Argentina. Seminário é fechado após desafiar ordem do bispo de ‘Comunhão na mão’.

IHU – Um seminário localizado no coração da famosa região vinícola argentina, Mendoza, recebeu a ordem do bispo local para fechar as portas. O religioso seguiu instruções do Vaticano após uma revolta em torno das medidas de segurança relativas à covid-19.

A reportagem é de Inés San Martín, publicada por Crux, 05-08-2020. A tradução é de Isaque Gomes Correa.

Diocese de San Rafael é o lar de um grande seminário diocesano, com 39 alunos estudando para o sacerdócio. A diocese, junto do governo da Província de Mendoza, decretou que, como forma de precaução, a Comunhão seria entregue somente na mão durante o tempo que durar a pandemia.

No entanto, uma maioria dos padres e leigos locais tem protestado contra a medida, com o seminário à frente de uma campanha contra a decisão tomada por Dom Eduardo Maria Taussig.

Religioso conservador, Taussig é amigo de Dom Hector Aguer, arcebispo emérito de La Plata, prelado que já foi descrito por analistas argentinos como o principal opositor do então Cardeal Jorge Mario Bergoglio – hoje, Papa Francisco – quando este era o arcebispo de Buenos Aires.

No entanto, em um texto postado no blog espanhol Info CatolicaAguer revelou ter conversado com Taussig duas vezes por telefone, e culpa o bispo pela crise.

“Lamento profundamente o que está acontecendo em San Rafael, por um erro muito grave seu: o decreto sobre como dar a Comunhão. Por duas vezes eu já manifestei a minha opinião, quando conversamos por telefone”, escreveu o arcebispo.

Embora as conferências episcopais do mundo todo estejam aconselhando os padres para que deem a Comunhão na mão durante as missas nestes tempos de pandemia, o Vaticano não publicou instruções sobre o assunto.

Críticos destas instruções dizem que não há evidências científicas de que se um padre está usando adequadamente uma máscara facial e desinfeta as mãos antes de distribuir a Eucaristia, o risco de contágio é maior se recebido na língua, e não na mão.

Os padres rebeldes sustentam que os fiéis têm o direito de receber a Comunhão na língua e que ambos os métodos de recepção estão sendo oferecidos aos católicos da diocese argentina.

Depois que os padres de San Rafael se revoltaram contra a decisão de Taussig, o bispo decidiu fechar o seminário, movimento apoiado pelo Vaticano.

Uma nota em 27 de julho anunciava que um novo reitor fora nomeado por Taussig, que ele assumiria o posto imediatamente e que “ao apresentar o novo reitor aos padres e seminaristas, o bispo também comunicou que, seguindo instruções precisas da Santa Sé, tomou a decisão de fechar o seminário no fim deste ano, assim que o ano letivo terminar”.

O comunicado anunciou ainda que o bispo, o reitor e os formadores acompanhariam os seminaristas em uma jornada de “discernimento” para que eles estes possam ser realocados em outros seminários do país.

“Embora muito dolorosa para todos, essa medida é necessária”, lê-se no texto divulgado. “Deus saberá como dar novos frutos de santidade para toda a diocese, enquanto perseveramos na comunhão com a hierarquia que o próprio Senhor arranjou para guiar a Igreja”.

Dois dias depois, o Pe. Antonio Alvare, porta-voz da Diocese de San Rafael, contou canal de televisão local TVA El Nevado que a decisão foi tomada pela Santa Sé em decorrência à desobediência da maioria dos clérigos de San Rafael em dar a Comunhão na mão.

San Rafael tem 100 mil moradores e desde que a pandemia chegou à Argentina, em março, a cidade registrou apenas seis casos positivos de covid-19, com nenhuma morte relatada.

Alvarez argumentou que, com tantos padres desafiando abertamente a autoridade do bispo, era impossível encontrar formadores para o seminário dentre o clero.

Um padre citado pelo jornal regional Los Andes disse que eles não estão sendo desobedientes à Igreja ao darem a Comunhão na língua a quem assim pede, porque a regra universal da Igreja permite tal prática. O entrevistado também disse que há formas de cumprir as medidas de saúde que não tiram os direitos dos fiéis.

Antes que a decisão de fechamento do seminário fosse anunciada – logo depois que se flexibilizou a quarentena em Mendoza –, Taussig declarou que a Comunhão só seria dada na mão após a emergência acabar, e pediu aos fiéis que não forçassem os padres e ministros a negar-lhes o sacramento solicitando recebê-lo na língua.

“Imploro que não coloquem [os padres e os ministros] na dor terrível de, ao obedecer a Igreja e as normas vigentes, não poderem dar-lhes a Comunhão”, pediu o bispo. “Se você não tem condições de receber a Comunhão na mão, saiba que não está obrigado a receber a Comunhão e poderá fazer a comunhão espiritual”.

Alvarez, o porta-voz diocesano, criticou os manifestantes – que, a certa altura, desafiaram as leis argentinas contra a aglomeração durante a pandemia, quando formaram um grupo de oração em frente ao seminário – dizendo que um protesto público não era o melhor a ser feito.

“Podemos discordar, mas há formas de fazê-lo”, disse. “Não podemos esperar a permissão para fazer algo que está proibido pela lei civil. E a restrição dos direitos constitucionais, em uma pandemia, é legítima”.

O padre salientou que “um mês atrás, nós nem sequer podíamos participar das missas”, e observou que o limite de trinta pessoas para cada evento religioso, permitido em Mendoza, está acima da média nacional, que é de dez.

Conferência Episcopal Argentina lançou uma nota, no sábado, em apoio a Taussig e sua decisão.

“Na formação presbiteral, o bispo deve ser capaz de contar com a ajuda dos padres animados pelo Evangelho, os quais aceitam, de forma plena e sem reservas, os ensinamentos do Magistério da Igreja, especialmente aqueles contidos no Concílio Vaticano II”, lê-se na nota.

“Isto requer uma consciência clara das atuais expectativas da Igreja: que eles concordem fielmente com as exigências indicadas no Plano de Formação Presbiteral, num clima de lealdade com o pastor da diocese e uma responsabilidade cuidadosa dos jovens a ele confiados”.

Presidente da Associação de Médicos Católicos da Itália: “A Comunhão na mão é, definitivamente, mais contagiosa”.

Dr. Filippo Maria Boscia.

“O problema que nos preocupa a todos, primeiramente a nós, médicos, é a difusão do vírus. O que é certo é que as mãos são as partes do corpo mais expostas a vírus, pois pegam em tudo, de objetos infectados a dinheiro.

[…] A Comunhão na língua é mais segura que na mão. As mãos, como disse, tocam em tudo. A Comunhão na mão é, portanto, definitivamente mais contagiosa.

[…] Sim, eu ouvi a respeito das pinças [para administrar a Comunhão com certa distância]. Também sobre a proposta de distribuir as Hóstias Consagradas em pequenos envelopes para serem retirados. Falando sério, após a gripe espanhola, nós continuamos a praticar a Comunhão na boca, e tudo foi como era antes. Creio que estamos cruzando a linha do senso comum. Não deveríamos buscar certas coisas. Sim, a saúde é importante, sem dúvida, mas não com exageros e extravagâncias.

Como médico, tenho a convicção de que a Comunhão na mão é menos higiênica e, portanto, menos segura do que a Comunhão na boca. Além disso, não nos dizem todos os dias para não tocar em tudo, para lavar as mãos, para desinfectá-las, não tocar a face com as mãos, os olhos, o nariz? Temos que seguir algumas regras de saúde que são úteis. Não tenhamos medo e nem façamos especulações, muito menos busquemos interesses comerciais”.

Palavras do presidente da Associação de Médicos Católicos da Itália, dr. Filippo Maria Boscia.

Frutos da Comunhão na mão.

A politicamente correta ACI não ousa afirmar o óbvio ululante: tal profanação só é possível graças à nefasta prática da Comunhão na Mão, somada ao descuido dos ministros que entregam a Sagrada Hóstia como um biscoito qualquer e sequer se dão ao trabalho de conferir se foi devidamente comungada.

Artista rouba 242 hóstias consagradas e forma palavra “pederastia” com elas em mostra profana

MADRI, 23 Nov. 15 / 03:00 pm (ACI).- O município de Pamplona (Espanha) permitiu a mostra sacrílega de Abel Azcona, que, depois de roubar 242 hóstias consagradas durante as missas simulando que ia comungar, colocou-as no chão formando a palavra “pederastia”. As fotos de como foi realizado o roubo das hóstias estão expostas em uma sala pública de arte em Pamplona, patrocinada pela prefeitura da cidade governada pela aliança independentista vasca, Bildu. A Plataforma “Abogados Cristianos” (em português: Advogados Cristãos) fez uma denúncia contra Azcona por violação do Código Penal espanhol e estipulou que até a próxima quinta-feira a prefeitura retire tal exposição sacrílega.

azcona

A assessora de cultura do município, Maider Beloki, apresentou a mostra com o título de “Enterrados” durante a última sexta-feira, a qual contém fotografias de como as hóstias consagradas foram roubadas e colocadas no chão. As hóstias permaneceram no chão até que um cidadão as retirou da exposição.

Polonia Castellanos, porta-voz da Plataforma Abogados Cristianos, declarou ao Grupo ACI que colocaram uma queixa contra o autor da exposição por “haver cometido em delito contra os sentimentos religiosos e a profanação, que estão nos artigos 524 e 525 do Código Penal espanhol”.

“O município de Pamplona também recebeu o prazo para que até a próxima quinta-feira a exposição seja fechada. Caso contrário, ampliaremos a queixa em grau de cumplicidade e cooperação necessária”, precisou Castellanos.

Nesse sentido, a Plataforma Abogados cristianos também manifestou que ficou surpreendida pela colaboração do município nesta profanação. “Não sei por que um município, de qualquer política que seja, permitiu algo que claramente é considerado um delito”.

“Em princípio, os poderes públicos como o município existem a fim de velar que delitos como estes não aconteçam, mas não para ajudar que estes sejam cometidos. O código penal é o mesmo para todos e se não tirarem a exposição antes desta quinta-feira, deverão responder por isso”, assegurou Castellanos.

Caso Abel Azcona tivesse antecedentes penais, como existem indícios disso, poderia pagar não só uma multa, mas também passaria pela prisão.

A plataforma Maslibres.org se manifestará hoje à tarde ante a Prefeitura de Navarra a fim de protestar pelo uso “de um espaço municipal para albergar o maior ataque dos últimos anos contra os católicos”.

Conforme explica Maslibres.org, a exposição fotográfica “é um flagrante ataque às liberdades e um espetáculo que demonstra a pobreza moral e criativa do suposto artista”.

“A cessão de um espaço municipal que todos os cidadãos da capital forense contribuem a manter com seus impostos, converte o Governo municipal em cúmplice do que se pode considerar o maior ataque dos últimos anos contra os católicos”, acrescentou Miguel Vidal, porta-voz da associação.

Até agora foram recolhidas mais de 18 mil assinaturas na plataforma change.org a fim de que a Prefeitura retire totalmente e de maneira imediata tal exposição que atenta contra os sentimentos religiosos.

Para assinar a retirada desta exposição sacrílega acesse esta página em espanhol: https://www.change.org/p/ayuntamiento-de-pamplona-paren-ya-esta-grave-profanaci%C3%B3n-p%C3%BAblica-es-un-delito

“Jesus está no chão”.

Por indicação de um leitor, apresentamos este comovente vídeo como ilustração das partículas que realmente caem no chão ou ficam nas mãos do comungante que assim as recebe.

Contudo, não podemos deixar de comentar a frase: “Jesus está no chão. Ele foi jogado ao chão por pessoas que receberam a Comunhão na mão e não verificaram as suas mãos.” Ao final, o vídeo contemporiza e aconselha: “Receba [a Comunhão] na língua ou ao menos verifique suas mãos.”

Nós, do Fratres in Unum, não compartilhamos dessa contemporização e diríamos: “Receba a Comunhão somente sobre a língua e peça ao padre que use sempre a patena.” Ela foi criada justamente para essa finalidade. Lamber as mãos após a Comunhão não é nada eficaz para evitar profanações e não condiz com o decoro que devemos ter para com o nosso amado Salvador.

Acabemos de uma vez por todas com a famigerada Comunhão na mão!

[Atualização: 14 de julho de 2012, às 15:39 – Acrescentamos o vídeo com legenda fornecido pelo blog do Angueth.

Mais um sacrilégio, graças à Comunhão na Mão.

San Jose, Calif., 12 de fevereiro 2010 / 07:08 pm (CNA).- Os católicos de Costa Rica continuam expressando sua repulsa após as ações de Deborah Formal, namorada do candidato à presidência Otto Guevara. No último domingo, Formal partiu um pedaço da Eucaristia e colocou no bolso de seu namorado.

A mídia costa-riquenha continou a transmitir a cena da Missa que mostra Formal recebendo a Comunhão, levando um pedaço dela a seu assento e dando a Guevara.

Divorciado, Guevara não se apresentou para a Comunhão.

O vídeo mostra que, ao se aproximar do arcebispo para receber a Comunhão, ambos rapidamente trocaram palavras. Formal disse depois que pediu permissão ao arcebispo para “compartilhar a benção” da Comunhão com Guevara. Ela disse ter mal interpretado o arcebispo e pensou que ele tivesse dado a ela permissão.

Nunca foi minha intenção desrespeitar a Igreja Católica”, disse.

Formal é vista recebendo a Comunhão na mão, consumindo um pedaço e levando o que restou a seu banco, onde se inclinou e colocou o pedaço no bolso da camisa de Guevara.

“Tentei fazer algo que permitisse Otto carregar uma parte de Deus em seu coração”, explicou Formal.

Depois dos padres terem sido avisados das ações de Formal, eles pediram ao candidato presidencial para devolver a hóstia consagrada. Ele a devolveu e ela foi imediatamente consumida por um dos padres concelebrantes.

Vários católicos entrevistados pela mídia expressaram seu escândalo pelas ações de Formal, disse que ela demonstrou não apenas ignorância em descrever a hóstia consagrada como uma “benção”, em vez da Presença Real de Cristo, mas também completo desrespeito pela Comunhão e pela Hóstia Eucarística.

O arcebispo Hugo Barrantes, de San Jose, qualificou suas ações de “inapropriada e desrespeitosa”, embora não sacrílega.

No que tange à Santa Comunhão, impera uma grande necessidade na Igreja.

Um bispo auxiliar do Cazaquistão adverte os bispos alemães que não apenas se alegrem com a Comunhão na boca e de joelhos. Os pastores supremos precisam dissuadir de maneira ativa os fiéis de comungarem na mão.

Mons. Athanasius Schneider(Kreuz.net) No que tange à Santa Comunhão, impera uma grande necessidade na Igreja. Assim esclareceu o Bispo Auxiliar – descendente de alemães – de Karaganda, no Cazaquisão, Mons. Athanasius Schneider (48), em uma entrevista para o canal de TV católico ‘Kephas-TV’. O filme será exibido várias vezes nessa semana.

O recebimento da comunhão é o encontro com Deus, “perante o qual os anjos se prostram” – esclareceu o Bispo Auxiliar. Deve ficar claro durante o recebimento da comunhão que esse é um momento sagrado. Para os fiéis o mais natural seria ficar de joelhos diante da majestade divina: “Esse é o mínimo que devemos ao Senhor.”

O ser humano consiste de alma e corpo e também precisa mostrar reverência perante o Senhor. Quanto à distribuição da Comunhão hoje em dia, o Bispo Auxiliar disse que é de chorar “quando a observamos.”

Os bispos devem se alegrar sobre a Comunhão na boca

Durante a Comunhão na mão e de pé não haveria mais quase nenhum sinal externo de adoração: “Isso é simplesmente um movimento em série, que transcorre de maneira bastante rápida, em que se recebe o Senhor na forma de pão rapidamente e se coloca na boca por si mesmo.”

Mons. Schneider adverte o clero também: “Precisamos todos nos alegrar – também os bispos e sacerdotes – quando os fiéis se ajoelham diante do Senhor.”

Contra o Concílio Pastoral

Na entrevista o Bispo Auxiliar enfatiza ainda que o apelo da Comunhão na mão no Concílio Pastoral Vaticano Segundo é um “puro mito”. O Concílio não teria dito nada a respeito disso. A Comunhão na mão não teria passado pela cabeça dos padres conciliares.

Implementada de maneira ilegal

A Comunhão na mão na forma atual teria sido inicialmente introduzida de maneira ilegítima na Holanda – eclesialmente morta nesse meio tempo. O Papa Paulo VI († 1978) teria “legitimado” a Comunhão na mão pela primeira vez  posteriormente. O Bispo Auxiliar Schneider está convencido de que esse Papa não desejaria a Comunhão na mão. No ano de 1968, o Papa indagou o episcopado mundial sobre o tema. Dois terços dos bispos negaram a Comunhão na mão. Eles exigiram que a forma tradicional de recebimento da Comunhão fosse mantida. Mons. Schneider esclareceu também que: Os bispos daquela época reconheciam ainda o perigo de que partículas da hóstia caíssem no chão e que a reverência dos fiéis se perdesse.

A Comunhão na mão é fortemente proibida no Cazaquistão

O Bispo Auxiliar Schneider reporta que no Cazaquistão nunca existiu a Comunhão na mão: “Para os fiéis, ajoelhar-se é uma necessidade espontânea. Não se precisa ensinar-lhes de modo algum. A fé interior exige um gesto exterior dos joelhos.”

Também turistas, diplomatas e executivos precisam receber a Comunhão na boca no Cazaquistão: “Há dois anos a nossa Conferência Episcopal tomou a decisão unânime de que somente a Comunhão na boca e de joelhos seria permitida em todas as dioceses do Cazaquistão – também para os estrangeiros. A Santa Sé concordou com essa norma.”

Um magistério prático

Mons. Schneider ficou “bastante admirado” quando o Santo Padre começou a distribuir a Comunhão somente na boca e de joelhos: “Eu considerei isso como um Magistério prático que o Santo Padre nos dá.” Especialmente os bispos deveriam ser muito gratos ao Santo Padre por seu exemplo e imitá-lo.

O Bispo Auxiliar sugere que os bispos diocesanos recomendem e esclareçam sobre a Comunhão na boca e de joelhos, se recordando de alguns bispos que já fizeram isso. Ele menciona o Prefeito para a Congregação da Liturgia, o Cardeal Antonio Cañizares. Na Quinta-feira Santa o Cardeal exigiu que os fiéis na Catedral de sua arquidiocese anterior, Toledo, recebessem a Comunhão na boca de joelhos. “Na Comunhão todos os fiéis receberam a Santa Comunhão de joelhos e na boca  – embora ele só tivesse aconselhado.”

Ajudar os fiéis em seu direito

O Bispo Auxiliar Schneider criticou ainda a retirada das mesas da comunhão das igrejas nos anos 70 do último século: “Isso foi como uma avalanche.” Esse fato será encarado como “iconoclasmo” na História da Igreja. O Bispo Auxiliar considera a reintrodução das mesas da comunhão também por razões práticas bastante úteis.

Os fiéis teriam o direito de se ajoelharem para a Comunhão. Contudo, sem as mesas da comunhão, esses fiéis – sobretudo, os idosos – seriam afetados de maneira adversa. Isso seria uma injustiça.

Além disso, Mons. Schneider considera a mesa da comunhão como um símbolo. Ela se revela como um armário que fica atrás de algo sagrado – “próximo ao Sacrário, onde o próprio Jesus está verdadeiramente presente”.

As mesas da comunhão teriam existido já nos primeiros séculos:

“Quando quisermos nos voltar aos padres da Igreja, às origens, então, deveríamos pelo menos reintroduzir as mesas da comunhão.”

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Em Lima, não à Comunhão na mão.

O Arcebispo de Lima não prega apenas contra a inconveniência da Comunhão na mão. Ele corta o mal pela raiz.

Mesas da comunhão na catedral de Lima
Mesas da comunhão na catedral de Lima

(Kreuz.net, Lima) Na catedral de Lima, no Peru, os fiéis podem receber a Comunhão somente de joelhos e na boca. Dois genuflexórios são colocados na frente do altar para a distribuição da Comunhão.

O Arcebispo do Peru, Cardeal Juan Luis Cipriani Thorne, deseja fazer de Lima uma “cidade eucarística”. Antes de sua nomeação ao episcopado, o Cardeal era padre da prelazia pessoal Opus Dei.

O Cardeal Cipriani também exortou os fiéis a visitarem o Santíssimo em uma das setenta capelas de Adoração da cidade. Em seu sermão de domingo ele disse: “A forma mais respeitosa de receber a Comunhão é de joelhos e na boca.” O texto do sermão está publicado no sitio da Arquidiocese.

O Príncipe da Igreja enfatiza que “se trata de nossas almas”: “Precisamos redescobrir o sentido de respeito e reverência perante a Eucaristia porque o amor a Jesus está no centro de nossa vida cristã.”

Cada vez mais contra a Comunhão na mão

Já em agosto o Cardeal Cipriani pregou sobre a maneira de receber a Comunhão: “Vamos usar as patenas.” Assim, se evita que partículas da Comunhão caiam no chão: “Recebemos a Comunhão sobre a língua. Assim, evitamos que as nossas mãos sujas toquem o Corpo de Cristo.” Os sacerdotes não deveriam distribuir o Corpo de Cristo como quaisquer impressos de papel.

“Como bispo não posso me calar”. Excertos do livro “Dominus Est”, de Dom Athanasius Schneider.

Vídeos do VodPod não estão mais disponíveis.

Consciente da grandeza e importância do momento da sagrada comunhão, a Igreja em sua bimilenária tradição procurou encontrar uma expressão ritual que pudesse testemunhar do modo mais perfeito sua fé, seu amor e seu respeito. Isto verificou-se quando, na esteira de um desenvolvimento orgânico, no Ocidente, a partir dos séc. VIII-IX, e no Oriente, já alguns séculos antes, a Igreja em todas as suas tradições litúrgicas começou a adotar o modo de distribuir as sagradas espécies eucarísticas diretamente na boca. Na tradição dos ritos latinos se ajuntou ainda o gesto de ajoelhar-se, uma expressão ritual própria do cristianismo ocidental. Este desenvolvimento se pode considerar como um fruto da espiritualidade e da devoção eucarística do tempo dos Padres da Igreja. Existem várias exortações ardentes dos Padres da Igreja sobre a máxima veneração, delicadeza e cuidado para com o Corpo eucarístico do Senhor, em particular a respeito dos fragmentos do pão consagrado. Quando se começou a notar que não existiam mais as condições que garantiam o cumprimento das exigências de máximo respeito e do caráter altamente sagrado do pão eucarístico, a Igreja, seja no Ocidente, seja no Oriente, com um admirável consenso e quase instintivamente percebeu a urgência de modificar o rito então vigente, isto é, passando da distribuição da comunhão na mão à distribuição na boca. A este desenvolvimento contribuiu igualmente um crescente aprofundamento da fé na presença real, que se expressou no Ocidente na praxe da adoração do SS. Sacramento solenemente exposto.

[…] Nos últimos decênios se difundiu em várias Igrejas locais do Rito latino (sobretudo no Ocidente) o uso de distribuir a comunhão na mão. A partir de uma análise serena e imparcial deste uso em muitíssimos lugares, se deve necessariamente constatar o que se segue: um dos momentos mais importantes e, portanto, mais sagrados e solenes da liturgia eucarística, como é a sagrada comunhão, torna-se sempre menos sacral e fonte de contínua profanação involuntária e até voluntária. Onde hoje mais se evidenciam as sombras na celebração eucarística e uma alteração do sentido do sagrado é precisamente o modo de distribuir a comunhão.

O modo da distribuição da comunhão na mão é realizado nos nossos dias infelizmente em condições históricas bastante desfavoráveis, quer dizer: notável diminuição da fé na presença real, do respeito e da sensibilidade pelo sagrado, mentalidade consumista, aproximação indiscriminada e incontrolável à sagrada comunhão, muitas vezes de todos os presentes na liturgia, também das pessoas não bem dispostas, não católicas e até não batizadas (um fenômeno que se verifica de maneira mais marcante nas celebrações de massa), e, enfim, um crescente fenômeno de profanações de hóstias consagradas por parte de grupos esotéricos e satânicos.

O próprio rito de distribuição na mão contribui, no hodierno contexto histórico, a uma progressiva e bastante difundida negligência com relação aos fragmentos, o que, juntamente com o não-uso da patena de comunhão, faz com que os fragmentos caiam por terra e se percam com grande facilidade. Assim acontece com freqüência, e sempre mais vem aumentando, que os fragmentos eucarísticos, as pérolas mais preciosas que existem sobre esta terra, são literalmente pisoteados nas igrejas católicas, sem os fiéis disso se aperceberem.

Como contrasta este fenômeno, minimizado ou silenciado por não poucos pastores da Igreja nos nossos dias, com a preocupação dos Padres da Igreja para que não se perdesse nem mesmo o mínimo fragmento do pão eucarístico!

Vídeos do VodPod não estão mais disponíveis.

[…]

Num tempo em que se dava a comunhão somente na boca e era prescrito até o uso da patena de comunhão, o Papa Pio XI ordenou a publicação da seguinte premente exortação:

“Na administração do sacramento eucarístico se deve mostrar um particular zelo, a fim de que não se percam os fragmentos das hóstias consagradas, já que em cada uma delas está presente o Corpo inteiro de Cristo. Por isso, tome-se o máximo cuidado para que os fragmentos não se separem fácilmente da hóstia e não caiam por terra, onde – horribile dictu! – se poderiam misturar com a sujeira e ser pisoteados com os pés”.

O grande Papa João Paulo II, já há 25 anos, falando exatamente do uso da comunhão na mão, constatou deploráveis faltas de respeito para com as Espécies eucarísticas, faltas que pesam… também sobre os Pastores da Igreja, que terão sido pouco vigilantes quanto à compostura dos fiéis em relação à Eucaristia.

[…]

São numerosos os exemplos das Igrejas locais, onde já se pratica há algum tempo a comunhão na mão, comprovando o fato inegável que este modo de distribuir o Corpo do Senhor produziu, em larga escala, um dano à vida espiritual da Igreja. Nos seus gestos, o rito hodierno não corresponde à praxe da Idade patrística, mas evoca mais facilmente a mentalidade consumista e anti-sacral do fim da década de 60, exatamente quando foi introduzido em alguns países da Europa setentrional, em desobediência às normas da Igreja, e em seguida, obtida a legitimação com uma maciça pressão sobre o Papa Paulo VI.

Prevendo realisticamente os danos espirituais desse uso, o Papa Paulo VI e a maioria do episcopado católico (do qual a grandíssima maioria participou do Concílio Vaticano II) julgaram não introduzí-lo. Pensando que não se poderia fazer parar este uso já difundido, o Papa Paulo VI o concedeu contra sua vontade.

Os prognosticados danos espirituais de um novo generalizado rito da comunhão na mão, indicados pela maioria dos bispos no ano de1968  e da Santa Sé na Instrução Memoriale Domini do ano de 1969, foram os seguintes:

• grande perigo de profanações e sacrilégios,

• negligência para com os fragmentos do pão consagrado,

• o fato que cada um toma o Corpo do Senhor com as suas mãos e dedos contribuirá a igualar o pão eucarístico ao pão comum,

• perda do caráter sagrado do gesto,

• falta de respeito,

• falsas opiniões sobre o sacramento eucarístico,

• dano à fé das crianças e das pessoas simples.

O Papa Paulo VI e a maioria do episcopado do ano de 1968 expressaram o juízo de que a comunhão na boca assegura e garante mais eficazmente o respeito, o caráter sagrado, o decoro, a fé na presença real e a devoção dos fiéis. O documento Memoriale Domini de 29 de maio de 1969, expressando o pensamento do Papa Paulo VI, fazia esta observação acertada:

“Uma mudança em coisa de tamanha importância, baseada numa tradição antiquíssima e venerável, não se refere somente à disciplina; poder-se-ia demonstrar fundado o receio de eventuais perigos derivados desta nova maneira de distribuir a Comunhão: o perigo, por exemplo, de diminuir o reverência para com o SS. Sacramento do altar, ou o perigo de uma sua profanação ou também de uma alteração da sã doutrina.”

O mesmo documento diz que se deve excluir qualquer impressão de que a consciência da Igreja cedeu no que diz respeito à fé na presença eucarística, como também qualquer perigo ou simplesmente aparência de perigo de profanação.

E numa carta da Secretaria de Estado ao episcopado católico, do dia 28/10/1968, se dizia que o novo rito de comunhão representava uma coisa grave em si mesma e nas suas conseqüências.

Os temores do Papa Paulo VI e da maior parte do episcopado católico dos anos 1968-1969 foram mais que fundados e encontraram plena confirmação na praxe do modo hodierno de distribuir a comunhão na mão. Este rito, visto sobre larga escala, produziu e continua infelizmente a produzir um dano espiritual não insignificante para a Igreja. E assim se dá uma situação contraditória e espiritualmente dolorosa na vida eucarística de muitas Igrejas locais: no momento da sagrada comunhão, que exige por sua natureza o máximo respeito, decoro, caráter sagrado, delicadeza, máxima vigilância, se verifica uma preocupante banalização do Santo dos Santos.

As tentativas de harmonizar ou minimizar este estado das coisas equivaleriam a fechar os olhos sobre a realidade. Já há mais de 20 anos, o Cardeal J. Ratzinger fez a seguinte constatação preocupante a respeito do momento da comunhão em vários lugares: “Nós não nos elevamos mais à grandeza do evento da comunhão, mas arrastamos o dom do Senhor para baixo, ao ordinário da livre disposição, à cotidianidade”.

Conseqüentemente, existe uma verdadeira urgência pastoral que exige uma modificação na situação atual da distribuição da sagrada comunhão. Levando em conta a dinâmica inata das coisas novas e mais cômodas a impor-se em proporções gerais e da pressão psicológica da “moda”, a comunhão na mão está suprimindo de fato sempre mais a comunhão na boca. Para que um fiel continue, em tais circunstâncias, a receber a comunhão na boca e ajoelhado, é verdadeiramente necessária uma grande maturidade espiritual e uma coragem não comum. A liberdade de escolha é, de fato, reduzida ao mínimo, como comprovam tantos testemunhos de fiéis. Não se deve negligenciar a intenção do Papa Paulo VI, expressa tão nitidamente no documento Memoriale Domini: “O Sumo Pontífice não julgou oportuno mudar o modo tradicional de distribuir a sagrada Comunhão aos fiéis. Portanto, a Sé Apostólica exorta ardentemente aos bispos, sacerdotes e fiéis a observar com amorosa fidelidade a disciplina em vigor”. Diante da milenar tradição de distribuir a comunhão na boca – fruto feliz de um desenvolvimento orgânico da fé e da piedade eucarística do primeiro milênio – essa inovação não trouxe uma verdadeira utilidade para a Igreja.

Dom Athanasius Schneider, ‘Dominus Est’