FratresInUnum.com, 23 de outubro de 2020 – É impossível entender o jogo político do pontificado de Francisco sem perceber que ele usa a ambiguidade verbal como tática de guerra numa ação revolucionária extremamente bem pensada e coerente. Desse modo, ele avança com a sua agenda subversiva e, ao mesmo tempo, esconde-se na opacidade daquilo que disse, sabendo que pode contar com a defesa irracional dos papólatras, dispostos a negar qualquer fato, a mentir despudoradamente, a enganar o povo, para manter-lhe a áurea beatificante.
Enquanto isso, os seus parceiros entendem imediatamente o recado e tratam de colocar em prática a sua subversão. Ontem mesmo, o Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, apresentou o pedido ao parlamento para que procedam ao reconhecimento das uniões civis homossexuais, valendo-se das palavras do papa. Ademais, a corte bergogliana é unânime na interpretação de que a “união civil” de homossexuais foi explicitamente defendida pelo seu patrão.
No plano teórico, a articulação não está menos intensa. A BBC publicou ontem uma matéria em que se faz uma adulteração histórica absurda: os dois santos mártires Sérgio e Baco, do séc. IV, são apresentados como um protótipo de “casal gay” (sic!) da Igreja antiga e a o ritual da “aliança de fraternidade”, uma espécie de voto religioso antigo, é relido como um tipo de “casamento gay” (sic!) – vale lembrar que as culturas primitivas, inclusive até hoje, praticam “alianças de sangue” de diverso tipo, para fins comerciais, militares ou de fraternidade.
O desmonte já está sendo operado e a justificativa histórico-teológica já está sendo produzida artificialmente. Isso não é uma brincadeira.
Todavia, os cleaners tentam fazer a sua operação de enganação, feito protestantes procurando a palavra “purgatório” na Bíblia e, em não a encontrando, dão a sua ausência como prova da sua total inexistência. A ginástica exegética feita por eles é apenas um serviço ao mal.
Ao mesmo tempo, o Vatican News noticia que “o Papa Francisco recebeu em audiência privada o diretor nomeado ao Oscar, Evgeny Afineevsky, no dia do seu aniversário, e o acolheu com um bolo e velas. O diretor está em Roma para apresentar o seu documentário ‘Francisco’”. Em outras palavras, a acusação de que o diretor teria sido maldoso e a imprensa teria sido mentirosa é desmentida pelo próprio Francisco, descaradamente.
Ora, se o papa estivesse realmente sendo mal interpretado e tudo fosse apenas manipulação de um vídeo adulterado, por que ele receberia tão calorosamente o suposto autor de tão grande prejuízo? Ora, ele deixa os jogos linguísticos numa proposital ambiguidade, enquanto as suas ações desambiguam as suas palavras. Os trouxas ficam reféns de palavras, de teorias, de dogmas, de alegadas ortodoxias; ele passa para a ação, para a práxis revolucionária. Francisco deve até admirar com gosto o calor da discussão sobre a interpretação de suas palavras, a comparação de textos e falas, a investigação etimológica, a análise de texto, contexto e pretexto… Isso lhe dá até certa importância teológico-filosófica, aliás, importância que ele mesmo sabe não ter.
No Brasil, a repercussão da sua ação foi imensa. Até o conhecido pastor protestante Silas Malafaia fez um vídeo corrigindo publicamente o papa Francisco por negar valores inegociáveis do cristianismo e dizendo que a sua postura, além de anti-bíblica, é vergonhosa. Enfim, um vexame para nós, o sermos corrigidos por um herege! Infelizmente, quando quem deveria falar se cala, as pedras começam a gritar… E, só nesse intervalo, as comunidades evangélicas já devem ter ganhado uma porção de ex-católicos envergonhados pela atitude imoral do seu líder.
Mas, afinal de contas, quem se preocupa com almas? Com as almas escandalizadas?, com os fieis que lutam por viver a castidade, às vezes, de modo heróico?, com os católicos que têm atração pelo mesmo sexo e praticam a continência sexual com bravura?, com aqueles que se valerão das palavras de Francisco para caírem de cabeça no pecado?, com as famílias que tentam ajudar um filho a se manter na castidade, embora haja toda a pressão cultural para que se entreguem à luxúria? Quem se preocupa com essas almas?
Os cleaners estão preocupados apenas com palavras e os filhos da dialética marxista, por sua vez, não se preocupam nem com as contradições nominais de suas palavras, dizem uma coisa aqui e o contrário acolá. O único critério para discernir-lhes é a sua linha de ação, é perceber a direção para a qual se encaminham… Este é o problema: os papólatras estão completamente desorientados e, portanto, ficam concentrados sobre o conteúdo dessa ou daquela frase pontual, fragmentando-as mais ainda em palavras, sílabas ou letras, agarrando-se desesperadamente à ilusão de que Francisco é um confessor da fé.
Simultaneamente, os teólogos da libertação, assim como toda a esquerda, abandonaram a revolução operária e se engajaram na causa eco-gaysista, com o objetivo de unificar a humanidade sob o império global. Na mente de Francisco, o melhor futuro possível para a Igreja é oferecer para a elite globalista essa espiritualidade naturalista e tolerante ao pecado que ela tanto deseja. O seu intento é ser o grande capelão da religião universal de George Soros.
Se ele o conseguirá ou não, não sabemos. Fato é que a cada dia os católicos percebem com mais nitidez a verdade objetiva por detrás desse pontificado.
E ainda há quem esteja esperando uma fala de Francisco sobre a queima das Igrejas no Chile… Não, ele não está preocupado com a cristianofobia. A sua preocupação é com a queima das árvores e, também, com a comunidade gay.