Quo Primum.

Nova Constituição Apostólica contra a Missa de sempre? E agora?

Há rumores de que, após a morte do Papa Bento XVI, o Cardeal Arthur Roche, prefeito do Discatério para o Culto Divino e a Disciplina dos sacramentos teria dito ao Papa Francisco: “Podemos, agora, assinar o documento”.

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Os primeiros vazamentos indicam que haveria não apenas maior repressão do rito romano tradicional – o qual não poderia mais ser celebrado exclusivamente em nenhuma igreja e nunca aos domingos, com total proibição do ritual romano e do pontifical tradicionais –, mas também os sacerdotes que celebram segundo o Vetus Ordo seriam obrigados a celebrar a Missa Nova.

Prevê-se que tais medidas possam impactar os institutos em que o uso do rito tradicional é permitido. Exatamente por isso, alguns grupos já começaram a argumentar em seu favor a partir do seu direito particular.

Trata-se de uma medida milimetricamente calculada pelos progressistas que se apoderaram do Vaticano, com Papa Francisco à cabeça, para promover uma espécie de “excomunhão branca”, um chega-pra-lá nos grupos tradicionais, para que os revolucionários tenham completa hegemonia na destruição do catolicismo de sempre.

Obviamente, os grandes favorecidos por tais previsões seriam os grupos tradicionalistas autônomos, os quais têm, naturalmente, crescido bastante nos últimos tempos desse pontificado tenebroso. Quem perde, lamentavelmente, é a Igreja como um todo, que ficaria ainda mais exposta ao debandar das paróquias uma parte qualitativamente significativa dos seus fiéis.

A nossa posição, a se concretizar o rumor, será a da simples desobediência a essas normativas totalmente descabidas. Quando promulgou o Missal, S. Pio V restaurou o Rito Romano em sua mais original fidelidade, com todo o desenvolvimento orgânico que ele “sofreu” ao longo dos séculos. Na Bula que o inicia, o Santo Papa escreve:

“Da mesma forma decretamos e declaramos que os Prelados, Administradores, Cônegos, Capelães e todos os outros Padres seculares, designados com qualquer denominação, ou Regulares, de qualquer Ordem, não sejam obrigados a celebrar a Missa de outro modo que o por Nós ordenado; nem sejam coagidos e forçados, por quem quer que seja, a modificar o presente Missal, e a presente Bula não poderá jamais, em tempo algum, ser revogada nem modificada, mas permanecerá sempre firme e válida, em toda a sua força” (Bula Quo Primum Tempore, art. 9).

A nossa resposta, portanto, é a da resistência filial, em total fidelidade à tradição, sem abandonarmos jamais a estrutura da Igreja, entregando-a aos vândalos, mas, ao contrário, marcando devidamente a nossa persistente e clara adesão à Missa de Sempre. Posição, de fato, que é a mais incômoda para os inimigos da Igreja e a mais sacrificada para nós, contando, exatamente por isso, com a marca distintiva dos verdadeiros discípulos de Nosso Senhor: a marca da Santa Cruz!

Francisco bloqueou a excomunhão de um jesuíta abusivo?

Matéria recebida de leitor, sem identificação do tradutor — a quem agradecemos desde já e nos colocamos à disposição para dar os devidos créditos.

* * * 

Trata-se de um dos mais famosos arquitetos de mosaicos, responsável, inclusive, pelos novos e horrendos mosaicos de Aparecida. Era considerado um homem místico e há dias recebeu um doutorado honoris causa na PUCPR.

Por Carlos Esteban, InfoVaticana, 05 de dezembro de 2022 – O padre jesuíta esloveno Marko Iván Rupnik foi acusado “com credibilidade” de absolver seu cúmplice em um caso de abuso sexual, o que corresponde à excomunhão. Mas o Messa in Latino tem informações de que o Papa poderia ter bloqueado o processo.

O Papa bloqueou a excomunhão latae sententiae de um de seus irmãos jesuítas, o famoso padre e pintor padre Rupnik, segundo o blog Messa in Latino. O blog refere-se à publicação em Left.it de que o conhecido teólogo e artista jesuíta Pe. Marko Ivan Rupnik SJ foi acusado de violência sexual e abuso psicológico por algumas freiras.

As fontes do blog confirmam a informação, especificando que houve uma sentença canônica no início deste ano. A sentença, segundo a nossa fonte, refere-se a um processo de absolvição do cúmplice na confissão, crime canónico gravíssimo reservado aos Tribunais da Congregação para a Doutrina da Fé. A sentença, proferida por unanimidade pelo Tribunal Eclesiástico, relata como o jesuíta teria absolvido uma mulher (maior de idade e consentida) com quem mantinha relações de “sexta classe” em confissão. Este delito canônico está estipulado no cânon 977 do Código de Direito Canônico. O crime é punível com excomunhão latae sententiae. O Tribunal, tendo verificado o fato, reconheceu que o Pe. Rupnik foi excomungado de acordo com os cânones 977 e 1378, primeiro parágrafo.

Porém, poucas horas após a notificação da sentença, por pressão do Pe. Rupnik, o Santo Padre levantou a excomunhão, em contraste com as decisões judiciais.

Os abusos de Rupnik datariam de mais de 30 anos, porém, embora prescritos (as vítimas eram maiores de idade), o procurador-geral jesuíta ainda teria pedido que o encaminhasse a julgamento por terem sido definidos como “terríveis”. Apesar disso, parece que, por intervenção do Santo Padre, o processo não foi realizado justamente porque foi “prescrito”.

Nunciatura apenas para os eleitos.

Um leitor nos escreve:

Prezados, bom dia. Salve Maria!

Em tentativa de envio de comunicação à Nunciatura Apóstólica deparei-me com uma restrição que deve ser recente. Doravante, o envio de correspondência por meio eletrônico depende de Carta de Apresentação do bispo diocesano, sem a qual o e-mail será descartado sem leitura.
 
NUNCIATURA
 
 
Assim, quem quiser reclamar do bispo ao Papa só poderá fazê-lo com a prévia anuência do reclamado. Vai daí que, mesmo quando o objeto da correspondência não disser respeito diretamente à pessoa do ordinário mas a qualquer assunto que não conte com a sua simpatia, escassas serão as chances de algum acolhimento.
 
Compreende-se que a Nunciatura deva receber de fato muitos e-mails por dia e que a triagem deles deve requerer algum empenho, mas pode-se perguntar: onde não é assim?
 
Pelo visto a expressão “Vá reclamar ao Papa!” também se encontra em/de saída.

Ó Maria Santíssima, salvai o Brasil!

Por Padre Jerome Brown, FratresInUnum.com, 25 de outubro de 2022 – O brasileiro acordou na manhã do dia 25 de outubro com uma notícia cheia de paz:

O Presidente da República consagrou o Brasil a Nossa Senhora.

A consagração que membros do clero impediram, no dia 12 de outubro, finalmente ocorreu.

Não compreenderá a importância desse ato quem ignore o Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem de S. Luís Maria Grignon de Montfort.

Por ser Mãe de Deus, o mundo inteiro pertence a Maria. Os pastorinhos de Fátima, observando o único ornamento que Nossa Senhora trazia, um globo dourado que pendia de seu pescoço por um cordão de ouro, compreendam que o mundo inteiro depende de Maria.

Daí a consagração consiste em oferecer humilde e livremente a Maria o que já lhe é seu por direito.

E feito isso, o que é consagrado se une de tal forma a Nossa Senhora que suas próprias ações são apresentadas diante de Deus com os méritos incontáveis de Maria.

Tratando-se da consagração de uma família, de uma paróquia ou mesmo de um país, quem a faz não necessariamente será a pessoa mais virtuosa, mas aquela a quem foi confiada a guia daquela instituição. Portanto, no caso de uma nação, é o Chefe do Governo que a deve proferir.

E assim se fez.

E assim a Providência mostra os seus caminhos… e as suas lições.

Uma consagração que a hierarquia modernista não permitiu.

Por um presidente que desde o início foi enxovalhado pelos Bispos esquerdistas, uma minoria barulhenta, e abandonado pelos Bispos covardes, uma maioria escandalosamente silenciosa.

Uma consagração insistida, organizada, preparada por católicos considerados de segunda classe, católicos que não encontraram o diálogo e a acolhida dos padres e bispos sempre tão acolhedores para com os inimigos da fé.

Católicos cancelados, condenados a morrer de fome pelos mesmos que foram postos à frente da casa de Deus para dar a cada um a sua medida de trigo.

Esses católicos, muito mais do que se possa imaginar, clandestinos muitas vezes, cheirando a confessores da fé, no meio da noite, unidos ao Presidente, entregaram um país nas mãos imaculadas de Maria.

O que acontecerá agora?

Tudo está nas mãos d’Ela.

Não sabemos o futuro, mas temos a certeza de que na noite da Festa de S. Rafael de 2022, semelhante à noite da Festa de S. Vicente de 1830, Nossa Senhora disse a cada brasileiro o mesmo que disse a Santa Catarina Labouré:

“Quando tudo parecer perdido, Eu estarei lá!”

Obrigado, presidente!

O Brasil verdadeiramente católico lhe agradece, apoia, reza pelo sua salvação, reza pelo senhor.

Dom Odilo e a sua análise do cenário eleitoral.

FratresInUnum.com, 15 de agosto de 2022 – Dom Odilo Scherer, cardeal arcebispo de São Paulo, publicou um artigo em “O Estado de São Paulo” no último sábado, dia 13; o mesmo artigo foi publicado no site da arquidiocese de São Paulo, mas o site da arquidiocese está fora do ar.

O artigo divide-se basicamente em duas partes, que talvez pudessem ser intituladas “primeiro turno” e “segundo turno”.

Na primeira parte, ele critica a polarização ente “candidato a” e “candidato b”… Deixaria ele ao leitor a conclusão de que seria interessante considerar-se a chamada “terceira via”, a mesma que seria encabeçada por Moro, depois por Dória e, por fim, por Tebet e Gabrilli?… É interessante notar que a hipótese de uma ascensão da “terceira via” não está fora de cogitação, especialmente com a possibilidade de que um dos candidatos que perdesse numa projeção confiável viesse a renunciar à eleição, alegando, por exemplo, motivos de saúde ou idade avançada.

Dom Odilo também chama a atenção para o fato de que a eleição é exageradamente concentrada sobre o poder executivo, deixando-se o legislativo meio de que lado. Bem… digamos que o problema não seja propriamente atual. Parece que o eminentíssimo está um tanto chovendo no molhado.

De fato, esses eclesiásticos que não querem polemizar para não verem a sua carreira de nenhum modo manchada, para darem sempre a impressão de que são equilibrados e estão por cima das contradições e dos jogos de interesses, vivem a falar e a escrever obviedades, “lugares comuns”, chavões compartilháveis por qualquer pipoqueiro da esquina, desprovidos de qualquer relevância.

Contudo, a coisa continua. O arcebispo de São Paulo começa a criticar o que ele mesmo chama de “crise social brasileira”. Aqui, começaria, a nosso ver, a segunda parte do artigo.

Ele menciona o preço dos produtos, de comidas a remédios, o desemprego, a fome, o aumento dos moradores de rua, a crise ambiental (aquela bajuladinha bergogliana não poderia faltar, não é mesmo?…). Ele também menciona o crescimento da violência, falsificando o fato de que, nos últimos anos de governo, esta caiu consideravelmente, coisa que se vê pela gigantesca diminuição do número de assassinatos.

Mas, o mais interessante, é que, neste momento, o eminentíssimo faz aquela pausa poética para uma pergunta retórica cheia de ironia tosca (sim, porque, às vezes, a malícia só não excede a enormidade enciclopédica da inépcia): “Tudo culpa da pandemia de covid-19? Da guerra na Ucrânia?”

Ora, cardeal, mas será que vossa eminência ignora o fato de que vivemos uma crise internacional de dimensões impressionantes? A pandemia quebrou a economia da maior parte dos países, até a inflação americana está altíssima, o que impacta diretamente a economia de todas as nações, há alta no preço dos combustíveis por todo lado, e, depois dessa catástrofe sanitária, a calamidade de uma guerra está abalando todos mercados do mundo. Que coisa feia justamente um cardeal fazer-se de bobo e ignorar que, de fato, estamos num momento delicadíssimo política e economicamente, que tudo isso tende a se agravar com a crise entre Taiwan e China, que pode eclodir proximamente, e que não podemos ficar imunes a nada disso… É verdade que ele afirma “não se desconhece nem se subestima a influência de tais fatores circunstanciais, mas nosso problema não é novo e a atual crise social brasileira é mais velha que esses fatores”, mas qualquer criança sabe que tais “fatores circunstanciais” dificultam ainda mais o solucionamento dessas crises. Não é necessária muita inteligência para perceber que este discurso é tão somente uma retórica que esconde outras presumíveis intenções. Prossigamos.

Logo na sequência, ele ainda se ressente: “Que pena, estamos desperdiçando energias na reafirmação da confiabilidade das urnas eletrônicas”? Mas, por que, eminência? Será que a infalibilidade das urnas eletrônicas é um novo dogma de fé, a ser professado por todos os católicos? Se o Brasil tivesse inventado um sistema imune a fraudes, que são problemas ocorrentes em todas as democracias do mundo, a esta altura, todos os países estariam importando essa tecnologia que, além daqui, existe apenas no Butão e em Bangladesh… Não parece óbvio?

No entanto, pior do que as pautas que o cardeal releva são aquelas que ele silencia. Sim, porque há omissões que denunciam mais que comissões e silêncios que gritam mais do que verdadeiros brados…

Ele releva com exclusividade as pautas da esquerda que são concentradas sobre a política social, enquanto finge não ver as demais pautas, aquelas que confrontam diretamente os interesses do eleitor católico: o aborto, a ideologia de gênero, o movimento homossexual, a legalização das drogas, o controle das mídias sociais, a regulação da imprensa, a intolerância religiosa – temas que são os mais importantes, sobretudo quando estamos a viver uma perseguição contra os católicos na Nicarágua. Dom Odilo faz parte da presidência do CELAM. Onde está uma condenação ao totalitarismo de Ortega, que fechou rádios católicas e prendeu um bispo? Onde está a preocupação do purpurado com o apoio que Lula deu ao regime nicaraguense no ano passado, na sua entrevista ao El País?

Esses temas serão solenemente ignorados pela maior parte dos bispos brasileiros. Evita-se tratar do assunto porque a pauta seria facilmente sequestrada pela direita. É sobre isso: trata-se de reconduzir Lula ao poder, ainda que se disfarçando de “terceira via”.

O cardeal volta à sopa das mazelas da “crise social brasileira” para, de improviso, sair com uma cutucada: “Populismos messiânicos, de qualquer matiz, já se mostraram danosos e ineficazes para resolver os problemas dos povos”. Aqui, ele falta dar nome e cpf do criticado.

Infelizmente, Dom Odilo se comporta exatamente como o estereótipo do “bispo melancia”: verde por fora, vermelho por dentro. É uma pena! Triste saber que um eclesiástico deste porte um dia foi considerado de confiança por ninguém menos que o Papa Bento XVI. Só que nada disso é uma surpresa… Quem não se lembrará das manifestações de amor devoto com a qual Dom Odilo falava de Lula em 2018, no evento comemorativo do acordo Brasil-Santa Sé (vídeo)?

Sobre o mea culpa do Papa Francisco no Canadá.

Por Roberto de Mattei, Corrispondenza Romana, 27 de julho de 2022 | Tradução: Hélio Dias Viana – A Igreja Católica, fiel ao mandato do seu divino Mestre de “ir por todo o mundo e pregar o Evangelho a toda criatura” (Mar.16,15), realiza desde a sua fundação uma vasta obra missionária com a qual não só trouxe a Fé ao mundo, mas também a civilização, santificando lugares, povos, instituições e costumes. Graças a este trabalho, a Igreja civilizou também os povos das Américas, que estavam imersos no paganismo e na barbárie.

A primeira missão jesuíta do Canadá entre os índios iroqueses, dirigida pelo padre Charles Lalemant (1587-1674), desembarcou em Québec em 1625. Em 1632 chegou uma nova missão, conduzida pelo padre Paul le Jeune (1591-1664). O padre Jean de Brébeuf (1593-1649) voltou em 1633 com dois outros sacerdotes. De choça em choça, começaram a instruir crianças e adultos no Catecismo. Mas alguns feiticeiros convenceram os índios de que a presença dos padres atraía secas, epidemias e outras calamidades. Assim, os jesuítas decidiram proteger os catecúmenos isolando-os em cidades cristãs. A primeira foi construída a quatro milhas de Québec. Constava de um forte, uma capela, casas,  um hospital e uma residência para os padres.

Ao mesmo tempo, alguns voluntários se ofereceram para converter os índios: Santa Maria da Encarnação Guyart Martin (1599-1672), uma irmã ursulina originária de Tours que com outras duas freiras havia fundado um internato em Québec para ensinar crianças indígenas; Dona Marie Madeleine de la Peltrie (1603-1671), viúva francesa que fundou com algumas Irmãs Hospitaleiras de Dieppe um hospital, também em Québec; membros da Sociedade de Nossa Senhora que com a ajuda do padre sulpiciano Jean Jacques Olier (1608-1657) e da Companhia do Santíssimo Sacramento fundaram em 1642 a Ville Marie de Montréal, a partir da qual nasceria a atual Montréal.

Mas os iroqueses se mostraram irredutivelmente hostis. Haviam mutilado atrozmente e coberto de brasas o padre Isaac Jogues (1607-1646) e seu coadjutor, padre René Goupil (1608-1642). Em março de 1649, os iroqueses martirizaram os padres Jean de Brébeuf e Gabriel Lalemant (1610-1649). Empalaram o padre Brébeuf com barras de ferro quente e lhe arrancaram pedaços de carne, que devoraram diante de seus olhos. Vendo que o mártir não parava de louvar a Deus, arrancaram-lhe os lábios e a língua e enfiaram tições acesos em sua garganta. O padre Lalemant foi torturado pouco depois com crueldade ainda maior. Mais tarde, um selvagem esmagou sua cabeça com um machado e arrancou-lhe o coração, bebendo seu sangue para assimilar sua força e coragem. Em dezembro, uma nova onda de ódio feroz produziu dois novos mártires, dos padres Charles Garnier (1605-1649) e Noël Chabanel (1613-1649). Os oito missionários jesuítas, conhecidos como Mártires do Canadá, foram beatificados por Bento XV em 1625 e canonizados por Pio XI em 1930.

Esses episódios fazem parte da memória histórica do Canadá e não podem ser esquecidos. Como jesuíta o Papa Francisco deveria estar familiarizado com esta epopeia, narrada entre outros por seu colega de Ordem padre Celestino Testore, em seu livro Os santos mártires do Canadá, publicado em 1941.

Mas, sobretudo, o Santo Padre deveria ter tratado com maior prudência o caso da suposta descoberta de valas comuns nas residências estudantis para índios do Canadá — rede de escolas fundada pelas autoridades e confiada principalmente à Igreja Católica, embora também em parte (30%) à anglicana canadense, com vista à integração do corpo discente na cultura nacional, de acordo com a Lei de Civilização Gradual aprovada pelo Parlamento em 1857. Nas últimas décadas, a Igreja Católica tem sido acusada de participar de um plano de extermínio cultural dos povos indígenas, cujos filhos teriam sido arrancados de suas famílias para serem doutrinados e, às vezes, submetidos a tratamentos abusivos para assimilá-los à cultura dominante. Em junho de 2008, com base em posturas indigenistas, as autoridades canadenses pediram perdão oficialmente aos indígenas e criaram uma Comissão de Verdade e Reconciliação para os internatos de índios.

Apesar dos 71 milhões de dólares recebidos, os investigadores da comissão trabalham há sete anos sem encontrar tempo para consultar os arquivos dos Oblatos de Maria Imaculada, a Ordem religiosa que no final do século XIX começou a administrar os internatos. Enquanto isso, graças às informações coletadas nesses arquivos, o historiador Henri Goulet, em sua Histoire des pensionnats indiens catholiques au Québec. Le rôle déterminant des pères oblats (Presses de l’Université de Montréal, 2016) [História dos pensionatos indígenas católicos em Québec. O papel determinante dos padre oblatos], mostrou que os Oblatos eram os únicos defensores da língua e do modo de vida tradicional dos índios do Canadá, ao contrário do governo e da igreja anglicana. Essa linha de pesquisa historiográfica é confirmada pelos trabalhos de um dos maiores estudiosos internacionais da história da religião no Canadá, o professor Luca Codignola Bo, da Universidade de Gênova.

Da acusação de genocídio cultural se passou para a de genocídio físico. Em maio de 2021, a antropóloga Sarah Beaulieu, depois de inspecionar com georadar o terreno adjacente ao internato de Kamloops, levantou a hipótese da existência de uma vala comum, sem ter realizado nenhuma escavação. As alegações da antropóloga, divulgadas pela grande mídia e endossadas pelo primeiro-ministro Trudeau, deram origem a teorias muito variadas, algumas das quais afirmam que centenas de crianças teriam sido mortas e enterradas clandestinamente em valas comuns ou túmulos irregulares em terrenos de escolas católicas no Canadá.

A notícia é totalmente infundada, pois nenhum corpo foi desenterrado, como documentou Vik van Brantegem no blog Korayzm.org em 22 de fevereiro. Em 1º de abril, o blog UCCR publicou uma entrevista detalhada com o historiador Jacques Rouillard, professor emérito de História da Universidade de Montréal, na qual ele nega categoricamente o genocídio cultural e físico dos indígenas canadenses e a existência de valas comuns nos internatos Ele está convencido de que por trás de todo o caso se oculta uma tentativa de obter indenizações milionárias. Em 11 de janeiro, o próprio professor Rouillard publicou um extenso artigo no site canadense Dorchester Review, no qual afirma que nas supostas valas comuns do internato de Kamloops não foram encontrados nenhum corpo de menor, enterros clandestinos ou qualquer outro enterro irregular. Atrás das escolas não há senão cemitérios, nos quais foram enterrados não apenas os alunos, mas também a população local e os próprios missionários. Com base na documentação apresentada por Rouillard, entre 1915 e 1964 morreram 51 crianças. Foi encontrada a documentação sobre a causa mortis de 35 delas, a maioria por doença e alguns por acidentes.

Um novo artigo publicado pelo professor Tom Flanagan e pelo juiz Brian Gesbrecht em 1º de março na Dorchester Review confirma não haver a menor indicação de que um único menor tenha sido assassinado nos 113 anos de história dos internatos católicos. De acordo com os dados fornecidos pela Comissão para a Verdade e Reconciliação, a taxa anual de mortalidade entre os alunos em internatos era uma média de quatro por mil, principalmente por tuberculose ou gripe.

Parece que as escavações foram finalmente autorizadas em Kamloops, mas, como diz o professor Rouillard, teria sido melhor tê-las feito no outono passado, para que se conhecesse a verdade, evitando assim que o Papa Francisco pedisse perdão por hipóteses não comprovadas. Um intelectual canadense o expressa com estas palavras: “Parece inacreditável que um estudo preliminar sobre uma suposta vala comum em um pomar tenha desencadeado uma avalanche de reivindicações com o aval das autoridades canadenses, as quais tenham sido reproduzidas pela mídia de todo o mundo. Não se trata de um conflito entre a história oficial e a história indígena transmitida oralmente, mas entre esta última e o senso comum. Até o momento não foram feitas exumações nem se encontraram restos. Uma acusação criminal requer provas verificáveis, especialmente se o autor do delito tiver morrido há muito tempo. Portanto, é importante que as escavações sejam feitas o quanto antes, para que a verdade prevaleça sobre a fantasia e as emoções. Se o que se quer é a reconciliação, não é preferível investigar e contar toda a verdade antes de inventar mitos sensacionalistas?»

Lançamento: Catecismo do Eleitor Católico.

Nossos amigos do apostolado Obras Católicas continuam com seu grande trabalho de restauração da literatura sepultada pelos inimigos da Igreja. Parabéns e sigam em frente!

* * *

Essa é a republicação de uma pequena mas valorosa obra escrita originalmente no ano de 1960 pelo Revmo. Padre Edmundo Henrique Dreher (Companhia de Jesus), um grande educador e exemplar sacerdote que, assim como ele mesmo vai dizer em seu prefácio, o fez com a intenção de prestar “um serviço a Deus, à Igreja e à pátria”.

Compre aqui.

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O intento do “CATECISMO DO ELEITOR CATÓLICO” é suprir uma lacuna que se encontra na maioria dos catecismos católicos editados em língua vernácula, no que concerne à exposição do 4º mandamento da Lei de Deus. Não se expõem nesses catecismos ou, ao menos, não se expõem com a minúcia e a clareza merecidas, os deveres cívicos dos católicos como, por exemplo, o de votarem, e de votarem bem; nem, muito menos ainda, se trata do dever da Igreja de orientar seus filhos acerca da desobriga do voto, mormente em tempo de eleições políticas. A consequência imediata deste lamentável estado de coisas é a de se deparar com católicos, e mesmo com bem intencionados, que julgam os deveres cívicos um assunto de alçada exclusivamente política, como se não assistisse à Igreja o menor direito de orientá-los. E a consequência mediata é a de vermos, com o coração confrangido, nações inteiras, de origem e sentimento católicos, fadadas por Deus a grande prosperidade temporal, desgovernadas politicamente por hábeis aproveitadores que, esquecidos de sua dignidade não só de cristãos, mas mesmo de homens, fomentam entre os cidadãos católicos a ignorância dos deveres cívicos-religiosos, com medo de que, esclarecidos, lhes pudessem interceptar a fonte de seu vergonhoso e impatriótico enriquecimento. Desejando, pois, suprir tal lacuna, o “CATECISMO DO ELEITOR CATÓLICO” propôs-se a esclarecer o eleitorado católico de tal sorte que tome plena consciência do seu sagrado dever cívico-religioso, em cujo cumprimento não poderá, por vezes, furtar-se a aceitar os conselhos de sua santa mãe, a Igreja, a qual, porque quer a salvação eterna de seus filhos, deve querer também a sua prosperidade temporal. Não cabe dúvida de que a Igreja é também competente em matéria de deveres cívicos, porquanto toda a vez que o católico se defrontar com um dever, seja ele de que ordem for, entra no campo moral e, como sabido, a Igreja não só é competente no que concerne à fé, mas também no que diz respeito à moral.

TITULO: Catecismo do eleitor católico

ISBN: 978-65-89613-44-2

FORMATO: 10,0 x 14,0cm

CAPA: Brochura

LAMINAÇÃO: Fosca

MIOLO: 60 Paginas em Offset 75g

ACABAMENTO: PUR + Refile + Shirink Individual

Saudades de Sião.

Por Padre Jerome Brown, FratresInUnum.com, 23 de julho de 2022 – No Salmo 136 (137), o povo hebreu senta-se junto aos rios da Babilônia e chora não apenas por estar no exílio, mas, sobretudo, por “saudades de Sião”. O cativeiro por si mesmo já era um sofrimento, mas a recordação de Jerusalém, saber que ela existia, e que – dor maior – ele não estava lá por causa de seus próprios pecados, conduzia-o às lagrimas.

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Assim, os rios de Babilônia se encontravam com os rios das lágrimas de um povo castigado por seus pecados que não podia parar de pensar em um “se” sempre mais doloroso: “e se estivéssemos em Jerusalém…”

Há uma semana partia desse mundo S. A. I. R. Dom Luiz de Orleans e Bragança.

Numa entrevista a uma apresentadora estupefata, na década de 90, seu irmão e agora Chefe da Casa Imperial, S. A. I. R. Dom Bertrand, com sobrenatural naturalidade afirmava a castidade de seu irmão (e também a própria), uma vez que escolheram por não casar. E, com a simplicidade própria dos grandes, dizia que sendo católicos, não sendo casados, viviam puramente.

Nessa semana, considerando o passamento de Sua Alteza Imperial e Real, pensava eu num “se”.

O que seria do Brasil se fosse governado por um homem casto?

E pareceu-me ver como um castigo de Deus que não fosse assim. Um castigo merecido. Esse Brasil imoral, do funk, do carnaval, do orgulho gay, do adultério, da pornografia… não merecia um Imperador casto.

Como o Brasil maçom e positivista não mereceu a Princesa Isabel.

O exílio da Princesa foi um castigo divino para o Brasil. Castigo que perdura.

A providência quis que Dom Luiz partisse no mesmo dia em que a Igreja celebra o Imperador Santo Henrique, que mesmo tendo se casado com Santa Cunegundes, viveu virginalmente e, quando de sua morte, sua esposa estava ilibada.

A monarquia, particularmente considerando os últimos chefes da Casa Imperial, é a Jerusalém do povo brasileiro — povo que precisa chorar os seus pecados para lavar sua imundície e merecer um governante totalmente submetido a Deus e à Santa Igreja.