Dom Athanasius Schneider: O rito da Sagrada Comunhão em tempos de pandemia.

A proibição da Comunhão na boca é infundada em comparação com os grandes riscos à saúde da Comunhão nas mãos em época de uma pandemia. Essa proibição constitui um abuso de autoridade.

Por Dom Athanasius Schneider, Rorate-Caeli, 28 de fevereiro de 2020 | Tradução: FratresInUnum.com – Ninguém pode nos forçar a receber o Corpo de Cristo de uma maneira que represente o risco de perda dos fragmentos e diminuição da reverência, como ocorre com o modo de receber a Comunhão na mão. Embora seja verdade que se possa receber a Comunhão em um pequeno lenço branco e limpo (como um purificador, um pequeno corporal) diretamente na boca, nem sempre é possível praticá-lo e até mesmo recusado por alguns padres.

Nesses casos, é melhor fazer uma Comunhão Espiritual, que enche a alma de graças especiais. Em tempos de perseguição, muitos católicos foram incapazes de receber a Comunhão de maneira sacramental por longos períodos de tempo, mas fizeram uma Comunhão Espiritual com muito benefício espiritual.

A Comunhão na mão não é mais higiênica que a Comunhão na boca. De fato, pode ser perigoso para o contágio. Do ponto de vista higiênico, a mão carrega uma enorme quantidade de bactérias. Muitos patógenos são transmitidos pelas mãos. Seja apertando as mãos de outras pessoas ou tocando objetos com frequência, como maçanetas ou corrimãos e barras de apoio no transporte público, os germes podem passar rapidamente de mão em mão; e com essas mãos e dedos não higiênicos, as pessoas tocam frequentemente o nariz e a boca. Além disso, os germes às vezes podem sobreviver na superfície dos objetos tocados por dias. De acordo com um estudo de 2006, publicado na revista “BMC Infectious Diseases”, vírus da gripe e vírus semelhantes podem persistir em superfícies inanimadas, como por exemplo maçaneta, corrimão ou barras de apoio em transportes, e prédios públicos por alguns dias.

Muitas pessoas que vão à igreja e depois recebem a Sagrada Comunhão em suas mãos tocaram antes maçanetas ou corrimãos e barras de transporte público ou outros edifícios. Assim, os vírus são impressos na palma e nos dedos das mãos. E então, durante a Santa Missa, com essas mãos e dedos, às vezes tocam o nariz ou a boca. Com essas mãos e dedos, eles tocam a hóstia consagrada, levando o vírus também à hóstia, transportando os vírus através da hóstia para a boca.

A Comunhão na boca é certamente menos perigosa e mais higiênica em comparação com a Comunhão na mão. De fato, a palma da mão e os dedos da mão, sem lavagem intensa, inegavelmente contêm um acúmulo de vírus.

A proibição da Comunhão na boca é infundada em comparação com os grandes riscos à saúde da Comunhão nas mãos no tempo de uma pandemia. Essa proibição constitui um abuso de autoridade. Além disso, parece que algumas autoridades da Igreja estão usando a situação de uma epidemia como pretexto. Parece também que alguns deles têm uma espécie de alegria cínica por difundir cada vez mais o processo de banalização e dessacralização do Santíssimo e Divino Corpo de Cristo no Sacramento Eucarístico, expondo o próprio Corpo do Senhor ao verdadeiro perigo de irreverência (perda de fragmentos) e sacrilégios (roubo de hóstias consagradas).

Há também o fato de que, durante os 2.000 anos de história da Igreja, não houve casos comprovados de contágio devido à recepção da Sagrada Comunhão. Na igreja bizantina, o padre dá a Comunhão aos fiéis com uma colher, a mesma colher para todos. E então, o padre ou diácono bebe o vinho e a água com a qual purificou a colher, que às vezes foi tocada com a língua de um fiel durante a recepção da Santa Comunhão. Muitos fiéis das igrejas orientais ficam escandalizados quando veem a falta de fé dos bispos e padres do rito latino, ao introduzir a proibição de receber a comunhão na boca, uma proibição feita em última instância por falta de fé no sagrado e divino caráter do Corpo e Sangue do Cristo Eucarístico.

Se a Igreja em nossos dias não se esforçar novamente com o máximo zelo para aumentar as medidas de fé, reverência e segurança para o Corpo de Cristo, todas as medidas de segurança para os seres humanos serão em vão. Se a Igreja em nossos dias não se converter e se voltar para Cristo, dando primazia a Jesus, e nomeadamente a Jesus Eucarístico, Deus mostrará a verdade de Sua Palavra, que diz: “A menos que o Senhor edifique a casa, eles edificam em vão. A menos que o Senhor guarde a cidade, eles em vão a  vigiam” (Salmo 126: 1-2).

Recomenda-se a seguinte oração para fazer uma Comunhão Espiritual:

“Aos teus pés, ó meu Jesus, eu me prostro e ofereço-te o arrependimento do meu coração contrito, que é humilhado no meu nada e na tua santa presença. Eu Te adoro no Sacramento do Teu amor, a Eucaristia inefável. Desejo te receber na pobre habitação que meu coração te oferece. Enquanto espero a felicidade da Comunhão sacramental, desejo Te possuir em espírito. Vinde a mim, ó meu Jesus, já que eu, da minha parte, venho a Ti! O amor abraça todo o meu ser na vida e na morte. Eu acredito em Ti, espero em Ti, eu Te amo. Amém”

+ Athanasius Schneider, bispo auxiliar da arquidiocese de Santa Maria em Astana

E nossa brava Gercione continua sua luta.

Caros amigos do Fratres!

Seis semanas já se passaram desde que eu tive minha última sessão de quimioterapia. Além dos questionários de rotina e exames físicos, minha oncologista apenas me deu algumas informações sobre meu próximo estudo clínico que está marcado para se iniciar no dia 23 de Fevereiro.

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Isso significa esperar mais duas semanas para que a equipe oncológica decida o que vai ser feito. Enquanto isso, estou me sentindo bem e rezando para que essa doença fique quietinha esperando, estável e que não resolva dar a louca!

A verdade é que os tratamentos-padrão de quimioterapia não surtiram o efeito desejado. Eu tenho uma doença que é bem agressiva e peculiar. Se por um lado até agora ela não mostrou tendência à metástases longínquas: cérebro, pulmão, ossos..etc, por outro lado, os nódulos linfáticos encolhem por um tempo e depois voltam a crescer no mesmo lugar. Depois de um curto espaço de tempo, o câncer sofre mutação e adquire resistência à quimioterapia padrão.

É preciso uma nova abordagem em termos de tratamento!

Existem pessoas que colocam uma grande ênfase no conceito de cura, quando diz respeito ao câncer- acreditam que se um tratamento não tem aquela promessa de cura nem vale a pena tentar. Mas o que muitos ignoram é que esses tratamentos, por mais dolorosos que possam ser, nos dão a possibilidade de prolongar nossas vidas ao estabilizar a doença. Vai dizer que isso não tem algum valor?! Até agora fui bem sucedida em estender minha vida ao participar de estudos clínicos, oferecer meu corpo em vida para pesquisas médicas que irão beneficiar muitas outras pessoas.

Enquanto aguardo o novo “clinical trial”, tenho procurado cuidar da alimentação, buscado tratamentos alternativos, tenho tentado fortalecer meu sistema imunológico e vivendo uma vida menos sedentária, apesar do inverno. Evitar todo tipo de stress é outro objetivo nessa minha luta, por isso minha frequência em discussões virtuais diminuiu muito. Mas, se quiserem acompanhar um pouco do meu dia a dia, tenho postado com mais frequência no Instagram: https://www.instagram.com/limagz/

É meu modo de deixar um registro fotográfico da minha luta, para quando o bom Deus decidir me levar.

Continuem rezando por mim, pois tenho certeza que a Provicência Divina e a proteção de Nossa Senhora nunca me faltaram graças à generosidade de suas orações!

Que Deus lhes abençoe abundantemente!

Gercione Lima

O jejum e a abstinência na lei da Igreja.


Jejum e abstinência no Novo Código de Direito Canônico de 1983.

Os dias e períodos de penitência para a Igreja universal são todas as sextas-feiras de todo o ano e o tempo da Quaresma [Cânon 1250]. A abstinência de carne ou de qualquer outro alimento determinado pela Conferência Episcopal deve ser observada em todas as sextas, exceto nas solenidades. [Cânon 1251].

A abstinência e o jejum devem ser observados na Quarta-feira de Cinzas e na Sexta-feira Santa. [Cânon 1252]. A lei da abstinência vincula a todos que completaram 14 anos. A lei do jejum vincula a todos que chegaram à maioridade, até o início dos 60 anos [Cânon 1252].

Jejum e abstinência tradicionais conforme o Código de Direito Canônico de 1917.

Entre 1917 e o Novo Código de 1983, certos países tinham dias de jejum e abstinência particulares, e.g., os Estados Unidos tinham a vigília da Imaculada Conceição em vez da Assunção como dia de abstinência; dispensas para S. Patrício e São José, etc. Não é possível relacioná-los todos. Publicamos as prescrições do código de 1917, com menção da extensão do jejum e abstinência até meia noite do Sábado Santo que foi ordenada por Pio XII.

Dias de jejum simples:

O jejum consiste numa refeição completa e duas menores, que juntas são menos que uma refeição inteira. Não é permitido comer entre as refeições, mas líquidos podem ser tomados. É permitido comer carne em dia de jejum simples. Os dias de jejum simples são: segundas, terças, quartas e quintas-feiras da Quaresma. [Cânon 1252/3]

Todos eram vinculados à lei do jejum a partir dos 21 até os 60 anos.

Dias de abstinência:

A abstinência consiste em abster-se de comer carne de animais de sangue quente, molhos ou sopa de carne nos dias de abstinência. A abstinência era em todas as sextas-feiras, a não ser que fosse um Dia de Guarda [cânon 1252/4]. A lei da abstinência vinculava a todos que tinham completado 7 anos de idade. [Cânon 1254/1].

Dias de jejum e abstinência:

O jejum e abstinência consistem numa refeição completa e duas refeições menores que juntas são menos que uma refeição inteira. Não era permitido comer carne de animais de sangue quente, molhos e sopas de carne. Não era permitido comer entre as refeições, embora bebidas pudessem ser tomadas. Esses dias eram: quarta-feira de cinzas, toda sexta e sábado da Quaresma (até meia noite no Sábado Santo), em cada uma das Quatro Temporas, Vigília de Pentecostes, Assunção, Todos os Santos e Natal. [Cânon 1252/2]

Os dias tradicionais de abstinência aos que usam o Escapulário de Nossa Senhora do Monte Carmelo são Quartas e Sábados.

Fonte: The year of Our Lord Jesus Christ 2009, The Desert Will Flower Press.

(Post originalmente publicado na quaresma de 2009)

“Todos os santos, porque amaram a Jesus Cristo, esforçaram-se por santificar o mais possível o tempo de carnaval”.

“Por este amigo, a quem o Espírito Santo nos exorta a sermos fiéis no tempo da sua pobreza, podemos entender que é Jesus Cristo, que especialmente nestes dias de carnaval é deixado sozinho pelos homens ingratos e como que reduzido à extrema penúria. Se um só pecado, como dizem as Escrituras, já desonra a Deus, o injuria e o despreza, imagina quanto o divino Redentor deve ficar aflito neste tempo em que são cometidos milhares de pecados de toda a espécie, por toda a condição de pessoas, e quiçá por pessoas que lhe estão consagradas. Jesus Cristo não é mais suscetível de dor; mas, se ainda pudesse sofrer, havia de morrer nestes dias desgraçados e havia de morrer tantas vezes quantas são as ofensas que lhe são feitas.

É por isso que os santos, a fim de desagravarem o Senhor de tantos ultrajes, aplicavam-se no tempo de carnaval, de modo especial, ao recolhimento, à penitência, à oração, e multiplicavam os atos de amor, de adoração e de louvor para com o seu Bem-Amado. No tempo do carnaval, Santa Maria Madalena de Pazzi passava as noites inteiras diante do Santíssimo Sacramento, oferecendo a Deus o sangue de Jesus Cristo pelos pobres pecadores. O Bem-aventurado Henrique Suso guardava um jejum rigoroso a fim de expiar as intemperanças cometidas. São Carlos Borromeu castigava o seu corpo com disciplinas e penitências extraordinárias. São Filipe Néri convocava o povo para visitar com ele os santuários e realizar exercícios de devoção. O mesmo praticava São Francisco de Sales, que, não contente com a vida mais recolhida que então levava, pregava ainda na igreja diante de um auditório numerosíssimo. Tendo conhecimento que algumas pessoas por ele dirigidas, que se relaxavam um pouco nos dias de carnaval, repreendia-as com brandura e exortava-as à comunhão frequente.

Numa palavra, todos os santos, porque amaram a Jesus Cristo, esforçaram-se por santificar o mais possível o tempo de carnaval. Meu irmão, se amas também este Redentor amabilíssimo, imita os santos. Se não podes fazer mais, procura ao menos ficar, mais do que em outros tempos, na presença de Jesus Sacramentado ou bem recolhido em tua casa, aos pés de Jesus crucificado, para chorar as muitas ofensas que lhe são feitas.

O meio para adquirires um tesouro imenso de méritos e obteres do céu as graças mais assinaladas, é seres fiel a Jesus Cristo em sua pobreza e fazer-lhe companhia neste tempo em que é mais abandonado pelo mundo. Como Jesus agradece e retribui as orações e os obséquios que nestes dias de carnaval lhe são oferecidos pelas suas almas prediletas!”

(LIGÓRIO, Afonso Maria de, Meditações).

Publicado originalmente no carnaval de 2011.

Ainda sobre Lula com Francisco

Por FratresInUnum.com, 20 de fevereiro de 2020 – O Vaticano ainda não entendeu o nível do escândalo provocado nos fiéis brasileiros pela visita absurda de Lula a Francisco. A indignação não para de crescer e o número de pessoas alarmadas é simplesmente impressionante.

Se os bispos não vivessem em sua bolha ideológica e tivessem contato com o mundo real, perceberiam facilmente que o povo está revoltado com o fato e pediriam pronta retratação à Santa Sé.

Para as pessoas normais, é um absurdo injustificável que o Papa respalde a personalidade grotesca de um criminoso que perdeu toda a sua credibilidade junto à população.

A atitude de Francisco foi um tiro misericórdia no catolicismo brasileiro. A Igreja (referimo-nos aqui a seus hierarcas), que já tinha caído em imenso descrédito junto à opinião pública por causa de suas posturas socialistas, agora se atirou no abismo do desprestígio.

Apenas uma coisa precisa ficar bem clara para o clero deste país: não adianta fazer uma defesa doutrinal e bom-mocista do Papa. Acordem! O povo não é mais bobo. Se quiserem justificar políticos corruptos, a população vai atirá-los na lata do lixo junto com o PT.

Padres de Taubaté, a briga.

De volta ao Twitter, Padre Fábio de Melo se envolve em discussão com religioso de Taubaté.

Por G1, 18 de fevereiro de 2020 – O Padre Fábio de Melo voltou ao Twitter após uma pausa de seis meses na rede social e se envolveu em uma discussão com outro sacerdote católico. O padre cantor Joãozinho, de Taubaté (SP), compartilhou um post com um comentário que mencionava que o colega de batina tinha “postagens absolutamente inúteis”. Fábio de Melo, que faz parte da diocese da cidade, respondeu sugerindo que o religioso deixasse de segui-lo no Twitter.
“Prezado padre Joãozinho, para não ter acesso às minhas postagens inúteis, é só deixar de seguir. Não se imponha mais um fardo além dos muitos que você já tem”, escreveu Fábio de Melo.
Em menos de 24 horas a resposta teve 4,5 mil curtidas e o Padre Joãozinho apagou o post com a crítica. O caso teve início quando um seguidor comentou que Fábio de Melo voltou à rede social como o mesmo de antigamente.
O Padre Joãozinho compartilhou o comentário em uma nova postagem na qual disse: “De fato… postagens absolutamente inúteis…”.
Antes da discussão entre os padres, Joãozinho já havia compartilhado uma postagem de Fábio de Melo em que uma criança não vê uma porta de vidro, bate e começa a chorar. A legenda criada por ele diz: “assim nasceu a sirene do recreio”’. Na sequência, Joãozinho escreveu “Voltou para o Twitter…” (veja abaixo).

Padre criticou Fábio de Melo por postagens e ele rebateu com sugestão de 'unfollow' — Foto: Reprodução/TwitterPadre criticou Fábio de Melo por postagens e ele rebateu com sugestão de 'unfollow' — Foto: Reprodução/Twitter

Padre criticou Fábio de Melo por postagens e ele rebateu com sugestão de ‘unfollow’ — Foto: Reprodução/Twitter

Repercussão

Ao G1, Joãozinho disse que se excedeu e considera que Fábio de Melo também tenha exagerado.

“Esse tipo de situação é absolutamente comum entre pessoas normais. Eu penso que a rede poderia ser utilizada de maneira mais útil. É a minha opinião e ninguém precisa concordar com ela. Foi apenas uma frase. Poderia ter pensado mais antes de escrever, mas ele também”, disse.

Completou ainda que Fábio foi seu aluno e, diferentemente do que pareceu na postagem, a situação não foi uma briga. “Ele é uma pessoa querida minha, foi meu formando. Vendo a repercussão negativa com ele, decidi apagar”, completou.

Padre Fábio de Melo faz parte da Diocese de Taubaté, cidade onde Padre Joãozinho também atua. Os dois atuam como padres cantores. A reportagem entrou em contato com a diocese e com os dehonianos, que respondem pelos religiosos, mas eles não quiseram comentar o assunto.

G1 também procurou o Padre Fábio de Melo, mas aguardava o retorno até a publicação da reportagem.

Saída e volta ao Twitter

Fábio de Melo deixou a rede social em agosto de 2019. Com 7 milhões de seguidores, ele deixou o espaço depois de se envolver uma polêmica ao comentar a saída temporária de Dia dos Pais de Alexandre Nardoni, condenado a 30 anos de prisão pela morte da filha Isabella Nardoni.

À época, ele sugeriu que a saidinha fosse restrita ao Dia de Finados, para que os condenados visitassem o túmulo das vítimas. Seis meses após a pausa, retornou às redes no início da semana.

Padre criticava posts de Fábio de Melo com o que chamou de "postagens inúteis" — Foto: Reprodução/TwitterPadre criticava posts de Fábio de Melo com o que chamou de "postagens inúteis" — Foto: Reprodução/Twitter

Padre criticava posts de Fábio de Melo com o que chamou de “postagens inúteis” — Foto: Reprodução/Twitter

O papado a serviço do esquerdismo.

Por FratresInUnum.com, 17 de fevereiro de 2020 –  A visita de Lula ao Papa Francisco foi um escândalo impossível de ser contido. A reação do povo foi tão rápida quanto doída.

Afinal de contas, se, de um lado, Lula não é mais representante de nenhuma instância do Estado, de outro, é um criminoso repetidamente condenado, um blasfemador que chegou a dizer que não precisava confessar-se, alegando “não ter pecado”, capaz de dizer que não havia pessoa mais honesta que ele em lugar algum, “nem na Igreja Católica”.

Lula e papa Francisco

Recebendo-o, impondo as mãos sobre ele, dizendo-lhe que estava “feliz por vê-lo andando pelas ruas”, Papa Francisco lança-se de modo ainda mais veemente no descrédito em relação aos fiéis. Quem sai manchado deste acontecimento é Francisco!

Não bastasse termos de engolir tamanha rasgação-de-seda pontifício-esquerdista, rindo da justiça brasileira a valer, temos ainda de surportar os cathboys em sua infernética operação de amordaçamento dos críticos, lançando contra eles acusações morais deste tipo: “o católico não maldiz o papa, mas sim reza por ele”. São os bons-moços complacentes, os bajuladores de plantão, tentando blindar a opinião pública para que seja tão complacente contra eles diante desaa atitude insana de acolhida de Lula. Como se os fiéis, por amar o Papa, tivessem de permanecer silenciosos diante da instrumentalização do papado para fins políticos. Falsa dicotomia!

Argumenta-se: Francisco só recebeu um pecador, assim como Jesus o fez. Ora, mais do que isso, é importante ver quem Francisco não recebe: Dom Rogelio Livieres, heróico bispo de Ciudad del Este, morreu esperando uma audiência. Aliás, foi a Roma para tentar ver Francisco; não conseguiu e, pior, foi removido do cargo estando lá! Os cardeais dos dubia Caffarra e Meisner morreram aguardando uma palavra de Francisco. O Cardeal Zen, bravo combatente chinês, não consegue ser recebido de jeito nenhum! Já Lula obteve uma audiência com um simples pedido do presidente argentino e lá estava, em Roma, poucas semanas depois!

Mas, prossigamos.

A coisa se tornou ainda mais agressiva quando Lula publicou o vídeo da conversa, em que mostra um Francisco  obeso, escutando os seus discursos demagógicos com gosto e afirmando com a cabeça como que se demonstrasse sua concordância com cada frase. No final, o Papa o saúda dizendo: “estou muito contente de te ver novamente andando da rua”.

Bem, argumentam os cleaners: “O Papa não disse nada de errado, ele não afirmou que Lula é inocente, não defendeu o socialismo”.

Ora, há muitas formas de fazê-lo sem o dizer. Palavras não são necessárias. Os atos, omissões, e muitas vezes, a ausência de palavras falam, e falam muito!

Por exemplo, a insistência de Francisco em conceder entrevistas a Eugenio Scalfari, o editor do La Reppublica, é uma clamorosa demonstração de que ele está pouco se lixando para as heresias que o senil jornalista reiteradamente atribui a ele. Muito mais do que isso, repetir as entrevistas demonstra que ele quer exatamente que seja assim!

Com a audiência a jato concedida a Lula, a batina de Francisco se tornou uma camiseta do PT. Como chefe de estado do Vaticano, nada mais inconveniente que receber um condenado de outro país; como chefe da Igreja Católica, não se sensibiliza minimamente para o absurdo simbólico do seu ato, que massacra a esperança de milhares e milhares de católicos fiéis. A imagem do Papa é emprestada a uma causa nefanda, em uma chancela tácita às maracutaias do petista.

Legalistas de plantão, ouçam bem: para apoiar uma causa, Francisco não precisa escrever uma bula papal e mandar ao cartório para reconhecer firma de sua assinatura. Ele pode, simplesmente, colocar-se na posição que os inimigos da Igreja desejam e agir exatamente como eles esperam. Isso basta.

Justamente em um momento em que o número de protestantes continua subindo em velocidade constante e em que o número de católicos está despencando, não era a hora para fazer de uma audiência papal um palanque político, e justamente para o Lula!