Por Padre Jerome Brown, FratresInUnum.com, 6 de junho de 2022 – Vamos fazer um rápido e breve silogismo: o documento Traditionis Custodes tem por finalidade regular a missa tradicional até que ela se extinga.
Muitos bispos estabeleceram comissões para a aplicação de Traditionis Custodes, até mesmo com padres de institutos Ecclesia Dei ou similares.
Portanto, mesmo padres de institutos Ecclesia Dei ou similares sob essas comissões estão, conscientes ou não, trabalhando pela extinção da Missa Tradicional.
Não poderia ser diferente.
E essa extinção parece dar-se de um modo bem específico: trazer para os fiéis da Missa Tradicional em doses homeopáticas ou cavalares, pouco importa, todas as novidades pós-conciliares mesmo sabendo que elas destruirão a vida espiritual dos fiéis. Os fiéis, muitas vezes incautos ou até culpadamente ingênuos, vêem um “bom” padre, missa tradicional, batina, cantos piedosos etc. E pensam: “nossa missa está garantida!”. Mas se esquecem que em Traditiones Custodes, misericordiosamente, é dito que um ou outro fiel pode até “precisar de mais tempo”, mas que uma coisa é certa, a Missa tradicional deve acabar.
Por uma única razão: ela não deveria existir. Ela é uma aberração, uma volta ao passado, um saudosismo… Uma expressão que já não é mais forma litúrgica para a Igreja. A Missa tradicional é católica demais!
Aqui, meus amigos, a questão é simples: Traditionis Custodes é um documento lícito, deve ser obedecido? Caso sim, somos colaboradores na destruição do Rito Tradicional. Caso não, precisamos multiplicar ao máximo as Missas Tradicionais, apoiar os padres que celebram ainda que em aparente desobediência e irregularidade. Encorajar os padres a obedecer o que a Igreja sempre ensinou e sempre fez.
Muitos católicos, há não pouco tempo, diziam-se dispostos às catacumbas, muitos padres se diziam dispostos a morrer pela Missa tradicional… Mas o que fazem hoje? Buscam os papéis, as licenças, as missas “regularizadas” com os padres “autorizados”, ou a chamada “missa nova bem celebrada”, seja lá o que isso queira dizer!
Quando vão acordar? Se é que vão!
E os padres autorizados? Os guardas – que prendem – a Tradição! Denunciando as missas “irregulares”, mas sempre com boa intenção, é claro! Certamente, ligam para os Bispos para dizer que tais padres não autorizados estão celebrando a Missa Tradicional em lugares não autorizados, na esperança de que esses padres receberão uma medalha de honra ao mérito, não é? E destruindo os padres que resistem, já fora da lei, querem também destruir os fiéis que acham que resistem dentro da lei: a missa tradicional é a mesma coisa…, vamos criar uma pastoral, um conselho, fazer uma festa… tanto faz se a Crisma vai ser dada no Rito Novo ou Tradicional…
Não demorará para chegar o tempo em que se um fiel for a um culto não católico seja considerado ecumênico e, portanto, perfeito. E o fiel que passar em frente a uma missa não autorizada seja um excomungado por osmose.
Quem fica cada vez mais clara é a apostasia, mais clara e crescente, das autoridades da Igreja, de tal modo que cair na irregularidade, ser castigado, ser proibido, ser excomungado por causa da missa tradicional já é uma honra, uma coroa na cabeça de alguns padres.
E, é claro, que não faltará nas falácias destruidoras a figura do grande Padre Pio.
“Ohhhh, o Padre Pio é um modelo. O padre deve obedecer, mesmo que injustiçado!”
E o autor dessas linhas concorda.
O Padre deve obedecer, mesmo que ele – o padre – esteja sendo injustiçado.
O Padre deve estar disposto a sofrer todas as humilhações, penas, sofrimentos, desde que recaiam sobre ele.
Mas, se quem é injustiçada é a Missa, se quem sofre é a Igreja, ai do padre que obedecer! Não pense que não incorrerá na ira de Deus e dos Apóstolos São Pedro e São Paulo, como afirmou S. Pio V, o padre que colaborou, mesmo sob o pretexto de obediência, em destruir a Santa Missa.
“Não demorará para chegar o tempo em que se um fiel for a um culto não católico seja considerado ecumênico e, portanto, perfeito. E o fiel que passar em frente a uma missa não autorizada seja um excomungado por osmose.”
Esse tempo já chegou; é o tempo presente. Eu mesmo já fui ‘excomungado’ por um macumbeiro sodomita e uma adúltera fornicadora por isso.
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Ler um texto desse dá-se uma certa razão ao sedevacantismo. Ora, uma encíclica papal não deve ser obedecida? Se não se deve por atentar contra a fé, então não é Papa quem a promulgou ou cabe que as maiores autoridades eclesiásticas/canônicas fora o Papa se levante e denuncie esse embuste.
Vamos agora escolher o que obedecer ou não do Papa? Desculpe mas parece que quem precisa acordar é o próprio Padre Jerome Brown
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Penso que o Padre Jerome já acordou sim e há muito tempo, e como ele é fiel a Santa Igreja Católica Apostólica Romana, vem tentando fazer com que todos acordem.
Precisamos discernir entre o certo e o errado, para isso precisamos estudar o que ensina a Santa Mãe Igreja há 2022 anos.
O Papa deve ser amado e respeitado. Devemos obdece-lo, mas ANTES OBEDECER A DEUS DO QUE AOS HOMENS. E infelizmente algumas coisas que o Papa vem fazendo não estão corretas.
Rezemos pelo Papa.
Rezemos para que os verdadeiros católicos acordem, estudem a doutrins e aprendam a discernir o certo do errado.
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Texto irretocável.
Acrescento apenas as palavras do padre Paulo Ricardo.
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Artigo excelente, só discordo de 1 única frase, ou melhor, de meia frase: “trazer para os fiéis da Missa Tradicional em doses homeopáticas ou cavalares, pouco importa, todas as novidades pós-conciliares mesmo sabendo que elas destruirão a vida espiritual dos fiéis” – bem, salvo adolescentes do hemisfério norte que foram educados em colégios da FSSPX na década de 2000 ou de adultos na década de 90, a grande maioria de nós procuramos a Missa de Sempre pelo motivo contrário: FUGIRMOS do sistema clérigo-estatal conciliar e revolucionário em que nascemos e nos deformamos.
Depois do “Traditiones Custodes” fiz com Deus e com os apóstolos Pedro e Paulo a intenção de não retornar à “missa” nova, celebrada a 120 metros da minha casa. No caos inominável em que vivemos, decidi que a Tradição Católica não pode ter “placa”: pego a rodovia e vou à Missa de qualquer Bispo ou sacerdote que rejeite aberta e formalmente o Concílio Vaticano II, seja a Missa “Ecclesia Dei”, lefevrista, resistente ou sedevacantista, ou aos ritos orientais católicos (buscando priorizar a liturgia e ignorar a homilia).
Os “institutos” outrora amparados pelo extinto “Summorum Pontificum” estão numa sinuca de bico. Padres que viviam pintando rabo e chifres em Dom Williamson e Dom Tomás como “rebeldes” e “cismáticos”, agora caem em rebeldia e em cisma aberto abrindo “salões” em determinadas (arqui)dioceses, apesar do (arce)bispo progressista permitir a continuidade da Missa Tridentina desde que celebrada por presbíteros por ele indicado. Um desses padres disse que “Dom Williamson é protestante porque não obedece ao Papa (Francisco)”, e este mesmo padre vive desobedecendo ao mesmo Papa Francisco e aos bispos das dioceses interioranas celebrando clandestinamente em capelas rurais e residências.
A igreja conciliar instalada em 1965 é uma coisa análoga à extinta União Soviética: só se tem liberdade (de ser católico) fora de suas burocracias e longe de seus funcionários e altos comissários. Sob Bergoglio este “sovietismo” aferrenhou-se, e os embatinados de belo latim e belo gregoriano estão pensando numa “perestroika” para seus pequenos oblasts.
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Muito embora o texto seja verdadeiramente irretocável, sempre é possível acrescentar algo de certa relevância.
No caso, vale lembrar que quando um papa se afasta da sã doutrina e empurra seu rebanho para o abismo do inferno, ele não deve ser obedecido, e mais, deve ser exposto e combatido, pois Deus nos criou para chegarmos ao Paraíso, não ao inferno.
No caso de Bergoglio, entretanto, é mais fácil, simplesmente porque o único papa legítimo ainda é Bento VXI. Francisco é apenas uma fraude, um usurpador.
A própria renúncia do papa Bento VXI não pode ser considerada válida, a eleição de Francisco foi eivada de várias circunstâncias no mínimo nebulosas, como mais votos do que eleitores, vazamento prévio do resultado, dentre outros exemplos, e tenho afirmado isso há anos, em consonância com outras vozes, como Antonio Socci, por exemplo.
Mas vamos nos ater por um instante sobre a questão da renúncia.
https://vericatholici.wordpress.com/2019/04/06/como-e-por-que-a-renuncia-do-papa-bento-xvi-e-invalida-pela-propria-lei/
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Para mim, a TC só serviu para uma coisa: aprender o quanto antes a missa antiga .
Pois bem! Aprendi. Rezo sozinho ou com alguns fiéis e continuarei a rezar!
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