Por Manoel Gonzaga Castro* | FratresInUnum.com
Como anunciamos, outro evento importante relacionado aos católicos tradicionais ocorrido em outubro foi a 4ª edição da Peregrinação Summorum Pontificum. Desde 2012, o evento tem ocorrido sempre no final de outubro em Roma, com seu término marcado por uma Missa Pontifical na própria Basílica de São Pedro.
Essa peregrinação reúne os católicos ligados à Missa Tridentina vinculados à Comissão Pontificia Ecclesia Dei. Em uma promoção da paz litúrgica e deixando de lado as diferenças, fiéis de todo mundo têm ido a Roma uma vez por ano manifestar sua comunhão com o Santo Padre.
Algumas ausências são sentidas: a FSSPX tem preferido não participar por apontar um silêncio dos participantes sobre pontos que considera críticos em relação ao Concílio Vaticano II e à reforma litúrgica pós-conciliar.
O capelão oficial da peregrinação é o sacerdote francês Claude Barthe, que fora ordenado por Dom Marcel Lefebvre em 1979 no seminário de Écône. Posto à margem da FSSPX, ele foi acusado de sedevacantismo e permaneceu em situação canônica irregular até 2005, quando regularizou seu status junto à Comissão Ecclesia Dei.

União: Pe. Claude Barthe (de pluvial) liderando os peregrinos, ladeado pelos neo-sacerdotes Tomás Parra (esq.) e Pedro Gubitoso (dir.), ambos do IBP e da Montfort, ordenados recentemente no Brasil por Dom Athanasius Schneider, amigo igualmente de Montfort e TFP.
Este ano, a peregrinação contou com a presença de 200 sacerdotes e seminaristas e com cerca de dois mil fiéis, vindos de todo o mundo. Entre os institutos a participar, destacam-se a Fraternidade Sacerdotal São Pedro, o Instituto do Bom Pastor e o Instituto Cristo Rei e Soberano Pontífice.
Do Brasil, os principais participantes são os membros da Associação Cultural Montfort, que, desde o início dessas peregrinações, tem se ocupado em organizar caravanas para a Cidade Eterna com esse propósito. O alto custo das viagens nunca foi dificuldade para o grupo, que, generosamente, não poupa esforços para estar presente, sempre com um número considerável de peregrinos.
Unidade na diversidade
Na peregrinação se irmanam institutos de tendências diversas — por exemplo, o Instituto Cristo Rei, amigo da TFP de longa data, e o IBP, historicamente próximo à Montfort (embora o IBP tenha, no Padre Raffray, superior da América Latina, também um simpatizante da TFP).
Igualmente demonstrando abertura e superação de divergências passadas, a organização da peregrinação, que hoje tem por delegada brasileira a Sra. Lucia Zucchi, em 2013 convidou para celebrar a Missa Solene Pontifical de encerramento, na Basílica de Santa Maria sopra Minerva, o bispo da Administração Apostólica Dom Fernando Arêas Rifan.
É belo ver pessoas que habitualmente que se evitam, reencontrarem-se diante da Sé de Pedro para dar testemunho da plena comunhão. Trata-se da busca sincera da “reconciliação interna no seio da Igreja”, como pediu Bento XVI (Carta aos Bispos que acompanha o motu proprio Summorum Pontificum).
Oxalá mais e mais brasileiros possam participar desse evento, que aumenta a visibilidade da liturgia tradicional e permite a todos uma manifestação visível de fidelidade ao Santo Padre, cum Petro e sub Petro.
* Fale com o autor: manoelgonzagacastro@gmail.com