… aos gastos absurdos da Copa do Mundo.
‹‹ O material foi elaborado exatamente para marcar presença no evento para mostrar aquilo que nós condenamos. Desde os gastos absurdos às pessoas que tiveram de deixar suas casas”, explica dom Anuar Battisti, da Pastoral do Turismo da CNBB. Segundo ele, os panfletos serão distribuídos em todas as cidades-sede da Copa, não apenas nas igrejas. Aeroportos, hotéis, restaurantes e outros pontos também já começaram a recebe-los ›› , diz matéria da Gazeta do Povo. Dom Anuar Battisti, arcebispo de Maringá, o Schonborn brasileiro, já se desculpou pelo país ser católico demais e era o mais “alegre”, todo requebrante, dos bispos dançarinos no vergonhoso flash mob da JMJ.
Não que os bispos não devam se manifestar sobre assuntos desta vida terrena, de modo algum! É que a vida católica em Maringá deve estar florescendo sobremaneira, de modo que o senhor arcebispo tem muitíssimo tempo disponível para lidar com outras matérias que não são de sua competência…
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Cartão vermelho: CNBB distribui folhetos com críticas à gestão do governo para a Copa
O Globo – RECIFE — A Pastoral do Turismo da CNBB (Confederação Nacional dos Bispos do Brasil) está atribuindo “cartão vermelho” à “ inversão de prioridades” no uso do dinheiro público do país para eventos como a Copa do Mundo, e critica o fato de o governo delegar “responsabilidades públicas” a grandes corporações e entidades privadas que se apropriam do esporte.
A confederação ressalta, no entanto, que o governo só marcará “gol da vitória” quando ninguém for perseguido por trabalhar em espaço público, e direitos dos consumidores e torcedores forem respeitados. O recado está impresso em milhares de panfletos que vão ser distribuídos nas doze cidades sede do evento mundial.
Em três línguas – português, espanhol e inglês – os folhetos foram produzidos especificamente para a Copa do Mundo, segundo informou o Coordenador Nacional da Pastoral do Turismo da CNBB, Dom Anuar Battisti. Eles já começaram a circular nas dioceses, estão prontos para a distribuição, e expressam “a preocupação das Igrejas” com oito pontos que merecem “cartão vermelho”. O primeiro deles é “a exclusão de milhões de cidadãos ao direito à informação e à participação nos processos decisórios sobre as obras que foram realizadas para a Copa”.
A CNBB também reclama da remoção “de famílias e comunidades para a construção de obras dos estádios ou de mobilidade, “com violação ao direito de moradia em comunidades e bairros populares”. Criticam “a inversão de prioridades para com o dinheiro público que deveria servir, prioritariamente, para a saúde, educação, saneamento básico, transporte e segurança”.
Citam o aprofundamento das “desigualdades urbanas” e a degradação ambiental. E também “a apropriação do esporte por entidades privadas e grandes corporações, a quem os governos vêm delegado responsabilidades públicas”. Segundo Dom Anuar, houve exagero nas despesas com o evento esportivo:
– O que foi gasto na construção de estádios e outras obras foi um absurdo. Mas não adianta mais reclamar, porque a Copa vai acontecer de fato. Então resolvemos dar esse alerta, disse o religioso.
– O jogo vai começar, e o Brasil se torna um imenso campo de futebol sem arquibancadas ou camarotes. Somos convocados a formar um único time, no qual somos todos titulares do jogo da vida – dizem os folhetos, alertando que “uma vitória de todos” só acontecerá se algumas das exigências fundamentais forem cumpridas.
A entidade enumera seis iniciativas que representam “gol da vitória”. Entre elas, a garantia de que a população de bairros populares e moradores de rua tenham direito de permanecer em suas localidades. Pedem, ainda, que ninguém seja perseguido por trabalhar em espaço público, e que movimentos sociais não sejam criminalizados e tenham respeitado o direito de ir a manifestações de rua.
No fim, a Pastoral afirma que, “como Igreja, nos comprometemos a acompanhar torcedores e jogadores, nas suas demandas por momentos de espiritualidade e encontro com Deus, bem como ser presença orante durante toda a Copa”. Eles fazem, ainda, apelo para que populações vulneráveis sejam acompanhadas “especialmente aquelas em situação e rua, para que não sejam retiradas de logradouros públicos, durante a Copa, e depois devolvidas às ruas, como objetos que atrapalhem a realização do evento”. Além dos folhetos, a Pastoral do Turismo orientou as dioceses para que promovam missas em várias línguas durante o evento mundial.