O “fascismo imaginário” de Dom Odilo.

Por FratresInUnum.com, 18 de outubro de 2022 – Causou impacto a reação dos fiéis à postagem de Dom Odilo sobre as eleições, assunto que chegou a repercutir nada menos que no site do G1.

Como todo isentista, Dom Odilo tem lado: o lado oposto àquele que ele sutilmente agride. Não é difícil perceber, basta reparar bem na direção dos seus últimos artigos e postagens.

odilo

Não se sabe ao certo quais sejam verdadeiramente as convicções políticas do arcebispo de São Paulo.

Amigo de Alckmin e de outras personalidades supostamente centristas, ele sempre manteve uma postura muitíssimo discreta, para não dizer abstensiva, quando o assunto são questões realmente eleitorais.

Embora tenha dado diversas demonstrações de simpatia a Lula, como em seu fervoroso comentário por ocasião da comemoração do acordo Brasil-Santa Sé, além de em outras situações ter flagrantemente favorecido a esquerda, nunca fica claro se ele o faz por motivações sinceras ou por mero carreirismo eclesiástico – a segunda opção parece ser a mais verosímil, considerando-se que “o diabo sabe quem é dele e quem são os vendidos”, como diziam os antigos. De fato, ele nunca conseguiu eleger-se presidente da CNBB nem teve grande relevância no atual pontificado. Seu esforço por parecer conservador durante o reinado de Bento XVI convenceu os seus inimigos, mas não o povo, que continua expressando exatamente o que sente: ele é um isentão que, como todos da mesma espécie, quando a luta é contra os conservadores, não hesita um minuto em tirar o progressismo do armário.

Foi isso que ele fez no domingo, de maneira muito discreta, sendo tratado sem discrição nenhuma pelo povo que, a esta altura do campeonato, sabe bem identificar quem é quem não é e não tem dificuldade nenhuma em perceber quando um pingo é letra.

Se fossem outros dias, Sua Eminência não teria dúvidas em culpar o falecido Olavo de Carvalho, que em tempos idos desqualificou-o tão eloqüentemente a ponto de ter angariado o ódio cardinalício até a terceira geração. Agora, não tendo a quem culpar, resolve culpar a quem? Ao fascismo!

Um dos maiores problemas do debate político brasileiro atual é a utilização de termos desligados do seu significado real como forma de xingamento: “fascista”, “fundamentalista”, “nazista”, “extremista” e similares são parte de um léxico que virou apenas um conjunto de rótulos vazios para identificar todos aqueles que têm alguma convicção profunda, como quem é contra o aborto em todo e qualquer caso, quem defende a família tradicional, quem é contra aquilo que os revolucionários simpaticamente chamam de “progressismo”, beneficiando-se do significado positivo da palavra “progresso” para embutir nele toda a barbárie possível, com o fim de diluir a civilização cristã.

Obviamente, um cardeal, arcebispo e doutor em teologia deveria ergue-se sobre este pântano discursivo e empregar as palavras com o seu significado próprio, analógico ou unívoco. Mas, não. Dom Odilo, além de ser incapaz de fazê-lo, resolveu sujar a sua púrpura cardinalícia nas tintas dos jornais, rebaixando-se não ao nível de um “Corriere della Sera” ou de “La Repubblica”, mas da “Folha de São Paulo” e similares, cujo vácuo catequético tem dimensões quase infinitas.

A palavra “fascismo” vem de “feixe” e remete à concentração de poder que os romanos tiveram em tempos antigos a ponto de castigarem qualquer cidadão, de maneira arbitrária: o feixe amarrado num machado era o símbolo deste poder de matar os opositores. Politicamente, a ideologia fascista se caracteriza pelo nacionalismo exacerbado, que anula a população, a ponto de que a autoridade se erija como poder despótico de uma espécie de estado sem povo.

Quando, em 2022, a esquerda se mobiliza para insultar senhoras evangélicas, velhinhas católicas, jovens trabalhadores, pais de família, gente normal de… “fascista”, o que está fazendo é apenas xingar, sem que isso tenha qualquer significado real. O governo atual, no que pesem os seus defeitos, nunca teve uma atitude realmente fascista: respeitou todas as decisões do judiciário e do legislativo, inclusive nas vezes em que o primeiro se excedeu, e nunca ensejou uma verdadeira ruptura institucional. Tais assombrações foram, até o momento (não podemos prever o futuro), pura histeria da esquerda.

Ao invés de aderir aos xingamentos forjados pela esquerdalha, um verdadeiro pastor, e que, além de verdadeiro, fosse inteligente, o que não é o caso, deveria tentar entender o fenômeno e perceber que existem aí muitas razões verdadeiras: a roubalheira de níveis transcendentes cometidos nas gestões do PT para a compra de parlamentares e a sua consequente eternização no controle do Estado e de seus mecanismos e benefício de ditaduras genocidas no exterior; a imoralidade intrínseca da ideologia de esquerda, cuja pauta prevê a ampliação do aborto e a ideologia de gênero; o acumpliciamento com facções criminosas que fez dos governos impugnados verdadeiros autores não somente de uma cleptocracia impressionante, mas de uma narcocracia quase invencível.

Todo o xilique anti-bolsonarista não passa de encenação pela abstinência da roubalheira estatal e a amizade de Lula com uns poucos e decadentes clérigos da Teologia da Libertação não conseguirá emprestar santidade àquilo que, no Brasil, tornou-se o símbolo mesmo da vagabundagem mais descarada.

Quem sabe, pensando as coisas com mais serenidade e ponderação, o cardeal de São Paulo consiga perceber que, para além daquilo que ele enxerga como pura e simples polarização, existe muita verdade, coisa que qualquer pessoa sensata e que não viva confinada na assepsia de seus ofícios burocráticos percebe. O “fascismo” na cabeça de Dom Odilo não passa de uma fantasmagoria, o produto de um delírio verbal, a expressão de um monstro tão somente imaginário.

Mimimi sinodal.

Dom Odilo pergunta e não gosta das respostas. Eminência, onde está a sinodalidade?

Dom Odilo e a sua análise do cenário eleitoral.

FratresInUnum.com, 15 de agosto de 2022 – Dom Odilo Scherer, cardeal arcebispo de São Paulo, publicou um artigo em “O Estado de São Paulo” no último sábado, dia 13; o mesmo artigo foi publicado no site da arquidiocese de São Paulo, mas o site da arquidiocese está fora do ar.

O artigo divide-se basicamente em duas partes, que talvez pudessem ser intituladas “primeiro turno” e “segundo turno”.

Na primeira parte, ele critica a polarização ente “candidato a” e “candidato b”… Deixaria ele ao leitor a conclusão de que seria interessante considerar-se a chamada “terceira via”, a mesma que seria encabeçada por Moro, depois por Dória e, por fim, por Tebet e Gabrilli?… É interessante notar que a hipótese de uma ascensão da “terceira via” não está fora de cogitação, especialmente com a possibilidade de que um dos candidatos que perdesse numa projeção confiável viesse a renunciar à eleição, alegando, por exemplo, motivos de saúde ou idade avançada.

Dom Odilo também chama a atenção para o fato de que a eleição é exageradamente concentrada sobre o poder executivo, deixando-se o legislativo meio de que lado. Bem… digamos que o problema não seja propriamente atual. Parece que o eminentíssimo está um tanto chovendo no molhado.

De fato, esses eclesiásticos que não querem polemizar para não verem a sua carreira de nenhum modo manchada, para darem sempre a impressão de que são equilibrados e estão por cima das contradições e dos jogos de interesses, vivem a falar e a escrever obviedades, “lugares comuns”, chavões compartilháveis por qualquer pipoqueiro da esquina, desprovidos de qualquer relevância.

Contudo, a coisa continua. O arcebispo de São Paulo começa a criticar o que ele mesmo chama de “crise social brasileira”. Aqui, começaria, a nosso ver, a segunda parte do artigo.

Ele menciona o preço dos produtos, de comidas a remédios, o desemprego, a fome, o aumento dos moradores de rua, a crise ambiental (aquela bajuladinha bergogliana não poderia faltar, não é mesmo?…). Ele também menciona o crescimento da violência, falsificando o fato de que, nos últimos anos de governo, esta caiu consideravelmente, coisa que se vê pela gigantesca diminuição do número de assassinatos.

Mas, o mais interessante, é que, neste momento, o eminentíssimo faz aquela pausa poética para uma pergunta retórica cheia de ironia tosca (sim, porque, às vezes, a malícia só não excede a enormidade enciclopédica da inépcia): “Tudo culpa da pandemia de covid-19? Da guerra na Ucrânia?”

Ora, cardeal, mas será que vossa eminência ignora o fato de que vivemos uma crise internacional de dimensões impressionantes? A pandemia quebrou a economia da maior parte dos países, até a inflação americana está altíssima, o que impacta diretamente a economia de todas as nações, há alta no preço dos combustíveis por todo lado, e, depois dessa catástrofe sanitária, a calamidade de uma guerra está abalando todos mercados do mundo. Que coisa feia justamente um cardeal fazer-se de bobo e ignorar que, de fato, estamos num momento delicadíssimo política e economicamente, que tudo isso tende a se agravar com a crise entre Taiwan e China, que pode eclodir proximamente, e que não podemos ficar imunes a nada disso… É verdade que ele afirma “não se desconhece nem se subestima a influência de tais fatores circunstanciais, mas nosso problema não é novo e a atual crise social brasileira é mais velha que esses fatores”, mas qualquer criança sabe que tais “fatores circunstanciais” dificultam ainda mais o solucionamento dessas crises. Não é necessária muita inteligência para perceber que este discurso é tão somente uma retórica que esconde outras presumíveis intenções. Prossigamos.

Logo na sequência, ele ainda se ressente: “Que pena, estamos desperdiçando energias na reafirmação da confiabilidade das urnas eletrônicas”? Mas, por que, eminência? Será que a infalibilidade das urnas eletrônicas é um novo dogma de fé, a ser professado por todos os católicos? Se o Brasil tivesse inventado um sistema imune a fraudes, que são problemas ocorrentes em todas as democracias do mundo, a esta altura, todos os países estariam importando essa tecnologia que, além daqui, existe apenas no Butão e em Bangladesh… Não parece óbvio?

No entanto, pior do que as pautas que o cardeal releva são aquelas que ele silencia. Sim, porque há omissões que denunciam mais que comissões e silêncios que gritam mais do que verdadeiros brados…

Ele releva com exclusividade as pautas da esquerda que são concentradas sobre a política social, enquanto finge não ver as demais pautas, aquelas que confrontam diretamente os interesses do eleitor católico: o aborto, a ideologia de gênero, o movimento homossexual, a legalização das drogas, o controle das mídias sociais, a regulação da imprensa, a intolerância religiosa – temas que são os mais importantes, sobretudo quando estamos a viver uma perseguição contra os católicos na Nicarágua. Dom Odilo faz parte da presidência do CELAM. Onde está uma condenação ao totalitarismo de Ortega, que fechou rádios católicas e prendeu um bispo? Onde está a preocupação do purpurado com o apoio que Lula deu ao regime nicaraguense no ano passado, na sua entrevista ao El País?

Esses temas serão solenemente ignorados pela maior parte dos bispos brasileiros. Evita-se tratar do assunto porque a pauta seria facilmente sequestrada pela direita. É sobre isso: trata-se de reconduzir Lula ao poder, ainda que se disfarçando de “terceira via”.

O cardeal volta à sopa das mazelas da “crise social brasileira” para, de improviso, sair com uma cutucada: “Populismos messiânicos, de qualquer matiz, já se mostraram danosos e ineficazes para resolver os problemas dos povos”. Aqui, ele falta dar nome e cpf do criticado.

Infelizmente, Dom Odilo se comporta exatamente como o estereótipo do “bispo melancia”: verde por fora, vermelho por dentro. É uma pena! Triste saber que um eclesiástico deste porte um dia foi considerado de confiança por ninguém menos que o Papa Bento XVI. Só que nada disso é uma surpresa… Quem não se lembrará das manifestações de amor devoto com a qual Dom Odilo falava de Lula em 2018, no evento comemorativo do acordo Brasil-Santa Sé (vídeo)?

Inválido?

O casamento do ex-presidente Lula foi realmente sacramental?

FratresInUnum.com, 21 de maio de 2022 – Desde a publicação de ontem, nossa redação tem recebido inúmeros questionamentos acerca da validade do casamento de Lula e Janja, oficiados escandalosamente por Dom Angélico Sândalo Bernardino.

No casamento de Lula-Janja, celular só do cardiologista e expectativa por comitê suprapartidário da campanha | Blog da Andréia Sadi | G1

Todos sabemos que, para o direito da Igreja, o fiel é obrigado a se casar segundo o que se chama de “forma canônica”, que compreende uma série de procedimentos que precisam ser corretamente seguidos para a validade do casamento. Sendo assim, algumas perguntas se impõem:

  1. Saiu em vários veículos de mídia que Janja já foi casada (por exemplo, aqui), mas não diz se é viúva, se não se casou na Igreja ou se houve uma declaração de nulidade matrimonial. Ela era realmente livre para contrair o sacramento?
  1. O processo matrimonial precisa ser instruído na paróquia de residência dos noivos. No caso deles, que já viviam juntos, era na Diocese de Santo André, território de Dom Pedro Cipollini. Ora, como o casamento foi celebrado num Buffet, é de se duvidar que a paróquia que teria instruído o processo o tenha feito sem prévia autorização do bispo do local em que aconteceria o casamento. Houve processo matrimonial? Correram proclamas? Em qual paróquia?
  1. Dom Angélico Sândalo Bernardino é bispo emérito de Blumenau, residente na arquidiocese de São Paulo, cujo arcebispo é o cardeal Dom Odilo Scherer. Contudo, o próprio Dom Angélico não é ordinário de diocese alguma e, portanto, não poderia ter celebrado este casamento sem autorização prévia dos ordinários relacionados nem sequer na arquidiocese de São Paulo, onde reside. Dom Odilo, que, como arcebispo, é também o cabeça da Província Eclesiástica, estava a par do processo matrimonial?
  1. O casamento aconteceu no Buffet Contemporâneo 8076, um luxuoso espaço no Brooklin, zona Sul de São Paulo, território da arquidiocese de Santo Amaro. O bispo da diocese foi informado por Dom Angélico, este lhe pediu autorização ou ao pároco local para celebrar (o território é relativo à Paróquia Sagrado Coração de Jesus)? Sem essa autorização, o casamento seria proibido pelo Direito Canônico e, portanto, seria inválido. Ademais, sabemos que os casamentos em locais profanos são proibidos pelo direito e pelas normas da Província Eclesiástica de São Paulo. Houve autorização nesse sentido por parte do bispo diocesano de Santo Amaro, a quem competiria uma dispensa que, no caso, seria perfeitamente compreensível?

Diante da possibilidade de uma grave simulação de sacramento oficiada pelo bispo Dom Angélico Sândalo Bernardino, a arquidiocese de São Paulo e as Dioceses de Santo André e Santo Amaro deveriam vir a público e esclarecer os fatos.

Conclamamos nossos leitores a se dirigirem aos respectivos bispos, a fim de que esclareçam se estamos diante de um sacramento ou de um simulacro.

E-mail de Dom Odilo (São Paulo): casaepiscopalsp@terra.com.br

E-mail de Dom Cipollini (Santo André): dompedro@diocesesa.org.br

E-mail de Dom Negri (Santo Amaro): secretaria@diocesedesantoamaro.org.br

E-mail da Nunciatura Apostólica: nunapost@solar.com.br

Dom Odilo Scherer se une a FHC, Freixo, Dráuzio Varella e Felipe Neto pela “democracia”.

Todos unidos, apesar das diferenças. Diferenças?!

Personalidades assinam manifesto Estamos#Juntos a favor da democracia

Jovem Pan, 31 de maio de 2020 – Um grupo de mais de 1,6 mil personalidades brasileiras de diferentes setores da sociedade assinou neste sábado (30) um manifesto chamado “Estamos #Juntos”. O texto referendado por artistas, acadêmicos e lideranças políticas prega a defesa da “vida, liberdade e democracia” e pede que os governantes “exerçam com afinco e dignidade seu papel diante da devastadora crise sanitária, política e econômica que atravessa o País.

Entre os signatários estão representantes de diferentes lados do espectro político, como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB). Também subscrevem o manifesto parlamentares como Marcelo Freixo (PSOL), Tábata Amaral (PDT) e Marcelo Calero (Cidadania). Outras personalidades incluem o apresentador de TV Luciano Huck, o médico Drauzio Varella, o arcebispo de São Paulo, Dom Odilo Scherer, a atriz Fernanda Montenegro e o youtuber Felipe Neto.

“Como aconteceu no movimento Diretas Já, é hora de deixar de lado velhas disputas em busca do bem comum”, diz o texto. “Esquerda, centro e direita unidos para defender a lei, a ordem, a política, a ética, as famílias, o voto, a ciência, a verdade, o respeito e a valorização da diversidade, a liberdade de imprensa, a importância da arte, a preservação do meio ambiente e a responsabilidade na economia”.

Um dos organizadores do grupo, o escritor Antonio Prata explica que diferentes artistas se juntaram diante da sensação de estar em uma “tempestade em um bote furado”. Segundo ele, a pandemia do novo coronavírus e a deterioração na situação política do País motivaram a união entre pessoas que costumam ficar em lados opostos do debate público.

Prata cita uma fala de um dos filhos do presidente Jair Bolsonaro, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), que afirmou que “não é mais uma opinião de se, mas de quando” haverá “momento de ruptura” como um dos fatores determinantes para motivar uma ação conjunta. “As pessoas vieram não por mérito nosso, mas por demérito do governo”, disse o escritor.

Arquidiocese de São Paulo – Nota de Esclarecimento sobre o ato inter-religioso na Catedral da Sé.

Dom Odilo Pedro Scherer emite nota de esclarecimento sobre o ocorrido na Catedral da Sé na tarde de ontem, 30 de setembro

ESCLARECIMENTO
A quem interessar possa, desejo dirigir uma palavra esclarecedora a respeito da manifestação inter-religiosa realizada no dia 30 de setembro na Catedral metropolitana de São Paulo.

Antes de tudo, peço muita calma! Estejamos muito atentos àquilo que ouvimos e lemos e de quem recebemos mensagens. Checagem das informações e discernimento são coisas indispensáveis, para não sermos arrastados por informações de todo tipo. É necessário ver, se as fontes das informações são confiáveis. Há muita fonte poluída por aí e quem bebe de fontes envenenadas, fica envenenado também e pode até morrer…

A manifestação na Catedral de São Paulo partiu de uma organização inter-religiosa, que queria dar o seu apoio ao sínodo da pan-Amazônia, que o Papa Francisco vai abrir em Roma no próximo domingo, dia 06 de outubro. Estiveram presentes numerosos representantes de religiões não-cristãs mas falaram apenas representantes de oito religiões, além da minha fala e do cardeal Dom Cláudio Hummes. Não foi uma celebração ecumênica, mas um ato inter-religioso, o que é diferente. Nem estávamos vestidos para uma celebração.

Não falou nenhum político. O nome de nenhum político sequer foi mencionado! Tudo transcorreu na melhor serenidade e sem nenhum inconveniente. Está longe da verdade quem divulga que foi um uma “balbúrdia” e uma “profanação”. Quem fala isso mente.

Não houve nenhuma menção a “Lula livre”. Depois que deixei a Catedral, vi imagens nas mídias sociais, que mostravam flâmulas, penduradas como se fosse num varal num espaço lateral da catedral, e que tinham a inscrição “Lula livre”. Foi obra de alguém que instrumentalizou o momento, infelizmente. Mas nada disso fez parte da organização do ato inter-religioso, nem teve influência no ato.

Vi também imagens pelas mídias sociais, só depois que deixei a Catedral da Sé, sobre um início de tumulto provocado por alguns pouquíssimos jovens, na entrada da Catedral (não foi durante o ato-inter-religioso), os quais queriam se opor ao ato porque viram as flâmulas “Lula livre”. Foi algo que não interferiu na manifestação inter-religiosa em si. Pelas imagens e falas, percebi que algumas pessoas tentaram impedir que os jovens entrassem na Catedral para fazerem seu protesto. Mas ninguém “expulsou” os jovens da Catedral, menos ainda por iniciativa da própria Catedral, ou do Arcebispo. Mente quem afirma o contrário e traz para o centro da questão, de maneira equivocada ou malévola,  algo que foi apenas marginal e nem foi percebido durante a manifestação inter-religiosa.

Essa manifestação foi digna, respeitosa e não houve nada de ofensivo ou contrário à fé católica ou ao decoro da igreja-catedral. Nem foi um ato sincrético, nem “balbúrdia”,  nem “profanação”, nem “palhaçada”, nem foi uma manifestação “política”, como alguns estão divulgando e querem fazer crer. Quem fala isso mente.

Na Catedral havia a presença ou a representação de mais de 100 instituições e organizações religiosas e civis de diversas expressões, que assim manifestaram seu apoio à iniciativa do sínodo. Também havia políticos de vários partidos. Ninguém, a não ser os oito líderes religiosos, teve a palavra. As falas foram breves e respeitosas.

Os representantes das diversas religiões não cristãs e um representante evangélico, que tomaram a palavra, manifestaram apreço pelo Papa Francisco e pela iniciativa do sínodo, convocado por ele. E manifestaram sua confiança e os desejos de bons frutos dessa assembleia sinodal da Igreja Católica.

Eventuais posturas ou manifestações individuais e não programadas pelo ato inter-religioso não podem ser confundidas com o ato, em si, nem com o propósito de quem organizou o mesmo, cujo objetivo foi o de manifestar o apreço pela realização da assembleia do sínodo para a grande Amazônia.

Convido todos a serenarem os ânimos, a se informarem bem antes de quaisquer manifestações contundente ou ofensivas e, em vez de polarizações excludentes e de manifestações condenatórias, busquemos o diálogo com todos, no respeito pelas convicções diferentes, sem esconder as próprias. Em vez de voltarmos nossas energias uns contra os outros, demo-nos as mãos, dialoguemos e colaboremos na busca de solução para tantos problemas concretos ao nosso redor e para aquilo que é importante para o mundo, “casa comum” de todos nós, confiada aos nossos cuidados.

Cardeal Odilo Pedro Scherer
Arcebispo de São Paulo

O Circo da Amazônia passa pela catedral de Paulo VII.

Por FratresInUnum.com, 30 de setembro de 2019: Dom Odilo Scherer, cardeal arcebispo de São Paulo, não hesitou em realizar mais um pajelança na já tão profanada catedral da Sé de São Paulo, na noite de hoje (30). O frustrado Paulo VII, tão menosprezado por Francisco, parece já estar em campanha para o próximo conclave.

Parabéns aos jovens que se levantaram contra esta afronta à Nosso Senhor, em Seu templo, diante de nossas faces. Créditos a Guilherme de Maria.

O grito dos crentes na Catedral da Sé.

Por FratresInUnum.com, 21 de novembro de 2018 – A cena tem algo de paradigmático e, por isso, merece ser comentada.

Viralizou pelas redes sociais o vídeo em que o cardeal arcebispo de São Paulo, Dom Odilo Pedro Scherer, sobe a um palanque de evangélicos para protestar contra o barulho que os mesmos faziam e que teria atrapalhado horrivelmente a missa que ele acabara de celebrar na Catedral de São Paulo em comemoração ao “dia do pobre”, uma dessas invenções tão cansativas do engenho de Francisco.

Porém, na realidade cotidiana, os pobres que não sucumbiram ao protestantismo suportam a berradeira pentecostal dia-após-dia, esquina por esquina, em cada viela, em cada rua de seus bairros. Nada de extraordinário para quem vive nas cidades brasileiras.

O povo católico vibrou com a atitude de enfrentamento do cardeal, que pareceu romper com o bom-mocismo ecumenista vigente na Igreja desde o Vaticano II. De fato, a ideologia ecumênica acabará aí: numa briga de foice.

Criado com o único objetivo de anestesiar a apologética católica, o ecumenismo enfraqueceu a Igreja de tal modo que, aliado à teologia da libertação, tornou-a simplesmente inexpressiva, nua do sobrenatural, indefesa aos assédios dos charlatães da crença. Enquanto o cardeal grita “viva os pobres”, o pastor grita “glória a Deus”, este é o contraste! E, como os pobres querem a Deus, correm atrás do senhorzinho analfabeto que, em sua ignorância, ao menos lhes infunde uma pontinha de fervor religioso, fervor inexistente em seus padres de paróquia.

Lá em cima, o cardeal reclama como um desvalido, falta pouco chorar. Os protestantes o ouvem quase como quem atira uma esmola, mas logo se dispensam de lhe dar qualquer tipo de atenção… Aos pés do palco, uma senhora dá-lhe as costas, sacudindo os ombros e fazendo cara de deboche. Basta o cardeal devolver o microfone ao condutor do evento, em um instante se esquecem daquilo tudo, como se tudo jamais tivesse acontecido. É lógico! O vocabulário do bispo padece de cacoetes catequéticos que pouco ou nada dizem àqueles ouvidos pouco habituados com o catolicismo, desse mesmo catolicismo que os padres insistiram em expulsar a pontapés de suas mentes.

Os gritos protestantes invadem o santuário, o ruído atrapalha a missa até o ponto de que o bispo precisa ver com os próprios olhos, sentir em sua própria pele, que ele não é mais ninguém para o seu povo. Este é um retrato da Igreja no Brasil, que deixou de pregar a fé e, por isso, jaz em completa insignificância.

As gentes começam a acordar, uma graça desperta o povo, há uma saudade de catolicismo nas almas… Que pena os bispos quererem-na sufocar! Que triste quererem afogar o brado católico que se começa a erguer para sobrepor-se àqueles grito insanos, mundanos, blasfemos.

Sim, há uma esperança para a Igreja: o povo precisa gritar mais alto e tão alto que, sobrepujando o escarcéu dos protestantes, consiga assustar ainda mais os corações endurecidos dos seus bispos obstinados.

Dom Odilo: “Nós devemos a possibilidade da elaboração do acordo Brasil-Santa Sé ao desejo, sim, do presidente Lula”.

Por FratresInUnum.com, 16 de novembro de 2018: Aconteceu na PUC Campinas, entre os últimos dias 12 e 14 de novembro, um seminário para comemorar os 10 anos do acordo Brasil-Santa Sé.

Na tarde do dia 12, Dom Odilo Scherer, cardeal arcebispo de São Paulo, fez uma breve intervenção, na qual revelou um episódio desconhecido, enfatizando que queria que ficasse devidamente registrado. Trata-se da participação do ex-presidente e atual presidiário Luiz Inácio Lula da Silva na tramitação do acordo Brasil-Santa Sé.

“Eu queria relatar um detalhe, um episódio que não é muito conhecido, mas que eu acho que precisa ser conhecido, faz parte do processo…”

“Foi marcada uma audiência com o presidente, na época o presidente Lula, e o seu governo, portanto os ministros. Da parte da Igreja, naturalmente, o núncio apostólico, a presidência da CNBB e os cardeais da época, e mais os presidentes eméritos, naturalmente, os presidentes anteriores da CNBB. Ainda esteve presente Dom Luciano e também Dom Ivo e Dom Jaime Chemello. Na época, na ocasião da audiência, o presidente nos recebeu na sala de governo, na grande mesa de reunião com o ministério. E começou a exposição do projeto, do acordo, o que seria… O presidente fumou muito e escutava, escutava, escutava. E, no fim, o pedido que se fez da parte da Igreja, que esse acordo fosse, de fato, elaborado, concordado e firmado”.

“E aí, então, várias intervenções, pedidos de explicações… Houve vários ministros bem contrários ao acordo: entre eles, o ministro das relações exteriores, que depois assinou o acordo, mas ele não era favorável ao acordo; ministro da educação; ministro do trabalho; e mais algum ministro que não era favorável ao acordo e claramente punha dificuldades, dúvidas sobre a possibilidade de o acordo vingar”.

“O presidente escutou, escutou, escutou e, por fim, ele tomou a palavra e bateu na mesa. Lembro bem! Bateu na mesa!” (Neste momento, Dom Odilo imita o gesto, como se estivesse batendo à mesa). “‘Eu quero esse acordo!’”, disse o cardeal de São Paulo, referindo as palavras de Lula. “De fato, (Lula) tomou a iniciativa de que o acordo fosse pra frente e já ordenou a todos os ministros que colaborassem com a comissão bilateral”.

Em seguida, ele menciona a criação da comissão bilateral e continua: “Daí puderam avançar as conversações sem maiores resistências. Esse passo eu acho que foi muito importante porque, de fato, não sei se da parte do governo brasileiro haveria muito esforço para levar avante este acordo. Eu creio que não, dadas as resistências que havia da parte de vários ministros e ministérios importantes para o acordo, como é o ministério da educação, das relações exteriores, da saúde, assim por diante, da cultura. E, portanto, este momento foi decisivo para que avançasse a negociação para o projeto do acordo que, depois, de fato, foi assinado”.

“Eu digo isso – naturalmente, não queria ser mal-entendido – como um fato que deve ser registrado. De fato, nós devemos a possibilidade da elaboração do acordo ao desejo, sim, do presidente Lula de que este acordo fosse firmado. E ele manifestou na ocasião que ele tinha um dever com a Igreja. Disse, sim! Recordou a sua história política, etc., digamos, a relação com a Igreja no seu tempo de sindicalista, o trabalho importante da Igreja no mundo do trabalho, na assistência social, na saúde e, portanto, disse: ‘o Brasil deve este acordo com a Santa Sé, com a Igreja Católica’”.

Algumas observações: o acordo Brasil-Santa Sé não foi até hoje devidamente regulamentado, de modo que há pouco que se comemorar; e a menção ao presidiário Lula, ao contrário de ser honrosa, deveria ser razão de vergonha para um bispo.

Vale lembrar que o presidente recém eleito assinou um termo de compromisso com os valores católicos. Possivelmente, a despeito da atitude esnobe dos bispos, Bolsonaro é quem deverá regulamentar o acordo Brasil-Santa Sé, mas, sobretudo, deverá  promover a agenda dos valores morais católicos (se é que isso importa para a CNBB).

Já é hora de parar com o choro de carpideiras e começar a aproximação com o futuro presidente do nosso país — que continua ignorado pela CNBB e pelo Vaticano. É o bem da Igreja que está em jogo e isso deveria estar acima de qualquer ideologia.

Comemorar um acordo que não saiu do papel não vale nada sem o esforço de trazê-lo à realidade, o que demanda, neste momento, engolir o próprio orgulho e assumir a civilizada e democrática (já que a democracia parece ser um dos únicos dogmas existentes para a CNBB) posição de respeito, diálogo e colaboração.

Alguém, por favor, avise Dom Odilo que a campanha eleitoral já acabou, que Bolsonaro já venceu e que Lula, bem…, Lula está preso (evidentemente, não utilizaremos a retórica de Cid Gomes para com um Cardeal Arcebispo).