O Santo Sacrifício da Missa e os Dons do Espírito Santo.

Apresentamos, a seguir, tradução do sermão proferido no Domingo de Pentecostes pelo Cônego Heitor Matheus, sacerdote brasileiro do Instituto Cristo Rei e Sumo Sacerdote, publicado originalmente em One Peter Five.

O livro do Apocalipse e a Liturgia da Igreja iluminam um ao outro. Nós podemos conhecer melhor o livro do Apocalipse prestando atenção à Santa Liturgia, e ao mesmo tempo, nós podemos descobrir muitos tesouros escondidos na Santa Liturgia lendo o livro do Apocalipse.

Sendo assim, eu gostaria de falar sobre o sentido liturgico de um versículo muito importante do livro do Apocalipse: o versículo 6, do capítulo 5.

São João nos diz:

“Eu vi no meio do trono, dos quatro Animais e no meio dos Anciãos um Cordeiro de pé, como que imolado. Ele tinha sete chifres e sete olhos, que são os sete Espíritos de Deus, enviados por toda a terra”.

Esse versículo descreve, com palavras místicas, o mistério do Santo Sacrifício da Missa. Busquemos, então, o significado de cada palavra.

São João viu o Trono de Deus.

Nos capítulos 8 e 9 do livro do Apocalipse, nós vemos que diante do Trono de Deus há um Altar.

“Adiantou-se outro anjo e pôs-se junto ao altar, com um turíbulo de ouro na mão. Foram-lhe dados muitos perfumes, para que os ofere­cesse com as orações de todos os santos no altar de ouro, que está diante do trono.” (VIII, 3)

Então o Trono de Deus e o Altar são como que dois lados da mesma realidade. Um lado é visível enquanto outro lado é invisível para nós.

O Trono de Deus é a realidade invisível detrás da Liturgia visível.

Toda vez que o Sacerdote sobe os degraus do Altar para oferecer o Santo Sacrifício, a porta do céu se abre (Ap IV, 1) e nós somos colocados diante do Trono de Deus.

O Trono de Deus e o Altar do Sacrifício estão unidos. O Altar é a parte visível do Trono, e o Trono é a parte invisível do Altar.

São João viu assim o Trono, ele viu o Altar.

Os Quatro Animais e os Anciãos.

Está escrito que São João viu quatro animais, e esses animais representam os quatro evangelistas: Mateus, Marcos, Lucas e João.

Sao Mateus é simbolizado pelo Homem, já que ele inicia o seu Evangelho com a genealogia, a linhagem humana de Nosso Senhor. São Marcos é representado pelo Leão, porque o seu Evangelho começa no deserto. São Lucas é significado pelo boi, já que o seu Evangelho começa no Templo, lugar do Sacrifício. E a águia simboliza São João, cujo Evangelho começa com a clara afirmação da divindade do Senhor, voando assim acima dos outros evangelistas, como a águia voa acima dos outros pássaros. Então os quatro Animais significam os quatro Evangelhos, e por meio deles o Novo Testamento todo é representado.

E ao mesmo tempo São João viu o que ele chama de Anciãos, o que simboliza os Patriarcas e Profetas, o Antigo Testamento.

São João viu o Antigo e Novo Testamento, dos quais nós lemos durante a Missa.

O Cordeiro.

E agora chegamos ao centro da Visão, nós chegamos aquilo que está no centro do Altar: um Cordeiro em pé, como que imolado.

O Cordeiro é dito estar em pé porque ele está vivo, mas ao mesmo tempo ele está como que imolado, em estado de imolação.

Nós sabemos quem é esse Cordeiro. Ele é Jesus Cristo Nosso Senhor que, em Sua humanidade, tornou-se a Vítima do Sacrifício de propiciação pelos pecados do mundo inteiro. E nós sabemos que os sacrifícios da Antiga Lei não foram senão uma pálida prefiguração deste grande Sacrifício, que é a realidade que foi anunciada desde o início.

O Cordeiro de Deus foi fisicamente sacrificado no altar da Cruz. Mas depois de sua morte, Ele ressuscitou dentre os mortos. Aquele que esteve morto, está vivo, agora e para sempre. Por isso Ele é dito estar em pé.

Mas ao mesmo tempo Ele é dito estar em estado de imolação, porque  Nosso Senhor Jesus Cristo é, até o fim dos tempos, misticamente imolado no Altar. No Santo Sacrifício da Missa o Senhor está presente em estado de imolação por causa da dupla consagração: o Corpo está separado do Sangue, o que significa a Sua imolação, a Sua morte.

São João, então, estava falando do Santíssimo Sacramento da Eucaristia.

E nós não devemos estar surpresos de ouvir que São João viu o Altar, as Escrituras e o Santíssimo Sacramento. Ele era Sacerdote e, assim, ele bem conhecia todas essas realidades. E como disse antes, ele estava descrevendo, com palavras místicas, o Santo Sacrifício da Missa.

Meus irmãos, o que nós vimos até agora nos é bem conhecido: Nosso Senhor como Cordeiro de Deus, misticamente sacrificado no Altar. Mas o que ainda nos resta a ver a respeito da Visão de Sao João é algo que pode soar, para muitos, como uma revelação.

Os Sete Espíritos de Deus enviados em toda a terra.

São João continua com a descrição de sua Visão. Ele viu que o Cordeiro tinha Sete Chifres e Sete Olhos. Ora, os Sete Chifres simbolizam a plenitude do Seu Poder, e os Sete Olhos significam os Sete Espíritos de Deus enviados em toda a terra.

O que nós chamamos de Sete Espíritos de Deus são os Sete Dons do Espírito Santo. E o Cordeiro de Deus nos comunica esses Dons também durante o Santo Sacrifício da Missa.

É maravilhoso ver que tudo na Liturgia Tradicional da Igreja é bonito, perfeito, harmonioso, de tal forma que nós temos que concluir que essa Liturgia é, de fato, um trabalho do Espírito Santo.

Durante o Santo Sacrifício, do Introito até a Benção Final, o Sacerdote faz sete saudações místicas aos fiéis. Sete vezes ele diz “Dominus Vobiscum”, com o intuito de comunicar a cada saudação, pela vontade divina, um dom do Espírito Santo.

A primeira saudação mística é dada antes da oração dita “Coleta” e comunica o Espírito de Sabedoria. Essa saudação ocorre logo antes da oração porque o Dom de Sabedoria nos ensina o que nós devemos pedir a Deus em nossa oração.

A segunda saudação mística acontece antes do Evangelho e comunica o Espírito de Entendimento, para que nós possamos entender a Palavra de Deus em toda Sua profundidade, para que nós possamos colocá-la em prática em nossas vidas.

A terceira saudação mística vem antes do Ofertório e comunica o Espírito de Conselho, para que nós possamos discernir a vontade de Deus, e o que Ele está pedindo de cada um de nós, o que Ele quer que nós lhe ofereçamos pessoalmente.

A quarta saudação mística ocorre antes do Prefácio e comunica o Espírito de Fortaleza, para que sejamos fortes o bastante para seguir o Cordeiro de Deus no Caminho da Cruz, fortes o bastante para cumprir todos os sacrifícios que Deus pede de cada um de nós.

A quinta saudação mística vem antes do “Agnus Dei” e comunica o Espírito de Ciência, para que nós possamos perceber a vaidade de todas as coisas deste mundo, para que nós não nos apeguemos a nada que não é eterno. E esse é o único jeito de termos Paz. É por isso que essa saudação é “Pax Domini Sit Semper Vobiscum” (A Paz do Senhor esteja sempre convosco).

A sexta saudação mística é dada logo depois da Santa Comunhão e comunica o Espírito de Piedade, o espírito de Devoção e Amor Filial a Deus, especialmente no Santíssimo Sacramento do Altar.

E a sétima saudação mística acontece antes da Benção Final e comunica o Espírito de Santo Temor, para que nós possamos respeitar a Deus, fugindo de todo pecado e fazendo aquilo que é justo e santo diante dos Seus olhos.

E a Benção Final vem para selar em nos todos esses dons espirituais que nos recebemos.

Nós pudemos ver assim a realização daquele versículo do livro do Apocalipse no Santo Sacrifício da Missa. No Santo Sacrifício, nós recebemos a carne do Cordeiro de Deus, que foi sacrificado para nossa salvação. Mas nós não podemos esquecer que no Santo Sacrifício nós também recebemos o dons do Espírito Santo. Toda Missa é Calvário, mas também Pentecostes.

Então, na próxima vez que estivermos presentes no Santíssimo Sacrifício, estejamos atentos quando o sacerdote diz “Dominus Vobiscum”. Essas saudacoes místicas nos comunicam graças da parte de Deus. E que os fieis possam responder a essas saudações com verdadeira caridade, desejando as mesmas graças espirituais para o Sacerdote: Et cum spiritu tuo. Assim seja.

Summorum Pontificum em risco? E agora?

Por FratresInUnum.com, 27 de maio de 2021 – O prestigioso blog italiano Messa in latino publicou, anteontem, uma notícia inquietante, segundo a qual o Papa Francisco teria dito aos bispos da Conferência Episcopal Italiana que estaria por ao menos restringir o Motu Proprio Summorum Pontificum, de Bento XVI. A notícia foi rapidamente replicada pelo respeitado blog Rorate coeli e daí rapidamente chegou ao Brasil. 

Dom Rifan e Papa Francisco

7 de Fevereiro de 2018 – Papa Francisco cumprimenta Dom Fernando Rifan e seminaristas da Administração Apostólica São João Maria Vianney.

Obviamente, a possibilidade de que essa previsível desventura aconteça deixa apreensivos os católicos que se beneficiam da liturgia tradicional, muitos dos quais têm sofrido já gravemente com o desacato dos bispos às disposições da Santa Sé que dão aos fieis o direito de ter a Missa de Sempre.

Contudo, é preciso dizer que o próprio Messa in latino deixa claro que chegaram apenas “notícias ainda fragmentárias” e que “parece que o Papa teria anunciado uma reforma para pior do texto do Motu Proprio Summorum Pontificum”. Esses conjuntivos são importantes sobretudo para que se não antecipe nenhuma medida restritiva, visto que a Missa tradicional é uma grande pedra de tropeço no caminho dos modernistas, a qual eles estão ansiosos por remover. Hoje, chega-nos a informação, por meio do movimento francês Paix Liturgique, de que a medida só não foi ainda promulgada por obstrução da Congregação para a Doutrina da Fé, “que sustenta que ela provocaria desordem e oposições incontroláveis em todo o mundo”. Há notícias que já dão conta de grupos franceses se organizando para protestar em Roma, caso, de fato, Francisco vá adiante.

É óbvio que, embora o que vazou forneça maiores detalhes, o ato seria coerente tanto com o trabalho de desmonte da Tradição protagonizado pelo Papa reinante em seu ministério geral, quanto com o específico esfacelamento da Comissão Ecclesia Dei, supressa por Francisco e reduzida a uma Seção da Congregação para a Doutrina da Fé, entregando-se todos os institutos que dela dependiam diretamente à Congregação para os Religiosos, sob a chefia do Cardeal Braz de Aviz. 

Na prática, esse estratagema foi utilíssimo para o boicote à Missa Tradicional, pois os fieis simplesmente deixaram de ter a quem suplicar quando o assunto é a garantia dos direitos explicitados no Motu Proprio Summorum Pontificum. Agora, a restrição das suas disposições seria uma consequência natural de toda essa sabotagem.

A questão, porém, é se Francisco daria tal passo com Bento XVI ainda vivo (pressupondo que existisse por parte dele uma real consideração para com a pessoa do Papa alemão) e, sobretudo, se ele está disposto a enfrentar a fúria dos fieis lesados, especialmente nos Estados Unidos, onde a Missa Tradicional prospera dia após dia e de onde o apelo dos donativos é bastante persuasivo.

No cálculo de ganhos e perdas, compensará para Francisco dar esse golpe, justamente quando ele lança a ideia da sinodalidade? De nossa parte, nunca subestimamos a obstinação do papa argentino e a sua decidida oposição a tudo aquilo que seja realmente católico e tradicional. 

No entanto, vale lembrar que Bento XVI, em Summorum Pontificum, não se limitou a tratar de aspectos disciplinares,  concedendo, sob determinadas condições, a todos os sacerdotes a faculdade de celebrar segundo a chamada forma extraordinária do Rito Romano, mas estabeleceu com todas as letras, em linha de princípio, que “é lícito celebrar o Sacrifício da Missa segundo a edição típica do Missal Romano, promulgada pelo Beato  João XXIII em 1962 e nunca ab-rogada”. 

Em outras palavras, o Papa Ratzinger estava garantindo aquilo já previsto pela bula Quo primum tempore, de São Pio V: mesmo que surgisse alguém que quisesse restringir a celebração da dita forma extraordinária, tal medida seria sempre inválida na raiz, visto que a Missa Tradicional é um rito oficial da Igreja Católica e que jamais foi derrogado validamente por nenhuma disposição anterior — e, ademais, não o poderia ser posteriormente, dado que, “aquilo que para as gerações anteriores era sagrado, permanece sagrado e grande também para nós, e não pode ser de improviso totalmente proibido ou mesmo prejudicial”, conforme ele mesmo tentou explicar aos bispos.

As eventuais medidas de restrição que poderiam ser tomadas por Francisco, na verdade, não teriam nenhum valor e os padres que quisessem poderiam continuar tranquilamente celebrando a Missa de Sempre. Portanto, a manutenção da Fé ortodoxa e da liturgia católica, nesses casos, exigiria mais virtude e mais coragem da parte do pequeno resto do clero que se quisesse manter fiel à Tradição, o que significa que isso atrairia mais graças para eles mesmos e para os fieis, mesmo que salgados pelo peso da perseguição.

Se os bons padres estarão dispostos a chegar a isso nós não sabemos. Contudo, tais medidas deixariam mais clara, como se fosse necessário, a ruptura de Francisco com a parte sadia da Igreja e tornariam ainda mais insustentável a narrativa concordista.

Diante do cisma herético alemão, é bem provável que os inimigos da Igreja cheguem a este ponto para provocarem a parte ortodoxa a fim de forçarem uma espécie de “cisma” à direita, graças às medidas persecutórias que se tomariam contra aqueles que quisessem conservar intacto o direito de celebrar na forma tradicional.

Trata-se da reedição do “empurremo-lo ao cisma“, estratégia dos primeiros anos de pós-concílio confessada por um bispo progressista quando se referia a Dom Marcel Lefebvre. A diferença, hoje, é que à época só havia Dom Lefebvre, Dom Antonio de Castro Mayer e alguns poucos leigos; agora, contra toda a expectativa dos moribundos amantes do Vaticano II, há um exército de jovens leigos e padres que brotam feito água de fontes ocultas em cada diocese. 

Em caso de um “empurrão ao cisma”, caberia a esses Católicos a fortaleza de resistir sem cair na armadilha colocada pelo adversário de uma ruptura institucional, ruptura que a parte heterodoxa institucionalmente não admite para si em hipótese alguma, apesar de todas as suas heresias (vide o caso já citado da Igreja alemã; seria tão fácil pegar as malas e partirem para a igreja protestante, não?) para as quais podem contar com a complacência do papa argentino, que justamente apertou o acelerador para que se chegasse nesse ponto. A não ruptura da parte heterodoxa, porém, é tão somente uma impostura institucional, pois, sem a verdadeira Fé, mesmo que se mantenham na estrutura, já não mais pertencem à Igreja.

Platitudes da obsessão: mais uma vez a questão dos seminaristas rígidos.

Por FratresInUnum.com, 26 de maio de 2021 – Há quase duas semanas, uma notícia ganhava os jornais italianos: o pároco e o vigário de uma paróquia na Perugia abandonaram juntos o sacerdócio “por amor”. A manchete assustava, pois deixava em mistério se os dois tinham abandonado a batina para viverem juntos… Mas, logo o conteúdo da notícia dizia que cada um se apaixonou por uma paroquiana.

Nossa vida é uma chamada de Deus, recorda o Papa em carta à Arquidiocese do Rio de Janeiro

Imagem: Papa Francisco e seminaristas. Créditos: ACI Digital

O fato não é uma raridade na Igreja nesse início de milênio. O número de sacerdotes que anualmente pede dispensa das obrigações sacerdotais ou que é demitido por questões de grave desvio de conduta é imenso. O pontificado de Francisco, nesse sentido, não viu senão o agravar-se do fenômeno, que cresce na medida em que passam os anos desse marasmo eclesiástico inaugurado em março de 2013.

Contudo, apesar dos escândalos sexuais, apesar da difusão do homossexualismo clerical, apesar dos sacerdotes que prevaricam com mulheres ou por razões financeiras, apesar do inverno de uma geração de padres sem Fé e sem devoção, apesar de uma Igreja que ameaça desaparecer em algumas partes do mundo, apesar do esquecimento de Deus em todo o ocidente, qual é a preocupação de Francisco?

Anteontem, na abertura da Assembleia da Conferência Episcopal Italiana, ele disse: “neste momento, existe um grande perigo: errar na formação e também errar na prudência na admissão dos seminaristas. Temos visto com frequência seminaristas que pareciam ser bons, mas que eram rígidos. A rigidez não é do bom Espírito”.

Não, não é uma piada. Diante de uma Igreja em franca decadência, o Papa se dignou a dizer tal banalidade; a qual, porém, revela muito de quem ele é.

A total boçalidade do atual pontificado em qualquer matéria intelectual é arquiconhecida. Sobressai a incapacidade articular duas ideias com coerência e, ao mesmo tempo, de dizer insolências indizíveis, passando por cima não apenas das doutrinas milenares da Igreja, mas até sobre convenções sociais básicas em uma civilização.

É muito próprio de pessoas ineptas a incapacidade de enxergar a riqueza da realidade ao seu entorno. Reduzem tudo a meras impressões vagas, rotulam pessoas de acordo com aparências superficiais, movem-se apenas por instinto animal, dizendo aquilo que farejam. 

Francamente, que quer dizer “ser rígido”? 

Será que os seminaristas que vão aos assentamentos dos Sem Terra ou os padres que declaram publicamente o seu voto em políticos LGBTs não são rígidos? Será que aqueles que repetem há décadas a mesma cantilena da Teologia da Libertação não são rígidos? Será que esses que afastam o povo porque insistem em metodologias pastorais contraproducentes, mesmo diante da evasão massiva de fieis, não são rígidos?

Será que a obsessão por tratar repetidamente desse tema, fechando os olhos a todos os outros problemas, não torna Francisco, ele mesmo, um rígido?

Rígido é apenas quem obedece às normas litúrgicas e segue a moral católica, que usa vestes clericais e ensina o catecismo, que se esforça por cumprir as leis da Igreja e procura ensinar os outros a fazê-lo? Seriam esses os rígidos? Os que têm uma vida espiritual e um compromisso sério com Nosso Senhor ao invés de se entregarem a excessos e ostentações impróprias do estado sacerdotal?

A tolice das observações de Francisco chega a ser burlesca, envergonha os fieis. Seguem-na todos esses negligentes que se encostaram na Igreja e que nunca tiveram mérito algum para chegar às suas posições, não fossem favorecidos por apadrinhamentos espúrios ou pela politicagem tosca que predomina nas sacristias e nunciaturas. 

Enquanto se preocupam em entabular pessoas em seus verbetes ideológicos, a Igreja padece com gente imoral que, em todas as tendências, de progressistas a conservadores, enxovalham impiedosamente a sua santidade. 

Pecado não tem benefício ideológico nem anistia eclesiológica. Pecado é pecado, imoralidade é imoralidade!

Mas, para Francisco, a misericórdia é seletiva e este é o único critério que ele pretende impor a todas as futuras gerações sacerdotais: agir conforme a cartilha do seu partido, subscrevendo todos os itens da sua agenda revolucionária.

Antigamente, um padre queria salvar a sua alma e a de todos os fieis, livrando-se do inferno e alcançando o paraíso. Hoje, quer apenas livrar-se do inferno que é cair sob a impiedosa inquisição bergogliana e, dessa, não há misericórdia que possa livrar, pois é fruto da paranóia, da obsessão compulsiva e da perseguição.  

Sínodo do Sínodo e o novo significado de pós-Concílio.

FratresInUnum.com, 24 de maio de 2021 – Acabam de sair as novas disposições sobre o próximo sínodo, cujo tema é o sínodo mesmo — o enclausuramento eclesiológico é praticamente crônico nas reflexões das últimas décadas e, por mais ridícula que pareça, a redundância é apenas o signo léxico de uma eclesiologia em si mesma redundante. Novas disposições, por quê? Enfim, também nós não entendemos, já que o Sínodo da Família usou a mesma metodologia: consultas à “base” para, depois, resultar em sínteses diocesanas, nacionais, continentais e, com isso, realizar o circo midiático sinodal. 

Papa sínodo

Imagem: a Pachamama glorificada no Sínodo da Amazônia.

Talvez a novidade não esteja propriamente na metodologia, mas, sim, na finalidade a que ela se propõe de maneira estrutural: criar um sistema plebiscitário para dar a impressão de que todos podem participar do governo da Igreja. No entanto, longe de uma “Igreja em saída”, temos cada vez mais uma cúpula clericalista ensimesmada, cada dia mais afundada em suas burocracias, conferências, regionais, congressos e comissões eclesiásticas.

Dizemos “para dar a impressão” porque definitivamente a última coisa que interessa aos progressistas é escutar o povo fiel. Exatamente como ocorreu no sínodo para a família, quando o resultado das consultas não chegava como os chefes do sínodo queriam, eles engambelavam e davam um jeitinho de fazer suas ideias prosperarem. Se os bispos fossem eleitos pelo povo, a maioria das inócuas excelências eleitas para portarem uma mitra sobre a cabeça jamais sairiam do anonimato, inclusive porque alguns, mesmo depois de bispos, perseveram heroicamente na posição de nulidades absolutas.

O povo é e sempre foi católico raiz e nunca entendeu direito as manhas do clero progressista. O descolamento do corpo dos fieis é mais do que flagrante. Afinal de contas, não é por acaso que justamente os países que querem determinar os rumos do catolicismo no século XXI sejam aqueles cuja erosão do número de católicos seja tão vultuosa quanto a sua presunção.

Fato é que, ao fim e ao cabo, todas essas consultas servem para muito pouco, pois acabam sendo o adubo de que as vacas ideológicas irão formar o seu esterco. De resto, o próprio Papa Francisco já disse que o sínodo não consiste em colocar temas sob votação, mas em escutar o Espírito Santo – a pena é que coloquem na conta do Espírito Santo tantas obsolescências pensadas pelos teólogos!

Há, contudo, uma utilidade que não aparece numa visão superficial e é esta novidade que é visada como objetivo principal do sínodo sobre o sínodo. Trata-se, agora, não mais de realizar um sínodo sobre um tema específico, mas de realizar uma mudança na estrutura divina da Igreja, introduzindo-a numa dinâmica abertamente revolucionária. 

Dizendo em outras palavras, o que se quer é revolucionar permanentemente a Igreja em discussões contínuas, numa bagunça perpétua, em que ninguém mais terá paz, pois a cada quinquênio (quando muito!) tudo corre o risco de mudar.

Dom Hélder Câmara, na época do Concílio, fez a singela sugestão de que o papa convocasse a cada dez anos um novo Concílio Ecumênico para aggiornare – atualizar! – a Igreja no contexto do progresso daquela década, a fim de que não perdesse o bonde da história. O que ele não imaginava é que a sua sugestão, naquele tempo tão vanguardista, seria relegada como antiquada justamente pelos seus devotos!

Com a Igreja Sinodal, provavelmente a história dos Concílios ficará encerrada, pois estas reuniões de todo o episcopado serão consideradas desnecessárias e até indesejáveis. A sinodalidade bergogliana jogou o progressismo no verdadeiro pós-Concílio, quer dizer, não apenas na fase sucessiva do Vaticano II, mas numa fase que superará definitivamente a estrutura mesma de todo e qualquer Concílio, pois assumirá a perturbadora inovação como método de sua autorrealização.

A frase do protestante reformado holandês, Gisbertus Goetius, “Ecclesia Reformata, semper reformanda” (“A Igreja reformada sempre está em reforma”) agora será assumida como essência da pastoralidade da Igreja Católica. Tudo estará sempre em constante mutação. Tudo!

E não há nada de novo nisso, também. Quem não compreendeu que a provisorialidade é um elemento essencial de todas as formas da Nova Teologia, inclusive da Teologia da Libertação, simplesmente não entendeu nada. Para essas correntes de pensamento, toda e qualquer teologia é fruto do seu próprio período histórico e de sua realidade econômico-sócio-política. Não há uma teologia absoluta, feita de verdades imutáveis, de dogmas, de preceitos emanados univocamente da Divina Revelação. Tudo está em discussão e interpretação sempre!

Para os progressistas, na verdade, tudo é questão de velocidade: uns querem ir mais rápido, outros mais devagar, mas, no fundo, é preciso avançar, mesmo que lentamente. Como dizia Francisco, em Evangelii Gaudium, “o tempo é superior ao espaço” (n. 222) e, por isso, “este princípio permite trabalhar a longo prazo, sem a obsessão pelos resultados imediatos” (n. 223).

Ao contrário, a Igreja nunca precisou apelar para uma dinâmica de plebiscito porque está fundada sobre verdades eternas, as verdades da Fé, permanentes para todos os períodos da história. Os papas, os bispos, os sacerdotes ou qualquer outra autoridade nunca pensaram em mudar nada disso, por mais corruptos que fossem. A estrutura da Igreja foi criada para conservar e transmitir a Fé, e não para deixa-la à mercê das instabilidades das modas do momento. É justamente essa permanência que manteve a Igreja firme e estável por mais de dois milênios!

Não adianta nos comportarmos com aquela cegueira voluntária de quem se recusa a admitir os fatos. O Papa Francisco e toda a sua equipe, especialmente o gabinete das sombras, que atua de modo oculto e inteligente, estão atirando a Igreja Católica na diluição completa. Estamos às portas de mais uma imensa confusão que gerará nada mais nada menos que uma Igreja líquida. Resistamos e brademos sempre: Non praevalebunt!

Cardeal Sérgio da Rocha celebra missa “em memória das vítimas da transfobia”.

FratresInUnum.com, 22 de abril de 2021 – Nós nunca pensamos que ele fosse disso… Inclusive, houve até quem duvidasse, que achou que fosse fake news, mas não era: com forte e forçado sotaque baiano, Dom Sérgio da Rocha, cardeal arcebispo primaz do Brasil, anterior presidente da CNBB, celebrou uma Missa “em memória das vítimas da transfobia”, como anunciou o G1.

A transmissão começou com a saudação de uma pessoa que disse: “Boa tarde a todos, a todas e a todes (sic!), eu sou Scarlette Sangalo, sou da comunicação do CPDD, além de transformista. Eu estou aqui, na Capela das Dorotéias, no Garcia, e já já vai começar a Missa em pról dos LGBTs assassinados, trans, lésbicas, gays, travestis, enfim, todas…”

Na sequência, falou Renildo Barbosa, que disse: “vamos assistir este marco histórico, que é uma missa celebrada aqui na Igreja, pelo Cardeal”, o que demonstra bem a consciência profunda que os promotores da celebração tinham acerca do alcance deste fato.

Cada palavra do sermão foi devidamente calibrada pelo cardeal, que teve o trabalho de redigi-lo (ou pedir para que alguém redigisse), a tal ponto que ele chegou ao requinte de evitar a letra Q (de Queer) da sigla LGBTQI+. Mas, no cuidado das palavras, ele não ocultou os seus sentimentos.

“Precisamos dizer ‘não’ à violência nas suas múltiplas faces. A violência contra a população LGBTI+ é um sinal triste de uma sociedade que convive com constantes violações da vida, da dignidade, dos direitos de tantas vítimas de morte brutal. A vida, a dignidade das pessoas, principalmente de grupos sociais mais vulneráveis, têm sido continuamente violadas em muitos lugares. Não se pode justificar nem reproduzir a violência disseminada na sociedade”.

Ele também deu explicações estatísticas: “Dados divulgados este mês sobre as mortes violentas de LGBTQI+ ocorridas em 2020 apontaram que o Nordeste ocupa tristemente o primeiro lugar no número de mortes no país, seguido pelo Centro-oeste. E que as capitais mais violentas foram Salvador e São Paulo… Temos muito a fazer para transformar esta triste realidade e construir uma cultura de fraternidade e de paz, de respeito à vida e à dignidade de cada pessoa, especialmente as que vivem em situações de exclusão social”.

Dom Sérgio valeu-se, na homilia, dos dados do Grupo Gay da Bahia, liderado por Luiz Mott (que, pelo contexto das palavras da Sra. Conceição, que falou ao final da Missa, estava presente na Cerimônia). Estes dados são há muito tempo questionados por checadores, que acusam o grupo de divulgar “casos de mortes por acidente, infarto, bala perdida, troca de tiros com a polícia, disputa de ponto de prostituição entre travestis, mortes ocorridas em outros países e até assassinatos de heterossexuais cometidos por homossexuais como se fossem ‘crimes motivados por homofobia no Brasil’”.

Em todo o caso, considerando-se os dados do Grupo Gay da Bahia, o número de assassinatos de homossexuais no Brasil vem se reduzindo há três anos. A explicação dada por Luiz Mott ao Portal Aids chega a ser incrível: “a explicação mais plausível para a diminuição em 28% do número total de mortes violentas de LGBT em comparação com o ano anterior se deve ao persistente discurso homofóbico do Presidente da República e sobretudo às mensagens aterrorizantes de seus seguidores nas redes sociais no dia a dia, levando o segmento LGBT a se acautelar mais, evitando situações de risco de ser a próxima vítima, exatamente como ocorreu quando da epidemia da Aids e a adoção de sexo seguro por parte dessa mesma população”.

Como Dom Sérgio da Rocha tem coragem de emprestar a Igreja e a sua púrpura cardinalícia para isso? Como pode permitir-se usar como palanque para esse tipo de absurdo? Mas a louvação não para por aí.

Na oração dos fieis, foi feita uma prece especial pelos mortos e familiares da Comunidade LGBTQIA+ (seja lá o que isso queira dizer, é a sigla do momento, até que se adicione outras letras). O cardeal, porém, não quis distribuir a Comunhão (possivelmente para evitar fotos), deixando aos padres que o fizessem. Vale notar que a Assembleia estava constituída por pastores, pais e mães-de-santo, além de militantes do movimento gay da Bahia.

Ao final da Missa, uma transformista cantou “Ave Maria do Morro”. O Cardeal agradeceu emocionado a execução, dizendo, por fim: “espero que, cada vez mais, a Igreja seja misericordiosa, acolhedora e solidária”, sugerindo discretamente maior “abertura”…

O que está acontecendo na Igreja? Além das absurdidades vistas na Alemanha, aqui no Brasil, duas sedes cardinalícias, Rio de Janeiro e, agora, Salvador, tornam-se palcos para a ostentação e naturalização da homossexualidade… O que está acontecendo com os cardeais? Serão ordens recebidas de cima? O que se está preparando? Qual será o apogeu disso tudo? A eleição de um papa abertamente homossexual? 

A que nível chegamos! O Primaz do Brasil, que tradicionalmente é um arcebispo sensato, equilibrado, austero, agora se presta a este tipo de panfletagem… Precisamos rezar muito, pois, com pastores assim, o povo fiel ficará cada dia mais desorientado e a cólera divina será cada vez mais insultada. Eles estão provocando a ira de Deus e isso não pode terminar bem.

Cardeal Braz de Aviz: “O Papa está preocupado por algumas posições tradicionalistas na vida consagrada”.

Por FratresInUnum.com, 20 de abril de 2021 – Numa live dirigida a religiosos espanhóis, o Prefeito da Congregação dos Religiosos, o cardeal brasileiro João Braz de Aviz, disse, sem meias palavras:

“O seguimento de Cristo é a nossa regra suprema. Hoje estivemos com o Santo Padre, e o Papa está preocupado por algumas posições tradicionalistas, também no seio da vida religiosa”.

A queixa, francamente, tem um tom de piada! Enquanto a maior parte da vida religiosa está se desfazendo, a preocupação do Papa, segundo o purpurado, é justamente com aquela parte que está dando certo, que são os religiosos conservadores. A preocupação, no caso, deveria ser com essas Congregações imensamente ricas, mas que são constituídas por freiras solteironas, tão burguesas quanto amargas, ou por frades que vivem em conventos luxuosos e saem às noites para passear por lugares pouco ortodoxos a fim de esbanjar um pouco seus modos de playboys.

Cardeal João Braz de Avis, o representante brasileiro no consistório de hoje.
Cardeal João Braz de Avis.

A vida religiosa foi uma das piores vítimas do fantasma conciliar. Basta ver o que eram as Congregações antes e depois do Vaticano II. Se o Papa tivesse um pouco de auto-crítica, começaria a ver isso dentro de sua própria casa, a Companhia de Jesus, que está em franca decadência vocacional e, como a maior parte das congregações, tem a imensa maioria de seus membros na terceira idade.

Mas, não. Em uma mensagem de vídeo enviada ao mesmo evento, Francisco se queixou: “É triste ver como alguns institutos, para alcançar uma cerca segurança, para poder ter o controle, tenham caído em ideologias de qualquer tendência, de esquerda, de direita, de centro, de qualquer tendência”, como se os jesuítas não tivessem feito exatamente isso, a diluição do seu carisma na mais vergonhosa militância da esquerda internacional.

O Papa Francisco continuou como o seu chamado ao aggiornamento, dizendo que “quando um instituto reformula o carisma numa ideologia, perde a sua identidade, perde a sua fecundidade. Manter vivo o carisma fundacional é mantê-lo em caminho de crescimento, em diálogo com aquilo que o Espírito nos está dizendo na história dos tempos e dos lugares, em diversas épocas, em diferentes situações”.

Em outras palavras, manter-se fiel ao carisma fundacional tal como saído das mãos do fundador é, para Francisco, uma ideologia. E o único modo para não cair nisso é o que ele chama de “contato com a realidade”, bem ao estilo jesuítico: “não se percam em formalismos, em ideologias, em medos, em diálogos consigo mesmos e não com o Espírito Santo. Não tenham medo dos limites! Não tenham medo das fronteiras! Não tenham medo das periferias!”

Na verdade, tudo isso não passa deste complexo de traição que sofre a Companhia de Jesus depois de ter traído o seu Santo Fundador. João Paulo II quis suprimi-la novamente, justamente porque se tinha tornado um foco de irradiação de tudo que não presta na Igreja, mas teve de voltar atrás graças à mediação dos bispos espanhóis. Contudo, apesar de sua intervenção forte, o Papa polonês não conseguiu reverter aquilo que se tinha tornado irremediável. Depois da famosa 32ª. Congregação Geral, convocada pelo Pe. Pedro Arrupe, a traição ao carisma fundacional estava consumada e a Companhia não voltaria mais atrás.

Desde então, ser fiel a um carisma original, aprovado pela Igreja, passou a ser visto como algo ruim e restritivo, formalista e rígido. A nova norma é adaptar-se ao momento novo, às ideologias que estão em voga (cuidadosamente não chamadas de ideologias, mas de “realidade”). A fidelidade passou a ser interpretada como conservadorismo intransigente e os seus protagonistas passaram a ser perseguidos, pois a lei, por incrível que pareça, é destruir a vida religiosa, mesmo.

Enquanto isso, há muitas congregações que ainda estão de pé por causa de alguns bons padres e freiras tradicionais, que conseguem atrair alguma vocação, enquanto os velhos progressistas, decrépitos e derrotados, já não conseguem atrair sobre si sequer as moscas.

Talvez o Cardeal Braz de Aviz poderia acenar ao Papa que seria mais interessante preocupar-se com outros problemas mais importantes, como o alcoolismo de certos clérigos ou outras perversões menos nomeáveis, ao invés de oprimir a parte sadia da Igreja. Essas ameaças veladas são demonstração de uma fraqueza não mais dissimulável, a fraqueza da esterilidade do clero progressista, que relegou populações inteiras à descrença e que destruiu instituições veneráveis na estrutura da Igreja.

Pedido de oração pelo Cônego Henrique Fragelli.

Pedimos aos nossos leitores que rezem pela recuperação da saúde do cônego Henrique Fragelli, padre brasileiro do Instituto Cristo Rei e Sumo Sacerdote. O reverendo sacerdote contraiu a Covid-19 e atualmente está internado em um hospital militar de Libreville, capital do Gabão. Notícias dão conta que ele foi entubado e encontra-se em coma induzido.

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Além de promover a Fé Católica naquele país, o cônego Fragelli fundou uma escola católica para jovens. Os frutos são abundantes.

Rezemos por todos os sacerdotes enfermos!

A apostasia da Alemanha: uma revolução do clero.

FratresInUnum.com, 17 de maio de 2021 – Há uma pressa suspeita nesta celeuma histérica ocorrida na Alemanha com a “benção” das duplas homossexuais. É como se lhes restasse pouco tempo… Precisaram correr e forçar uma situação que não teve nada de espontânea, o que mostra que o clima não lhes é tão favorável quando alardeiam.

Casal é abençoado na área externa de uma Igreja Católica em Colônia

Padres alemães tem desafiado a Igreja e dão bençãos a pares homossexuais sob o slogan “o amor vence”.

Em todo caso, fato é que não houve uma euforia homossexual em resposta à oferta das tais “bençãos”. Coisa bastante previsível, já que o pecado é, por definição, incompatível com a graça e as pessoas que vivem nele, em geral, não conseguem ser religiosas e praticantes, visto que a misericórdia requer a conversão e não é tão fácil assim trapacear a consciência.

Mas a trapaça parece ter sido a quintessência da teologia aprendida nos seminários modernistas. De fato, sem dogma nem moral, nem muito menos espiritualidade, aqueles padres de cabelos grisalhos que apareceram pateticamente impondo as mãos sobre as duplas do mesmo sexo se embriagaram daquela subserviência ao mundo que intoxicou a alma de quase toda a hierarquia através do otimismo bobão característico dos anos pós-Vaticano II.

Otimismo em relação ao pecado, mas pessimismo em relação à verdade e ao bem. Não há clérigo dentre estes que acredite ser possível uma reviravolta da virtude, da família, da tradição; eles creem que o processo revolucionário é fatal e irreversível, que tudo caminha rumo à matança de bebês e à formação de conglomerados artificiais autointitulados como “família”, que a ditadura do sexo desenfreado é a aurora do amanhã e que a Igreja dará lugar a uma religião universal.

Nessa religião universal cabem todos os deuses e todas as opções sexuais, cabem todos, menos os cidadãos reais, que acham tudo isso muito estranho e que se afastam destes senhores mais do que de infectados durante uma epidemia. No fundo, a excitação destes vovôs corresponde a uma alucinação cuja origem está naquela revolução de 1968, da qual se sentem orgulhosos herdeiros.

Oferecem, porém, uma herança que já não interessa a ninguém, tentam dar respostas para perguntas que ninguém está fazendo, pretendem apresentar ofertas das quais os beneficiários nem sequer tomam conhecimento. São como vendedores de xilofones, distribuidores de panfletos mimeografados, Judas que venderam a fé pelo preço do título cafona de uma novela mexicana: “o amor vence”.

Não, não é o amor que vence, é o escândalo, a falta daquela sintonia com a fé que nos torna católicos. Isso não interessa ao movimento homossexual e, muito menos, ao povo fiel. Não se trata de uma ação nascida das bases, oriunda da vontade do povo. Como a maior parte da heresias da história, esta também é uma mera perversão de agitadores do clero. Trata-se de uma revolta de padres.

Enquanto os leigos constituem honradamente suas famílias e tentam educar seus filhos segundo a doutrina da Igreja, padres que se pretendem de vanguarda correm assanhados para recrutar homossexuais que nem sequer estão preocupados com nenhuma dessas questões. Este é o ridículo da situação!

Se a apostasia da Alemanha reivindica casamento para todos (casamento homossexual), ministério para todos (ordenação de mulheres) e sexo para todos (celibato opcional), os bons fiéis reivindicam o direito de continuar sendo católicos, mesmo em tempos tão sombrios, em que o próprio Vaticano, anunciando de antemão que, caso acontecessem, tais bençãos não seriam oficiais, parece ter preparado o caminho para uma clandestinidade que, sendo prevista, talvez não seja tão clandestina assim. O jesuíta vestido de branco continua em silêncio, mostrando que “quem cala, consente”.

É o clero! É sempre o clero corrupto que, de alto a baixo, justifica o pecado e persegue a virtude.

Sobre a missa celebrada semana passada, um padre justificou a comunhão dada a um pecador público dizendo que “não tinha como ler a consciência da pessoa” e que um aviso genérico tinha sido dado antes da celebração. Pois é, este clero infiel curiosamente sempre erra do lado certo ou acerta do lado errado, não é mesmo? Na hora de negar a comunhão a um fiel que quer comungar na boca ou de permitir uma Missa na forma extraordinária, aí não vale a consciência da pessoa.

Em geral, quando a crise no clero chega a estes níveis, Deus costuma intervir de modo bastante cortante e doloroso. Precisamos perseverar fielmente, até o fim. Nossa Senhora, em Fátima, disse que Deus puniria o mundo, mas parece que os homens estão desafiando a Deus. Veremos aonde isso tudo vai dar…

Eles entenderam! – A instrumentalização do Cristo Redentor que beneficiou a causa homossexual.

Por FratresInUnum.com, 13 de maio de 2021 – Em nosso artigo de ontem, expusemos a gravidade do que ocorreu na noite da última terça-feira: a Missa de 7º dia que acabou sendo palco para a ostentação da causa homossexual.

Não demoraram a aparecer alguns comentários nas redes sociais que corroboraram largamente a nossa observação. Recebemos em nossa redação estes prints de alguns tweets na tarde de ontem e, pela sua eloquência, parece-nos importante ressaltá-los.

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Em outras palavras, enquanto na Arquidiocese do Rio de Janeiro todos disfarçam que não aconteceu nada e rezam para o vexame passar logo, os verdadeiros beneficiados pela irresponsabilidade dos padres não escondem o significado real do gesto sacrílego realizado.

O problema, na verdade, é ainda mais profundo: como a Arquidiocese de Rio de Janeiro vai reparar o escândalo causado? Com uma mera nota explicativa ou de retratação? Como uma nota plácida irá reparar um absurdo cometido em cadeia nacional, fartamente visto e compartilhado? Há como desfazer os sacrilégios cometidos e o uso de todo o evento como um momento histórico de avanço da cultura homossexual?

A utilização da Santa Missa e do Cristo Redentor como palanque do movimento homossexual é qualquer coisa de irreparável e os responsáveis por isso terão de se ver com a justiça divina. É triste, é lamentável, mas a ansiedade por serem capelães do Projac cegou o bom senso desses clérigos e atirou a Igreja na lama, levando ao escândalo milhares de fieis.

Precisamos fazer muitos atos de desagravo diante de Deus e de sua Mãe Santíssima. Que Ela se compadeça de nós e intervenha logo nessa crise tão dramática da Igreja. Somente um socorro do céu poderá estancar esta sangria, reparar a honra de Deus, castigar os pecados dos homens e trazer ao mundo um tempo de paz.

Da Alemanha para o Brasil: Homossexualidade exaltada aos pés do Cristo Redentor.

FratresInUnum.com, 12 de maio de 2021 – Na noite de ontem, foi celebrada a Missa de 7º dia pela alma do ator e humorista Paulo Gustavo, vítima do COVID, que vivia maritalmente com outro homem, com o qual produziu dois filhos por via de inseminação artificial e barriga de aluguel, nos Estados Unidos.

Padre Jorjao
Padre Jorjão dá a Sagrada Comunhão para o companheiro de Paulo Gustavo.

A morte do artista provocou grande comoção em todo o Brasil, tanto pela idade do falecido (42 anos) quanto pela sua atuação cômica no cinema e na televisão. A caridade cristã nos leva a rezar por todos, vivos e defuntos, mas também nos faz ter aquele silêncio respeitoso diante daquilo que não se pode louvar, tal como uma vida dissonante dos princípios da moral cristã. Atualmente, muitos fieis perderam a capacidade de rezar em silêncio. A desorientação tomou conta de muitos e o sentimentalismo potencializado pela comoção coletiva faz com que se perca aquele bom senso católico…

Seria possível rezar uma Missa em sufrágio por essa alma? Sim! Obviamente. Mas, por que não o fazer discretamente, por pura fé, por desejo de confortar também a família? O que aconteceu, ao contrário, foi um espetáculo grotesco, em que o principal símbolo da fé cristã no Brasil, o Cristo Redentor, foi usado como palanque da causa homossexual e como ambiente para sacrilégios.

Pior: justamente neste momento de pandemia, em que os verdadeiros fieis estão morrendo sem sacramentos, em que se lhes sonega até um funeral cristão, em que a família não se pode unir para uma missa em sufrágio por sua alma, resolve-se fazer uma celebração à altura do Projac, com música secular e ostentação, com discursos que visavam naturalizar a homossexualidade e a reprodução artificial e também criticar o governo atual…

No final da missa, o companheiro do falecido fez-lhe uma homenagem dizendo que “o amor é transformador, e o nosso não só me evoluiu para sempre como alcançou milhares de famílias com o exemplo de tolerância, respeito e união. Que sorte a minha viver um amor tão lindo, verdadeiro e correspondido, mesmo que por pouco tempo. Tínhamos tantos planos para tantos anos, acho que é para além dessa nossa encarnação”.

Susana Garcia, amiga e diretora do Paulo Gustavo, fez uma homenagem: “essa dor não pode ser em vão, por isso nosso amigo querido, por você, em sua honra, seremos cada vez mais um imenso mar de força, determinação e coragem contra tudo que nega a vida. Você lutou contra o preconceito, contra o racismo, contra a homofobia! Você fazia esse país se curar através do riso”.

Além disso, a missa contou com outras performances: Regina Casé, que presidiu a cerimônia religiosa do “casamento” dos dois homossexuais, rezou a Ave Maria e a Salve Rainha com uma imagem de Nossa Senhora Aparecida nas mãos; a mãe do ator, Dea Lúcia, cantou “Fascinação”, de Elis Regina; o falecido também foi homenageado com a música “Pretty Hurts”, de Beyoncé, de quem ele era fã, interpretada por Mariah Nala.

Na homilia, tudo foi exaltação. Padre Jorjão, da Arquidiocese do Rio de Janeiro, falou que o juízo de Deus terá como matéria “o bem que nós fazemos” e disse que “foi isso que o Paulo Gustavo fez”. E ainda que ele teria feito mais uma nova obra de misericórdia, que não está na Escritura: “estive triste e me fizeste sorrir”. O Padre atacou aqueles que apontam o dedo e criticam, porque “Deus é compaixão e amor”, “Deus quer a nossa alegria”. Ele concluiu dizendo que “a certeza do céu transforma tudo isso na certeza do encontro”. Foi uma homilia de canonização!

Obviamente, não é de se esperar que um padre ataque o falecido por quem se reza, mas… não haveria um modo mais moderado de se exprimir, será que seria pedir demais esperar um pouco de discrição? Ali, lamentavelmente, deu-se um espetáculo de relativização.

Pior: a Sagrada Comunhão foi distribuída para todo mundo, inclusive para o companheiro do falecido, sem que houvesse nenhum aviso anterior de que somente poderiam comungar aqueles que estivessem preparados. O modo de distribuição foi pouco reverente, as pessoas tomavam a Eucaristia diretamente com os dedos.

A utilização do Cristo Redentor teve um significado muito simbólico. Como disse Fábio Porchat, “é um lugar mágico do Rio de Janeiro, no mundo, pra uma pessoa do tamanho disso aqui, né? Do que significa uma das maravilhas do mundo. O Paulo era uma potência e uma força, então nada mais pertinente do que estar do lado de uma figura com tanta força, como o Cristo”.

No final da celebração, a iluminação da imagem do Cristo Redentor foi apagada, em sinal de luto.

No último fim de semana, uma centena de Igrejas na Alemanha realizou bênção de duplas homossexuais. Foi um ato de rebeldia do clero progressista. No Brasil, os progressistas nem precisaram se adiantar: a anistia homossexual foi protagonizada por padres conservadores no Rio de Janeiro, num dos lugares mais sacros do Brasil, tudo ungido pelo sentimentalismo e pela comoção histérica.

Enquanto isso, muitos fieis são expulsos de suas paróquias porque o limite da lotação é ultrapassado ou porque eles não colocaram seus nomes em pré-cadastros. Essa inversão revolucionária não é acidental nem inocente: estamos diante de uma fria e calculada destruição da Igreja.