Por FratresInUnum.com, 13 de fevereiro de 2020 — A impressão é de quase um milagre: o celibato sacerdotal não cairá na disciplina da Igreja latina. Quase um milagre, já que estava tudo programado para que se autorizasse a ordenação de homens casados para a região da Amazônia.
Depois de meses de apreensão e suspense, a Exortação Apostólica “Querida Amazonia”, em vez de aprovar os viri probati, chama a Igreja à oração pelas vocações e convida missionários e sacerdotes a irem trabalhar na Amazônia.
Os progressistas estão decepcionados, sobretudo aquelas múmias, que reviveram em Roma o famoso Pacto das Catacumbas, e que terão que ir às suas respectivas covas sem terem visto o tão esperado fim do celibato sacerdotal.
Os conservadores comemoram na internet a vitória do celibato e o tão “injustiçado” Papa Francisco, hosanado agora como defensor da Fé. Eles se voltam contra aqueles que diziam o óbvio ululante: Bergoglio quis e promoveu, com suas palavras, atos e nomeações, o ataque violento contra o celibato obrigatório, assim como quer – e o está fazendo – levar a revolução iniciada com o Vaticano II até às últimas consequências. Esquecem-se que este é o mesmo Papa de Amoris Laetitia e do silêncio aos Dubia dos cardeais que defenderam a ortodoxia da fé sobre o matrimônio e sobre a Eucaristia.
Isto não é normal! Que a Igreja inteira esteja sob tensão, à espera da decisão de um Papa, para saber se ela muda sua tradição multissecular de uma hora para outra, isto não é normal!
Infelizmente, desde as reformas que vieram após o Vaticano II, oficiais e oficiosas: mudança no rito da Missa, nos ritos dos sacramentos, no hábito sacerdotal (abandono da batina), na Bíblia (abandono da tradução Vulgata, de S. Jerônimo), na Via Sacra (com a criação da XV estação), em todo o Direito Canônico, no Rosário de Nossa Senhora (com a invenção dos mistérios luminosos), etc, etc, os fiéis hoje estão acostumados com mudanças bruscas na Igreja. E os que se atêm à sua disciplina e doutrina tradicionais são os fundamentalistas com “cara de vinagre”. Hoje, isto é muito comum, mas isto não é normal!