Quando um jejum dominical faz ressurgir, na CNBB, o anti-ecumenismo.
Por FratresInUnum.com, 6 de abril de 2020 – O presidente da república convocou, para ontem, um jejum coletivo, pedindo a cessação da epidemia de coronavírus e a proteção de Deus para o Brasil. A ideia, naturalmente, brotou dos pastores neopentecostais – ou será que alguém imaginaria um bispo da CNBB sugerindo tal coisa ao presidente?…
Ora, apesar da inconveniência da data escolhida, não existe nenhuma proibição formal da Igreja de que os católicos jejuem aos domingos, mas a convocação do presidente causou surtos de amor à tradição em bispos e padres que não vivem senão para pisoteá-la, e isso no rimo mais frenético e carnavalesco que a imaginação humana possa conceber.
O amor ao domingo é tão sublime na alma de nossos angélicos pastores que eles mesmos decidiram, até mesmo antes das autoridades públicas, proibir missas, fechar igrejas e impedir os católicos de receberem os sacramentos, especialmente a comunhão e a confissão. Não faltam os cleaners que se apresentam com suas teologias a posteriori para legitimar a “saída de campo” justamente da “Igreja em saída”.
A controvérsia do jejum, porém, raia à loucura, pela birra infantil ostentada por esses senhorzinhos de cabeça branca. Houve regional da Conferência Episcopal que chegou a emitir nota esclarecendo aos fieis sobre a sublime relevância de encher o estômago no Domingo da Paixão, salientando que “não é qualquer um” que pode convocar o jejum, numa pose esnobada de clericalismo selvagem.
A Conferência Episcopal brasileira está se parecendo cada dia mais com um manicômio, com a única diferença de que está infestada de demônios e bajuladores que não cessam de dar aos loucos aquele ar de solenidade e importância do qual eles mesmos dão um jeito de desfazer-se diante da opinião pública.
O quadro é bem simples: de um lado, estão as igrejas pentecostais, que ainda crescem em ritmo acelerado, sendo a maior força religiosa com atuação política do Brasil, cujos pastores, a seu modo, consagram um dia de oração e jejum, ao qual aderem pessoas de todas as confissões; de outro, um bando de idosos enclausurados em suas casas episcopais, morrendo de medo de pegar coronavírus, soltado notinhas nojentas, gravando vídeos ridículos, transbordando arrogância, inveja, amargura, pedantismo por todos os lados. Perguntamos: quem você acha que o povo simples vai querer seguir? Seja sincero!
O irrealismo da autoimagem do nosso clero o faz passar por alto o fato de que o seu público é constituído, em sua imensa maioria, de senhoras velhinhas que já estão cumprindo os seus dias neste mundo.
É óbvio que sempre existirão os cruzados de internet que, em nome de uma presumida causa católica, cometerão suas gafes inconscientes, mais ou menos coordenadas. Este foi o caso de muitos que deram a vida para fazer uma campanha de boicote ao jejum, que deu certo apenas dentro de suas próprias cabeças.
Efetivamente, a esquerda possui um senso de direcionalidade, do qual o católico normal simplesmente está privado, por não ser suficientemente hegeliano. A esquerda capta institivamente qual a orientação geral que se deve tomar para autodefesa e promoção dos seus líderes, sabendo articular contradições e discordâncias acidentais dentro do mesmo propósito intencional. Os católicos em geral são obcecados por atos pontuais, não conseguem relevar uma discordância desimportante, e terminam por destruir-se mutuamente, pois padecem de visão estratégica: “todo mundo está errado, a não ser o meu gueto!”
É assim que a esquerda católica usa os idiotas úteis quando vende o seu anti-bolsonarismo numa embalagem de amor à tradição, tão fingido quanto eles. Para opor-se “à direita”, vale tudo: até apelar à disciplina eclesiástica, colocando nela o peso de um dogma infalível.
Apesar do pastelão circense, a situação tem uma nuance verdadeiramente interessante: semana passada, a CNBB organizou um culto ecumênico e inter-religioso com a turma do CONIC (conselho nacional de igrejas cristãs), mas agora torce o nariz para uma iniciativa que seria, segundo os seus próprios cânones, ecumênica.
Está aí a mentira do ecumenismo. Não existe ecumenismo. Existe é comunismo! Ou seja, para promover a revolução socialista, valem todas as religiões, mas, quando elas se mobilizam para socorrer um presidente “de direita”, então, tornam-se inimigas.
Está mais do que provado! A CNBB não passa de uma filial do partido comunista, tenha ele o nome que tiver. Acontece, porém, que o povo já percebeu o tamanho da sua impostura e não lhe dá importância nenhuma. Eles podem convocar o que quiserem. O fiel católico já não os escuta mais, percebeu que, no corpo sadio da Igreja, eles são o verdadeiro vírus contra o qual todos temos de continuamente jejuar.