Por Kreuz.net | Tradução: T. M. Freixinho, Fratres in Unum.com – Em uma vídeo-entrevista para o sítio ‘pius.info’, o Padre Franz Schmidberger – superior do Distrito Alemão da Fraternidade São Pio X – resume as condições apresentadas pela Fraternidade para a “regularização” junto ao Vaticano.
Não haverá uma segunda Fraternidade
A Fraternidade deseja continuar expondo os erros do Concílio Vaticano II “no pelourinho”. Ela quer utilizar exclusivamente os livros litúrgicos antigos e exige uma promessa do Vaticano, no sentido de que futuramente os bispos da Fraternidade sejam nomeados dentre suas próprias fileiras.
Consulta ao Papa
Padre Schmidberger esclarece que a última versão do preâmbulo doutrinal – que o Vaticano entregou à Fraternidade em 13 de junho – incorporava um texto proposto por Dom Bernard Fellay.
Porém, complementos essenciais teriam sido acrescentados, “que representam um problema para nós”.
Assim, a Fraternidade informou-se junto ao Papa se a versão procedia dele ou de seus colaboradores.
Em sua resposta, o Papa assegurou que as novas sugestões seriam dele mesmo.
“Assim realmente não dá”
As novas exigências incluem – segundo o padre Schmidberger – o reconhecimento da legitimidade da Missa Nova e o reconhecimento do Concílio Vaticano Segundo.
A Fraternidade poderia discutir apenas em nuances uma ou outra formulação.
Todavia, ela precisaria basicamente estar preparada para enxergar o Concílio Pastoral em uma série ininterrupta com os concílios dogmáticos.
Comentário do padre Schmidberger: “Assim, realmente, não dá. Ocorreram rupturas que não podem ser negadas”.
Condição Anormal
Ele enfatiza que o Vaticano precisaria renunciar a essas exigências se quiser normalizar as relações com a Fraternidade.
A condição atual da Fraternidade seria “anormal”.
Entretanto, essa condição — que clama por uma normalização – não seria culpa da Fraternidade.
As conversações com Roma teriam mostrado que a Fraternidade busca a normalização e que esta depende do Papa.
[Ndr: no mesmo vídeo, Padre Schmidberger afirma acreditar que o Papa não aplicará novas penalidades sobre a FSSPX caso não se chegue um entendimento].
Política Pessoal Zigue-zague
Padre Schmidberger descreve o polêmico Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, Arcebispo Gerhard Ludwig Müller, como “não muito simpático” à Fraternidade.
Ele teria assumido uma “atitude quase hostil” em relação à Fraternidade.
O Superior Distrital considera o novo Vice-Presidente da Comissão ‘Ecclesia Dei’, Arcebispo Augustine Di Noia, uma “compensação” pelo Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé.
Por que Dom Müller não precisa assinar um preâmbulo doutrinal?
Padre Schmidberger critica o “ensinamento heterodoxo” do Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé.
Este substitui o ensinamento da transubstanciação por uma teoria de transfinalização, segundo a qual o pão e o vinho na missa receberiam apenas uma nova qualidade.
Ele não teria também uma “noção muito clara” sobre a Virgindade de Maria.
O Papa promove essas pessoas

Finalmente, o padre Schmidberger critica a nomeação do Arcebispo Arthur Roche para o cargo de Secretário da Congregação para o Culto Divino.
Dom Roche seria um crítico contundente do Motu Proprio ‘Summorum Pontificum’. Ele teria feito tudo em sua diocese de Leeds, na Inglaterra, para impedir a Missa Antiga.