A morte de Dom Casaldáliga e o futuro da Teologia da Libertação.

Por FratresInUnum.com, 11 de agosto de 2020 – Faleceu no último sábado, 8 de agosto, Dom Pedro Casaldáliga, o último dos grandes baluartes da decadente Teologia da Libertação. O seu desaparecimento causou imensa comoção entre o clero progressista, que está tentando emplacar a sua “fama de santidade”, sem nenhuma repercussão significativa fora de seus próprios guetos ideológicos. O fato merece uma consideração atenta, pensando nos motivos de tamanha “devoção” entre os progressistas e em quais seriam as perspectivas para a Teologia da Libertação (TL) daqui para a frente.

A “revolução brasileira”

Os bispos Steiner e Pedro Casaldáliga.
Os bispos Steiner e Pedro Casaldáliga.

Uma das maiores dificuldades para compreender os movimentos populares no Brasil é encontrar um justo instrumento analítico que nos permita descrever com acerto qual a matriz de todas as tensões existentes em nossa realidade sociopolítica.

Em “Os donos do poder”, Raymundo Faoro, que era um homem de esquerda, mostra que a história da Brasil poderia ser bem definida como a luta de um povo impotente contra uma elite patrimonialista, que usa o Estado em benefício próprio, elite que ele denomina “estamento burocrático.

Ora, da leitura da obra de Faoro se percebe claramente que a natureza desta tensão entre povo-estamento é supra-ideológica e, portanto, meta-política, o que significa que ambos, o povo e a elite, transitam da esquerda para a direita e vice-versa conforme as circunstâncias históricas concretas. Talvez esta seja a razão principal da vivacidade política do povo brasileiro.

Cabe aqui fazer uma desambiguação: o termo “revolução brasileira” em Faoro não tem o mesmo significado que o termo “revolução” tem nas obras dos autores católicos contrarrevolucionários; para estes, revolução é a rebeldia do homem contra Deus e contra a ordem da realidade; para aquele, “revolução” era apenas um termo descritivo desta história brasileira de libertação.

A Teologia da Libertação e o PT

A complexidade de fatores que culminaram com o aparecimento da Teologia da Libertação e do seu projeto político, a fundação e consolidação do Partido dos Trabalhadores (PT) e sua chegada e manutenção no poder, é muito difícil de ser resumida. Uma excelente síntese do assunto pode ser encontrada no livro do Dr. Júlio Loredo, Teologia da Libertação: um salva-vidas de chumbo para os pobres.

De um lado, a Ação Católica Brasileira, inicialmente inspirada no ativismo social do Centro Dom Vital, depois dividiu-se naquilo que o Prof. Dr. Plínio Corrêa de Oliveira chamava de “falsa direita”, isto é, o fascismo declarado, e “esquerda católica”, isto é, o socialismo abraçado abertamente como ideologia. 

De outro lado, tudo isso vinha sendo fermentado no caldo da Nouvelle Théologie, com seus autores progressistas e socialistas, culminando com o surgimento da síntese herética de Karl Rahner e da “Teologia Política” de seu filho teológico, Johann Baptist Metz. Essas influências foram especialmente catalisadas na Universidade de Louvaine, onde hordas de padres latino-americanos foram enviadas para especialização.

O ativismo e o desejo de controlar a política oriundos daquela mentalidade de Ação Católica pervertida e as ideias socialistas abraçadas pela Nouvelle Théologie foram o misto ideal para que os comunistas pudessem entrar na Igreja e usá-la para o seu projeto de poder, como já havia declarado de modo peremptório Antonio Gramsci (já não se tratava mais de tentar destruir a Igreja, mas de usá-la).

Nem precisamos nos perguntar se o plano deu certo. Os comunistas encontraram toda a estrada aberta e começaram a aparelhar a estrutura eclesiástica através de uma ideologia propositalmente criada para esta finalidade: a chamada Teologia da Libertação.

Um dos equívocos principais que é preciso desmascarar é o de que a Teologia da Libertação é uma teologia criada para vencer as opressões e as desigualdades. Esta é apenas a desculpa teológica dada. O objetivo da Teologia da Libertação é duplo:

1) primeiro, teorético: desmontar a Teologia Católica inteirinha, não deixando nada em pé. Isso está explicitamente declarado por Gustavo Gutiérrez em sua “Teologia da Libertação”, ou seja, é iniciar aquilo que ele chama de “fase crítica” da Teologia;

2) e principalmente prático: criar a base para a formação de um partido político socialista através das Comunidades Eclesiais de Base, como declarou implicitamente Leonardo Boff em seu livro “E a Igreja se fez povo” e recentemente o próprio Lula, numa live feita com Leonardo Boff.

O projeto deu certo. Criaram um clero progressista e comunista, aparelharam a Igreja de alto a baixo, criaram um partido que veio para se eternizar no poder, mas que não conseguiu obter o sucesso até o fim.

Uma “mística” da libertação

Na encíclica Pascendi Dominici Gregis, São Pio X explicava que os modernistas trocavam a fé católica por uma certa “experiência religiosa”, esta que hoje mesmo os libertadores chamam de “experiência de Deus”. 

“Eis como eles o declaram: no sentimento religioso deve reconhecer-se uma espécie de intuição do coração, que pôs o homem em contato imediato com a própria realidade de Deus e lhe infunde tal persuasão da existência dele e da sua ação, tanto dentro como fora do homem, que excede a força de qualquer persuasão, que a ciência possa adquirir. Afirmam, portanto, uma verdadeira experiência, capaz de vencer qualquer experiência racional; e se esta for negada por alguém, como pelos racionalistas, dizem que isto sucede porque estes não querem pôr-se nas condições morais que são necessárias para consegui-la”.

Em outras palavras, os modernistas, assim como seus herdeiros diretos, os teólogos da libertação, trocam o conceito de “revelação exterior” (a Revelação Divina tal como custodiada nos artigos da fé católica) e de “revelação interior” (a luz da fé infusa pela graça nos nossos corações para que possamos crer) por um conceito naturalista de “experiência religiosa”: a tal “experiência de Deus” com os pobres, os índios, os quilombolas ou no meio da “luta do povo”. Neste sentido, há algo de comum com certos grupos carismáticos, que tomam como fato fundante da sua vida espiritual não os dogmas da Igreja, mas a sua experiência intimista.

Ora, é neste sentido que a história de Dom Pedro Casaldáliga tem uma importância enorme para a Teologia da Libertação. Ele foi justamente um homem que saiu da Europa e veio para o meio dos índios viver a “experiência do pobre”, que quando foi ordenado bispo trocou a mitra pelo chapéu de palha e o anel de metal pelo anel de tucum (que depois se tornou símbolo da TL), que desprezou o báculo pastoral e que trocava o vinho por cachaça e a hóstia por bolacha, como afirma a sua biografia autorizada, segundo informações da Folha de São Paulo. 

É essa pseudo “mística” que faz clérigos, mais ou menos oportunistas, lançarem todos os louvores possíveis a Casaldáliga, partindo desde  o presidente da CNBB  e alcançando expoentes ditos conservadores do episcopado. Chegando até o site oficial de notícias da Santa Sé, todos “canonizam” o bispo revolucionário.

Poeta, Casaldáliga confessava-se “subversivo”, dizia crer na “Internacional” e não escondia seu apreço pela “foice e o martelo” (em sua poesia “Canção da foice e do feixe”, publicada em vermelho.org.br, site do PCdoB) Mas ele não ficou apenas na poesia. Apoiava decididamente as revoluções cubana e sandinista, na Nicarágua, onde esteve muitíssimas vezes, contra a vontade dos bispos locais, tendo de ser admoestado pela Santa Sé a que permanecesse em sua prelazia. Ele abraçou o estilo de vida indígena, abraçou aquele modelo pauperista de Igreja idealizado no “Pacto das catacumbas”, levando-o às suas últimas consequências.

Neste sentido, foi um homem coerente com aquilo que acreditava, muito diferentemente dos defensores da tal “Igreja dos pobres”, apregoada pelo Cardeal Lercaro e por Dom Hélder Câmara, e à qual aderem maciçamente nossos bispos hoje, mas que gostam mesmo é de frequentar restaurantes ricos e estão preocupadíssimos com a prosperidade econômica das suas dioceses.

O conceito de “mística da libertação” tal como vivido por Dom Pedro Casaldáliga é apenas um engodo, como explica muito bem São Pio X, mas que serve como instrumento de romantização para a comunistização da Igreja, tal como operada pela Teologia da Libertação.

Mudança de paradigma

No movimento marxista, a Igreja Católica sempre está atrasada, com um recuo justificável pela sua constituição estruturalmente gerontocrática, ou seja, ela é governada pelos velhos.

A Escola de Frankfurt já tinha percebido que os pobres estavam se aburguesando e que a revolução socialista não poderia ser protagonizada por eles, mas por aquilo que eles chamavam de lumpemproletariado. Trata-se da revolução dos descontentes, do estrato maltrapilho da sociedade, das minorias, daqueles que têm motivos para a reclamação. Lukács já tinha explicado que não havia propriamente um conflito de classes, mas que este deveria ser criado através do que ele chamava de “classe possível”, através da “conscientização”, ou seja, da formação de uma “consciência de classe”.

Levaram várias décadas para que o movimento marxista entendesse que seria necessário abandonar a luta de classes e abraçar a revolução sexual e o ecologismo psicótico, mas, assim que esta mudança de paradigma aconteceu, as grandes corporações meta-capitalistas, interessadas na dissolução da sociedade para o fortalecimento do mercado, “compraram” as mesmas causas e começaram a subvencioná-las, de modo que não há comunista que não esteja trabalhando para algum milionário: assim como os escravos no império romano eram soltos em orgias sexuais justamente para que não pudessem constituir uma família patriarcal e formar um núcleo de ação, agora, o direito a ter uma família patriarcal se tornou privilégio exclusivo dos meta-capitalistas, e não há socialista que não seja militante dessas causas full-time; do mesmo modo, as propriedades privadas de famílias estão sendo cada vez mais transferidas para grandes corporações internacionais, em nome do ecologismo mais patrimonialista de todos os tempos.

O PT no poder e mudança de eixo na revolução brasileira

Neste meio tempo, o PT chegou ao poder e tinha planos de lá permanecer eternamente, sem jamais ser removido. Aquele intervencionismo auspiciado pela mentalidade corrompida da Ação Católica parecia triunfante: a cumplicidade entre a hierarquia e o partido socialista havia chegado ao seu ápice, até que o povo percebeu que algo estranho tinha acontecido

Em um primeiro momento, o povo havia se identificado com Lula porque pensava que ele era um legítimo representante dos anseios de libertação daquela histórica revolução brasileira, acima referida. Na medida em que o tempo foi passando, tornou-se claro que nada disso era verdade: Igreja e PT estavam interessados apenas tornar-se parte do estamento burocrático e, ao invés de vencê-lo, queriam usá-lo em benefício de sua própria estratégia de poder, como, de fato, está acontecendo hoje.

A eleição de Jair Bolsonaro não foi uma empreitada ideológica. Ele não tem ideologia alguma, inclusive porque provavelmente nem tem ideia profunda alguma. O povo não agiu ideologicamente, mas apenas por identificação emocional: apareceu aquele candidato outsider que tentaria derrubar toda a elite, mas que não está conseguindo, justamente porque esta elite é institucionalmente poderosa (trata-se de um indivíduo unido com um povo impotente contra todo o sistema político nacional e internacional: a mídia, os órgãos de educação superior, os partidos corruptos e, inclusive, a própria Igreja, que precisa ficar do lado dos poderosos para poder permanecer em sua situação privilegiada).

Deste modo, bispos e petistas conseguiram algo impressionante: angariaram infalivelmente o ódio do povo! Todo mundo odeia o PT e a CNBB. Não há instituições que sejam hoje tão desprestigiadas entre a população.

Resultado religioso e futuro da TL

Com a eleição do Papa Francisco, adepto da versão argentina da TL, a chamada “Teologia do Povo”, o clero TL teve novamente a chance de respirar, não se sente institucionalmente ameaçado e tenta mais uma vez erguer a cabeça.

Contudo, o povo continua migrando para as igrejas pentecostais e outras vertentes religiosas. Com a epidemia do vírus chinês, a hierarquia dispersou totalmente os fieis, relegando-os de modo absoluto à irreligião – ora, se os católicos já eram acomodados, agora, uma geração inteira foi largada ao total abandono da prática religiosa (todo mundo virou “católico não praticante e de IBGE”).

De outro lado, a TL já não se encontra mais contextualizada nos marxismos modernos, senão através de duas veias: a teologia gay e o ecologismo radical, linhas nas quais a TL vai se reinventar, tornando-se ainda mais intragável para os fiéis e para os seus próprios militantes. Ou será que alguém imagina ser possível despertar fervor religioso católico em grupos incendiados pelo pecado sexual ou entusiasmados com aquelas superstições tribais?…

Em outras palavras, a nova TL que vem vindo aí só tornará o suicídio eclesial ainda mais exterminador. É o que dizia Paulo VI quando, depois de ele mesmo ter protegido tanto os socialistas dentro da Igreja, reconheceu que havia um “misterioso processo de autodemolição”. O “misterioso” fica por conta dele. Não há nenhum mistério nisso, há apenas causa e efeito.

A morte de Casaldáliga e a nova TL

A morte de Dom Pedro Casaldáliga está sendo tão pranteada pelos TLs justamente como um inconsciente processo psicossocial de funeral coletivo. A TL do passado já passou. Sim, existem as viúvas, e o próprio pontificado de Francisco aparece no mundo mais como uma evocação do passado do que como uma representação do presente.

A TL do futuro, totalmente LGBT e ecologista, é uma causa perdida, para a qual a população inteira se comportará com indiferença, acentuando o processo de destruição da Igreja Católica e o apogeu das comunidades pentecostais: já que o assunto é ter uma “experiência de Deus”, pelo menos as pessoas preferem tê-la com ar-condicionado, música de qualidade e muitos, muitos sentimentos. 

Em artigo recente, Dom Júlio Akamine, arcebispo de Sorocaba, tentou “limpar a barra” da CNBB, dizendo que não existem bispos comunistas (e negando os fatos que eles mesmos nunca negaram, vide o vídeo de Lula e Boff) e que há um grande pluralismo na Conferência Episcopal. Bem… Embora o arcebispo tenha esquecido um detalhe que para ele parece não ter a mínima importância – isto é, existe uma doutrina social da Igreja muito bem definida, além de uma doutrina da fé e dos costumes, de tal modo que o tal “pluralismo” defendido por ele como um superdogma absoluto não é senão um fingimento retórico –, ele não deixa de ter certa dose de razão: a TL virou um balaio de gatos tão confuso que há muitos bispos perdidos num esquerdismo vago, enquanto há outros que militam naquela velha revolução já não existente e outros que apregoam a descarada ideologia feminista-gay ou ecologista. É! Não se fazem mais comunistas como antigamente!

Mas, resguardando-se o bom-mocismo corporativista de Dom Júlio, será que alguém, depois de ler Gustavo Gutiérrez escrever que o objetivo da TL é reformular a doutrina católica inteira em chave crítica, pode ficar ironizando com os que ele diz “que se julgam investidos com o poder de purificar a CNBB de infiltrações vermelhas a serviço de Satanás” ou mesmo com quem “expurga os que se desviam da ‘sã doutrina’”?… 

Tanto a TL quanto os isentistas alla Dom Júlio precisam, mesmo, é tirar do caminho os católicos anticomunistas. Estes é que precisam ser realmente neutralizados! Mas, não adianta. Eles chegaram tarde demais e, agora, todo mundo sabe muito bem quem eles são e para que eles vieram. O comunismo na Igreja Católica está flagrado e, a despeito de toda a oratória oficialista, institucionalista, romântica, poética ou de qualquer outro tipo, o povo não engole mais este palavrório. 

21 comentários sobre “A morte de Dom Casaldáliga e o futuro da Teologia da Libertação.

  1. A Teologia da Libertação começa com dois fatos: não é teologia e tampouco libertação.
    Trata-se apenas da Prática da Mentira como deveria ser chamada por todos aqueles que não se deixam enganar.
    Com relação ao falecido e sua declaração de crer na “Internacional”, seria bom lembrar que ele se refere à Internacional Socialista, ou seja, um declarado crente do internazismo ou do internacional-socialismo.
    Não é necessário, portanto, dizer mais coisa alguma.

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  2. O futuro da TL está nos arcaicos jurássicos em franca extinção, como o material-ateísta L Boff e outros velhotes vermelhos que insistem nessa causa marxista e perdida, tinta de cristianismo católico fraternalista e imanente. O PT associado à oca TL, deixando bastante claro que todos são uns malfeitores e inimigos do povo, como tem sucedido em Cuba, Venezuela etc., aquela depois de mais 60 anos de comunismo ininterrupto, apenas 01% vivem dos escravizados restantes, 99%!
    O pior de tudo, entretanto, foi que o papa da TL D Pedro Casaldáliga foi-se, deixou a TL em “sede vacante” – órfã!

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  3. Esse artigo desmascara , toda a maquinação de fazer desse homem um Santo de altar…comparamdo-o a Santa Tereza e São João da Cruz .
    Digno de dar risada alta…
    A TL está acabada muitos Católicos de verdade estão espertos, e como disse o autor, … ninguém aguenta mais ouvir falar na CNBB.. não adianta Dom Júlio tentar por panos quentes todo mundo já sabe q metade dos Bispos da CNBB são comunistas.
    Parabéns artigo excelente ….

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  4. Agradeço a esse site pelos textos instrutivos em que aprendo muito. concordo com praticamente tudo que aqui se posta. Verdade cristalina e verdadeiro amor a Igreja de Cristo. PARABÉNS !!!!!!!

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  5. Infelizmente, é pura realidade que a Teologia da Libertação mais do que nunca está muito viva e ativa em todos os setores eclesiásticos, uma vez que o líder visível da Igreja, o Santo Padre Francisco, é brasa que reacendeu essa fogueira, que esteve fumegando nos últimos anos. Seus adeptos estavam espreitando, articulando, agindo no silêncio para dominar a Igreja. Conseguiram colocar no topo da hierarquia um destemido e decidido seguidor, que não mede esforços para implantar todas as mudanças desejadas pela TL. Ele, Francisco, é sagaz. Tem características de administrador de empresa. E, como tal, vê a Igreja. Sim, uma empresa! Uma ONG! Ele segue à risca um plano bem elaborado. Analisem as nomeações episcopais. As criações cardinalícias. Dificilmente, o próximo papa não será um dos seguidores ferrenhos da Teologia da Libertação. Ainda que não seja, terá muita dificuldades para conter os erros da TL, pois será cercado de bispos e cardeais da TL.
    Quanto a santidade do bispo TL, é mais fácil sua “fama de santidade” ser difundida muito mais rápido do que a de dom Henrique, o Bispo.

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    1. Concordo plenamente. A TL não está acabada não. É uma besta que foi ferida mas se recupera. Mudou de cara mas ainda é a mesma. Ficou pior mas ainda tem muito espaço de aceitação na Igreja. E justamente por causa da hierarquia que se forma através do papa Francisco. O artigo é bom, mas otimista demais. D. Henrique era dos poucos que faziam diferença e Deus o levou. Isso me convence que Deus quer mesmo que cheguemos ao fundo do poço antes de reerguer sua Igreja.

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    2. Mas nem tudo tá perdido:
      “Em breve teremos padres reduzidos à papel de assistentes sociais e a mensagem da Fé reduzida a uma visão política.
      Tudo parecerá perdido, mas no momento certo, apenas na fase mais dramática da crise ,a igreja Renascerá,
      Será menor, mais pobre, quase catacumbal, mas também mais Santa. Por que não será mais a igreja daqueles que procuram agradar o mundo, mas a igreja dos fiéis a Deus e sua lei eterna. O renascimento será obra de um pequeno remanescente, aparentemente insignificante, mais Indomável passado por um processo de purificação. Porque é é assim que Deus trabalha.
      Um pequeno rebanho resistirá ao mal.”
      Joseph Ratzinger.

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  6. Eu tenho uma curiosidade: existe um mito de que um certo cardeal de São Paulo, idolatrado pela TL, vendeu imóveis da arquidiocese para ajudar os pobres.
    Sabemos que seu projeto fracassou, porque a pobreza continua.
    Mas a minha curiosidade é no seguinte sentido: quais são os imóveis que foram vendidos? Se a Igreja ainda tivesse posse desses imóveis, eles poderiam ser utilizados como creches, onde as mães da periferia que precisam trabalhar pudessem deixar seus filhos? Isso não seria mais nobre por parte da Igreja, aproveitando para catequisar aquelas crianças?

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    1. Manoel, até onde sei foi vendido o antigo palácio episcopal, que ficava na região do Paraíso. Desconheço se foram vendidos outros imóveis.

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    2. Consta que Arns dispôs desse dinheiro para comprar terrenos nas periferias a fim de instalar as CEBs.

      De todo modo, quando as CEBs começaram a perder força e sobretudo quando a Arquidiocese foi dividida dando origem às dioceses de Santo Amaro e Campo Limpo, os bispos que assumiram essas novas circunscrições aos poucos imprimiram outra orientação (conservantina-montiniesca) às moribundas CEBs.

      Na esburacada estrada em que o clero conciliar caminha rumo à construção do reino-da-pachamana, a iniciativa de Arns acabou tendo um lado bom (a posteriori). Pois as antigas CEBs viraram outras tantas comunidades e paróquias evitando assim que a Igreja desaparecesse completamente das periferias.

      No Rio de Janeiro, no mesmo período, a Igreja ficou centrada apenas na vida paroquial de matriz (sem as pequenas comunidades do tipo CEB): a Igreja praticamente desapareceu das periferias por falta de capilaridade.

      Aliás, se a adequada (?!) aplicação do “Concílio” trouxesse algum bem à Igreja, então o Rio de Janeiro não seria hoje a capital da Federação com maior número de protestantes. Pois Eugenio Sales fez de tudo e mais um pouco para aplicar rigorosamente o “Concílio” e deu no que deu: devastação.

      Eis o sinal manifesto de que onde o Vaticano 2 entra, o Espirito Santo sai.

      Porquanto “de Deus nao se zomba”.

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  7. Pros senhores libertadores agora ao invés de revolução a luta é pra fingir relevância e não perder a chave dos cofres, afinal, igreja sem adeptos não serve nem mais pra revolução ao modo de Gramsci.

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  8. Graças a Deus nossa igreja ja acordou para essa realidade nefasta e destruidora da Teologia da Libertação. O único problema é que ainda existem muitos padres, bispos e leigos iludidos com essa ideologia marxista infiltrada na igreja católica, quando esses saírem disso ou saírem de vez da verdadeira igreja de Jesus Cristo os rumos serão outros e a vida católica com certeza irá melhorar. Ainda estamos no início do caminho a um longo caminho ainda a ser percorrido. Mas já estamos retomando o caminho da verdade e da vida.

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  9. Artigo muito interessante.
    O problema do patrimonialismo praticado por certas elites brasileiras é abordado por mais de um pensador (?) esquerdista tupiniquim, dentre os quais, mais recentemente, Jessé de Souza. A solução que a esquerda propugna é a desestatização: FHC deu o start das privatizações a fim de desalojar as “elites” patrimonialistas.
    Ora, o estudo mais atento do Brasil Império permite ver que a Coroa serviu de mediador entre a sanha das oligarquias regionais e os interesses populares. Sempre que a Coroa interveio de modo mais incisivo ela o fez a favor do voto popular. A Ré Pública arrasou esse mecanismo de “amortecimento” social praticado pela Coroa e entregou o Estado às oligarquias regionais (as mesmas que demandavam a federação com esse preciso intuito). Se não me engano, essa tese é veiculada Américo Jacobina Lacombe.
    Seja como for, a esquerda só consegue criar divisão e ódio. A “emancipação” jogou os pobres contra os ricos; as mulheres contra os homens; os filhos contra os pais; as freiras contra os padres. O movimento ecológico pretende emancipar os animais do domínio humano; já se questiona até mesmo qualquer uso de animais como cobaia. Nem as árvores escapam.
    As viúvas de Lênin, as beijoqueiras de sapo e as abraçadoras de árvore encastoadas no rutilante e colendo episcopado brasileño nao querem largar o osso. Vao continuar a pastoral do coice e das intriguinhas palacianas até o dia em que as turbas iconoclastas e incendiárias chocadas na cloaca de Lutero os enforquem em praça pública.
    Nao se esqueçam de que os assépticos calvinistas franceses do tempo da “Reforma” gostavam de pregar ferraduras nos pés de monges e frades.
    A iconografia é farta e, pelo jeito, profética…

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    1. ” Não se esqueçam de que os assépticos calvinistas franceses do tempo da “Reforma” gostavam de pregar ferraduras nos pés de monges e frades. ” Esquecer? Como esquecer algo que nunca soube? Me ensinaram apenas sobre a noite de São Bartolomeu. Dê fontes e detalhes, por caridade.

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  10. O dano que esta gente provocou na Igreja foi, e continua sendo imensurável. Até na história do Brasil eles contaminaram com suas mentiras. Pior, são as almas perdidas por causas das suas falsidades.

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  11. Fazia tempo que não lia um artigo tão bom, tão bem fundamentado. Parabéns ao autor!
    No texto tem um dado interessante, algo que eu já tinha reparado observando os professores de teologia da PUC-SP, mas nunca tinha visto outro que tenha notado: praticamente todos os professores modernistas e/ou progressistas foram formados na Université de Louvain, na Bélgica. Nunca entendi o que é ensinado nessa universidade, para todos os que lá se formam terem o mesmo perfil.

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  12. O rastro de destruição deixado pela TL é impressionante. Não há como negar que o intento deles foi alcançado.

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  13. Ótimo resumo cronológico da evolução modernista no âmbito da Igreja deitando raízes asfixiantes na Cristandade. Permita- me sugerir ao combativo Ferretti a escrever um livro, como um catecismo, que revela dessa forma a evolução modernista dirigido aos católicos que desconheçam essa transformação que culminou com a enjeitada Teologia da Libertação.

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  14. Reforço o que escrevi anteriormente (e peço novamente desculpas se não fui correto e, por isso, não publicado) mas estes que, ao que tudo indica, já tem seus crânios presos nós pavimentos do Inferno, suplicam por gotas d’água aos Lázaros que já estão na visão beatífica e nesta Terra eram humilhados por pedir coisas como “missa segundo o Missal Romano de 1962”, Fé, Catequese verdadeira, Sacramentos.

    O mais impressionante em nossa Fé é que mesmo com todo esforço do Maligno, péssimos bispos, até um mau Papa, não importa: A Igreja está na rocha “e as portas do Inferno não prevalecerão”, “mesmo que tenhamos que retornar a um pequeno grupo”.

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  15. É claro que a dita Renovação Carismática se enquadra no famosa passagem da Pascendi aduzida pelo articulista É claro também que a RC não prima pela ortodoxia nao obstante muitas práticas devocionais tradicionais e mesmo o estudo da doutrina, aliado, outrossim, à aversão de ecumenismos pachamaníacos e quejandos.

    O problema é que se deixarmos de contar todos os grupos esquisitos dos ambientes conciliares, entao a situação do catolicismo é ainda mais trágica. É preciso computar esses grupos e movimentos materialmente unidos à Igreja sem entrar muito no mérito da questão se tais grupos estao formalmente ligados a Ela pela ortodoxia da fé. Desnecessario acrescentar que essas esquisitices devem ser refutadas e seus asseclas “reabsorvidos”. Tarefa ingente.

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  16. Não nos iludamos, pessoal. A CNBB se transformou na CNBdoB por sua forte ligação com a Teologia da Libertação (frei Betto, Boff e tantos bispos) e com os partidos de esquerda que defendem a Cultura da Morte (PT, PCdB, PSol…). Pior. A maioria dos nossos pastores pertencem à “Sinagoga de Satanás”, nas palavras do Apocalipse. E com o advento de Francisco no Vaticano, as coisas se deterioraram bastante. Estamos vivendo as páginas do Apocalipse. Vamos agarrar com unhas e dentes à Sagrada Escritura, às Tradições Cristãs e ao autêntico magistério da Igreja. Sou favorável à extinção da CNBB. O mal precisa ser cortado pela raiz.

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