Dom Viganò sobre nova encíclica “Fratelli tutti”: Dimensão sobrenatural totalmente ausente. Embaraçante a falsificação de São Francisco. Desconcertante o nivelamento com o pensamento único mundialista.

Por Dom Carlo Maria Viganò, 4 de outubro de 2020 | Tradução: FratresInUnum.com – Uma leitura rápida do texto da encíclica Fratelli tutti nos induziria a crer que ela teria sido escrita por um maçom, não pelo Vigário de Cristo. Tudo que se contém ali é inspirado por um vago deísmo e por um filantropismo que não tem nada de católico: Nonne et ethnici hoc faciunt? “Não fazem também assim os pagãos?” (Mt 5,47).

Macroscópia e decididamente embaraçante a falsificação histórica do encontro de São Francisco com o Sultão: segundo o compilador da Encíclica, o Poverello “não fazia guerra dialética, impondo doutrinas”; na realidade, as palavras de São Francisco que os cronistas reportam são bem diferentes: “Se me queres prometer, em teu nome e do teu povo, que passareis à religião de Cristo se eu sair ileso do fogo, entrarei no fogo sozinho. Se for queimado, que isto venha imputado aos meus pecados; se, ao contrário, o poder divino me fizer sair são e salvo, reconheceres Cristo, poder de Deus e sabedoria de Deus, como verdadeiro Deus e Senhor, Salvador de todos”. 

Dom Viganò

A dimensão sobrenatural é totalmente ausente, assim como é ausente a referência à necessidade de pertença ao Corpo Místico de Cristo, que é a Santa Igreja, para poder conseguir a salvação eterna. Há aí, antes, um gravíssimo enviezamento do conceito de “fraternidade”: para o Católico, ela é possível apenas em Cristo, se houver Deus como Pai mediante o Batismo (Jo 1,12), enquanto que, para Bergoglio, realizar-se-ia apenas pelo fato de pertencer à humanidade.

O conceito católico de “liberdade da Religião” é substituído pelo conceito de “liberdade religiosa” teorizado pelo Concílio Vaticano II, chegando a trocar o direito divino da Igreja à liberdade de culto, de pregação e de governo pelo reconhecimento do direito de propagar-se o erro não apenas em geral, mas até mesmo nas nações cristãs. Os direitos da verdade não podem ser trocados pela concessão de direitos ao erro. A Igreja tem o direito natural à liberdade, enquanto não o têm as falsas religiões.

Desconcerta o nivelamento da Encíclica sobre a narrativa do Covid, confirmando a serventia ao pensamento único e à elite globalista; é assustadora a insistência obsessiva no tema da unidade e da fraternidade universal, bem como a condenação do legítimo direito do Estado de tutelar a própria identidade não apenas de cultura, mas também e sobretudo de Fé. Esta Encíclica constitui o manifestato ideológico de Bergoglio – a sua Professio fidei massonicæ – e a sua candidatura à presidência da Religião Universal, serva da Nova Ordem Mundial. Tanta atestação de subalternidade ao pensamento maisntream poderá valer-se talvez do aplauso dos inimigos de Deus, mas confirma o inexorável abandono da missão evangelizadora da Igreja. Por outro lado, já o temos escutado: O proselitismo “é uma solene estupidez”. 

Bergoglio é um falsificador da realidade. Mente com uma desfaçatez que não tem similares. Por outro lado, o principal especialista em adulterar a verdade é propriamente aquela ditadura chinesa que afirma que a pecadora foi apedrejada por Nosso Senhor (O regime comunista distribuiu nas escolas um livro com alguns episódios tirados de várias religiões, entre os quais o episódio da adúltera apedrejada por Cristo. Uma adulteração completa do texto). Evidentemente, a contiguidade do regime comunista com a igreja bergogliana não se limita ao Acordo, mas inclui também o mesmo modus operandi.

+ Carlo Maria Viganò

19 comentários sobre “Dom Viganò sobre nova encíclica “Fratelli tutti”: Dimensão sobrenatural totalmente ausente. Embaraçante a falsificação de São Francisco. Desconcertante o nivelamento com o pensamento único mundialista.

  1. Pelo que deduzo das instigantes e preocupantes palavras de Dom Viganò, temos um texto de autoria do esfuziante peronista Bergoglio, mas não do Pontífice Romano. O problema é que assina o texto o sucessor de Bento XVI, causando celeuma, divisões ( mais uma vez ) e propagando ambiguidades, pela enésima oportunidade. Muito triste para o Corpo Místico, assombroso para os fiéis.

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  2. Há uma intransponível e infinda diferença entre sermos irmãos na carne – o fraternalismo das propostas niilistas e anticristãs das ideologias querendo no-las impor insistente e forçosamente vias midia, lavagem cerebral e neuro linguística – sendo o mais que o Espírito Santo nos ilumine para que possuamos os suficientes conhecimentos de distinguir de “irmãos no espírito”, pois aqueles no tocante à transcendência da Igreja católica nada possuem!
    Somos fratelli tuttti na carne – fato consumado, todos procedemos de Adão e Eva – no entanto, São Paulo, quando se dirigia em suas cartas às diversas comunidades cristãs recém fundadas, sempre recorria com particular afeto apenas aos neo convertidos e jamais estendia suas saudações aos indivíduos pagãos à volta dos cristãos ou de alhures, enquanto o claudicante e falsário atual esquema ideológico é abrangente a todos, sem exceção e massificante!
    Isso nos recorda que o atual sedizente ECUMENISMO de fachada de “diálogo” com as outras religiões – sem exceção pagãs, não passaria de ECOMUNISMO – sendo o que se deduziria retirados os neologismos escamoteadores da verdade, tencionando ludibriar os incautos e desinformados da verdadeira fé católica de Nosso Senhor Jesus Cristo – sem o Qual, fora de Si, nada fazemos ou podemos; portanto, fora d’Ele é apenas ficção e simples e inconsistente humanismo, levando inexoravelmente a todos para cairem nas armadilhas e garras do malígno ORDO AB CHAO da maçonaria!

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  3. A encíclica condena uma susposta desigualdade entre homens e mulheres ao mesmo tempo em que utiliza como inspiração o ímã Ahmad Al-Tayyeb que é de uma religião e de uma cultura onde as mulheres tem seus direitos completamente violados.
    Condena o liberalismo económico em cada canto ao mesmo tempo em que utiliza o liberalismo político para defender a liberdade de culto para todas as religiões.
    Condena a violação dos direitos humanos nos países capitalistas e na exploração econômica, mas ignora completamente a violação dos direitos humanos em países como a China, Cuba, e outras ditaduras, onde o povo não tem liberdade sequer para criticar justamente o governo.
    E ainda dá a entender uma “religião universal” de um Deus “comum” acima dos Deuses das religiões particulares, como um gênero sobre a espécie.
    Francamente, apenas deu uma lida rápida, depois vou ler de novo porque estou duvidando de tudo o que li. Não é possível.

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  4. Está definitivamente claro a todos que a chamada encíclica não é uma encíclica mas mas um documento de confissão e de projeto: a confissão do papa como comunista e o seu projeto de Igreja – a Igreja Comunista.
    A partir deste documento pode-se considerar que a Igreja Católica Apostólica Romana não existe mais ou pelo menos no atual VaticONU.
    Faz-se necessário que os católicos do mundo inteiro reconheçam tal fato e mudem a sua sede para as catacumbas, como no século I até que Cristo venha cumprir as suas promessas.

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  5. Estou arrasada. Nunca vi com bons olhos esse papa e, quando comentava sobre as atitudes dele, as pessoas diziam para eu não criticá-lo. Deixei então de me interessar por qualquer assunto a respeito dessa criatura. Não bastasse a Laudate Si, vem mais essa coisa!
    O povinho da TL, maioria aqui na Arquidiocese Olinda/Recife deve está pulando um frevo de alegria! De uma certa forma, bendita pandemia, que me afastou das missas com ideologia que proliferam aqui no Recife.

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  6. Pelo que também deduzo palavras de Dom Viganò, temos um texto de autoria do liberal progressista Bergoglio, mas não do Pontífice Romano. Ora, ou a sé está vacante ou temos que criar explicações e pautas para explicar isso. Seja um ponto ou outro, a mesma Igreja em crise precisar se pronunciar sobre isso ( mas sabemos que não o fará).Procurem no youtube um vídeo do bergólio ainda bispo de buenos aires onde até um casal dança tango no pós-missa ( mas no altar) entre outras palhaçadas. Ele sempre foi progressista e o cargo de Papa não o deixou conservador, o piorou.

    Bem, na minha consciência e na minha alma, creio e professo na Igreja Una, Santa, Católica, Apostólica e Romana, nessa fé quero viver e morrer. Deus tem caminhos misteriosos para a sua Igreja, mas é algo semore sublime, incrível e maravilhoso. No tempo certo, ela ressuscitará! Talvez eu veja, talvez não, isso não importa. O que importa é mantermos nossas fé.

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  7. Fratres,
    Dias atrás, no mesmo instante em que soube do título da nova encíclica do Papa Francisco, também o conectei à maçonaria. Como sempre, mons. Viganò foi assertivo.

    Ontem (04/10/2020), quando fiz uma leitura rápida dos tópicos do documento, chamou-me a atenção quantidade de referências a outros documentos da Igreja. Temos um total de 288!

    Numa planilha, inseri as 288 referências, e assim ficou a categorização:
    a) Papa Francisco: 173 (60,07%)
    b) Bento XVI: 22 (7,64%)
    c) JP II: 17 (5,90%)
    d) Paulo VI: 6 (2,08%)
    e) João XXIII: 1 (0,35%)
    f) Pio XI: 1 (0,35%)
    g) Vaticano II: 6 (2,08%)
    h) Patrística: 7 (2,43%)
    i) S. Francisco: 3 (1,04%)
    j) Catecismo: 2 (0,69%)
    k) Outros: 51 (17,71%)

    Mais da metade das referências pertencem ao “magistério” do Papa Francisco. As demais, são sempre vinculadas a temas sociais. A Patrística, quando citada, foi num sentido de “negação”. Na categoria “Outros”, incluí a Escolástica, a qual também várias vezes foi citada num sentido de negação ou subterfúgio para “tentar” justificar o “pensiero” de Bergoglio.

    Não nos escandalizemos mais do que já estamos escandalizados. Até mesmo porque, este documento não altera a Doutrina da Fé católica, mas sim, deixa mais claro para onde o Papa Francisco quer conduzir a Igreja. Além de que, o documento é um “repeteco” daquilo que já estamos cansados de saber a respeito do atual pontificado.

    Em resumo, o meu critério de descarte do “magistério” deste pontificado é o seguinte: o fato de vermos todos os apóstatas modernistas aplaudindo este pontificado e seus feitos, já é razão suficiente para taparmos os ouvidos e cerrarmos os olhos ao “magistério” mais que duvidoso deste Papa.

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  8. Como se sabe, o humilde cardeal Roncalli entrou no conclave que o fez sucessor de Pio XII com o discurso de “aceitação” da eleição já pronto. É fácil achar esse texto. Mais fácil ainda é perceber que tipo humano era o humilde papa bom (de garfo).
    Como o Mario de Andrade da Paulicéia drslumbrada, Roncalli construiu ao longo de décadas um minucioso dossiê – cartas, diários e supiros manuscritos – que seria usado em seu processo de canonização.

    Não é este o caso de Viganò.

    Quero dizer que para se escrever algo sobre a previsível encíclica do jesuíta patrono da poligamia serial e sôfrego devoto da pachamama, nem seria preciso lê-la. Bastava pegar algum artigo mofado da TL-década-de-80 e repaginar o mofo. O artigo de Viganò deve estar pronto há pelo menos três meses. Bastou-lhe conferir o assunto no site do VaticOnu.

    Mais ou menos como o papa bom de garfo com seu pedante discurso de agradecimento aos irresponsaveis que o elegeram.

    Cadê a primavera e o novo Pentecostes de Roncalli?

    O jesuíta, sua perfeita cria, pode responder.

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  9. SE O DIREITO À VIDA E A MORTE NATURAL NÃO FOR RESPEITADO, SE A CONCEPÇÃO, A GESTÃO E O NASCIMENTO DO HOMEM SE TORNAM ARTIFICIAIS …. se embriões humanos são sacrificados para pesquisa, a consciência comum acaba perdendo o conceito de ECOLOGIA HUMANA e, com ela, o de ecologia ambiental. É uma contradição pedir às novas gerações que respeitem o meio ambiente natural, quando a educação e as leis não as ajudam a respeitar a si mesmas. O livro da natureza é único e indivisível, tanto do lado ambiental como do lado da vida, da sexualidade, do casamento, da família, das relações sociais, enfim, do desenvolvimento humano integral. Os deveres que temos para com o meio ambiente estão relacionados com os deveres que temos para com a pessoa considerada em si mesma e em relação aos outros. Um não pode ser exigido e pisoteado pelo outro. Esta é uma séria antinomia da mentalidade e da prática de hoje, que degrada a pessoa, perturba o meio ambiente e prejudica a sociedade. A verdade e o amor que ela revela não podem ser produzidos, só podem ser aceitos. Sua fonte última não é, nem pode ser, o homem, mas Deus, isto é, Ele que é Verdade e Amor. Este princípio é muito importante para a sociedade e para o desenvolvimento, pois nenhum dos dois pode ser apenas produto humano; a mesma vocação para o desenvolvimento das pessoas e dos povos não se baseia na simples deliberação humana, mas se inscreve em um projeto que nos precede e que constitui para todos nós um dever que deve ser aceito livremente. O que nos precede e que nos constitui – o Amor e a Verdade subsistentes – mostra-nos o que é o bem e em que consiste a nossa felicidade. Portanto, mostra-nos o caminho para o verdadeiro desenvolvimento. (Bento XVI – CARITAS IN VERITATE)

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    1. Bem oportuno esse texto. A grande diferença de pensamento de Bento XVI e Francisco fica muito clara. Também serviria como resposta pra uma recente entrevista de Leonardo Boff. A única pergunta sem resposta é “por que Bento renunciou?” Ainda que não pudesse fazer nada, estaria impedindo que muita coisa errada fosse feita. Jamais vou entender.

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  10. Pelo Google, não pude encontrar essa crônica de testamento pelo fogo de São Francisco e o sultão. Parece que o santo conseguiu que os católicos tivessem acesso à Terra Santa, mas o sultão não se converteu. É como se o sultão permitisse isso por reconhecer a coragem de um guerreiro de igual valor, mas não a ação de Deus nele.

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    1. Maria,
      A passagem de São Francisco com o sultão (Prova de Fogo) está nos escritos, biografias, crônicas e testemunhos do primeiro século franciscano, mais precisamente, no capítulo 24 de I FIORETTI (segundo S. Boaventura).
      S. Fco propos duas coisas ao Sultão:
      – Ele entraria numa fogueira com os sacerdotes de Maomé, e o fogo decidiria;
      – Caso o Sultão recusasse, S. Fco entraria sozinho no fogo. Se ele fosse protegido por Deus, o sultão reconheceria o verdadeiro Deus.

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  11. Finalmente a verdade aparece como no episódio de Jesus com Natanael: “Mestre,Tu és o Filho de Deus, tu és o Rei de Israel”(Jo 1,49). “Eis um verdadeiro israelita no qual não há falsidade” disse Jesus. (Jo 1,47).

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  12. O Encontro de São Francisco de Assis e o Sultão do Egito (1219).

    Narra São Boaventura: “No décimo terceiro ano de sua conversão, dirigindo-se a regiões da Síria, expôs-se constantemente a muitos perigos para poder ir à presença do sultão da Babilônia. Entre cristãos e sarracenos havia uma guerra tão implacável – estando os acampamentos dos exércitos postados aqui e ali no campo, um diante e perto de outro – que o caminho de mútuo trânsito não estava livre sem perigo de morte. De fato, emanara do sultão um edito cruel de que todo aquele que trouxesse a cabeça de algum cristão receberia um bizâncio de ouro como recompensa. E Francisco, intrépido cavaleiro de Cristo, esperando em breve alcançar seu propósito, decidiu tomar o caminho, não amedrontado pelo pavor da morte, mas provocado pelo desejo dela. Tendo feito antes uma oração, confortado pelo Senhor, ele cantava com confiança aquela palavra do profeta: Se eu ando no meio da sombra da morte, não temerei os males, porque estás comigo (Sl 22,4).

    Portanto, tendo tomado como companheiro o irmão de nome Iluminado, homem realmente de luz e de virtude, depois que iniciaram a viagem, encontraram duas ovelhinhas; alegrando-se por tê-las visto, o santo homem disse ao companheiro: Confia no Senhor, irmão, pois em nós se cumpre aquela palavra do Evangelho: Eis que vos envio como ovelhas em meio de lobos. E como tivessem andado mais longe, vieram ao encontro deles os guardas do sarraceno, os quais como lobos correm contra as ovelhas, os pegaram com crueldade e desprezo, infligindo-lhes insultos, atormentando-os com açoites e prendendo-os com cadeias. Finalmente, conduziram-os ao sultão multiplamente infligidos e maltratados, por disposição da divina providência, de acordo com o desejo do homem de Deus. Então, como aquele príncipe perguntasse por quem, a que e como foram enviados e de que modo tinham chegado, Francisco, o servo de Cristo, respondeu que tinha sido enviado não por homem, mas pelo Deus altíssimo, para mostrar a ele e a seu povo a via da salvação e anunciar-lhes o Evangelho da verdade. E pregou ao predito sultão com tanta firmeza da alma, com tanta virtude de ânimo e com tanto fervor de espírito o Deus Trino e Uno e Jesus Cristo Salvador que ficava claro que nele se cumpria verazmente aquela palavra do Evangelho: Dar-vos-ei boca e sabedoria a que não poderão resistir todos os vossos inimigos. E o sultão, vendo no homem de Deus o admirável fervor de espírito e a virtude, ouvia-o com prazer e convidava-o com insistência a morar com ele. E o servo de Cristo, iluminado por um oráculo do alto, disse: “Se queres converter-te, tu com teu povo, a Cristo, por amor a ele morarei convosco de muita boa vontade. Se ainda hesitas deixar a lei de Maomé pela fé em Cristo, manda que seja aceso um grande fogo, e eu entrarei nele com teus sacerdotes, para que assim reconheças qual a fé deve ser com razão considerada mais certa e mais santa”. Disse-lhe o sultão: “Não creio que algum dos meus sacerdotes queira expor-se ao fogo para defender sua fé ou padecer alguma espécie de tormento. De fato, ele vira que um de seus presbíteros, homem autêntico e ancião, tendo ouvido isto, imediatamente fugiu da presença deles. Disse-lhe o santo homem: “Entrarei sozinho no fogo, se queres prometer-me por ti e por teu povo, que vos convertereis a Cristo, se eu sair ileso dele; e seu eu for queimado, seja imputado meus pecados; mas se a virtude divina me proteger, reconhecereis o Cristo, poder e sabedoria de Deus, verdadeiro Deus e Senhor Salvador de todos. E o sultão respondeu que não ousava fazer esta opção porque temia uma revolta de seu povo. Ofereceu-lhe, no entanto, muitos presentes preciosos que o homem de Deus, ávido não das coisas mundanas, mas da salvação das almas, desprezou todos como lama. O sultão, vendo o santo homem tão perfeito desprezador das coisas do mundo, movido de admiração, concebeu maior devoção para com ele. E embora não quisesse passar à fé cristã, ou talvez não o ousasse, no entanto, rogou devotamente ao servo de Cristo que aceitasse os preditos presentes, para dá-los aos cristãos pobres ou as igrejas pela salvação de sua alma” (LM IX 7-8).

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  13. Eu ainda não li a encíclica, mas dando uma olhada me chamou a atenção o parágrafo n. 51.

    “51. Alguns países economicamente bem-sucedidos são apresentados como modelos culturais para os países pouco desenvolvidos, em vez de procurar que cada um cresça com o seu estilo peculiar, desenvolvendo as suas capacidades de inovar a partir dos valores da sua própria cultura. Esta nostalgia superficial e triste, que induz a copiar e comprar em vez de criar, gera uma baixa autoestima nacional. Nos setores acomodados de muitos países pobres e às vezes naqueles que conseguiram sair da pobreza, nota-se a incapacidade de aceitar caraterísticas e processos próprios, caindo num desprezo da própria identidade cultural como se fosse a causa de todos os seus males.” (Papa Francisco, Encíclica Fratelli tutti)

    Como vemos parece que ele crítica o famoso “American way of life” (estilo de vida americano) e outros tipos de imperialismo cultural. É claro que cada sociedade se desenvolve melhor a partir de um determinado modelo cultural. Porém, o mundo se tornou tão globalizado, uma aldeia global, como se diz, que é difícil saber até onde se pode fugir do American way of life; pois se se foge do modelo capitalista e consumista, se cai no modelo comunista. E até mesmo o modelo comunista hoje em dia não está imune ao consumismo capitalista. Não estou propondo o consumismo, pois o cristão olha para as realidade espirituais, para o “alto”, como dizia São Paulo Apóstolo. Mas não podemos negar que os bens materiais nos trazem um certo conforto. Mas, enfim, gostaria de saber o que os irmãos em Cristo que tem maiores conhecimentos de doutrina católica, acham desse referido parágrafo.

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