Por FratresInUnum.com, 18 de dezembro de 2020 – Segundo a Gazeta do Povo, “em votação remota realizada nesta quinta-feira (17), o Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda) votou favoravelmente a uma resolução que, dentre outras medidas, autoriza visitas íntimas a menores infratores (a partir dos 12 anos de idade) em unidades socioeducativas. Dentre os 14 votos favoráveis estão a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB)” e inclusive a “Inspetoria São João Bosco”, dos Salesianos do Brasil (OAB, CUT, CNBB… veja quem aprovou ‘visita íntima’ a menores a partir de 12 anos – Diário do Poder).
O próprio Ministério dos Direitos Humanos declarou em nota que “como exemplo das consequências desse ato está o fato de não haver controle sobre a veracidade da declaração na ‘formação de casais entre as adolescentes’, o que pode expor outras socioeducandas a situações de insegurança, desrespeito e gravíssimas violações de direitos humanos”.
Parece-nos bastante óbvio que este tipo de resolução esconde uma concepção do ser humano em que a sexualidade assume um papel desproporcional em sua personalidade, inclusive incompatível com a noção cristã da castidade como virtude ordenadora da afetividade (cf. Catecismo da Igreja Católica, n. 2337ss). Apoiar que adolescentes a partir de 12 anos recebam visitas íntimas é um absurdo! Como a CNBB e a Inspetoria Salesiana podem votar favoravelmente a isto?
Acontece que também ontem ocorreu a votação, na Câmara dos Deputados, do texto que regulamenta o uso dos recursos do Fundeb, o oceano de dinheiro destinado à gestão da educação.
Nos últimos dias, a CNBB e organizações filiadas mobilizaram-se em torno da emenda (excluída no Senado) que permitiria o uso de recursos públicos pelas escolas religiosas e até por associações de famílias. Inclusive, até alguns padres ditos conservadores apoiaram a campanha da CNBB, para a admiração e perplexidade do público católico.
Embora na votação inicial a emenda tivesse o “apoio” do Presidente da Câmara, após sua exclusão na votação do Senado, a esquerda, reunida com Maia, fechou acordo para rejeitá-la e, agora, a previsão acabou sendo excluída definitivamente do projeto de lei que segue para a sanção do Presidente Bolsonaro. Por ironia política, os únicos que apoiaram a CNBB foram o governo, o PSL e alguns outros partidos (justamente aqueles continuamente execrados pelos bispos).
No mais, foi a completa traição da esquerda! Um vexame!
Entretanto, diante daquela votação anterior, resta-nos perguntar: era para promover uma educação com esse tipo de pressuposto sexualizante que a Igreja queria o dinheiro do Fundeb? Será possível que, mesmo depois de tantas experiências dolorosas com abusos sexuais, a Igreja não tenha aprendido que o caminho é a castidade, tanto celibatária quanto matrimonial?
Enquanto existir este tipo de pensamento perverso dentro da Igreja, é melhor que não haja realmente nenhuma destinação de fundos públicos para as escolas de instituições católicas, pois elas podem ser mais um instrumento de depravação que de santificação das nossas crianças.
É triste, mas é a realidade. Que Deus nos permita ainda ver dias de glória para a nossa santa religião, pois o que temos visto ultimamente são apenas motivos de vergonha.