Dom Galarreta: “Creio que o Papa se inclinará a um reconhecimento unilateral”.

Dom  Galarreta deu uma conferência em Bailly, perto de Versalhes, no dia 17 de janeiro de 2016. Ele expôs a situação atual na Igreja e informou à audiência presente sobre o estado atual das relações entre Roma e a Fraternidade São Pio X. Foi ele que dirigiu a Comissão de teólogos da SSPX durante as discussões doutrinais com Roma entre  2009 a 201. Aqui estão os trechos mais importantes de sua conferência, transcrita por DICI.

Por DICI | Tradução: Gercione Lima – FratresInUnum.com

A crise da Fé se agrava e desperta reações públicas

Dom GalarretaNa primeira parte da sua conferência, Dom Galarreta explicou que “a vontade de tirar as conseqüências contidas nos princípios do Concílio Vaticano II” está em pleno desenvolvimento em Roma. Agora que as ideias conciliares de ecumenismo, liberdade religiosa e colegialidade foram consolidadas, de acordo com as autoridades em Roma, chegou a vez da moralidade ser infectada com uma nova forma de evolucionismo:”este já é o caso com o dogma e com a verdade (de acordo com o progressistas); já é o caso com o ecumenismo, a liberdade religiosa, a colegialidade, com todo o espírito revolucionário liberal… então por que não aplicá-lo também à moralidade? No final, seria incoerente não aplicar o princípio da evolução também à moralidade, pois “ela também é chamada a adaptar-se à “vida do homem, hábitos, leis e a evolução das coisas…”

Não obstante, o prelado argentino reconheceu que em face do desastre, há uma reação: “agora estamos começando a ver reações na Igreja atual, oficial. E reações profundas, pois alguns começaram a perceber que há um problema doutrinário, um problema de fé. Eles percebem que há um problema entre o magistério conciliar e pós-conciliar. Estão começando a questionar e isso é muito importante, eles entendem que para se opor a essa completa ruptura com a tradição, eles têm que reagir e necessariamente contra as autoridades que espalham esses erros. Assim, vemos cardeais, bispos, sacerdotes e leigos começando a reagir, e no caminho certo, mesmo de forma excelente, por vezes, muito firmemente”.

Uma dupla proposta por parte de Roma: Doutrinal e canônica.

Dom Galarreta, em seguida, relatou que, no verão de 2015, a Congregação para a Doutrina da Fé ofereceu uma Prelazia pessoal, juntamente com uma declaração doutrinária. E ele explicou que o “Superior Geral enviou ambos os textos de Roma a todos os superiores maiores e alguns teólogos da Fraternidade, bem como aos bispos, para que eles pudessem analisá-los e dar-lhe o nosso parecer”.

Sobre a declaração doutrinária, o bispo argentino admitiu: “O que vemos na declaração doutrinária é que não há mais a profissão de fé exigida pelo Cardeal Ratzinger. As autoridades Romanas nos pedem para fazer a profissão de fé de Pio IV, ou seja, a profissão de fé do Concílio de Trento. Além disso, na profissão anterior, havia um parágrafo sobre a liberdade religiosa. Eles suprimiram esse requisito. O ecumenismo foi removido. No tocante à nova Missa, nos pediam para reconhecer a sua validade e a legitimidade. Agora eles nos pedem para reconhecer a validade dos novos sacramentos e da nova Missa de acordo com a edição típica, a edição original em latim. A Fraternidade sempre reconheceu isso. Como podem ver, eles estão removendo as suas condições num esforço para serem bem sucedidos”.

Então, Dom Galarreta explicou que o Superior Geral achou importante responder à oferta de Roma, ou seja, a proposta de reconhecer a Fraternidade “como ela é” com uma resposta preliminar que está muito longe de ser vaga: “Dom Fellay disse-nos: ‘antes de responder a esta proposta da Congregação da Doutrina da Fé, eu vou enviar-lhes uma explicação exaustiva para deixar muito claro como somos e como atuamos, o que pregamos, o que fazemos, o que não fazemos, e o que não estamos dispostos a fazer’, – a fim de descobrir se a Fraternidade realmente será aceita  “como ela é”.

O prelado argentino, em seguida, expressou suas reservas por uma razão doutrinária profunda: “Eles ainda desejam acima de tudo fazer-nos aceitar, mesmo que apenas vagamente, apenas em princípio, o Concílio Vaticano II e os seus erros”. E acrescentou que este desejo de Roma pode ser visto no nível prático na proposta canônica: “Há sempre, de uma maneira ou de outra, a submissão aos Dicastérios Romanos ou aos bispos”, o que consequentemente o leva a declarar que, pessoalmente, ele recusaria as propostas das autoridades Romanas: “para mim, um acordo com a Roma de hoje está fora de questão”. Ele ainda acrescentou que esta é uma recusa prudencial, ditada pelas circunstâncias – na ausência das garantias necessárias para a vida da Fraternidade – e ele teve o cuidado de distinguir-se daqueles que fazem disso uma recusa absoluta.

“Nós não recusamos, vejam bem, de forma absoluta e teórica, a possibilidade de um acordo com Roma. Isso é o que nos distingue da  chamada ‘Resistência’. Para eles, é um princípio, é uma questão doutrinária: você não pode admitir a possibilidade de um acordo com a Roma sem ser liberal. Essa não é a nossa posição. É importante que se repita: esta não era a posição de Dom Lefebvre. Ele assinou um Protocolo para um acordo com Roma. E, naquele tempo, mesmo depois de ter rompido com o Protocolo, o Arcebispo disse: ‘é porque as condições necessárias para nossa proteção, para a nossa sobrevivência, não estão lá. É porque eles querem nos enganar, porque não desejam nos dar a Tradição, porque desejam nos arrastar para o Vaticano II. É porque as condições não estão lá’. Ele disse: ‘Se eles tivessem me concedido as condições, as condições que eu tinha pedido, eu teria assinado”. Dom Lefebvre disse isso após a sagração dos Bispos e explicou: ‘Se eu assinasse um protocolo de acordo, seria porque não havia nada nele contra a fé’. Nem no conteúdo, nem no ato de assinatura. Isto é óbvio. Então, nós continuamos nessas mesmas linhas” .

Rumo a um reconhecimento unilateral da Fraternidade?

Na segunda parte da sua conferência, e para além das propostas da Congregação para a Doutrina da Fé, Dom Galarreta publicamente confidenciou que ele, pessoalmente, crê que o Papa pode em breve conferir um status à Fraternidade de São Pio X:

“Eu creio que esse é outro aspecto das coisas, que este Papa que diz a quem quiser ouvir que somos Católicos, que diz e repete que a Fraternidade é Católica, que nós somos Católicos, nunca vai nos condenar, e que ele quer tomar conta do nosso caso. Eu acho que ele já começou esse caminho – que quando ele perceber que não podemos concordar com a Congregação da Doutrina da Fé, eu acho que ele vai passar por cima de qualquer condição doutrinária, teórica, prática, ou qualquer condição… Ele vai tomar seus próprios passos para o reconhecimento da Fraternidade. Ele já começou; e ele simplesmente vai continuar. E eu não estou dizendo que é o que eu desejo, mas o que eu prevejo. Prevejo, eu creio, que o Papa irá inclinar-se para um reconhecimento unilateral da Fraternidade e isso mais por atos do que por qualquer abordagem jurídica ou canônica”.

Dom Galarreta admitiu que “este reconhecimento de fato teria um bom efeito, um efeito benéfico: seria por sua vez uma abertura apostólica extraordinária, e teria um efeito extraordinário”.  Mas ele acrescenta em seguida que haveria, então, dois riscos: o de criar uma divisão interna na Fraternidade e do cerceamento de nossa pregação em determinadas circunstâncias. E ele se perguntou: “Seria preciso uma sabedoria extraordinária e prudência, uma grande firmeza e clareza. Será que somos capazes disso? “

O bispo argentino respondeu, pedindo à sua audiência para manter uma confiança sobrenatural em face dessas eventualidades: “Se é isso o que a Providência nos envia, então teremos as graças necessárias para superar as dificuldades e lidar com elas como deveríamos, mas naturalmente, apenas na medida em que não parta da nossa vontade, mas que seja imposto sobre nós. Se nossas idéias são claras, poderemos sempre tirar alguma vantagem disso e tirar algum bem disso. Mas neste caso hipotético, – estou apenas dando a minha opinião com base em conjecturas, certo? – neste caso, eu acho que teremos as graças necessárias para perseverar e fazer o bem que devemos fazer para nossa Santa Mãe, a Igreja. Deus nunca nos negará ou deixará de dar-nos os meios de perseverar na fé e no bom combate, se permanecermos firmes na fé, na esperança, na caridade, na forte confissão de fé e em nossa santificação diária”.

Medo de riscos e confiança na Divina Providência

E concluiu depois de levantar uma objeção: “então vocês me dirão: nesses casos há um risco! – Sim, é claro.  Na vida existem muitos riscos; numa guerra há ainda mais. Estamos em guerra. Então que seja como Deus quiser. Mas tenho confiança na Providência. Tenho completa confiança no amor de Nosso Senhor Jesus Cristo para com a Sua Santa Igreja. Então, contanto que não sejamos nós a buscar esse reconhecimento, mesmo se isso vier a acontecer, eu acho que não devemos entrar em pânico. Nada muda. É o mesmo combate que continua, nas mesmas linhas. Devemos simplesmente aproveitar esses espaços de liberdade que são deixados para nós. Em uma guerra, se o inimigo abandona as trincheiras, temos que ocupá-las; se o inimigo cai para trás, temos de ir para a frente. Nós não ficamos trancados em casa porque lá fora há riscos. Temos que agir com prudência e temos que ter coragem. E acima de tudo, temos que ter confiança em Deus. É a luta por Deus. Nossa confiança está em Deus e na Bem Aventurada Virgem Maria.

Pessoalmente, não estou nada preocupado com o futuro da Fraternidade ou da Tradição. No entanto, com relação ao futuro da sociedade como um todo, das nossas nações que outrora eram católicas e até mesmo da Igreja oficial, sim, eu estou preocupado e pessimista. Podemos prever que as coisas estão evoluindo para o pior. E é quando estamos chegando a uma situação muito mais desesperadora e extrema que a Providência Divina intervém. Deus, que sempre usa meios divinos, intervém. Nosso Senhor é sempre o Senhor dos eventos e da história. E não só em termos gerais, mas também em particular. Portanto, se o Evangelho nos diz que nem um fio de cabelo de nossa cabeça cai, que todos os fios de cabelo da nossa cabeça estão contados, que nem um pardal cai sem a permissão de Deus, acho que devemos permanecer tranquilos. É assim que mantemos um julgamento equitativo sobre realidades objetivas e perseveramos em uma atitude que não é apenas equilibrada, mas também Católica, Cristã e Santa. Essa é a sabedoria que o Arcebispo Lefebvre transmitiu para nós, esta atitude Católica. Certamente que podemos continuar nestas linhas na presente situação da Igreja de hoje, e em face de todas as eventualidades que em breve nos serão apresentadas.

 

A homilia filo-romana de Mons. de Galarreta nas ordenações da FSSPX.

Ontem, na Festa dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo [dia 29 de junho], foram realizadas, como de costume, as ordenações diaconais e sacerdotais no seminário de Ecône na Suíça, da Fraternidade Sacerdotal São Pio X. Treze novos sacerdotes e quinze novos diáconos foram ordenados pelas mãos do bispo espanhol de Galarreta (foto), que também é o coordenador dos teólogos da FSSPX que participam das conversações doutrinárias do Vaticano, recentemente concluídas.

A homilia do Bispo, que, junto com Mons. Fellay, não é considerado da ala dura da Fraternidade, ao contrário do coirmão Tissier de Mallerais (para não mencionar Williamson), era esperada porque poderia deixar perceber qual o estado das conversações e das relações com Roma.

A espera não decepcionou.

-CONTINUE LENDO…>

Curtas da semana.

João Paulo II e Pio XII, veneráveis.

No último sábado, 19, o Santo Padre, o Papa Bento XVI, autorizou a Congregação para Causa dos Santos a promulgar vários decretos, dentre eles os relativos às virtudes heróicas de Pio XII (Eugenio Pacelli) e João Paulo II (Karol Wojtyła).

A estratégia.

Segundo Paolo Rodari, ‹‹ O Papa, de fato, escondendo suas intenções de todos (eu tenho minhas dúvidas de que mesmo o seu secretário particular não sabia de nada), promulgou o decreto sobre as virtudes heróicas de Pio XII com o de João Paulo II. De Wojtyla se sabia. De Pacelli, não. Neste ponto, a estratégia me parece clara: fazer avançar juntos os dois processos a fim de mover um pouco a atenção do controverso (segundo alguns) Pio XII ao unanimemente amado Wojtyla. O processo de Pacelli foi aberto ao fim do Concílio por vontade de Paulo VI. O decreto sobre as virtudes heróicas (é a penúltima etapa para a beatificação) havia sido aprovado pela congregação dos santos em 2007. Esperava-se apenas a assinatura de Ratzinger que, significativamente, ocorreu a cerca de um mês de sua visita à sinagoga de Roma.

Apesar dos lobos.

Excerto de artigo de Jean Madiran: ‹‹ Bento XVI passa, pois, por cima do insolente veto dos anti-papistas em frente ao qual primeiramente ele havia  parado. A pressão anti-papista exercida sobre a Igreja por meio de veto midiático é de um peso enorme. Ela impediu a beatificação de Isabel, a Católica. Tem retardado até agora a de Pio XII. E ela o faz de muitos outros. Seu peso não vem somente pelo fato dos anti-papistas ocuparem hoje um lugar frequentemente dominante na imprensa e na televisão, na edição, na vida política e no sistema bancário. Além disso, ele vem eco cúmplice que encontra, através de persuasão ou através de intimidação, numa parte notável do clero, de sua hierarquia e da opinião pública católica. Isso também é um resultado desastroso do “espírito do concílio” condenado por Bento XVI. […] Le Figaro de segunda-feira acusa grosseiramente Bento XVI de ter desejado relançar “o debate sobre o Vaticano e o nazismo”. Isso manifesta como o ponto de vista católico é totalmente estranho ao Figaro. Pois do ponto de vista católico, Bento XVI não relançou este debate, ele o fechou ›› .

Fúria. Líderes judeus criticam declaração de virtudes heróicas de Pio XII.

(Catholic Culture) “Não quero crer que os católicos vejam em Pio XII um exemplo de moralidade para a humanidade”, disse o rabino francês Gilles Bernheim. “Dado o silêncio de Pio XII durante e depois da Shoah, espero que a Igreja irá renunciar a este plano de beatificação e então honrar sua mensagem e seus valores”. “É um claro rapto dos fatos históricos relativos à era Nazi”, disse Stephan Kramer, que chefia o Conselho Central Judaico da Alemanha. “Bento XVI reescreve a história sem ter permitido uma séria discussão científica. É isso que me deixa furioso”. Já o rabino chefe de Roma, Riccardo di Segni, é mais moderado: “Se a decisão de hoje [sábado] tivesse que implicar uma opinião definitiva e unilateral da obra histórica de Pio XII, reforçamos que a nossa avaliação permanece crítica”, mas indicando que não podem, “de nenhum modo, interferir em decisões internas da Igreja que se referem às suas livres expressões religiosas”. Por sua vez, o rabino David Rosen, responsável pelo diálogo inter-religioso do Grande Rabinato de Israel, lamenta a decisão que “não mostra grande sensibilidade com relação às preocupações da comunidade judaica”, tomada, além disso, “a apenas três semanas da visita programada pelo Papa à Sinagoga de Roma”.

Cardeal Danneels e a beatificação de João Paulo II: “criar uma beatificação por aclamação é inaceitável”.

“Eu penso que se deveria respeitar o procedimento normal. Se o processo, por si mesmo,  avança velozmente, tudo bem. Mas a santidade precisa passar por corredores preferenciais. O processo deve tomar todo o tempo que precisar, sem fazer exceções. O Papa é um batizado como todos os outros. Por isso, o procedimento de beatificação deveria ser o mesmo previsto para todos os batizados. Certamente, não gostei do grito ‘santo subito!’ [santo já] que se ouviu nos funerais, na Praça de São Pedro. Não se faz assim. Há algum tempo, disseram que se tratava de uma iniciativa organizada, e isso é inaceitável. Criar uma beatificação por aclamação, mas não espontânea, é uma coisa inaceitável”. Palavras do Cardeal Godfried Danneels, arcebispo de Bruxelas, à 30 Giorni.

A resposta do secretário de João Paulo II.

« Evidentemente, [Danneels] fala do que não sabe e de um processo que não conhece » , respondeu o cardeal de Cracóvia, Stanislao Dziwicsz, secretário do Papa Wojtyla.

Elefantes cruzados.

(The hermeneutic of continuity) ‹‹ No último mês de julho, como você deve se lembrar, os cristãos no estado indiano de Orissa foram submetidos a severa perseguição. Uma freira de 22 amos foi queimada até a morte, um orfanato em Khuntpali foi incendiado por uma multidão, outra freira foi violada por uma gangue em Kandhamal, multidões atacaram igrejas, queimaram veículos e destruíram casas de cristãos. Pe. Thomas Chellen, diretor do centor pastoral que foi destruído com uma bomba, escapou por pouco depois de uma multidão hindu incendiá-lo. Ao todo, mais de 500 cristãos foram assassinados e milhares de outros feridos. Num acontecimento extraordinário, uma manada de elefantes viajou uns 300 km para atacar as cidades que foram as piores perseguidoras dos cristãos, deixando as casas cristãs intactas ››.  A arquidiocese de Colobo (cujo arcebispo é Dom Ranjith) traz mais informações.

Novidades sobre as conversações teólogicas FSSPX x Santa Sé.

O site Panorama Católico Internacional traz algumas anotações ao sermão proferido por Sua Excelência Reverendíssima, Dom Alfonso de Galarreta, em 19 de dezembro, numa ordenação diaconal e sacerdotal: “O resultado da primeira reunião foi bom. Principalmente, se estabeleceu o tema e método da discussão. Os temas a discutir são de natureza doutrinal, com exclusão expressa de toda questão de ordem canônica relacionada à situação da FSSPX. O ponto de referência doutrinal comum será o Magistério anterior ao Concílio. As conversações seguem um método rigoroso: é apresentado um tema, a parte que questionada envia um trabalho fundamentando suas dúvidas. A Santa Sé responde por escrito, com intercâmbios prévios por email dos assessores técnicos. Na reunião se discute. Todas as reuniões são gravadas e filmadas por ambas as partes. As conclusões de cada tema subirão ao Santo Padre e ao Superior Geral da FSSPX. A cronologia destas reuniões dependem de se o tema é novo ou já vem sendo discutido. No primeiro caso, será aproximadamente a cada três meses. No segudo, a cada dois. A próxima reunião é prevista para meados de janeiro. Os representantes teológicos da Santa Sé “são pessoas com as quais se pode falar”, falam “nossa mesma linguagem” teológica (interpreto, são tomistas). […] O bispo repitiu que os resultados da primeira reunião são bons, relativamente à situação anterior. Se falou com plena liberdade e somente de temas de doutrina num marco teológico tomista”.

Dom Alfonso de Galarreta nomeado presidente da comissão de teólogos da FSSPX.

Dom GalarretaO hispano-argentino Mons. Alfonso de Galarreta foi nomeado presidente da Comissão de Teólogos da FSSPX a cargo das discussões doutrinais com Roma. Seu papel será coordenar e dirigir os encontros com a comissão designada pela Santa Sé. Como atualmente se encontra a cargo do seminário Nossa Senhora Corredentora de La Reja, Argentina, único de língua espanhola, deverá dividir seu tempo entre estas funções de diretor e as viagens à Europa que esta e outras obrigações lhe demandem.

[…] Segundo fontes próximas à FSSPX, permaneceria designado na Argentina até que o andamento das discussões determine se suas funções européias consomem demasiado tempo para atender o Seminário.

Fonte: Secretum Meum Mihi

Curtas da semana.

Ecclesia Dei puxa orelha do Cardeal Gaudencio Rosales.

Cardeal Gaudencio RosalesO chefe da comissão do Vaticano Ecclesia Dei censurou o Arcebispo de Manila (Filipinas), o Cardeal Gaudencio Rosales, por colocar condições “indevidamente restritivas” ao uso da Missa Tridentina, dizendo que estavam “em direta contradição” aos desejos do Papa Bento XVI. “Vossas ‘diretrizes Arquidiocesanas’ são simplesmente inaceitáveis como estão e vos peço que as reconsidere”, disse o presidente da Ecclesia Dei, Cardeal Darío Castrillón Hoyos, numa carta de 6 de março e vista por The Tablet nesta semana. Ela dizia que “diretrizes permitindo apenas uma Missa mensal numa capela da Catedral Metropolitana” estavam em confronto com as normas estabelecidas no motu proprio “Summorum Pontificum”, publicado pelo Papa em 2007 para o freqüente uso da Missa Tridentina. O Cardeal Castrillón disse que o decreto papal era “parte da lei universal da Igreja” e não poderia ser limitado pela “lei particular” de um bispo diocesano. A Arquidiocese de Manila cuida de mais de 2,8 milhões de católicos. “Simplesmente não há razões legitimas para que esta Missa [Tridentina] não possa e não deva ser celebrada em qualquer igreja ou capela de vossa arquidiocese”, disse o Cardeal Castrillón em sua carta ao Arcebispo de Manila. Ele insistiu para que o Cardeal Rosales promova ativamente a implementação do motu proprio ao “ajudar padres que desejem aprender a celebrar” o antigo rito da Missa, que, segundo ele, exigia apenas que o padre fosse “razoavelmente competente em latim” e que houvesse fiéis que desejassem assistir sua celebração. A Arquidiocese de Manila publicou as diretrizes para Missa Tridentina em seu website no ano passado. Mas elas foram rapidamente removidas quando promotores do rito antigo protestaram a Roma. Fonte: Rorate-Caeli.

Brasileiros recebem ordens menores no Instituto do Bom Pastor.

Abbé Renato Coelho, Abbé Timothée Olender, Abbé Stéphane Morin et Abbé Luiz Fernando Pasquotto

No último dia 28 de março, vários seminaristas do Instituto do Bom Pastor ascenderam às ordens menores pelas mãos de Dom Antoine Forgeot; dentre eles, congratulamo-nos com os brasileiros Renato Coelho e Luiz Fernando Pasquotto, admitidos à ordem de porteiro e leitor, e Christian-Jean de Oliveira e Daniel Pinheiro, ordenados ao acolitato e exorcistato.

Mais fotos no site do Seminário do IBP. Outras informações sobre as ordens menores aqui.

O que pode acontecer a alguém que ousa denunciar o avanço da agenda gay

O escritor protestante e ativista pró-vida Julio Severo, famoso por seu trabalho contra o avanço da agenda gay na sociedade, acaba de deixar o país com sua esposa grávida e dois filhos pequenos.  Julio vem sendo perseguido por diversos grupos gays. Além disso, em 2006, o Ministério Público Federal recebeu uma queixa de homofobia da Associação da Parada do Orgulho Gay de São Paulo, devido a seus artigos contundentes postados em seu blog pessoal http://juliosevero.blogspot.com. Atualmente o escritor trava uma árdua batalha para que o projeto de lei PLC 122/2006, que torna crime qualquer comentário desfavorável à prática homossexual, mesmo que do ponto de vista religioso, não seja aprovado. O destino do escritor é ignorado até mesmo por seus amigos mais íntimos. Quando foi a última vez que você, caro leitor, ouviu uma homilia contra a sodomia em sua paróquia?

Nem tudo que reluz é ouro.

Dom Rino FisichellaNos informa Francisco José Fernández de la Cigoña: “no último dia 28, o presidente da Pontifícia Academia para a Vida celebrou missa segundo a forma extraordinária na abadia de San Paolo alle Tre Fontane.Tentativa de lavar sua cara ante os tradicionalistas depois do infelicíssimo artigo no L’Osservatore Romano? Não sei. Para mim segue com a cara suja. […] Fisichella tem que desautorizar publicamente seu artigo. Porque fez muito dano”.

Quam bonum est et quam jucundum, habitare fratres in unum: Semana Santa em Fátima.

“Está confirmadíssimo. As cerimónias da Semana Santa realizar-se-ão em Fátima, na capela da Fraternidade São Pio X. O sacerdote celebrante não é da FSSPX, é um sacerdote diocesano em “plena comunhão” com a sé apostólica. Portanto, não há nenhum impedimento para que os mais legalistas e escrupulosos assistam ao santo Sacrifício da Missa nesses dias”. Mais informações no blog Tradição Católica.

A pobreza do Conselho Pontifício para o Diálogo Inter-religioso.

“Enquanto nós, como católicos, reflectimos deste modo no significado da pobreza, estamos também atentos, caros amigos budistas, à vossa experiência espiritual. Desejamos agradecer-vos pelo vosso brilhante testemunho de desapego e de contentamento com o que se tem.. Entre vós, monges, monjas e muitos leigos devotos abraçam a pobreza “por escolha”, que nutre spiritualmente o coraçäo humano, enriquecendo de modo essencial a vida com uma perspectiva mais profunda sobre o significato da existência e mantendo o empenho de promover a boa vontade de toda a comunidade humana. Permiti-nos renovar as nossas cordiais saudações e desejar a todos vós uma feliz festa de Vesakh / Hanamatsuri.” Da mensagem do Conselho Pontifício para o Diálogo Inter-religioso aos budistas por ocasião da festa de Vesakh / Hanamatsuri.

Novo arcebispo de Westminster: Dom Vincent Nichols.

Novo arcebispo de WestminsterA Santa Sé tornou pública em 03 de abril a indicação do Arcebispo de Birmingham, Dom Vincent Nichols, para a Sé primaz da Inglaterra e Gales, Westminster, sucedendo o tenebroso Cardeal Cormac Murphy O’Connor. Relata Damian Thompson: “O arcebispo Birmingham, de 63 anos, é uma personalidade forte que antigamente foi visto como liberal. Mas nos últimos anos, seus dons pastorais ganharam-lhe amigos entre Católicos de todas as correntes […] Seus registros sobre a liturgia latina tradicional são variáveis. Que eu saiba, ele nunca celebrou a missa na Forma Extraordinária, e não fez muita provisão dela. Por outro lado, acho que posso confiar que ele não restringirá sua celebração na catedral de Westminster da forma com o atual Cardeal fez”. A posição do futuro Cardeal sobre Summorum Pontificum pode ser encontrada aqui.

Ufa! Legionários ‘aliviados’. Os santos não precisam disso.

“Embora notícias de um inquérito do Vaticano raramente tragam conforto a seu alvo, várias fontes próximas aos Legionários de Cristo, tanto nos Estados Unidos como em Roma, dizem que a reação dominante dentro da aguerrida ordem religiosa ao anúncio de uma visitação apostólica ordenada pelo Vaticano foi de alívio. “Coletivamente, nós estamos contentes por isso estar acontecendo”, disse um padre Legionário a NCR. “Nossa visão é: o mais rápido, melhor”. Encarando crescentes pedidos tanto para uma revisão maior da ordem ou sua absoluta supressão, disseram estas as fontes, pelo menos alguns Legionários veêm uma investigação independente do Vaticano como a única “saída estratégica” de seu recente desastre, permitindo à ordem potencialmente ir adiante, apesar de ser forçada a admitir sérios comportamentos impróprios de seu fundador, e apesar de uma longa história de negação destes comportamentos”. Leia a íntegra da coluna de John Allen Jr. Já um dos maiores críticos dos Legionários, o arcebispo de Baltimore Edwin F. O’Brien, em entrevista  ao National Catholic Reporter, ao ser questionado se a supressão dos Legionários de Cristo estaria também em discussão, respondeu pensar que “tudo deva estar em discussão”.”Eles precisam olhar para a estrutura que Maciel criou. Existia uma boa quantidade de segredos em sua própria vida, e há segredos na estrutura que ele critou. Seria útil saber por que existe tal segredo”. Embora o objetivo da visitação apostólica seja a correção de pontos preservando o que há de bom na ordem, O’Brien teme que “possa existir algo endêmico na coisa toda que não permitirá que isso ocorra”. “Penso que isso que comece com Maciel, com o culto de personalidade em torno dele, o segredo. Os santos não precisam disso”.

O sacerdócio é para valentes.

Dom Galarreta‹‹ Na Espanha, dizem que quando se aponta para a lua, o tolo fica olhando para o dedo. “Ali está a lua”, e o tolo olha para o dedo. O dedo está ali? Sim, mas está apontando para outra coisa! E o que está sendo apontado [através da perseguição midiática após o caso Williamson], na minha opinião, é exatamente o temor que eles têm do avanço da Tradição – da causa da Tradição e da verdadeira Fé – no seio da Igreja oficial. O medo desesperado e a raiva que lhes dão por ver que podemos discutir o Concílio Vaticano II e as doutrinas pós-conciliares saídas do Concílio Vaticano II, ou seja, o modernismo e o liberalismo. Para eles isso é intocável. Isso sim é uma causa proporcional ao ataque violento, mediático, político, etc., de que fomos objeto. […] Parece-me que uma boa aplicação de tudo o que temos passado, para vocês, queridos seminaristas, é esta: é bom que agora que vocês têm tempo e calma para se prepararem, saberem o que está acontecendo. Isto é um primeiro aviso do que está para vir. Quanto mais vamos avançando, tanto mais nos vão perseguir. Em outras palavras, vocês devem saber que o sacerdócio católico, hoje em dia, é para valentes … é para valentes… e não valem nada as meias medidas. E que, portanto, vocês devem aproveitar esses preciosos anos de formação que terão››. Do sermão de Dom Alfonso de Galarreta, em 15 de março, gentilmente enviado por nosso leitor Adilson.

Um buquê de Rosários pela Missa – Campanha do site MissaTridentina.com.br

Link para o original.“Todos nós sabemos que a implementação da Forma Extraordinária do Rito Romano nas paróquias brasileiras têm enfrentado não poucas dificuldades. A nós, que desejamos ver a Missa Tridentina rendendo excelentes frutos espirituais pelo Brasil, não nos resta outra saída senão a de nos apegarmos ao Santo Rosário, ou ao menos ao Santo Terço, rezado diariamente. Atendamos a este pedido feito por Nossa Senhora em Fátima. Fiéis a Ela, alcançaremos a graça de estar conformes ao Vigário de Cristo, o Papa Bento XVI, em seu desejo de que a Forma Extraordinária do Rito Romano se faça presente por toda parte. […] Oficialmente, a Campanha terá início no Domingo de Páscoa (12/04/2009) e se estenderá até a festa do Preciosíssimo Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo (01/07/2009)”. Mais detalhes sobre as formas de participar disponíveis em MissaTridentina.com.br. A iniciativa prevê ainda o envio dos resultados do buquê à Conferência Episcopal dos Bispos do Brasil. Portanto, mãos ao rosário!

BruxelasIgreja ocupada. Com aval do pároco.

(kreuz.net) Bélgica. A Igreja do Início em Bruxelas foi novamente ocupada por moradores ilegais. O sítio ‘Cathcon.blogspot.com’ publicou fotos da igreja. As missas serão celebradas na sacristia. Os ilegais estão na igreja com a autorização do pároco. Tradução: T.M. Freixinho