Por FratresInUnum.com, 2 de abril de 2020 – Sobre a Basílica de São Pedro, durante a extraordinária bênção Urbi et Orbi conferida por Francisco por causa da pandemia de coronavírus, uma formação de nuvens com o aspecto de Nossa Senhora chamou a atenção dos fieis. É impossível saber se realmente se tratava de uma pública aparição mariana ou de um mero fenômeno natural que lhe dava a impressão. Mas a imagem é, em si mesma, eloquente.
A presença silenciosa de Maria Santíssima naquele cenário desolador é bastante razoável: Ela é a mãe que não se ausenta na hora da cruz, a mãe que trouxe um apelo do céu, um apelo desatendido.
Não é necessário recorrermos a inúmeras aparições modernas para compreendermos a dor do Coração de Nossa Senhora. Ela anunciou, em Fátima, o prêmio e o castigo, caso o mundo não se convertesse, caso os homens se fizessem moucos aos avisos de Deus, caso o Papa não consagrasse nominalmente a Rússia ao seu Coração Imaculado. Nada disso aconteceu e, além disso, aconteceu o pior…
A onda de apostasia que foi se derramando como um dilúvio por toda a Igreja chegou até o cimo. Primeiro, os papas conciliares foram dúbios na doutrina, fracos no governo, tolerantes com todos os erros modernos, permitindo que a peste da heresia e do pecado se alastrasse por toda a estrutura eclesial. Contudo, é inegável que, após a renúncia de Bento XVI, se a fumaça de Satanás entrara na Igreja desde os tempos de Paulo VI, como ele mesmo anunciara, agora o próprio Satã caía nela mesma como um relâmpago.
A eleição de Jorge Mario Bergoglio entronizou na Cátedra de Pedro um homem cuja mente é privada daquela forma fidei que caracteriza o senso católico na sua acepção mais imediata. Aqui, em nosso site, não cessamos de comentar continuamente as absurdidades ditas e feitas por este papa, absurdidades que culminaram no último Sínodo da Amazônia.
Como comentamos em artigo anterior, a cerimônia realizada nos jardins do Vaticano, em que se praticou não uma mera idolatria, mas a demonolatria em sentido estrito, abriu as portas da Igreja para Satanás e, como bem notava Dom Azcona num sermão corajoso proferido no contexto do Sínodo, a Pachamama é a perfeita antítese de Nossa Senhora: é o demônio feminino, o espírito da prostituta, Vênus, Artemis, Jesabel, Semíramis, Gaia, a deusa da fecundidade, um espírito pagão contra o qual a Mãe de Deus se levanta como poderoso estandarte.
No dia da bênção Urbi et Orbi na Praça de São Pedro, o jornalista Antonio Socci notava que aquela cerimônia de adoração à Pachamama, com a presença e a aprovação de Francisco, profanou de tal modo o Vaticano que o desconsagrou, tornando-se necessário um ato público de desagravo e de expiação, com a consequente nova consagração da Basílica Papal.
O vírus da incredulidade, porém, alastrou-se de tal modo na Igreja que observações como estas se tornam não apenas incompreensíveis, mas inclusive odiosas.
A hermenêutica ecologista e ecólatra do papa atual e de seus teólogos interpretam todo o fenômeno como um desequilíbrio das forças da própria natureza, vale dizer: uma intervenção da própria Pachamama.
Em artigo recente, Leonardo Boff afirmou que “o planeta não só possui vida sobre ele. Ele próprio é vivo. Emerge como um Ente vivo, como um sistema que regula os elementos físico-químicos e ecológicos. Chamaram-no de Gaia” e que “a pandemia do coronavírus nos revela que o modo como habitamos a Casa Comum é nocivo à sua natureza. A lição que nos transmite soa: é imperioso reformatar a nossa forma de viver sobre ela, enquanto planeta vivo. Ela nos está alertando que assim como estamos nos comportando não podemos continuar. Caso contrário a própria Terra irá se livrar de nós, seres excessivamente agressivos e maléficos ao sistema-vida”.
“Coincidentemente”, o Papa Francisco concedeu uma entrevista, via webconferência, a Jordi Évole, em um especial sobre o coronavírus, transmitido pelo canal espanhol La Sexta. Ali, perguntaram: “Esta pandemia é uma ‘vingança da natureza’?”, ao que, respondeu o papa argentino: “há um ditado, que conheceis. Deus perdoa sempre. Nós perdoamos de vez em quando. A natureza não perdoa nunca. Os incêndios, os terremotos… a natureza está nos dando patadas para que nos responsabilizemos pelo cuidado da natureza”.
O idioma “teológico” de Francisco e do clero atual conhece todos os castigos da natureza, mas desconhece os castigos de Deus. Os homens da Igreja sucumbiram à idolatria da natureza e, por isso, abandonaram o culto ao seu Deus. E a Virgem Santíssima assiste o espetáculo de horrores calada, porque as suas advertências foram ostensivamente ignoradas pelos seus filhos prediletos, aqueles que deveriam estar mais prontos a obedecê-la.
O castigo de Deus se tornou o grande tema tabu para o clero católico. Fala-se de tudo, fazem-se todas as palhaçadas, agora por internet, mas todos disfarçam, fingem que tudo não passa de um mero desequilíbrio terreno, desconversam quando o assunto é a punição anunciada. E tudo porque querem ficar bem, porque se julgam melhores do que os nossos ancestrais.
Por que o silêncio de Maria Santíssima? Por que a sua presença tão triste, como a de uma espectadora? Será que Deus não lhe está repedindo exatamente estas palavras que disse ao profeta Jeremias?
“‘Os habitantes de Judá e de Jerusalém volveram às iniquidades dos antepassados que se haviam recusado a ouvir minhas palavras, indo, eles também, atrás de outros deuses, a fim de cultuá-los. A casa de Israel e a casa de Judá violaram a aliança que haviam firmado com seus pais’. Por tal culpa, assim declara o Senhor: ‘Vou descarregar sobre eles uma calamidade, da qual não poderão escapar. E, quando gritarem por mim, eu não os escutarei. Então, as cidades de Judá e os habitantes de Jerusalém irão apelar para os deuses ante os quais queimaram incenso. Esses deuses, porém, não os salvarão no momento da catástrofe, porque, ó Judá, possuis tantos deuses quantas são tuas cidades; e quantas ruas tens em Jerusalém, tantos altares de infâmia ergueste para neles queimar oferendas em honra de Baal. Quanto a ti, não intercedas por esse povo, nem ores por ele, nem supliques, porque ao tempo de sua desgraça, quando clamarem por mim, não os escutarei’” (Jeremias 11,9-14).
A tentativa de trapacear com Deus será sempre mal-sucedida. Não adianta querer enganá-lo. Quiseram trocar Deus por Baal; Maria Santíssima por Pachamama. Agora, façam as contas.
De nossa parte, façamos penitência e nos convertamos, apesar de nossos pastores, enquanto é tempo!