Por FratresInUnum.com, 14 de maio de 2020 – A contradição chega à raia do inacreditável. Se já não era fácil ser católico no Brasil, ultimamente o clero o tornou praticamente impossível: sem missa nem confissão, sem nada! E tudo à revelia dos fiéis.
Nunca tivemos bispos tão autoritários quanto hoje. Eles decidem, como verdadeiros faraós, fechar e fecham. Reinventaram o conceito de Diocese como Igreja particular: é propriedade particular deles. O povo é só um detalhe, serve só para pagar as taxas, como eles mesmos dizem: “não esqueçam de pagar o dízimo”. – Bem…
Pelo menos não dá pra reclamar que eles não são sinceros.
Mas, como os ditadores se atraem, eles não ficaram pra trás em apoiar todas as medidas draconianamente restritivas que prefeitos e governadores impuseram em seus respectivos municípios e estados, medidas inconstitucionais e irracionais, que ferem não apenas a nossa liberdade de culto, mas também a liberdade de ir e vir, o direito à privacidade e até à nossa própria integridade física: há cidadãos de bem sendo agredidos por forças policias, pessoas honestas sendo monitoradas pelo celular, gente detida por esquecer a máscara em casa…
A quarentena religiosa, além de desproporcionada e ineficaz, está sendo imposta sob moldes autoritários, que nada têm a ver com os dogmas da libertação e da democracia, tão devotamente professados pelos senhores de mitra.
Deixadas as contradições dos discursos de lado, notamos a estrondosa coerência nas ações das nossas excelências… Eles são ditadores e amam ditaduras de esquerda, adorando daquele autoritarismo. Para ter certeza disso é simples: mande uma cartinha ao seu bispo e, se receber alguma resposta (o que será muito, muito difícil), será apenas um educado modo de livrar-se das suas perguntas inconvenientes.
Os católicos já perceberam como as coisas funcionam e, assim como não cessam de protestar contra os ditadores seculares, agora protestam contra os ditadores diocesanos e seu órgão central, a CNBB, às vezes com algum xingamento daqueles que demonstram que nossos hierarcas perderam completamente a sua própria reverência.
Bem… Eram eles que viviam militando por um laicato protagonista, mas, quando os leigos resolvem abrir a boca, logo chegam os censores da “humildade e obediência” para os silenciar, pois há leigos e leigos, há os que são devotos católicos e os que são devotos dos bispos e do seu séquito, e serão sempre muito bem impulsionados, especialmente se forem jovens e de esquerda.
No final das contas, os tiranos de mitra pensam mais é no deus Mamon, mesmo, e em manter tudo padronizado, para ninguém ousar ser católico de verdade. Nada de radicalismo, não é mesmo? O laicato protagonista é, no fundo, a massa pagante, mas que tem que aguentar calado e não ousar minimamente questionar.
E, assim como eles condenam seus predecessores por apoiar ditaduras no passado, a hierarquia de hoje está não apenas apoiando as ditaduras presentes, mas também replicando as mesmas medidas ditatoriais dentro de seus muros. E ai de quem reclamar, porque já inventaram até teologia para excomungar como malditos os “hereges” que ousarem pedir algo tão horrível como “comungar” ou “confessar” os seus próprios pecados.
Esses pastores perderam completamente o contato com as ovelhas. Haverá um único que se levante para defender o povo fiel? Confinados na conferência episcopal, desconfiam eles que grande parte dos leigos os odeia aqui do lado de fora? E se assim o é, nada senão culpa deles mesmos, que se tornaram objeto de repulsa para qualquer pessoa de bom senso.
Uma coisa é certa: os leigos, ao voltarem da quarentena, serão muito mais seletivos e críticos, com os olhos bem abertos para reconhecer esta “Igreja” ditadora e amiga de ditadores.