Desespero de causa. A Mensagem sobre a CF do Papa Francisco.

FratresInUnum.com, 17 de fevereiro de 2021 – A coisa deve estar fervendo nas altas cúpulas da CNBB. A crise gerada pela divulgação das heresias ideológicas do Texto Base da Campanha da Fraternidade (CF) provocou tal revolta no povo católico que as Excelências tiveram que apelar para o único argumento que lhes restou: o argumento de autoridade patrocinado pela Mensagem do Papa Francisco.

Acontece que, no texto, Francisco não faz senão um endosso do tema da Campanha, o qual não foi nem de longe o objeto da crítica dos fiéis. Deste modo, parecendo respaldar os bispos, Francisco apenas se esquiva das questões ferventes, bem naquele estilo jesuítico atualmente conhecido por todo o orbe católico.

De fato, eles estão desesperados! A hemorragia de críticas se tornou incontrolável e a única alternativa que lhes resta é desfraldar esta pífia nota e rezar (se é que lhes passa pela cabeça tal coisa) para que a fervura se acalme.

Enquanto isso, pelas redes, os fiéis se mantêm firmes e fortes.

O movimento de adesão ocorrido nos últimos dias, que atraiu o apoio de padres e bispos, foi de baixo para cima: ou seja, os pastores apenas atenderam o clamor dos seus fieis e resolveram se posicionar de acordo com eles. Não se trata de uma articulação da hierarquia para mobilizar o povo, mas exatamente o contrário: é o povo que está provocando uma atitude sadia no clero e, quando ele corresponde à altura, é o próprio povo que o aplaude e estimula.

A carta de Francisco chega para tentar inibir especialmente os bispos, mas todos sabem que será impossível silenciar o grito do dos fiéis.

Por outro lado, se o próprio Francisco diz que os pastores devem ter cheiro de ovelhas e que eles precisam seguir sensus fidelium ao invés de lhes impor uma direção, parece que agora ele deixa o campo ainda mais livre para a polêmica sobre os pontos que realmente interessam: a ideologia de gênero, o gayzismo, o sincretismo religioso e, sobretudo, o dinheirismo que está sob isso tudo.

A popularidade do Papa está mais baixa que o Mar Morto e a sua tentativa de salvar a pele dos amiguinhos brasileiros apenas vai deixar os fiéis com mais sangue nos olhos. Era muito mais fácil pedir desculpas, suprimir os textos problemáticos ou até mesmo derrogar o texto base e substituí-lo por outro mais consensual. Mas essa gente veio mesmo é para dividir e cinicamente usar o discurso da “união” como método para calar os discordantes.

O que eles não esperavam era que o povo estivesse tão acordado como está. O flagrante foi dado, as pessoas estão revoltadas, a crise é irreversível, a CF teve a sua maior perda da história e tudo isso apenas serviu para deixar as pessoas ainda mais vacinadas contra a teologia da libertação.

Os poucos padres e bispos que se levantaram são apenas uma ínfima amostra de um movimento silencioso que cresce há décadas e por todos os lados: a CF é uma inciativa odiosa e todo o episódio atual não passa de um boicote barulhento que sucedeu um boicote silencioso que continuará acontecendo, a despeito de cartas papais ou choradeiras episcopais.

Abaixo, a íntegra da Mensagem do Papa Francisco.

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Mensagem do Papa Francisco por ocasião da Campanha da Fraternidade 2021.

Fonte: Vatican News

Queridos irmãos e irmãs do Brasil!

Com o início da Quaresma, somos convidados a um tempo de intensa reflexão e revisão de nossas vidas. O Senhor Jesus, que nos convida a caminhar com Ele pelo deserto rumo à vitória pascal sobre o pecado e a morte, faz-se peregrino conosco também nestes tempos de pandemia. Ele nos convoca e convida a orar pelos que morreram, a bendizer pelo serviço abnegado de tantos profissionais da saúde e a estimular a solidariedade entre as pessoas de boa vontade. Convoca-nos a cuidarmos de nós mesmos, de nossa saúde, e a nos preocuparmos uns pelos outros, como nos ensina na parábola do Bom Samaritano (cf. Lc 10, 25-37). Precisamos vencer a pandemia e nós o faremos à medida em que formos capazes de superar as divisões e nos unirmos em torno da vida. Como indiquei na recente Encíclica Fratelli tutti, «passada a crise sanitária, a pior reação seria cair ainda mais num consumismo febril e em novas formas de autoproteção egoísta» (n. 35). Para que isso não ocorra, a Quaresma nos é de grande auxílio, pois nos chama à conversão através da oração, do jejum e da esmola.

Como é tradição há várias décadas, a Igreja no Brasil promove a Campanha da Fraternidade, como um auxílio concreto para a vivência deste tempo de preparação para a Páscoa. Neste ano de 2021, com o tema “Fraternidade e Diálogo: compromisso de amor”, os fiéis são convidados a «sentar-se a escutar o outro» e, assim, superar os obstáculos de um mundo que é muitas vezes «um mundo surdo». De fato, quando nos dispomos ao diálogo, estabelecemos «um paradigma de atitude receptiva, de quem supera o narcisismo e acolhe o outro» (Ibidem, n. 48). E, na base desta renovada cultura do diálogo está Jesus que, como ensina o lema da Campanha deste ano, «é a nossa paz: do que era dividido fez uma unidade» (Ef 2,14).

Por outro lado, ao promover o diálogo como compromisso de amor, a Campanha da Fraternidade lembra que são os cristãos os primeiros a ter que dar exemplo, começando pela prática do diálogo ecumênico. Certos de que «devemos sempre lembrar-nos de que somos peregrinos, e peregrinamos juntos», no diálogo ecumênico podemos verdadeiramente «abrir o coração ao companheiro de estrada sem medos nem desconfianças, e olhar primariamente para o que procuramos: a paz no rosto do único Deus» (Exort. Apost. Evangelii gaudium, n. 244). É, pois, motivo de esperança, o fato de que este ano, pela quinta vez, a Campanha da Fraternidade seja realizada com as Igrejas que fazem parte do Conselho Nacional das Igrejas Cristãs do Brasil (CONIC).

Desse modo, os cristãos brasileiros, na fidelidade ao único Senhor Jesus que nos deixou o mandamento de nos amarmos uns aos outros como Ele nos amou (cf. Jo 13,34) e partindo «do reconhecimento do valor de cada pessoa humana como criatura chamada a ser filho ou filha de Deus, oferecem uma preciosa contribuição para a construção da fraternidade e a defesa da justiça na sociedade» (Carta Enc. Fratelli tutti, n. 271). A fecundidade do nosso testemunho dependerá também de nossa capacidade de dialogar, encontrar pontos de união e os traduzir em ações em favor da vida, de modo especial, a vida dos mais vulneráveis. Desejando a graça de uma frutuosa Campanha da Fraternidade Ecumênica, envio a todos e cada um a Bênção Apostólica, pedindo que nunca deixem de rezar por mim.

Roma, São João de Latrão, 17 de fevereiro de 2021.

[Franciscus PP.]

Insuficiente e medrosa. A nota da CNBB que não mudou nada.

FratresInUnum.com, 10 de fevereiro de 2021 – Ontem, praticamente no mesmo horário em que o CDB fazia o lançamento do seu último vídeo para mostrar aonde são aplicados os fundos da Coleta do Domingo de Ramos, a presidência CNBB lançou uma pálida nota para tentar estancar a hemorragia da polêmica sobre a CF2021.

Na prática, a nota não mudou absolutamente nada. Não houve nenhum pedido de desculpas nem a exclusão dos textos problemáticos nem muito menos a derrogação do Texto Base. Tudo continua igual ao que estava antes.

A única “novidade” da nota foi o fato de que a presidência se esquivou da autoria do texto e jogou a batata quente nas mãos ecumênicas do CONIC, como se este organismo estivesse realmente interessado em conservar a ortodoxia do catolicismo. É como se o STF responsabilizasse o Fernandinho Beira-mar pela interpretação do Código Penal e dissesse em seguida que tem para com ele alguma discordância.

A responsabilização do CONIC, mesmo assim, foi feita de modo tênue e excessivamente cordato, mantendo-se a união de propósitos e a identidade nos objetivos.

Contudo, não foi apenas o CONIC a ser responsabilizado. A presidência responsabiliza os católicos por compreender o texto sem pressupor a linguagem ecumênica, como se a utilização da ideologia de gênero num documento que visa direcionar a CF fosse uma mera questão de vocabulário. Poderia haver algum fingimento mais ostensivo do que este e uma mais vergonhosa ofensa ao povo fiel?

No final do texto, esclarece-se o motivo de tanta mobilização: não se trata de zelo pela doutrina ou amor às almas, mas preocupação com a tal Coleta de Ramos. “Onde está o teu coração…”

Na nota, a Presidência trata a ideologia de gênero como o único problema do texto, deixando de lado questões sumamente importantes: como uma pastora que defende o aborto pode estar na autoria de um texto a ser usado nas paróquias católicas? Como um texto como este apresenta Lutero como se fosse inspirado pelo Espírito Santo? Como se pode sugerir como ação prática que os fiéis visitem um terreiro de candomblé? Como uma feminista radical e defensora do direito ao aborto, Marielle Franco, pode ser apresentada como modelo aos fiéis? E, sobretudo, como eles podem dizer que a doutrina católica sobre o gênero permanece inalterada se eles mesmos não chegaram sequer a suprimir estes números do documento?

Desgraçadamente, a postura da Presidência da CNBB nesta nota foi a de quem disfarçou que não tem nada a ver com o assunto e quis simplesmente garantir o ingresso do suado dinheiro do povo. C’est tout!

Essas pessoas parecem realmente não acreditar na verdade, mas apenas na explicação, na narrativa. Parece que não existem fatos nem coerência entre as coisas, sendo normalíssimo dizer contradições e disfarçar seriedade, torcendo para que todo mundo creia na encenação.

Insuficiente e medrosa, a nota da Presidência da CNBB é apenas uma desconversa opaca, lengalenga de quem sentiu o baque mas quer dar um jeito de sair de fininho.

Operação anestesia.

FratresInUnum.com, 9 de fevereiro – Prepare-se! Os passadores de pano já estão preparados e começam a desempenhar o seu ofício: anestesia geral em todos os católicos do Brasil.

Resultado de imagem para anestesiaA operação destinada a desviar o foco do escândalo não está dando certo. Os católicos continuam a se manifestar pelas redes, o povo já percebeu do que se trata essa campanha e os bastidores estão se mobilizando para o mais pérfido trabalho de desinformação, que consiste em pedir às vozes de confiança dos católicos que se manifestem com algum tipo de “deixem disso”, “parem com isso”, “voltemo-nos à oração”, “acalmem-se”, “deixem nas mãos de Deus” etc.

Já existem áudios circulando com bispos falando mansamente, quase com voz de choro, e dizendo que tudo não passa de uma “graaaaande” confusão, que os leigos não podem se arrogar voz episcopal, que todos devemos confiar plenamente na CNBB.

Padres com pretensões mitríferas e leigos bajuladores fazem postagens se vitimizando, apelando à misericórdia dos leitores e dizendo que os católicos perplexos não sabem o que é pegar uma vassoura e varrer uma sacristia… É ruim demais!

Não é de se estranhar que, mediante ameaças e manipulações, a alta cúpula cnbbística queira chamar em causa algum eclesiástico, desses que são continuamente espezinhados por ela, algum carismático ou mesmo algum tradicionalista: afinal de contas, é para isso que eles servem, são como chicletes que, uma vez mascados, são cuspidos de volta no lixo.

Falta a esses senhores a humildade de reconhecer que eles erraram feio, que o que está acontecendo é um grande vexame, que os católicos têm todo o direito de manifestar a sua posição, que não há nada mais razoável do que isso. Enquanto eles quiserem manter a pose de infalíveis, de inatingíveis, enquanto não descerem do salto e confessarem a sua própria falha, todos continuarão a se manifestar fortemente, pois a situação é drástica em si mesma, não se trata de uma questão de explicação.

Precisamos ficar atentos e não permitir que os anestesistas mobilizem o nosso corpo. Eles querem nos convencer de que somos paralíticos e incapazes, enquanto usam a nossa Igreja para divulgar as suas heresias. Não voltaremos atrás! Fora com os anestesistas!

Desmoralizada. A CNBB afunda de vez a Campanha da Fraternidade.

FratresInUnum.com, 8 de fevereiro de 2021 – As redes sociais estão em alvoroço: fieis católicos manifestam publicamente o seu repúdio ao escândalo do texto base da CF2021. Por outro lado, começou o corre-corre dos engajados para tentar estancar a sangria. Mas, infelizmente para eles, parece que a tática não vai dar certo, pois não passa de uma tentativa de defender o indefensável. Desta vez, a CNBB deu um passo maior do que a perna.

A tentativa de “abafamento” movida especialmente pelo CNLB – Conferência Nacional dos Leigos do Brasil está seguindo a estratégia da “mudança de assunto”: ou seja, ao invés de discutir o texto-base da Campanha da Fraternidade em si, concentram suas forças no ataque aos debatedores. “Extremistas”, “fundamentalistas”, “reacionários”, “diabólicos” são termos recorrentes nas manifestações destes que se vangloriam de combater “discursos de ódio”. Um exemplo disso é a nota publicada pelo Centro Alceu de Amoroso Lima, e divulgada por bispos através do WhatsApp, que acusa o vídeo do Centro Dom Bosco de ser contra o ecumenismo e o diálogo-interreligioso (ok, meninas; mas o assunto não é este!).

Acima, a “presidenta” do Conferência Nacional dos Leigos do Brasil (CNLB) em luta pela democracia.

No dia de ontem, Dom Odilo Scherer, cardeal arcebispo de São Paulo, vestiu sua batina frisada (dando uma impressão solene, importante, bem ao estilo de um Cardeal Ottaviani), e gravou um vídeo com a única finalidade de acalmar a calorosa polêmica. Em suma, tentou “limpar a barra” da CNBB, dizendo que o texto (do qual ele muito timidamente, e também com certo medo, tomou distância e disse discordar) foi preparado pelo CONIC – Conselho Nacional de “Igrejas” Cristãs.

Obviamente, a melhor parte do vídeo são os comentários. O povo não está mais dormindo, como gostariam esses senhores.

Pois bem, a pergunta verdadeira é: como é possível que a CNBB endosse um texto base como esse, que adota a linguagem homossexual, que assume dados do Grupo Homossexual da Bahia e ainda atribua a violência contra eles ao “fundamentalismo religioso”? Além de emprestar os fieis católicos e a quaresma para o CONIC (aliás, quem faz a CF são maximamente as paróquias católicas, não as comunidades protestantes), a CNBB está permitindo pacificamente que nós sejamos usados como caixa de ressonância do Movimento LGBT?

Vejam a citação do n. 68 do Texto Base da CF2021:

“Outro grupo social que sofre as consequências da política estruturada na violência e na criação de inimigos, é a população LGBTQI+. O já citado Atlas da Violência de 2020, mostra que o número de denúncias de violências sofridas pela população LGBTQI+ registradas no Dique 100 no ano de 2018 foi de 1685 casos. Segundo dados do Grupo Gay da Bahia apresentados no Atlas da Violência 2020, no ano de 2018, 420 pessoas LGBTQI+ foram assassinadas, destas 210, 64 eram pessoas trans. Percebe-se que em 2011 foram registrados 5 homicídios de pessoas LGBTQI+. Seis anos depois, em 2017, este número aumentou para 193 casos. O aumento no número de homicídio de pessoas LGBTQI+, entre 2016 e 2017, foi de 127%. Estes homicídios são efeitos do discurso de ódio, do fundamentalismo religioso, de vozes contra o reconhecimento dos direitos das populações LGBTQI+ e de outros grupos perseguidos e vulneráveis” — note-se que a sigla LGBTQI+ diz respeito a: lésbicas, gays, bissexuais, transexuais, queers, intersexuais e o + inclui qualquer outro gênero que houver; o termo “queer” vem do inglês e significa “estranho, diferente, bizarro”, e está na base do movimento internacional de gênero, que defende que a construção da identidade de gênero deve ser fluida, ou seja, o normal é ser bizarro.

Os bispos da CNBB estão jogando a Campanha da Fraternidade, sofrível desde sempre, definitivamente no lixo. Eles são os responsáveis por essa desmoralização diante do povo católico.

Não adianta eles tentarem culpar os grupos críticos. Eles precisam bater no peito e assumir a culpa por esse absurdo! Como é que um texto desses foi parar num documento que é a própria base para a Campanha da Fraternidade? Quem fez isso? Quem aprovou isso? Foi a Presidência, foi o Conselho permanente? Estas são as perguntas que se devem fazer e é isso que deve ser enfrentado.

Enquanto não fizerem isso, não adianta os bispos se fazerem de vítimas e apelarem para a sua autoridade de “sucessores dos Apóstolos”, pois, neste caso, são eles que se fazem indignos desta excelsa condição, a qual estão ultrajando pela sua ambiguidade e subserviência às ideologias mais macabras que existem.

CNLB contra-ataca. Na mira, o Centro Dom Bosco.

Por FratresInUnum.com, 8 de fevereiro de 2021 – O vídeo em que o Centro Dom Bosco (CDB) escancara o escândalo do Texto Base da Campanha da Fraternidade Ecumênica de 2021 está causando chiliques e siricuticos em toda a trupe dos engajados da CNBB.

Uma fonte murmurante contou-nos com exclusividade que hoje o grupo no WhatsApp do Colegiado da Conferência Nacional dos Leigos do Brasil (CNLB), que se arroga o direito de representação do laicato junto à CNBB, está pegando fogo! A decisão do grupo é contra-atacar o CDB. Mas, antes de entramos no assunto, vamos fazer um pouco de contextualização.

Talvez o leitor desconheça a existência deste organismo silencioso ligado à CNBB e isso certamente não é a despeito do mesmo. A sua função principal é a articulação, organização e representação das associações leigas no Brasil, sendo uma espécie de elo entre elas e a CNBB. A sua atuação é discreta e, por isso, pouco percebida na esfera pública. A ideologia que os rege é a Teologia da Libertação e, por isso, cada vez que algum padre ou bispo se posiciona a favor da esquerda, logo o grupo inteiro se mobiliza para obter dezenas de notas de apoio de grupos minúsculos, mas que dão a impressão de representarem milhões de pessoas.

Atualmente, a presidente do CNLB é a Sra. Sônia Gomes de Oliveira, da Arquidiocese de Montes Claros.

Pois bem, a estratégia de ataque do CNLB ao CDB é a seguinte: primeiro, querem denunciar os vídeos de crítica à CF 2021, para tentar derrubá-los das plataformas de mídias sociais; e, além disso, querem instigar “quem de direito” a processar o CDB (alguém alega, como exemplo, que “o Bernardo Kutcher [entenda-se Küster] só sossegou mais quando o Leonardo Boff processou ele” [sic!]) segundo disseram, é necessário partir para processos, pois “só nota não resolve para este povo”; por fim, querem fazer pressão sobre a arquidiocese do Rio de Janeiro, para que haja algum tipo de retaliação sobre o CDB (como são covardes, pressionam o arcebispo enquanto ficam escondidinhos atrás da moita – esperamos que Dom Orani não se deixe enredar por estas víboras).

A presidente, Dona Sônia, orientou que se evite o debate e a discussão com o CDB (óbvio, eles sabem muito bem que foram apresentados apenas fatos, nada além de fatos) e que todos se devem concentrar apenas em denunciar a “intolerância”. Eles também querem espalhar os vídeos nos grupos, pois, percebem que “quando antecipamos os vídeos em grupos, espalhando estas boas falas e as notas, os vídeos quando chegam já perdem a força”.

Eles pretendem “espalhar as boas ações da Campanha, quanta coisa bonita aconteceu e acontece”. Em áudio, uma das participantes mostra grande preocupação porque “tudo isso vem num crescendo e a gente precisa barrar”.

No grupo, foi divulgada uma nota que teria sido assinada por um sacerdote salesiano, Pe. João Mendonça, redator da Revista Convergência, da CRB (Conferência dos Religiosos do Brasil), em que o mesmo afirmaria sobre o CDB que “este grupo é reacionário, fundamentalista e perigosamente preconceituoso contra tudo aquilo que diz respeito a temas de sexualidade e moral” e também que “se apropriaram indevidamente, criminosamente do nome de Dom Bosco”.

Também ontem, um Padre chamado Paulo Cezar Mazzi divulgou um artigo em que xinga os católicos do CDB de “católicos diabólicos” (sim, eles que geralmente não creem no Diabo), simplesmente porque eles apresentam fatos e pedem aos fieis que não colaborem com a coleta do Domingo de Ramos, destinada à Campanha da Fraternidade. Realmente, como a denúncia do CDB tocou neste sensibilíssimo ponto – o dinheiro! –, então eles realmente se enfurecem. A coisa é séria!

Recebemos notícias hoje de que há grupos nos cleros das dioceses em alvoroço por conta do vídeo do CDB e também que houve padres que chegaram a proibir nas homilias e avisos das Santas Missas que qualquer pessoa o assistisse, divulgando-o, deste modo, ainda mais.

Portanto, nos próximos dias, a cúpula do CNLB vai ficar atiçando grupos, associações e movimentos, a se posicionarem em defesa da CF 2021 e em ataque aos críticos, usando o medo aos bispos como forma de pressão.

Tudo isso não passará, portanto, de uma manobra artificial e fingida. O vídeo do CDB apenas externou o que pensa o católico normal, que não quer ver a sua religião recrutada neste tipo de concessão ao pecado e às bandeiras que são diametralmente opostas à doutrina católica. Não é difícil perceber isso.

A onda não foi causada pelo CDB, ela já existe entre o povo. O desprestígio em que se lançou a hierarquia católica por patrocinar essas bandeiras socialistas (e, agora, o socialismo identitário) é imenso! Não adianta tentar censurar o CDB. O problema deles é o povo! O povo católico descolou-se destes falsificadores e os está desautorizando. É simples assim!

Vamos ver até onde chegam estes autoritários. A estas alturas, estão enfurecidos com o vazamento dessas informações e, portanto, a Dona Sônia vai ter que criar um grupinho mais reservado, pois, pelo visto, há menos consenso entre eles do que eles mesmos imaginam.

Campanha da Fraternidade, um desabafo sacerdotal.

Do facebook do Reverendíssimo Pe. Cleber Eduardo dos Santos Dias:

Um texto longo, mas necessário. Peço que ninguém o mutile, nem o altere:Algumas notas sobre a Campanha da Fraternidade Ecumênica 2016: “Casa comum nossa responsabilidade”.

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Este texto está assegurado pela a Constituição Federal, Artigo 5º ” IX – é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença; ” e também pelo Código de Direito Canônico, cânon 212 § 2: “Os fiéis têm o direito de manifestar aos Pastores da Igreja as próprias necessidades, principalmente espirituais, e os próprios anseios.” e § 3: “De acordo com a ciência, a competência e o prestígio de que gozam, tem o direito e, às vezes, até o dever de manifestar aos Pastores sagrados a própria opinião sobre o que afeta o bem da Igreja e, ressalvando a integridade da fé e dos costumes e a reverência para com os Pastores, e levando em conta a utilidade comum e a dignidade das pessoas, dêem a conhecer essa sua opinião também aos outros fiéis.”

Portanto, escrevo aos leitores, certo de que entre eles, alguns de nossos bispos também o lerão. Já aviso de antemão que qualquer comentário pejorativo aos Senhores Bispos será sumariamente apagado, não porque alguns não o mereçam, mas porque o meu perfil não é um lugar para bate-bocas de comadres de vila. Uma coisa é discordar, outra fazer estrepolias de moleques. Quem discorda do que escrevo ou vê de forma diferente tenha a hombridade de o fazê-lo dentro da educação e polidez de gente civilizada e de usar seu nome próprio. Se discorda, coloque seus argumentos e iniciemos um debate.

Centenas de católicos escrevem-me diariamente sobre sua inquietação e perplexidade com mais uma Campanha da Fraternidade (CF). Discutir saneamento básico, esgoto e políticas da água dentro das igrejas parece-lhes – e parece-me – totalmente fora da realidade. Dentre as dezenas de razões para o rechaço a mais ouvida é que a CF tem o intuito de desviar o espírito da Quaresma para ocupar cátedras e púlpitos para uma pregação meramente social e política, quase sempre alinhada ao bom-mocismo do politicamente correto transformando a Igreja Católica em mais um ONG “engajada”. Atitude esta condenada pelo Papa Francisco….

Dizem os perplexos e inquietos que, para os promotores da CF 2016, é mais importante discutir sobre esgoto e água que tratar sobre a proteção da vida nascente e o pecado hediondo do aborto, mais importante cuidar do córrego sujo que do manancial de sangue dos milhares de cristãos, católicos ou não, perseguidos não só na Síria pelos muçulmanos, mais importante que banir e entregar à justiça canônica e civil sacerdotes pedófilos, mais importante que cuidar dos inúmeros casos e denúncias sobre a péssima formação sacerdotal e a corrompida doutrina instilada nalguns seminários e servida à mão-cheia nos púlpitos, mais importante que suspender sacerdotes que não temem desfilar com bandeiras partidárias e bonezinhos de sindicatos, partidos políticos e do MST, mais importante que se levantar contra a eugenia que se instala contra os prováveis e futuros microcéfalos, mais importante que limpar e sanear a PJ de todo a doutrina marxista que está às claras.

Quando um padre se levanta contra estas questões candentes ele é tachado de “não está em comunhão com a Igreja” ou, “não está em comunhão com a Diocese” ou “não está em comunhão com o presbitério”. Conversa fiada de que detêm o poder, mas não detêm a razão. Senhores… o mal e o pecado continuam ser mal e pecado mesmo que todos digam que não.

O que ocorre com tal padre, na melhor das hipóteses é ostracizado pelos colegas, na pior é suspenso do uso de ordens. VEREMOS o que lá vem para mim. Só não sei porque tantas pessoas falam dos padres e bispos bons que se calam… terão medo de quais represálias os assim chamados “bons” bispos? A não promoção à uma diocese “melhor”, à não promoção a algum arcebispado, um título cardinalício? Consultando minha consciência e os ditames da Santa Igreja a quem sirvo vejo-me na obrigação de esclarecer aos fiéis algumas coisas:

– Há uma dezena de anos atrás constatou-se que quem comandava as cordinhas da CNBB eram seus assessores, todos sem exceção alinhados ao socialismo- comuno-psolista-petista.

– Nos dias atuais já não se pode culpar os assessores uma vez que, com a clareza do sol do meio dia, até um cego vê o alinhamento majoritário dos bispos a todo esquerdismo militante. Basta recordar o episódio no ano de 2014 da morte do líder do PSOL, Plínio de Arruda Sampaio, pranteado na página da CNBB pelo então Secretário Geral da CNBB, Dom Leonardo U. Steiner, como “Exemplo de cristão na política”. Para quem acompanhou o desenrolar do caso nas redes sociais viu as milhares de mensagens condenando tal pranto por defunto tão vil. Era muita vela pra pouco defunto. Plínio de Arruda Sampaio era defensor aguerrido do Aborto, do coletivismo, do estatismo comunista e de todas as mazelas intrínsecas ao comunismo já condenado pela Igreja. Para Dom Steiner era um modelo de cristão. Para os demais bispos… ficaram todos caladinhos e acovardados ou compactuaram com o cristianíssimo Dom Steiner, cuja noção de cristão deve ser algo sui generis. Dom Steiner, como todo bom democrata socialista mandou apagar das redes sociais todos as centenas de comentários que o denunciavam….A título de exemplo, a nota pranteadora de Dom Steiner ainda está lá no site da CNBB, limpinha de comentários (http://www.cnbb.org.br/index.php…).

Em a grande maioria das paróquias os católicos ouvirão disparates na Oração dos Fiéis como: “Rezemos para que o poder público dê os devidos cuidados ao saneamento… etc… etc”. Ora, ora, ora…os dirigentes da CNBB sabem muito bem que os atuais mandatários e a mandatária maior do país só foi eleita com sua ajuda…. se não se recordam, refresco-lhes a memória… quando da necessidade da fundação do partido no poder usou-se o povo católico como massa de manobra para colher assinaturas, sabem muito bem que têm um canal privilegiado junto ao famoso Gilberto de Carvalho direto com a Presidência da República, vulgo “seminarista”. Bastaria agora, na questão do saneamento público, do acesso à agua, da situação calamitosa e indigna dos hospitais e da roubalheira generalizada, colher assinaturas citando e cobrando quais inicitivas e entregar aos poderes públicos. Não creio que um só católico que seja não aceitaria assinar. o próprio volume de assinaturas poderia ser levado ao Congresso para propor e agilizar pautas verdadeiramente sociais.

Quando foi pra conseguir assinaturas para a Reforma Política proposta por entidades de esquerda e ONGS esquerdistas patrocinadas com dinheiro público a CNBB não teve vergonha nenhuma de fazer correr nas paróquias as listas para as assinatura e em quantas missas os senhores párocos fizeram verdadeira campanha pela tal Reforma Política. Baste o gesto lacaio e subserviente da visita da presidência da CNBB à Presidente num sinal de “estamos juntos, companheira!”. Da mesma CNBB não se vê uma linha de apóio explícto ao Judiciário que tenta desmantelar a quadrilha que se instalou e só lá está por apoio implícito e explícito de tal entidade.

Voltemos ao nosso… quais os limites da acção da CNBB e de aceitação da CF?

Recordo a todos que:

1) A CF é uma iniciativa anual da Conferência dos Bispos do Brasil (CNBB).

2) A CNBB como qualquer Conferência de Bispos no mundo inteiro não é orgão da Igreja Católica, não a dirige. Os dirigentes da Igreja Católica são respectivamente cada um dos Bispos diocesanos em suas dioceses. O Arcebispo Primaz do Brasil que é o Arcebispo de São Salvador da Bahia detêm o título honorífico e pode sim convocar um Concílio Plenário para sanar as mazelas, incluindo as da CNBB. Em cada Província Eclesiástica o arcebispo detêm o poder de convocar os bispos das dioceses sufragâneas e presidir o Concílio Regional para sanar as mazelas locais. Por os senhores Primazes e Arcebispos faltarem com seu papel é que a CNBB tomou para si suas funções.

3) A CF é uma proposta, não uma imposição. Para que algo que ela tenha decidido se torne obrigatório a todos os católicos é necessário que todos estes pontos sejam observados: a) Aconteça uma Assembléia Geral na qual a questão é decidida e não seja a decisão de uma comissão delegada, b) haja o consentimento de todos os bispos (não tem nenhum valor a decisão de uma comissão ou de um grupo restrito, c) sejaredigida uma Ata na qual conste o conteúdo e o consentimento de todos os bispos, d) Tal Ata seja enviada ao Papa que a aprova ou não, e) Somente então a decisão passa ter valor de lei.

4) Portanto nenhum presbítero (padre), diácono, leigo e até mesmo bispo, se não concorda, tem de dar seu assentimento e implantação em sua paróquia ou diocese da CF se antes ela não seguiu os trâmites para se tornar lei geral e comum. E isto não significa que não se está em comunhão com a Igreja, apenas que não se concorda com uma proposta da CNBB que é um orgão de reunião de bispos, não da Igreja.

5) Minha opinião particular, resguarda pela Constituição Federal e pelo Código de Direito canônico: Qualquer bispo com o mínimo de noção e conhecimento deveria dizer “aqui em minha diocese não haverá CF este ano”. Qualquer padre, com as mesmas condições, também. Os leigos já não suportam mais tal situação e dizem: “CNBB: Devolva-nos a nossa Quaresma”. Se os pastores não ouvem e não cuidam do rebanho vão acabar por perdê-lo… CNBB..Senhores Bispos, Senhores padres… não dá mais! Até quando irão tapar o sol com a peneira? Até quando iremos fazer de conta que a CF está aí e só afasta cada vez mais os fiéis? Vamos ficar ainda mais em cima do muro? Digamos as coisas às claras, sejamos homens não subservientes e rastejantes ao erro.

6) Os católicos deveriam também pedir uma auditoria de todas as entradas financeiras às coletas nacionais e, maximamente, do chamado Fundo Nacional de Solidariedade (FNS) cujos próprios relatórios demonstram que o dinheiro dos fiéis, salvo honrosas e diminutas somas, é injetado em ONGs e sindicatos. Não se trata de algo interno, o FNS recebe uma contrapartida do BNDES… portanto passível de uma séria investigação do Ministério Público.

7) Por último, cuidar sim da nossa casa comum, cuidar do meio ambiente, sim, lutar por vida digna e qualidade de vida dos mais pobres, sim; mas não antepôr questões temporais àquelas que dizem respeito à salvação. A figura deste mundo passa (1Cor 7, 31) e o que vale ao homem ganhar o mundo e perder a sua vida? (Marcos 8, 36). Não devemos nos conformar com este mundo, mas renovarmo-nos pela conversão a Deus e não às criaturas (Romanos 12, 2), pois são os pagãos que se preocupam com as coisas deste mundo: ” Não vos aflijais, nem digais: Que comeremos? Que beberemos? Com que nos vestiremos? São os pagãos que se preocupam com tudo isso. Ora, vosso Pai celeste sabe que necessitais de tudo isso.” (Mateus 6, 31-32)

Padre Cléber

Campanha da Fraternidade 2015 e Reforma Política.

Por Hermes Rodrigues Nery – Fratres in Unum.com: A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), com o texto-base da Campanha da Fraternidade de 2015 — com o tema “Fraternidade: Igreja e Sociedade” e lema “Eu vim para servir” (cf. Mc 10, 45) –, confirma que é hoje extensão do Foro de São Paulo e, de modo especial, do PT, ao explicitar sua adesão e comprometimento com a revolução bolivariana em curso na América Latina e com uma reforma política plebiscitária que se volta contra a democracia representativa, propondo a sovietização no Brasil. A CF-2015 propõe a “radicalização da democracia”, corroendo-a em demagogia, pois a chamada “democracia direta”, como defende, é o instrumento anárquico para subverter a ordem jurídica e propiciar a implantação do socialismo em nosso País. O alinhamento ideológico da CNBB à esquerda e ao socialismo, como quer o Foro de São Paulo e o PT, é evidentíssimo e cada vez mais escancarado. O que antes se suspeitava, agora está mais do que comprovado. Os assessores da CNBB [intelectuais orgânicos, gramscianos], que tanto influem os bispos, sabem que paróquias e dioceses estão reféns desse “alinhamento” e de tais forças, e funcionam como tentáculos do grande polvo que se tornou a CNBB, a serviço dos interesses políticos do Foro de São Paulo e do PT.

cartaz_cf2015_45x63_altaresolucao_jpg_pkAos poucos, a sã doutrina moral e social da Igreja é esvaziada de seus conteúdos e substituída pela ideologia bolivariana, que quer implantar a “Pátria Grande” socialista, projeto este que vem sendo trabalhado há décadas e agora parece ter encontrado a conjuntura política favorável para isso, tendo em vista que bolivarianos transitam e dão as cartas com desenvoltura até mesmo no Vaticano. Aliás, o projeto da “Pátria Grande” já é mencionado no próprio Documento de Aparecida (2007), e com a reforma política bolivariana em curso hoje no Brasil (com a conivência, cumplicidade e apoio ostensivo da CNBB), prepara o País (na tática da rã cozida lentamente) a aceitar a revolução comunista travestida de democracia, com a retórica do apelo à “democracia direta”, para a subversão total da ordem jurídica e política, com a ideologização da fé em detrimento da doutrina religiosa. Com isso, os setores católicos à esquerda e muitos que desconhecem o que está acontecendo, manipulados pela CNBB, deixam-se usar para tais fins perversos, pois os assessores da conferência episcopal brasileira sabem da capilaridade da Igreja e pouco se importam com os efeitos dessa reengenharia social que ajudam a promover. São padres e bispos que querem o paraíso terrestre, aqui e agora, aceitam o populismo, o imanentismo e até o panteísmo, em se tratando de buscar manter seus confortos, nos postos em que estão, e, no campo das ideias, convergir cristianismo e comunismo, mesmo sabendo que o Magistério da Igreja é categórico em condenar o socialismo e o comunismo. Mas, para Frei Betto, por exemplo,”o cristianismo é essencialmente comunista”. E então, a teologia da libertação (mais viva hoje e com mais poder) chegou aonde não devia estar, e, no Vaticano, bispos e cardeais estão encantados com a nova utopia da “Pátria Grande” latino-americana. Tais prelados dão todo respaldo para reabilitar os “teólogos da libertação”, para conseguir a revolução tão desejada por muitos desde os anos do Vaticano II. Não é só a reforma política sovietizada que querem no Brasil, mas em toda a Igreja. E a revolução no continente latino-americano é hoje expressão da obsessão bolivariana, insuflada pela teologia da libertação, para alcançar os propósitos de poder acalentados a tanto tempo.

Afinal, desde 1985, com o primeiro encontro de Fidel Castro com os bispos cubanos (depois da revolução de 1959), que o projeto bolivariano começou a ser gestado concretamente para fazer da integração da América Latina o novo bloco regional socialista, sonhado tanto por Fidel Castro. Mas o próprio Fidel sabia que isso só seria possível instrumentalizando a Igreja, inoculando em seu seio, de modo sutil e sofisticado, a subversão da doutrina, com a ideologização da fé. Feito isso, usaria a estrutura física da instituição para dar suporte à nova utopia do bolivarianismo, sem que os católicos se dessem conta do processo, lento e gradual, de corrosão da sã doutrina pelos agentes da revolução, que conseguiram alcançar, com astúcia, os altos escalões eclesiásticos. Desde o início, o Brasil foi visto como a galinha dos ovos de ouro, pois é um país continental, cujos recursos em muito ajudariam não só Cuba, mas toda a “Pátria Grande” socialista. Mas para fazer a revolução por dentro seria preciso contar com a “teologia da libertação”. Mesmo barrada por Ratzinger (especialmente Boff, em 1984), Fidel não desistiu. Ele sabia que ela seria o “fermento na massa” da revolução dentro da Igreja. Já em 2005, tentaram um “plano ousado” de cardeais progressistas para eleger um papa latino-americano comprometido com o projeto da “Pátria Grande”, mas foi o próprio Ratzinger quem ganhou e, ao menos naquele momento, tentou por um dique à convulsão revolucionária. Mas o próprio Andreas Englisch conta, em seu livro sobre Bento XVI, que não havia chegado a hora da “grande revolução”. E o mesmo Englisch narra o quanto Ratzinger foi boicotado desde o início. Ele próprio reconheceu em seu livro: “Existe, definitivamente, um grupo anti-Ratzinger dentro do Vaticano”. O fato é que Ratzinger havia condenado a teologia da libertação, mas Fidel Castro, no ano seguinte à condenação de Boff, explicou pessoalmente a Pedro Casaldáliga: “A teologia da libertação é mais importante que o marxismo para a revolução latino-americana”.

“A democracia como método revolucionário”

Ao apoiar explicitamente a reforma política que favorerece o projeto totalitário do PT no Brasil, com a constituinte exclusiva, a CNBB endossa assim o afã da esquerda política pela “radicalização da democracia”, que Dilma Roussef  inclusive já quis impor com o Decreto 8243, rechaçado pela Câmara dos Deputados. Bolivarianismo este que significa a implantação do socialismo, a exemplo do que já aconteceu na Venezuela e na Bolívia, etc. No Brasil, as Campanhas da Fraternidade são parte desta estratégia de doutrinação ideológica marxista e revolucionária, que há anos vem instrumentalizando setores da Igreja (via CNBB, Pastoral da Juventude, e outras pastorais e movimentos), ampliando assim a infiltração esquerdista no seio da Igreja, cujas bandeiras ideológicas e políticas de premissas socialistas contradizem com a sã doutrina moral e social da Igreja. O caso da Venezuela foi bem explicado no programa Força, Foco e Fé, em que Carla Andrade explicou que Hugo Chavez utilizou-se dos mesmos argumentos que a CNBB defende na CF-2015, para “sequestrar os direitos civis e políticos dos venezuelanos, passando de uma democracia representativa para passar a um estado totalitário com a retórica da democracia participativa. Um golpe de estado sui generis, instalado com aparência jurídica”.

A democracia corrompida em demagogia é utilizada como “método revolucionário”, como afirmou Álvaro Garcia Linera, vice-presidente da Bolívia e intelectual marxista, na inauguração do XX encontro do Foro de São Paulo, realizado em La Paz, entre 25 a 27 de agosto de 2014. Nos 24 anos de existência do Foro de São Paulo, Linera conta que o sucesso para instalar governos progressistas e revolucionários na América Latina foi justamente aceitar a democracia como etapa prévia para um processo que desague na acalentada revolução socialista, cujos insurgentes latino-americanos, há décadas vem atuando de modo organizado e sistematicamente nesse sentido. Linera ressalta aos participantes do XX encontro do Foro de São Paulo que é preciso entender “a democracia como método revolucionário” e, para isso, é preciso “radicalizar a democracia” — é o que propõe a CNBB no Documento 91, de 2010, “Por uma Reforma do Estado com Participação Democrática”, chegando à chamada “democracia direta e participativa”, pois só assim será possível o contexto anárquico favorável à revolução socialista, com o método indicado por Linera. Por isso, a reforma política no Brasil, apoiada na CF-2015, que querem tais grupos é a que Dilma Roussef acenou com o Decreto 8243/2014, com a chamada Política Nacional de Participação Social. Mas não foi possível viabilizar tal iniciativa nas instâncias decisórias do Legislativo brasileiro, daí que as OnGs, as entidades, os movimentos, as redes e os coletivos, junto com a CNBB, OAB e outros, defendem a reforma política bolivariana de modo plebiscitário, com constituinte exclusiva, para efetivar assim as condições políticas para a concretização da integração latino-americana, com Cuba comunista no comando da “Pátria Grande” socialista. E tudo isso com as bençãos da CNBB, do CELAM e até do Vaticano.

O fato é que a Igreja Católica está em perigo, e perigo muito grande, com inimigos tão ardilosos, agindo por dentro, e com tão grande poder. Urge que os católicos entendam essa situação e se mobilizem em defesa da sã doutrina moral e social da Igreja, não aceitando que a Esposa de Cristo seja refém de tais forças. No Brasil, o primeiro passo é exigir que a CNBB retire o apoio a esta equivocada reforma política bolivariana, como apresenta no texto-base da Campanha da Fraternidade de 2015.