Por FratresInUnum.com, 4 de abril de 2020 – Foi publicado na última quinta-feira (2), no site da CNBB, coincidentemente quando publicamos nosso editorial sobre o mesmo assunto (seria uma resposta?), uma entrevista com Dom Pedro Carlos Cipollini acerca das especulações de católicos sobre um eventual castigo de Deus ligado à epidemia de coronavírus.

Os pastorinhos de Fátima veem o inferno: castigo.
A matéria começa reportando algumas afirmações de Fernando Altmeyer, ex-padre (fato ostensivamente ocultado por onde passa esse senhor) da arquidiocese de São Paulo, que sempre esteve ligado às CEBs, aos movimentos de moradia, que foi porta-voz de Dom Paulo Evaristo Arns e hoje é casado e pai de dois filhos (mas continua lecionando na PUC-SP).
Na sequência, vem a entrevista de Dom Cipollini, cuja principal ideia é a de que “esta visão de que Deus castiga e pune não é de acordo com a revelação que Jesus nos fez do Pai”.
O Dicionário Cultural da Bíblia, das Edições Loyola, na p. 207, diz explicitamente que “na Biblia, a peste designa todas as epidemias assustadoras e é muitas vezes anunciada como um castigo divino”.
Temos, ademais, diversas afirmações do Novo Testamento segundo as quais Deus, em seu amor redentivo, castiga, sim, os pecadores, visando a sua conversão e o seu arrependimento, pois os bens temporais estão subordinados aos espirituais.
Nosso Senhor afirma no Evangelho de São João, o apóstolo do amor: “Aquele que crê no Filho tem a vida eterna; quem não crê no Filho não verá a vida, mas sobre ele pesa a ira de Deus” (João III,36).
São Paulo, o mesmo que escreveu o hino ao amor, escreveu também: “ira de Deus se manifesta do alto do céu contra toda a impiedade e perversidade dos homens, que pela injustiça aprisionam a verdade” (Romanos I,18).
Aos Efésios, escreve o Apóstolo das gentes, “Porque sabei-o bem: nenhum dissoluto, ou impuro, ou avarento – verdadeiros idólatras! – terá herança no Reino de Cristo e de Deus. E ninguém vos seduza com vãos discursos. Estes são os pecados que atraem a ira de Deus sobre os rebeldes” (Efésios V,5-6).
Reparem na linguagem do Apóstolo: “ninguém vos seduza com vãos discursos”!
Ninguém. Nem Cipollini, quanto mais Altemeyer.
No Apocalipse, diz São João: “Vi ainda, no céu, outro sinal, grande e maravilhoso: sete Anjos que tinham as sete últimas pragas, porque por elas é que se deve consumar a ira de Deus” (Apocalipse XV,1).
Deixando de lado todo o magistério tradicional, em que a realidade dos castigos de Deus é tida como evidente, no magistério dos últimos papas, que nossas sumidades intelectuais da CNBB dizem seguir, aparecem em diversas ocasiões menções importantes às punições que Deus inflige à humanidade.
Bento XVI, numa homilia, disse que, nos livros de Crônicas, “o autor sagrado propõe uma interpretação sintética e significativa da história do povo eleito, que experimenta a punição de Deus como consequência do seu comportamento rebelde: o templo é destruído e o povo exilado deixa de ter uma terra; realmente parece ter sido esquecido por Deus. Mas depois vê que através dos castigos Deus persegue um desígnio de misericórdia. Será a destruição da cidade santa e do templo como foi dito será o exílio que toca o coração do povo e o faz voltar para o seu Deus para o conhecer mais profundamente. (…) Pensando nos séculos passados podemos ver como Deus continue a amar-nos também através dos castigos. Os desígnios de Deus, também quando passam através das provações, têm sempre por finalidade um êxito de misericórdia e de perdão” (Homilia 26 de março de 2006).
João Paulo II havia afirmado anteriormente e de modo peremptório: “lembro-lhes que Deus castiga as más ações dos homens” (Audiência geral, 13 de maio de 1978).
Recentemente, o próprio Papa Francisco recordou ao Secretário Geral das Nações Unidas que existem condutas que “clamam o castigo de Deus” (Mensagem de 2 de dezembro de 2019).
A própria Congregação para a Doutrina da Fé escreveu um documento em que afirma que “no Antigo Testamento, ‘Israel tem a experiência de que a doença está misteriosamente ligada ao pecado e ao mal’. Entre os castigos com que Deus ameaça o povo pela sua infidelidade, as doenças ocupam espaço de relevo (cf. Dt 28,21-22.27-29.35). O doente que pede a Deus a cura reconhece que é justamente castigado pelos seus pecados (cf. Sal 37; 40; 106,17-21)” (Instrução sobre as orações para pedir a cura, n. 1).
Por fim, Nossa Senhora de Fátima disse à pequena Jacinta Marto: “as guerras não são senão castigos pelos pecados do mundo.
Mas, pasmem, leitores! A CNBB, do alto de sua petulância, diz o contrário!
E o faz simplesmente porque a própria CNBB é um castigo mais do que suficiente para os católicos do Brasil e é uma prova de que, sim, Deus castiga!