque de diversões construído dentro da Catedral de Norwich. Isso, disse, “foi um erro” e a “catedral não é para isso”.

Gavin Ashenden também comentou que a oração do Terço e o estudo dos milagres eucarísticos o ajudaram em seu caminho para a Igreja Católica.

Dom Mark Davies disse sobre Ashenden: “Estou muito honrado de poder receber um bispo da tradição anglicana na plena comunhão da Igreja no mesmo ano da canonização de São John Henry Newman”, que também se converteu do anglicanismo.

“Sou consciente do testemunho que Gavin Ashenden deu no espaço público da fé histórica e dos valores sobre os quais se constrói a sociedade. Rezo para que seu testemunho continue e seja um incentivo para muitos”, acrescentou.

A íntegra da declaração de Dom Viganò: Maria Imaculada Virgem Mãe – Acies Ordinata, ora pro nobis.

S.E. Dom Carlo Maria Viganò, ex-Núncio Apostólico nos Estados Unidos, publicou um documento que constitui um forte ato de acusação ao Papa Francisco e, ao mesmo tempo, de ardente amor à Igreja. Publicamos a seguir a tradução de Hélio Dias Viana para o português, com exclusividade para FratresInUnum.com, do original italiano.

“Eis o que diz o Senhor Deus que criou os céus e os desdobrou,
que firmou a terra e toda a sua vegetação,

que dá respiração a seus habitantes,
e o sopro vital àqueles que pisam o solo: […]
‘Eu sou o Senhor, esse é meu nome,
a ninguém cederei minha glória, nem a ídolos minha honra. […]

“Tal como um herói, o Senhor avança;
como um guerreiro, ele desperta seu ardor;
lança seu grito de guerra,
como um herói que afronta seus inimigos.
Muito tempo guardei o silêncio,
permaneci mudo e me contive.
Mas agora grito, como mulher nas dores do parto;
minha respiração se precipita.
Vou devastar montanhas e colinas,
secar toda a vegetação,
transformar os cursos de água em terras áridas,
e fazer secar os tanques. […]
“Retrocederão, cheios de vergonha, aqueles que se fiam nos ídolos, e que dizem às estátuas fundidas: ‘Sois nosso Deus’ […]

“Quem então entregou Jacó aos saqueadores,
Israel aos depredadores?
Não é o Senhor contra quem pecamos,
cujas vias não quiseram seguir,
nem respeitar suas ordens.
“Então, despejou sobre eles sua cólera,
e as violências da guerra;
esta os envolveu de chamas
sem que se apercebessem,
e os consumiu sem que dessem atenção”  (Is 42, 5-25).

*     *

“Existe no coração da Virgem Maria algo além do Nome de Nosso Senhor Jesus Cristo? Também nós queremos ter em nossos corações apenas um nome: o de Jesus, como a Santíssima Virgem.”

A trágica parábola deste pontificado avança com uma sucessão ininterrupta de melodramas. Não há dia que passe sem que do mais alto trono o Sumo Pontífice proceda ao desmantelamento da Sé de Pedro, usando e abusando da autoridade suprema não para confessar, mas para negar; não para confirmar, mas para enganar; não para unir, mas para dividir; não para construir, mas para demolir.

Heresias materiais, heresias formais, idolatria, superficialidades de todos os tipos: o Sumo Pontífice Bergoglio não deixa de humilhar teimosamente a mais alta autoridade da Igreja, “desmitificando” o papado – como talvez dissesse seu ilustre camarada Karl Rahner. Sua ação visa violar o Depósito Sagrado [da fé] e mutilar a Face Católica da Esposa de Cristo, dizendo e fazendo, com dissimulações e mentiras, com aqueles gestos flagrantes, de espontaneidade ostensiva, mas meticulosamente pensados e planejados, por meio dos quais ele se exalta, em uma contínua autocelebração narcísica, enquanto é humilhada a figura do Romano Pontífice, obscurecida a do Doce Cristo na Terra.

Sua ação se serve da improvisação magisterial, daquele magistério “sem notas”, líquido, traiçoeiro como areia movediça, não somente nas grandes altitudes [das entrevistas de imprensa aéreas], à mercê de jornalistas de todo o mundo, naqueles espaços etéreos que podem patentear um delírio patológico de onipotência ilusória, mas até mesmo no contexto das funções [litúrgicas] mais solenes que devem inspirar tremor sagrado e respeito reverente.

Por ocasião da comemoração de Nossa Senhora de Guadalupe, o Papa Bergoglio deu vazão mais uma vez à sua evidente aversão mariana, a qual evoca aquela da Serpente na história da Queda e o Protoevangelho que profetiza a inimizade radical posta por Deus entre a Mulher e a Serpente, e a hostilidade declarada desta última, que tentará até o fim dos tempos fazer ciladas ao Calcanhar da Mulher e triunfar sobre Ela e sua posteridade. A do Pontífice foi uma agressão manifesta às sublimes prerrogativas e atributos que fazem da Imaculada Mãe de Deus o complemento feminino do mistério do Verbo Encarnado, intimamente associada a Ele na economia da Redenção.

Depois de tê-la rebaixado a “vizinha da casa ao lado”, ou a migrante em fuga, ou a simples leiga com os defeitos e as crises de qualquer mulher marcada pelo pecado, ou ainda a mera discípula, que obviamente não tem nada a nos ensinar; depois de tê-la banalizado e dessacralizado como as feministas que estão ganhando espaço na Alemanha com seu movimento “Maria 2.0”, com o objetivo de modernizar a Madonna para torná-la um simulacro, à imagem e semelhança delas, o Papa Bergoglio assanhou-se ainda mais contra a Augusta Rainha e Imaculada Mãe de Deus, que “se mestiçou com a humanidade […] e mestiçou o próprio Deus”. Com um par de gracejos, ele feriu o coração do dogma mariano e do dogma cristológico associado a esse.

Os dogmas marianos são o selo afixado às verdades católicas de nossa fé, definidas nos Concílios de Nicéia, Éfeso e Calcedônia; eles são o baluarte inquebrável contra as heresias cristológicas e contra o desencadear furioso das Portas do Inferno. Quem os “hibridiza” e profana mostra que está do lado do Inimigo. Atacar Maria é atacar o próprio Cristo; atacar a Mãe é levantar-se contra o Filho e rebelar-se contra o próprio mistério da Santíssima Trindade. A Imaculada Theotokos [Mãe de Deus], “terrível como exércitos e bandeiras em ordem de batalha” – acies ordinata – lutará para salvar a Igreja e destruirá o exército do Inimigo solto das correntes que Lhe declarou guerra, e todas as pachamamas demoníacas retornarão com ele definitivamente ao inferno.

O Papa Bergoglio parece não conter mais sua aversão à Imaculada, nem pode ocultá-la sob essa aparatosa e ostensiva devoção quando está sob os holofotes das câmeras, enquanto na realidade está sumindo da celebração solene da Assunção e da recitação do Rosário com os fiéis, que enchiam o Pátio de San Damaso e a galeria superior da Basílica de São Pedro no tempo de S. João Paulo II e do Papa Bento XVI.

O Papa Bergoglio usa a pachamama para derrotar o Guadalupana. A entronização desse ídolo da Amazônia no Altar da Confissão em São Pedro não passou de uma declaração de guerra contra a Imperatriz e Padroeira de todas as Américas, que com sua aparição a Juan Diego destruiu ídolos demoníacos e conquistou para Cristo e para a adoração ao “Verdadeiro e Único Deus” os índios, graças à sua mediação materna. E isso não é uma lenda [como escreveu recentemente o Vatican News]!

Poucas semanas após o encerramento do evento sinodal que patenteou a investidura da pachamama no coração do catolicismo, descobrimos que o desastre conciliar do Novus Ordo Missae passa por uma modernização adicional, incluindo a introdução do “orvalho” [na nova tradução italiana] do cânon eucarístico, em vez da menção explícita ao Espírito Santo, a terceira Pessoa da Santíssima Trindade.

Este é mais um passo rumo à regressão a uma versão naturalista e imanentista do culto católico, a um Novissimus Ordo panteísta e idólatra. O “Orvalho” – uma entidade presente no “lugar teológico” dos trópicos amazônicos, como nós aprendemos com os Padres sinodais –, figura como o novo princípio imanente de fertilização da Terra, que a “transubstancia” em um Todo panteisticamente interconectado ao qual devem os homens assimilar-se e submeter-se para maior glória da pachamama. E eis-nos de volta às trevas de um novo paganismo, globalista e ecotribal, com seus demônios e suas perversões. Com esta enésima adulteração litúrgica, a Revelação divina decai da plenitude [da explicitação] para o arcaísmo; da identidade hipostática do Espírito Santo desliza-se para a evanescência simbólica e metafórica do orvalho, que a gnose maçônica adotou já faz tempo.

Voltemos, porém, por um momento às estatuetas idólatras de rara feiura, e à declaração do Papa Bergoglio no dia seguinte à retirada delas da igreja da Traspontina e de seu afogamento no Tibre. Também desta vez, as palavras do Papa têm o mau odor de uma mentira colossal: ele nos fez acreditar que as figuras foram prontamente exumadas das águas imundas graças à intervenção dos carabinieri. Fica-se atônito que uma trupe do Vatican News coordenada por Tornielli e [pelo Pe.] Spadaro da Civiltà Cattolica, com repórteres e cinegrafistas da imprensa cortesã, não tenham filmado a façanha dos mergulhadores e capturado o resgate das pachamamas. O fato de uma operação tão espetacular não ter sequer chamado a atenção de um transeunte, equipado com um telefone celular para filmar e depois relançar o scoop nas redes sociais, também é bastante inverossímil. Ficamos tentados a dirigir essa pergunta à pessoa que fez a declaração. Certamente, ainda desta vez, ele nos responderia com seu eloquente silêncio.

Há mais de seis anos que vamos sendo envenenados por um falso magistério, uma espécie de síntese extrema de todas as formulações conciliares ambíguas e dos erros pós-conciliares que se espalharam sem interrupção e sem que a maioria de nós se desse conta. Sim, porque o Vaticano II abriu não apenas a Caixa de Pandora, mas também a Janela de Overton [das posições “politicamente corretas” aceitas pela maioria], e o fez de maneira tão gradual que não percebemos a adulteração introduzida, a verdadeira natureza das reformas, suas dramáticas consequências, e sem que sequer nos viesse a suspeita de quem é que estava realmente dirigindo aquela gigantesca operação subversiva que o cardeal modernista Suenens chamou de “1789 [ou seja, a Revolução Francesa] da Igreja Católica”.

Assim, no decurso das últimas décadas, o Corpo Místico vem sendo lentamente drenado de seu sangue vital através de uma hemorragia irrefreável: o sagrado Depósito da Fé gradualmente dilapidado; os Dogmas desnaturados; o Culto secularizado e gradualmente profanado; a Moral sabotada; o Sacerdócio envilecido; o Sacrifício eucarístico protestantizado e transformado em um banquete de confraternização…

Agora a Igreja está esmorecida, coberta por metástases, devastada. O povo de Deus, analfabeto e privado de sua fé, tateia nas trevas do caos e da divisão. Nas últimas décadas, os inimigos de Deus transformaram progressivamente em terra devastada dois mil anos de Tradição. Com uma aceleração sem precedentes – graças à carga subversiva deste pontificado, apoiada pelo poderoso aparelhamento jesuíta –, um golpe de graça mortal está sendo assestado contra a Igreja.

Com o Papa Bergoglio – como com todos os modernistas – é impossível buscar clareza, pois a marca distintiva da heresia modernista é precisamente a dissimulação. Mestres do erro e especialistas na arte do engano, “trabalham para fazer universalmente aceitar o que é ambíguo, apresentando-o de seu lado inofensivo, que servirá como passaporte para introduzir o lado tóxico, que no início era mantido oculto” (P. Matteo Liberatore, SI). Assim, a mentira repetida obstinadamente e obsessivamente acaba se tornando “verdade” e aceita pela maioria.

Tipicamente modernista também é a tática de afirmar o que se quer destruir, usando termos vagos e imprecisos, promovendo o erro sem nunca formulá-lo claramente. É exatamente isso que o Papa Bergoglio faz, com seu amorfismo dissolvente dos Mistérios da Fé, com a imprecisão doutrinária que lhe é própria, através da qual ele “mestiça” e destrói os dogmas mais sagrados, como fez com os dogmas marianos da Mãe Sempre Virgem de Deus.

O resultado dessa arbitrariedade é o que temos agora sob os nossos olhos: uma Igreja Católica que não é mais católica; um recipiente esvaziado do seu conteúdo autêntico e cheio de produtos reciclados.

O advento do Anticristo é inevitável, faz parte do epílogo da História da Salvação. Mas sabemos que é o prelúdio do triunfo universal de Cristo e de sua gloriosa Esposa. Aqueles dentre nós que não se deixaram enganar por esses inimigos da Igreja enfeudados no corpo eclesial devem unir-se e formar uma frente comum contra o Maligno, que apesar de há muito derrotado ainda é capaz de prejudicar e provocar a eterna perdição de multidões, mas cuja cabeça a Virgem, nossa Capitã, esmagará definitivamente.

Agora é a nossa vez. Sem mal-entendidos, sem nos deixarmos expulsar desta Igreja da qual somos filhos legítimos e na qual temos o sacrossanto direito de nos sentirmos em casa, sem que a horda odiosa dos inimigos de Cristo nos faça sentirmos marginalizados, cismáticos e excomungados.

É a nossa vez! O triunfo do Imaculado Coração de Maria – Corredentora e Medianeira de todas as graças – passa por seus “pequenos” – certamente frágeis e, além do mais, pecadores, mas de sinal absolutamente contrário ao dos membros do exército do Inimigo. “Pequenos” consagrados sem limites à Virgem Imaculada como seu calcanhar, a parte mais humilhada e desprezada, mais odiada pelo inferno, mas que junto com Ela esmagará a cabeça do Monstro infernal.

São Luís Maria Grignion de Montfort se perguntou: “Mas quando ocorrerá esse triunfo? Somente Deus o sabe.” Nossa tarefa consiste em vigiar e orar, como recomendado ardentemente por Santa Catarina de Siena: “Ai! Eu morro e não posso morrer. Não adormeceis mais com negligência; valei-vos do que é possível no tempo presente. Confortai-vos no doce Jesus Cristo. Mergulhai-vos no Sangue de Cristo crucificado, colocai-vos na cruz com o Cristo crucificado, escondei-vos nas feridas de Cristo crucificado, banhai-vos no sangue de Cristo crucificado” (Carta 16).

A Igreja está envolta nas trevas do modernismo, mas a vitória pertence a Nosso Senhor e a sua Esposa. Queremos continuar a professar a fé perene da Igreja diante dos rugidos do mal que a assedia. Queremos velar com Ela e com Jesus neste novo Getsêmani do fim dos tempos; rezar e fazer penitência em reparação pelas muitas ofensas que lhes são infligidas.

+ Carlo Maria Viganò

Arcebispo. tit. de Ulpiana

Núncio Apostólico

19 de dezembro de 2019

Arcebispo Viganò defende a Virgem Maria, em resposta aos novos ataques do Papa.

Por Diane Montagna, LifeSiteNews, Roma, 19 de dezembro de 2019 | Tradução: FratresInUnum.com – O arcebispo Carlo Maria Viganò lançou hoje uma forte defesa da Virgem Maria e uma forte acusação contra o Papa Francisco, em resposta à polêmica homilia do papa na festa de Nossa Senhora de Guadalupe, na qual ele disse que a doutrina que descreve Maria como co-redentora é “tolice”.

Dom Carlo Maria Viganò.
Dom Carlo Maria Viganò.

A declaração do arcebispo Viganò, intitulada “Maria Imaculada Virgem e Mãe – Acies Ordinata, ora pro nobis”, é antecedida por uma emocionante passagem do profeta Isaías que fala da vontade do Senhor, de não mais se calar diante do pecado da idolatria.

A história trágica deste pontificado fracassado avança com uma sucessão premente de voltas e reviravoltas. Não passa um só dia: do trono mais elevado, o Sumo Pontífice prossegue demolindo a Sé de Pedro, usando e abusando de sua autoridade suprema, não para confessar, mas para negar; não para confirmar, mas para desviar; não para unir, mas para dividir; não para construir, mas para demolir. Heresias materiais, heresias formais, idolatria, superficialidade de todo tipo.

Ele continua: “Na memória litúrgica da Virgem de Guadalupe”, o Papa Francisco “desabafou mais uma vez sua evidente intolerância Mariana”,  desferindo um golpe no coração do dogma Mariano e no dogma Cristológico a ele relacionados. Mas “a Imaculada Theotokos, ‘terrível como um exército em ordem de batalha [acies ordinata] lutará para salvar a Igreja e destruirá o exército irrestrito do Inimigo que contra ela declarou guerra, e com ele todas as pachamamas demoníacas retornarão definitivamente ao inferno. ”

“Há mais de seis anos que somos envenenados por um falso magistério, uma espécie de síntese extrema de todos os equivocados conceitos conciliares e erros pós-conciliares que foram propagados incansavelmente, sem que a maioria de nós se desse conta”, ele escreve.

“Assim”, continua, “ao longo dessas últimas décadas, o sangue vital do Corpo Místico foi lentamente drenado através de um sangramento incontrolável: o depósito sagrado da fé foi gradualmente dilapidado, dogmas desnaturados, o culto divino secularizado e gradualmente profanado, a moral sabotada, o sacerdócio difamado, o sacrifício eucarístico protestantizado e que se transformou em um banquete de convívio … ”

A marca distintiva da heresia modernista, enfatiza Mons. Viganò, é a ocultação e a “tática de afirmar o que se quer destruir, usando termos vagos e imprecisos, promovendo o erro sem nunca formulá-lo claramente.” O resultado, ele diz, é o que temos agora diante de nossos olhos: “Uma Igreja Católica que não é mais Católica; um recipiente esvaziado de seu conteúdo autêntico “.

O Arcebispo Viganò conclui: “A Igreja está envolta nas trevas do modernismo, mas a vitória pertence a Nosso Senhor e Sua Esposa. Queremos continuar a professar a fé perene da Igreja em face do rugido do mal que a assedia. Queremos vigiar com ela e com Jesus, neste novo Getsêmani do fim dos tempos; orar e fazer penitência em reparação pelas muitas ofensas causadas a eles. ”

A declaração completa do arcebispo Viganò em italiano foi publicada pela primeira vez em Corrispondenza Romana. O texto oficial em inglês será publicado pela LifeSiteNews nas próximas horas.

Vaticano abre as portas para Fundação Rockefeller.

Por Hermes Rodrigues Nery

Depois de abrir as portas para vários agentes e organismos globalistas, especialmente a ONU, a Pontifícia Academia das Ciências (PAC) acolheu oficialmente pela primeira vez na história do Vaticano a Fundação Rockefeller, em uma parceria para um evento ocorrido entre 11 e 12 de novembro de 2019, nas dependências da PAC, para tratar do tema “Perda de Alimentos e Redução de Resíduos”.

Roy Steiner 3
Roy Steiner vice-presidente sênior da Food Initiative da Fundação Rockefeller e diretor de desenvolvimento internacional da Fundação Bill & Melinda Gates, durante palestra feito na Pontifícia Academia das Ciências.

O representante da Fundação Rockefeller, Roy Steiner fez uso da palavra na 18ª sessão. Roy Steiner é vice-presidente sênior da Food Initiative da Fundação Rockefeller, comprometido em viabilizar a chamada “revolução verde” sustentável na África. Steiner também ocupou por quase uma década posições-chaves na Fundação Bill & Melinda Gates.

Faz parte da segunda “revolução verde”, a expansão das culturas geneticamente modificadas (GM), que Bill Gates vem há anos investindo, como também o Banco de Sementes construído no Polo Ártico (o Svalbard Global Seed Vault), que a Fundação Gates ajudou a financiar, em parceria com o governo norueguês e outros. “As culturas GM serão uma parte ‘essencial ‘ do aumento da produção na África, diz Calestous Juma, professor de Desenvolvimento Internacional da Universidade de Harvard e diretor do Projeto Inovação Agrícola na África, financiado pela Fundação Bill & Melinda Gates. ‘A médio e longo prazo, a engenharia genética se tornará inevitável’, diz ele”.

O tema de debate na Pontifícia Academia das Ciências “perda de alimentos e redução de resíduos” mais uma vez funciona como eufemismo, ou embalagem bonita, para ocultar ações para um projeto de poder global. Sabemos também que a filantropia destas grandes fundações (exigência legal para isenção de impostos) foi responsável, em muitos casos, para liquidar pequenos e médios produtores rurais.

O neomalthusianismo e o alarmismo do ambientalismo global justificam as ações da Fundação Gates e da Fundação Rockefeller, para o projeto de poder global, mutação cultural e reengenharia social que vem trabalhando há décadas. O controle da produção e distribuição de alimentos (com a justificativa de combater a pobreza e a fome no mundo) é parte também da conhecida estratégia de tais fundações, por um maior e efetivo controle populacional. Controle este – como sabemos – que inclui o aborto como meio. Por isso, o estranhamento e a perplexidade dos católicos, com a presença de Roy Steiner palestrando na Pontifícia Academia das Ciências. O Chanceler da referida Academia, Marcelo Sánchez Sorondo parece mesmo não se importar em escancarar as portas do Vaticano para os inimigos da Igreja, nem temer pelas conseqüências do “pacto faustiano” feito com aqueles que há muito tempo planejam e executam sombrias perspectivas para a humanidade, engendrando uma cultura global transhumana. Para quem conhece o histórico destas fundações, fica chocado como o Vaticano simplesmente parece ter capitulado, no atual pontificado, àquelas forças que até pouco tempo a Igreja Católica foi um dos maiores obstáculos, em que estas forças não conseguiam transpor. Mas agora, os tempos mudaram: Jeffrey Sachs, Ban Ki-moon, Paul Ehrlich, Roy Steiner e tantos outros transitam alegremente pelos corredores do Vaticano, trabalhando intensamente para acelerar a agenda 2030, que, em muitos aspectos, prepara um admirável mundo novo anticristão e desumano. Cardeais recebem com tapete vermelho esses senhores endinheirados, encantados com os elogios que eles fazem da Laudato Si. Endinheirados estes que não tem compromisso nenhum com a fé católica, pelo contrário, agem para corroê-la por dentro da instituição, em que os cardeais deveriam ser os primeiros guardiães da sã doutrina. Mas o que interessa aos endinheirados das fundações internacionais, é debilitar a fé católica, favorecendo uma agenda de controle mundial, com um novo paradigma ético e cultural, de relativismo moral, para fazer expandir o projeto de um paraíso artificial feito de frankensteins vegetais e humanos.

Hermes Rodrigues Nery é Coordenador do Movimento Legislação e Vida. Email: prof.hermesnery@gmail.com

De volta à Inquisição.

Por FratresInUnum.com, 17 de dezembro de 2019 – No dia de hoje, Francisco mudou a lei eclesiástica, removendo o “segredo de justiça” em relação às acusações de abuso sexual contra clérigos. A alteração legislativa chega juntamente com a notícia de que o núncio apostólico na França (a mais importante nunciatura do mundo) foi removido do cargo por denúncias de abuso sexual homossexual.

A nova lei de Francisco dispõe das acusações canônicas para entregá-las à justiça civil. Os bispos ficam obrigados a fazê-lo, caso contrário, podem receber as sanções previstas em seu Motu Proprio “Como uma mãe amorosa”.

Em um primeiro momento, os fiéis, movidos pelo desejo de justiça contra os abusadores, podem comemorar o justicismo bergogliano, sem perceberem que se trata de um verdadeiro atentado contra a integridade da justiça canônica, exercida autonomamente pela Igreja Católica.

O único paralelo histórico disponível é o protocolo utilizado na Santa Inquisição: os inquisidores iniciavam o processo e entregavam os denunciados à justiça secular, que aplicava a pena, não excluída a morte, a pena capital.

Hoje, porém, não temos mais um Estado cristão. Pelo contrário, o anticlericalismo grita por todos os lados (vide o exemplo do Cardeal Pell, condenado sem provas). A justiça é frequentemente corrupta, o ódio à Igreja é crescente, o autoritarismo e ativismo das cortes se tornam, na prática, incontornável. A atitude de Francisco transforma um processo canônico não apenas obsoleto e inútil, mas coloca a Igreja Católica de joelhos diante dos seus inimigos.

Obviamente, a crise moral do clero deve ser resolvida e não se pode tolerar nenhum tipo de acobertamento de abusos. Mas, justamente o Papa que se apresenta como arauto da misericórdia, tornou-se o cabeça de uma inquisição que entrega súditos não a defensores da cristandade, mas aos seus mais figadais inimigos. Ao mesmo tempo, ele promove no mundo afora, na cúria romana e também no colégio cardinalício, o que há de mais liberal no episcopado, com promotores do lobby gay ocupando como nunca os postos mais importantes da hierarquia.

Não era a Igreja do Vaticano II que, nas palavras do “Papa bom”, João XXIII, “a partir de agora não usará mais do remédio da condenação, mas o da misericórdia”? Pois é, eis aí a Misericórdia de Francisco: bem-vindos à “mãe amorosa”, bem-vindos de volta à inquisição do anticristo, à inquisição da Nova Ordem Mundial.