Por Sandro Magister, 15 de maio de 2020 | Tradução: FratresInUnum.com – Como se sabe, o Papa Francisco se calou totalmente sobre a ordenação dos homens casados quando pensou as conclusões do Sínodo sobre a Amazônia. Mas, certamente, não fez calar os promotores da inovação.

Que, antes, voltam cada vez mais impacientes e loquazes. Prova disso é um teólogo de primeiro nível, consultor no sínodo de um bom número de bispos brasileiros, que, em uma entrevista a Mauro Castagnaro, na última edição da revista “Il Regno” enumera detalhadamente todos os passos a serem dados para alcançar o objetivo, dando por cento que o Papa consentirá.
O teólogo é Antonio José de Almeira, padre da diocese de Apucarana, no sul do Brasil, docente na Pontifícia Universidade Católica do Paraná (Brasil), conhecido por ter desenvolvido a hipótese, antecipadas pela primeira vez pelo alemão Fritz Lobinger, bispo na África do Sul de 1987 a 2004, lido e apreciado também pelo papa Francisco. Lobinger desejava que uma “equipes de anciãos”, constituídas por homens ou mulheres, celibatários ou casados, ordenados ou não, dirigissem as paróquias, e, portanto, com o poder de celebrar a Missa.
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Para começar, Almeida diz que o silêncio de Francisco “não significa que ele tenha fechado a porta”. Isso é tão certo que, “Querida Amazonia”, a exortação apostólica pós-sinodal do Papa, em seus parágrafos iniiais, cita com ênfase justamente o documento final do Sínodo que aprovou a ordenação de sacerdotes casados, considerando-a “válida”, e solicitando a pastores e povo cristão da região que “se comprometam com sua aplicação”.
E então, como proceder? O “primeiro passo” — diz Almeida — consistirá em “colocar as razões pelas quais uma diocese tenta propor a ordenação de homens casados”.
Uma diocese poderia, por si só, dar também este primeiro passo, mas “seria melhor decidir com as dioceses vizinhas, quiçá em nível de província eclesiástica ou de conferência episcopal regional”. Este “seria o segundo passo”.
O “terceiro passo” chega tão logo tenha sido elaborado o “projeto” e consiste em “apresentar o pedido à Santa Sé”.
E a Santa Sé receberá o pedido? “Certamente a Santa Sé pode fazê-lo — responde Almeida –. No contexto amazônico e considerando o processo sinodal desencadeado depois do sínodo especial para a Amazônia, não tenho dúvida disso”.
Mas como será autorizada a ordenação de homens casados? Almeida diz que “por ora a solução está no Código de Direito Canônico”, que, nos cânones 1042 e 1047, admite que em casos particulares a Santa Sé pode dispensar os candidatos ao sacerdócio do “impedimento” do matrimônio, “tendo em conta ‘o bem dos fiéis’, a presença de uma ‘causa justa e razoável’ (o acesso dos fieis à celebração da Eucaristia) e as ‘circunstâncias do caso’ (na Amazônia, a carência quase absoluta de clero celibatário)”.
Mas há mais. Almeida cita o número 93 de “Querida Amazonia”, onde o Papa Francisco escreve que “não se trata só de facilitar uma maior presença de ministros ordenados que possam celebrar a Eucaristia”, mas também de “provocar uma nova vida nas comunidades”.
Para Almeida, isso estimula pensar no novo modelo de sacerdote, o “sacerdote da comunidade”, que, seguindo o itinerário de Lobinger, poderia ser também “uma equipe desses sacerdotes”, não itinerantes, mas fixos, com suas respectivas famílias, exerçam ou não uma profissão civil.
Uma vez, então, que se tenha feito o pedido a Roma — prossegue Almeida –, a Santa Sé poderá conceder às dioceses da Amazônia, “de forma permanente ou por um certo período, a faculdade de dispensar do impedimento do matrimônio, a fim de que um homem casado possa aceder à ordenação presbiteral”.
Mas isso não é tudo. Também poderia ocorrer — supõe Almeida — que no ínterim se institua na região um “rito amazônico”, seguindo os passos das Igrejas “sui iuris”, como por exemplo as greco-católicas, em que há o sacerdócio casado.
Neste caso, “tudo mudaria”, porque também o sacerdócio casado formaria parte deste novo rito autônomo. Tão certo é isso — conclui Almeida — que “a nota 120 de ‘Querida Amazonia’, que fala disso, já é lida por alguns à luz da nota 336 de ‘Amoris laetitia’, que abriu a porta à comunhão aos divorciados que voltaram a se casar”.
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A nota 120 de ‘Querida Amazonia’ diz simplesmente: “No Sínodo emergiu a proposta de elaborar um ‘rito amazônico’.
Também as notas 336 e 351 de “Amoris laetitia” são somente alusivas: “Em certos casos, poderia ser também a ajuda dos sacramentos. […] a Eucaristia ‹‹ não é um prêmio para os perfeitos, mas um generoso remédio e alimento para os débeis ››. […] o discernimento pode reconhecer que, em uma situação particular, não há culpa grave […]
Mas, assim como em “Amoris laetitia” estas alusões atuaram como uma alavanca para uma aplicação extensiva — e para muitos abusiva — da exortação apostólica pós-sinodal, autorizada pelo próprio papa Francisco, da mesma forma estão os que queiram que ocorra o mesmo com essa pequena nota de rodapé de “Querida Amazonia”.
Tudo isso, a partir de uma perspectiva de autonomia ritual que ainda parece distante. Mas, enquanto isso, rapidamente muitos estão dispostos a dar esses passos que Almeida indicou.
Não só na Amazônia. Porque há outro Sínodo, na Alemanha, que já recorreu ao mesmo caminho. Com a predileção particular por uma autonomia ainda maior de Roma, à beira do cisma.
Caros Fratres;
Este texto esclarecedor nos conduz à realidade dos documentos conciliares: o uso de termos e expressões repletas de ambiguidades possibilitaram o espaço necessário para que se estabelecessem as mudanças que queriam. Estabeleceram-se o “aggiornamento” e o desventurado “Espírito do Concílio”, que tantos males fazem até nossos dias!
Acredito que Francisco não deixará o pontificado sem estabelece estas mudanças: ordenação de homens casados, novos ritos litúrgicos e, logicamente, as diaconisas.
Somente as nossas Orações poderão conter esta nova investida da revolução conciliar sobre o que restou do Catolicismo.
Em um momento desses é que pergunto: onde estão os Cardeais e os Bispos?
Que o Bom Deus tenha misericórdia de nós!
Imaculado e Doloroso Coração de Maria, rogai por nós!
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Entre o próprio povo da nação os seus líderes são leões violentos que rugem o tempo todo; seus juízes são lobos vespertinos, que tudo devoram e nada deixam para o dia seguinte.
Os seus profetas são levianos, homens ardilosos e traiçoeiros; os seus sacerdotes profanam o Sagrado e violentam a Lei. Sof 3,3.
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Só uma pessoa ingênua e desconhecedora dos labirintos eclesiais é que acredita que o silêncio do Papa é sinônimo de desistência!
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Desnecessário dizer, exceto para os ingênuos, que os argumentos apresentados fazem parte da cartilha comunista em vigor em todo o planeta.
Em base a tais sofismas, pode-se futuramente:
– permitir que pessoas, mesmo sem qualquer ordenamento sacramental, leigos mesmo, possam rezar a missa e “consagrar” a Eucaristia.
– idem tal e qual para qualquer mulher em qualquer circunstância.
– se formos mais rigorosos, um macaco treinado terá o mesmo valor.
– abrem-se as portas do inferno cuja limitação estará simplesmente na imaginação humana.
NON PRAEVALEBUNT!
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Não sou contra a ordenação de homens casados à ordem presbitetal (e por ser ordem inferior, também à diaconal, coisa que já ocorre a muitos anos) mas isso se deve dar nos casos já estabelecidos pela Igreja: dos ministros protestantes convertidos de igrejas com forte aparência católica e a alguns escolhidos para o sacerdócio nas Igrejas Católicas Orientais. Não vejo problema algum também na ordenação de homens casados nas Igrejas Ortodoxas e Pré Calcedonianas. Tudo isso se deu ou por causa da Tradição já estabelecida e provada por séculos ou por necessidade grave em alguns ambientes ou épocas específicos. Não é o caso do rito latino. Quis Deus que entre os latinos o normal fosse a ordenação de homens celibatários. Sejam solteiros, viúvos ou casados que se separam de corpo da esposa em comum acordo com ela, coisa que se tornou cada vez mais rara e hoje creio que nem ocorra mais. Porque Deus quis ou permitiu que as Tradições se estabelecessem dessa forma? Não sei… mas assim, aconteceu. Custa, simplesmente seguir a Tradição e não inventar moda?
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Como católico e acólito da minha comunidade no dia em que sejam ordenados sacerdotes casados, deixarei de frequentar a santa missa quando esta for celebrada por estes. Podem-me dizer que é a falta
de sacerdotes que os obriga a uma decisão destas, mas não estou de acordo, atualmente os sacerdotes
podem não ser muitos, mas como a maioria das igrejas estão fechadas derivados à pandemia, e depois desta surgirá outra epidemia igual ou semelhante
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É exatamente isto que a Nova Ordem Mundial deseja. Este é exatamente o objetivo dela e de todos, inclusive deste papa, para que assim todos procedam (os verdadeiros católicos) e os demais, ingênuos e ignorantes pouco ou nada se importem com as alterações sacramentais.
Devemos reconhecer que não temos força ou poder para alterar este estado de coisas, exceto rezar e pedir a Deus que se cumpram, o mais cedo possível, as promessas de Cristo.
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Quem se cala, consente (diz o adágio popular).
Em breve, veremos o ex-frei Genésio Boff (leia-se Leonardo) celebrando uma missa na Basílica de São Pedro, em Roma.
Quem viver, ver!
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Gostaria de comentar que o conteúdo da Nota 336 de Amoris Laetitia está EXPLÍCITO no texto. Não é uma heresia de rodapé, mas sim uma Heresia Solene:
“já não é possível dizer que todos os que estão numa situação chamada «irregular» vivem em estado de pecado mortal, privados da graça santificante” (Francisco, Amoris Laetitia, n. 301).
O que é uma situação chamada “irregular”?
“Os divorciados que vivem numa nova união, por exemplo, podem encontrar-se em situações muito diferentes, que não devem ser catalogadas ou encerradas em afirmações demasiado rígidas, sem deixar espaço para um adequado discernimento pessoal e pastoral. Uma coisa é uma segunda união consolidada no tempo, com novos filhos, com fidelidade comprovada, dedicação generosa, compromisso cristão, consciência da irregularidade da sua situação e grande dificuldade para voltar atrás sem sentir, em consciência, que se cairia em novas culpas. A Igreja reconhece a existência de situações em que «o homem e a mulher, por motivos sérios – como, por exemplo, a educação dos filhos – não se podem separar».[329] Há também o caso daqueles que fizeram grandes esforços para salvar o primeiro matrimónio e sofreram um abandono injusto, ou o caso daqueles que «contraíram uma segunda união em vista da educação dos filhos, e, às vezes, estão subjectivamente certos em consciência de que o precedente matrimónio, irremediavelmente destruído, nunca tinha sido válido».[330] Coisa diferente, porém, é uma nova união que vem dum divórcio recente, com todas as consequências de sofrimento e confusão que afetam os filhos e famílias inteiras, ou a situação de alguém que faltou repetidamente aos seus compromissos familiares. Deve ficar claro que este não é o ideal que o Evangelho propõe para o matrimónio e a família. Os Padres sinodais afirmaram que o discernimento dos pastores sempre se deve fazer «distinguindo adequadamente»,[331] com um olhar que discirna bem as situações.[332]” (Francisco, Amoris Laetitia, n. 298).
Se o leitor não reparou, leia novamente o n. 298 e veja as palavras “situações”, “irregularidade” e “situação”.
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Também o conteúdo da Nota 351 de Amoris Laetitia é proveniente de uma heresia explícita:
“é possível que uma pessoa, no meio duma situação objectiva de pecado – mas subjectivamente não seja culpável ou não o seja plenamente –, possa viver em graça de Deus, possa amar e possa também crescer na vida de graça e de caridade, recebendo para isso a ajuda da Igreja.[351]” (Francisco, Amoris Laetitia, n. 305).
O “mas subjectivamente não seja culpável ou não o seja plenamente” NÃO EXISTE para o caso das uniões marido/mulher. Porque estas uniões são LIVRES, a menos que se trate de ABUSO SEXUAL.
Entende-se que o papa Francisco não esteja se referindo aos abusos sexuais e dando-lhes alguma utilidade ou autorizando que os sacerdotes sejam coniventes com os abusos sexuais. Por isso, o “mas subjectivamente não seja culpável ou não o seja plenamente” não existe no caso das uniões livres marido/mulher.
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Estou dizendo que a heresia de Francisco de que “não é sempre que o adultério é pecado mortal” e a heresia de que “é admissível que se dê a comunhão sacramental a divorciados recasados” são explícitas no documento Amoris Laetitia, no texto principal.
E ainda a heresia de que “uma pessoa numa situação objetiva de pecado MORTAL pode viver na graça e receber os sacramentos” também é admitida no referido documento, porque, segundo ele “a eucaristia é alimento para os fracos e não um prêmio para os perfeitos”.
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Conclamo – se ainda existem católicos – que se reconheçam as heresias deste homem que se apresenta como papa! E solicito que se faça o que está no poder de cada um para que se interrompa este magistério da abominação!
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Se este projeto de padres casados vingar para a Amazônia, então lá não existe Igreja Católica coisa nenhuma. Porque, se lá existe Igreja Católica, então leigos, bispos e papa estão alinhados aos dogmas católicos, entre os quais:
“Se alguém disser que o estado conjugal deve ser preferido ao estado de virgindade ou celibato, e que não é melhor e mais valioso permanecer na virgindade ou celibato do que unir-se em matrimônio [cf. Mt 19, 11s; 1 Cor 7, 25s.38.40]: seja anátema.” (Concílio de Trento, 24ª sess. 11 nov. 1563, Doutrina e cânones sobre o sacramento do matrimônio, cân. 10: Denz-Hün. 1810),
e, assim, estão todos empenhados em dar cumprimento à palavra divina.
Mas, se isto é de pouca monta para essa gente, então obviamente não existe lá Igreja Católica senão uma seita pseudo-sei lá o quê…
Se este pontificado realmente existiu em algum momento, já desceu para os ínferos há um bom tempo!
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O que esperar de um lobo em pele de cordeiro ?
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Amigos, eu estudo na PUCPR CURSO DE TEOLOGIA E ELE NÃO DÁ AULA NA PUC!!!
ISSO É MENTIRA.
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…” porque tenho observado que a teologia de frades é muito arriscada, principalmente a dos jesuítas, que são os que mais estudam (*) e por isso mais aptos a adaptarem as opiniões que possam agradar ao confessado se for Príncipe e nao um pobre lavrador”
(Testamento político de Dom Luis da Cunha, datado de 1749, diplomata português nos tempos de D. João V).
Ou
“Um jesuíta dirá sempre o que vc quer ouvir”
Ou
“Uma quisto hermético com obsessões políticas e imperiais dentro da estrutura eclesiástica”.
Ou
“O pirômano de Brescia ateou o fogo, pediu socorro, mas foi jogado na fogueira”.
Ou
“Não se deve falar muito sobre a graça”.
Ou
“Acquaviva, o começo o fim”.
Ou
“Vindica, Domine”.
(*) estudar nunca foi o esporte predileto de certo prelado argentino, medíocre e brutal.
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sobre esse Sínodo autônomo da Igreja Alemã mencionado no final do texto, vocês perceberam que ele se conclui em 2022 no mesmo ano que teremos um Sínodo em Roma sobre a Sinodalidade? Não haveria um alto risco de um cisma na Igreja se o Papa decidir aumentar o poder colegiado na Igreja em questões doutrinais, ele disse na primeira exortação apostólica que nem todas as questões doutrinais devem ser resolvidas através de intervenções do magistério. Eu não tenho certeza do que ocorrerá na Igreja após este sínodo mas acho que existe o risco da questão do celibato obrigatório ser flexibilizada de acordo com cada Igreja Local.
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