Por FratresInUnum.com, 18 de outubro de 2022 – Causou impacto a reação dos fiéis à postagem de Dom Odilo sobre as eleições, assunto que chegou a repercutir nada menos que no site do G1.
Como todo isentista, Dom Odilo tem lado: o lado oposto àquele que ele sutilmente agride. Não é difícil perceber, basta reparar bem na direção dos seus últimos artigos e postagens.
Não se sabe ao certo quais sejam verdadeiramente as convicções políticas do arcebispo de São Paulo.
Amigo de Alckmin e de outras personalidades supostamente centristas, ele sempre manteve uma postura muitíssimo discreta, para não dizer abstensiva, quando o assunto são questões realmente eleitorais.
Embora tenha dado diversas demonstrações de simpatia a Lula, como em seu fervoroso comentário por ocasião da comemoração do acordo Brasil-Santa Sé, além de em outras situações ter flagrantemente favorecido a esquerda, nunca fica claro se ele o faz por motivações sinceras ou por mero carreirismo eclesiástico – a segunda opção parece ser a mais verosímil, considerando-se que “o diabo sabe quem é dele e quem são os vendidos”, como diziam os antigos. De fato, ele nunca conseguiu eleger-se presidente da CNBB nem teve grande relevância no atual pontificado. Seu esforço por parecer conservador durante o reinado de Bento XVI convenceu os seus inimigos, mas não o povo, que continua expressando exatamente o que sente: ele é um isentão que, como todos da mesma espécie, quando a luta é contra os conservadores, não hesita um minuto em tirar o progressismo do armário.
Foi isso que ele fez no domingo, de maneira muito discreta, sendo tratado sem discrição nenhuma pelo povo que, a esta altura do campeonato, sabe bem identificar quem é quem não é e não tem dificuldade nenhuma em perceber quando um pingo é letra.
Se fossem outros dias, Sua Eminência não teria dúvidas em culpar o falecido Olavo de Carvalho, que em tempos idos desqualificou-o tão eloqüentemente a ponto de ter angariado o ódio cardinalício até a terceira geração. Agora, não tendo a quem culpar, resolve culpar a quem? Ao fascismo!
Um dos maiores problemas do debate político brasileiro atual é a utilização de termos desligados do seu significado real como forma de xingamento: “fascista”, “fundamentalista”, “nazista”, “extremista” e similares são parte de um léxico que virou apenas um conjunto de rótulos vazios para identificar todos aqueles que têm alguma convicção profunda, como quem é contra o aborto em todo e qualquer caso, quem defende a família tradicional, quem é contra aquilo que os revolucionários simpaticamente chamam de “progressismo”, beneficiando-se do significado positivo da palavra “progresso” para embutir nele toda a barbárie possível, com o fim de diluir a civilização cristã.
Obviamente, um cardeal, arcebispo e doutor em teologia deveria ergue-se sobre este pântano discursivo e empregar as palavras com o seu significado próprio, analógico ou unívoco. Mas, não. Dom Odilo, além de ser incapaz de fazê-lo, resolveu sujar a sua púrpura cardinalícia nas tintas dos jornais, rebaixando-se não ao nível de um “Corriere della Sera” ou de “La Repubblica”, mas da “Folha de São Paulo” e similares, cujo vácuo catequético tem dimensões quase infinitas.
A palavra “fascismo” vem de “feixe” e remete à concentração de poder que os romanos tiveram em tempos antigos a ponto de castigarem qualquer cidadão, de maneira arbitrária: o feixe amarrado num machado era o símbolo deste poder de matar os opositores. Politicamente, a ideologia fascista se caracteriza pelo nacionalismo exacerbado, que anula a população, a ponto de que a autoridade se erija como poder despótico de uma espécie de estado sem povo.
Quando, em 2022, a esquerda se mobiliza para insultar senhoras evangélicas, velhinhas católicas, jovens trabalhadores, pais de família, gente normal de… “fascista”, o que está fazendo é apenas xingar, sem que isso tenha qualquer significado real. O governo atual, no que pesem os seus defeitos, nunca teve uma atitude realmente fascista: respeitou todas as decisões do judiciário e do legislativo, inclusive nas vezes em que o primeiro se excedeu, e nunca ensejou uma verdadeira ruptura institucional. Tais assombrações foram, até o momento (não podemos prever o futuro), pura histeria da esquerda.
Ao invés de aderir aos xingamentos forjados pela esquerdalha, um verdadeiro pastor, e que, além de verdadeiro, fosse inteligente, o que não é o caso, deveria tentar entender o fenômeno e perceber que existem aí muitas razões verdadeiras: a roubalheira de níveis transcendentes cometidos nas gestões do PT para a compra de parlamentares e a sua consequente eternização no controle do Estado e de seus mecanismos e benefício de ditaduras genocidas no exterior; a imoralidade intrínseca da ideologia de esquerda, cuja pauta prevê a ampliação do aborto e a ideologia de gênero; o acumpliciamento com facções criminosas que fez dos governos impugnados verdadeiros autores não somente de uma cleptocracia impressionante, mas de uma narcocracia quase invencível.
Todo o xilique anti-bolsonarista não passa de encenação pela abstinência da roubalheira estatal e a amizade de Lula com uns poucos e decadentes clérigos da Teologia da Libertação não conseguirá emprestar santidade àquilo que, no Brasil, tornou-se o símbolo mesmo da vagabundagem mais descarada.
Quem sabe, pensando as coisas com mais serenidade e ponderação, o cardeal de São Paulo consiga perceber que, para além daquilo que ele enxerga como pura e simples polarização, existe muita verdade, coisa que qualquer pessoa sensata e que não viva confinada na assepsia de seus ofícios burocráticos percebe. O “fascismo” na cabeça de Dom Odilo não passa de uma fantasmagoria, o produto de um delírio verbal, a expressão de um monstro tão somente imaginário.
Esse artigo lavou a minha alma !
Pura verdade!!!
Q chato né???
Depois dessa pegava o meu banquinho e saia de mansinho
Kkkkk
Parabéns! Frattesun
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Análise absolutamente irretocavel. Nada a acrescentar.
Mais uma vez. Parabéns à Fratresinunum.
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A minha impressão é que Ele e o seu par de Aparecida já dão por vitorioso o candidato da atual oposição, por tanto já escolheram o lado à “afagar” e esperam com isto usufruir das benesses que isto possa trazer.
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Benito Mussolini resumiu a doutrina fascista numa regra resumida: “Tudo para o Estado, nada contra o Estado, nada fora do Estado.” Oral, só por essa frase se observa que xingar Bolsonaro de fascista é o cúmulo da vigarice e estupidez pois ele é o que mais defende o estado limitado, empreendorismo e iniciativas livres. Isso apenas para ficar como exemplo com o termo “fascista”, mas bem poderia ser destrinchado os outros termos.
Essas eleições, bem como as de 2018, 2014 e 2010 mais uma vez comprova o quanto os católicos estão completamente desnorteados e perdidos, literalmente ovelhas sem pastor. São os leigos quem estão tomando a dianteira na orientação doutrinária política.
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A paz de Jesus Cristo.
Eu lembro que fascismo, sim; tem ligações com o socialismo, comunismo, nazismo, pois o “pai” Estado está acima de tudo e de todos, na visão estreita dos defensores, dirigentes de qq. regime político que citei acima.
Mussolini foi redator-chefe do jornal “Avante”, órgão oficial do Partido Socialista Italiano. Ele foi expulso do partido pelo presidente dele, pois Mussolini tinha grande oratória e isso, ofuscava o chefe do PSI. Logo, a saída do futuro ditador, foi fundar outro partido e claro: ele não iria criar o PSI 2.0 e sim, criar algo com a aparência de “novo”, para atrair os incautos de sempre.
Sobre Dom Odílio, concordo com o autor do texto: é um Cardeal do muro, que cai à esquerda, quando é necessário e conveniente a ele.
Teve um outro Arcebispo que vivia na mídia e era muito querido pela imprensa e amigo de um Rabino famoso nos anos 1970/80. São Paulo vai mal de Arcebispos faz muito tempo.
Só podemos pedir à Santíssima Trindade que atue o quanto antes, pois estamos muito mal liderados pelo clero.
Salve Maria!
Abs.
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O QUE O POVO VÊ NO ARCEBISPADO e Paróquias de São Paulo: Comunistas e esquerdistas recebendo do Clero e seus “ministros” extraordinários a Sagrada Eucaristia indevidamente(1.Cor.11), figuras sinistras como Fernando Haddad e Geraldo Alckmin entre muitos outros anarquistas. QUE O POVO PAULISTA dê de presente a esse “arcebispo” da TL o CIC-Catecismo e o CDC-Código de Direito Canonico para aprender o que ensina a Santa Mãe Igreja = C-O-M-U-N-I-S-M-O – CIC—ARTIGO 2425 (excomunhão) / CDC ARTIGOS 751 e 1374(heresia e apostasia): Todas as pessoas que apoiam, defendem, votam ou participam de ParTidos Comunistas em qualquer lugar da terra, ficam automaticamente EXCOMUNGADAS (fora da comunhão com Deus em seus Mandamentos e Sacramentos, da Santa Missa e da Eucaristia na Santa Igreja).
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Muito me incomoda o fato de que os bispos fingem que tudo seja uma onda “bolsonarista”. Não compactuo com desrespeito aos bispos mas lhes cairia muito bem se perguntar quem de fato os desrespeita. A esquerda sempre instilou anticlericalismo e secularismo na sociedade. Os que os criticam atualmente ainda prezam pelo episcopado, se assim não fosse não os criticariam. A esquerda católica é liberal e simplesmente não lhes importa, não lhes diz nada o episcopado é mera figura de uma autoridade que não prezam. Gostam do apoio às suas convicções mas bem viveriam sem este apoio. Porque no fundo, o que creem, não é católico, mas são meros valores humanistas. A tinta deste humanismo desbota muito rápido quando as coisas desandam. A roupa do revolucionário sempre vira traje policial.
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Os regimes socialistas, todos sem exceção, são fascistas.
Por que?
Bolas, o fascismo é apenas uma forma de socialismo e todos sabemos disto.
O nazismo é uma forma de socialismo e este, mais claro ainda, pois está em seu próprio nome, uma redução nominal de nacional-socialismo, o que representa o socialismo nacionalista, ou seja, dentro de uma nação.
O comunismo é outro regime fascista porém de cunho internacional, tanto é fato que se declaram como participantes da Internacional Socialista e que se chamariam apropriadamente de Internazistas, aplicando-se a mesma redução nominal.
Portanto fica claro que Bolsonaro, por exemplo, ou qualquer pessoa que não comungue com qualquer tipo de socialismo, não pode ser chamado de fascista já que socialista não é.
Por outro lado, membros da Igreja, cardeais, bispos, Bergoglio, padres etc. que são socialistas e não deveriam, da mesma forma são fascistas porque comungam o fascismo de forma velada e escancarada e ainda vestindo uma capa de santidade.
Estes são os piores fascistas da humanidade, pois só enganam os ignorantes.
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Impressiona-me o silêncio de Sua Eminência quanto a certos togados que mandam e desmandam no Brasil, sem prestar contas a absolutamente ninguém.
Quem foi que prendeu opositores, censurou críticos, desmonetizou canais, etc? Isso se enquadra no “fascismo”, tão solenemente repudiado pelo Cardeal? Ou vale tudo se o pretexto for o combate às “feiquinius”?
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Enquanto Dom Odilo está preocupado com questões que não são da alçada dele, eu como fiel da Arquidiocese, estou aguardando ansiosamente o dia de poder voltar a comungar em minha paróquia, pois nela ainda é “proibido” comungar na boca. Dom Odilo já deveria ter feito uma orientação às paróquias nesse sentido, uma vez que a desculpa da pandemia não cola mais.
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D. Odilio se encontra tal aquela dracma perdida do evangelho, ou errou a escolha, se cre mesmo em nosso Senhor Jesus Cristo tal qual Deus há de ser encontrado por Ele e servi-Lo com a dignidade conveniente,.
E viva Cristo Rei!
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O clero atual está colhendo os frutos pelo abandono do rebanho. Não são mais pastores, e sim meros administradores de circunscrições.
P.S. : Aproveito para dizer que está difícil ler o blog em determinados notebooks com essa fonte nova que escolheram, que é de tamanho muito reduzido.
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Seção “Cultura” no blogue Fratres in Unum: vamos falar de TEATRO?
Já que a igreja conciliar, brasileira e bergogliana é um…
Os fratres se lembram que em 2012, dias antes da renúncia de Bento XVI, o sr. Zé Celso Martinez Corrêa, o “ator-xamã”, realizou uma performance digamos, “profética”, no pátio interno da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, decapitando um boneco representando o referido Papa. Ratzinger renunciou e, horinhas depois, lá estava dom Odilo Cardeal Scherer com um séquito sacro e solene munido de cruzes, círios, turíbulos, água benta e claro, câmeras, coisa que São Paulo não via desde os tempos de dom Carlos Carmelo, realizando um piedoso Ato de Desagravo ao ambiente eclesiástico profanado. Oh! Campanha eleitoral do “Papa Paulo Sétimo” para o conclave cuja data estava marcada. O candidato Odilo Scherer não sabia que a maioria dos cardeais votariam no candidato de esquerda…
Dez anos mais tarde, no último domingo, ando pela capital paulista tentado à ver a comédia Baixa Terapia representada por Antônio Fagundes no TUCA – Teatro da PUC. Duas coisas me desmotivam: o valor do bilhete inteiro e o fato de que, novamente, os átrios da universidade sedizente “católica” encontram-se profanados por uma nova performance sacrílega: mulheres nuas dançaram ao redor da Cruz do pátio interno. Pergunto-me onde está o Cardeal-Arcebispo de São Paulo e suas orações públicas em desagravo à universidade católica. Pasmo fiquei em ler que uma ala da OAB – Ordem dos Advogados do Brasil solicitou isso de Sua Eminência, sem resposta… Ocorre que Francisco não renunciou e nem demonstra querer fazê-lo. Dom Odilo só ia cansar a sua beleza.
E outra, o candidato Papa Paulo Sétimo pode ponderar que se disputou o conclave passado como “ratzingeriano” solene, pode disputar a próxima eleição papal como “bergogliano” das causas sociais, que releva questões “bizantinas” de desagravos, feitiços, rezas, etc.
Para encerrar a coluna teatral, Odilo Scherer é um grande ator!
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P.S. As mulheres nuas em torno da cruz da PUC não têm relação com o espetáculo de Antônio Fagundes, esqueci de distinguir isso no post.
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Muito saudar, amigos !
Não tenho formação religiosa nem muita informação religiosa, mas, apesar disso ou por causa disso mesmo, assino o Fratres in Unum. Isso tem sido muito proveitoso para mim. Gosto de ler os seus artigos e comentários. Aprendo bastante com a leitura do que escrevem os católicos nesta publicação.
A mesma boa experiência, aliás, eu tinha pelo contato com os textos de um pastor assembleiano, até há pouco tempo. Infelizmente ele morreu. Chamava-se Júlio Severo. Os amigos devem tê-lo conhecido. Ele combatia o legebetarismo. Foi, então, perseguido pelo Ministério Público e teve de se exilar na Guatemala, para onde levou a mulher e seus sete filhos. Lá sofreu um enfarte e faleceu. Quem poderia resistir a tamanha pressão? O Ministério Público matou-o!
O Fratres significa, para mim, a Igreja sem censura, a Igreja de entranhas expostas, a Igreja humanizada na relação dos fiéis com os fiéis e dos fiéis com as autoridades eclesiásticas. Dessa perspectiva ficam visíveis os conflitos, as divergências, as diferenças que suscitam influxos políticos aos quais os católicos respondem diversamente.
A discussão franca e aberta que encontro aqui na Fratres in Unum muda a minha percepção da Igreja. Como não congrego em nenhuma comunidade católica, como não participo da vida de nenhuma paróquia, tudo ligado à Igreja parecia aos meus olhos muito formalizado, muito ritualizado, muito uniformizado, muito estranho aos inconformismos que explodem dentro e fora de nós.
Mesmo não sendo um homem de fé, gostaria de encerrar estas linhas escrevendo:
Salve Maria!
Eu acho essas coisas tão bacanas.
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