Por Movimento Litúrgico – No dia 09 de fevereiro celebrou-se, na igreja da Ordem Terceira do Carmo, região central de São Paulo, uma solene missa pontifical pelos 10 anos de celebração da Forma Extraordinária do Rito Romano na cidade.
D. Fernando Rifan, tendo como diácono pe. José Henrique e subdiácono pe. Jefferson Pimenta.
A missa pontifical foi celebrada por sua excelência reverendíssima dom Fernando Areas Rifan, tendo como diácono o padre José Henrique e subdiácono o padre Jefferson Pimenta. Também esteve presente, em capa, o padre Jonas Lisboa.
Esta missa pontifical, a primeira nesta igreja em pelo menos 45 anos, tendo um número grande de fiéis presentes foi assombrosamente bela. O coro, usando o Kyriale “de Angelis”, mesclou também partes em vernáculo e cantos repletos de sobriedade e piedade.
Na homilia, dom Fernando lembrou que é com grande alegria que há 10 anos se celebra a Santa Missa na Forma Extraordinária na cidade pela Administração Apostólica, atualmente na Capela de Santa Luzia (rua Tabatinguera). Igualmente, o bispo nos lembrou que visitou o Santo Padre por esses dias e que o papa Francisco não apenas o reconheceu, como ficou feliz pelo trabalho da Administração, lembrando algo muito importante: o Santo Padre apenas teme que se instrumentalize e ideologize o Vetus Ordo. Dom Fernando, em sua sabedoria concordou, lembrando que somos católicos com toda a Igreja, guardando a Forma Extraordinária como uma riqueza que é para todos. Depois, sobre o Evangelho, nos pediu calma e paciência, porque só saberemos depois de morrermos se fomos cizânia ou trigo.
Por fim, cantou-se um Te Deum em agradecimento.
Enfim, os 10 anos da Forma Extraordinária em São Paulo foram, na verdade, um imenso presente para toda a Igreja ali presente!
Que venham outras!
As fotos [ver aqui] são cortesia do fotógrafo Raul Narevicius, que pode ser encontrado aqui.
Evidentemente, viver em tempos de crise, como os que nós vivemos, é muito penoso e exige-se então, de cada um, verdadeiro heroísmo. É muito fácil defender causas já vitoriosas. O difícil é trabalhar arduamente pela vitória de uma causa justa. É muito fácil ser o corajoso adepto de uma verdade já vencedora. O difícil é aderir à vontade quando ela está perseguida e humilhada. É mais cômodo juntar-se às fileiras do exército vencedor. É mais agradável seguir a maioria, estar bem com quem está no poder. Mas é tremendamente incômodo lutar pela verdade quando até as autoridades patrocinam a causa contrária e favorecem o erro. […]
Hoje, séculos depois, quando vemos na História da Igreja (Cfr. Denz.-Sch. 561 e 563) que o Papa Honório I favoreceu a heresia e por isso foi condenado pelo seu sucessor Papa São Leão II e pelo VI Concílio Ecumênico por estar em desacordo com a tradição da Igreja, fica fácil dizer que nós, naquele tempo, também estaríamos do lado de São Máximo e São Sofrônio, que resistiram ao Papa e foram canonizados, isto é, colocados pela Igreja como modelo de fidelidade para todos os cristãos. Mas se defendêssemos o “dogma” da obediência incondicional ao Papa, como muitos hoje o fazem, estaríamos sim do lado dos hereges.
Assim também no confronto entre o Papa Libério e Santo Atanásio, este, defensor da ortodoxia e por isso expulso de sua igreja, e aquele, o Papa, que assinou uma fórmula ambígua e heretizante, ao sabor dos hereges e excomungou Atanásio porque este se recusava acompanhá-lo na sua defecção. O Papa Libério então, em nome da paz e da concórdia, declarou-se em união com todos os Bispos, inclusive os semi-arianos, menos com Atanásio, ao qual proclamou alheio à sua comunhão e à comunhão da Igreja Romana (Cfr. Denz.-Sch. 138). Santo Atanásio, por defender a sã doutrina, foi condenado como perturbador da comunhão eclesial! Hoje, depois que a Igreja canonizou Santo Atanásio como ínclito defensor da Fé e da Tradição, fica fácil dizer que estavam certos aqueles poucos que ficaram ao lado do Santo e foram expulsos das igrejas oficiais, sendo obrigados a se reunirem nos desertos debaixo de sol e chuva, mas conservando a fé intacta e respondendo aos hereges: vocês têm os templos, nós temos a Fé! (Cfr. São Basílio, ep. 242, apud Cardeal Newman – Arians of the Fourth Century, apêndice V). Mas, como ficariam, se vivessem naquele tempo, aqueles que põem na obediência o seu universo mental?
Faz hoje 30 anos que Sua Excia. Revma. D. Carlos Alberto Etchandy Gimeno Navarro tomou posse da Diocese de Campos em lugar de Sua Excelência Reverendíssima Dom Antônio de Castro Mayer.
Em agosto de 1982 o novo Bispo mostrava bem para o que veio: “Ecce venio ut…!” Eis o seu decreto:
D E C R E T O
1) A todos e a cada um dos sacerdotes incardinados ou com uso de ordens nesta Diocese de Campos se preceitua:
a) responder-nos, por escrito, individualmente, até 25 de setembro, se aceita, como esperamos, a decisão do Santo Padre;
b) a partir do dia 25 de outubro de 1982, o uso EXCLUSIVO dos Livros Litúrgicos aprovados pela Sé Apostólica, e em vigor na Igreja Latina, fazendo-se especial menção da Constituição Apostólica do Santo Padre Paulo VI, de três de abril de 1969, que promulga o Missal Romano restaurado, com a cláusula: “Tudo o que aqui estabelecemos e ordenamos, queremos que seja válido e eficaz agora e no futuro, não obstante qualquer coisa em contrário nas Constituições e Ordenações Apostólicas de Nossos Predecessores e outros estatutos, embora dignos de menção e derrogação especiais”;
c) Se algum presbítero ousar desobedecer a quanto se prescreve neste Decreto, o que esperamos não aconteça, fica desde já canonicamente advertido de que seremos obrigados a dar cumprimento aos Sagrados Cânones, com especial menção dos cc. 2331 §§ 1 e 2 e/ou 2337 §§ 1 e 2, dentro das normas do direito em vigor.
Este Decreto entra em vigor a partir da data de sua comunicação ao Clero, inclusive para aqueles que se recusarem a recebê-lo, do que o Revmo Chanceler fará fé pública.
Dado e passado nesta Episcopal cidade de Campos, sob nosso selo e armas, no dia 25 de agosto de 1982, memória de São Luís de França.
Dom Carlos Alberto Etchandy Gimeno Navarro
Bispo Diocesano
Padre Joaquim Ferreira Sobrinho
Chanceler do Bispado
D. Fernando Arêas Rifan, DD. Bispo e Administrador Apostólico, numa reunião feita a alguns Congregados Marianos da minha Paróquia, disse que D. Navarro quis jogar a Missa de Paulo VI goela abaixo, mas que não é assim que se faz. Na verdade só Deus é que pode julgar a culpa de cada um. E espero que Deus teve misericórdia de D. Navarro. Afinal é a formação que ele recebeu. Estava obedecendo ao Papa. E sobretudo, ainda um Papa não havia declarado depois do Vaticano II que a Missa chamada de S. Pio V nunca fora abrogada. Este mérito tão glorioso só veio a ser creditado ao nosso queridíssimo Papa gloriosamente reinante Bento XVI.
* * *
Além da resposta individual, os 25 padres fiéis à Tradição deram uma resposta em conjunto. Eis a carta:
Exmo. e Revmo Sr.
Dom Carlos Alberto Etchandy Gimeno Navarro
DD. Bispo Diocesano
Laudetur Jesus Christus!
Em atenção à ordem constante do decreto que Vossa Excelência nos entregou e fez publicar nos jornais de Campos, em 25 de agosto p. p., cabe-nos, respeitosamente, dar a seguinte resposta, que envolve considerações de ordem jurídica e teológica.
I – Quanto ao aspecto jurídico:
1. Vossa Excelência não especifica precisamente qual a “decisão do Santo Padre” que devemos acatar, nem nos indica o documento em que o mesmo Santo Padre no-la impõe.
Nestas condições, torna-se difícil uma resposta precisa, porque não podemos dizer que acatamos, se não sabemos com clareza o que devemos acatar.
2. Entre os documentos emanados da Santa Sé, não se encontra nem um que exclua formalmente dos livros litúrgicos aprovados o Missal chamado de São Pio V. Quanto a cláusula com que, segundo Vossa Excelência, Paulo VI teria promulgado o Missal Romano restaurado, se ela de fato afirma a validade e eficácia daquilo que estabelece e ordena, de modo algum revoga qualquer Missal preexistente. Em outras palavras, tal cláusula derroga a Bula “Quo primum” apenas enquanto esta obrigava, de maneira exclusiva, o Missal Tridentino.
II – Quanto ao aspecto teológico, em consciência declaramos:
1. Somos sacerdotes Católicos Apostólicos Romanos, filhos da Santa Igreja, que amamos com todas as veras de nossa alma e em cujo seio queremos viver e morrer, como esperamos pela graça de Deus.
2. Como católicos e filhos da Santa Igreja, damos plena e amorosa adesão e obediência ao Santo Padre, Vigário de Jesus Cristo na terra, Chefe visível da Igreja, segundo as determinações constantes do Cap. 4º da Ses. IV do Concílio Vaticano I, que definiu a Infalibilidade Pontifícia (Cf. Denz.-Sch. 3070). Pio IX precisou as delimitações ou contornos do poder papal mais acuradamente, ao aprovar a carta dos Bispos alemães à circular do chanceler Bismark (Denz.-Sch. 3212-3117).
Aceitamos, pois, todos os direitos e atribuições, honras e privilégios que ao Romano Pontífice conferem a Tradição e o Direito Canônico.
3. De acordo com essa mesma doutrina católica tradicional, toda obediência na Igreja está condicionada à fidelidade à Fé. A Igreja é uma sociedade constituída para manter a integridade e pureza da Fé transmitida pelos Apóstolos. Ora, esta Fé é que nos impede de poder, em consciência, aceitar a imposição que Vossa Excelência nos faz, no sentido de admitir e pôr em prática o novo “Ordo Missae”, uma vez que nele se extenuam os dogmas eucarísticos e há mesmo ensinamento contrário ao depósito revelado no nº 7 da “Institutio Generalis Missalis Romani”. De fato, por esse nº 7, contrariamente ao ensino do Concílio de Trento (Ses. XXII. c. 1; Ses. XXIII. c. 1), e de acordo com a doutrina luterana, a ação sacrifical é de toda a assembléia, e não exclusivamente do sacerdote hierárquico.
4. Se aceitássemos – como gostaríamos, por deferência a Vossa Excelência – a imposição que nos faz, nós nos estaríamos, ipso facto, excluíndo da fé e da mesma Igreja.
5. Nos casos em que pode haver perigo para a Fé, os súditos têm o direito, e até o dever, de resistir. (Cf. Inocêncio III, apud Billot, Tract. de Eccl. Christi, Tom. I, pp. 618-619; S. Tomás de Aquino, Summa Theol. II-II, 33, 4, 2 – Ad Gal. 2, 11-14, lect. III, nn. 77, 83-84; – S. Roberto Belarmino, De Rom. Pont., lib. II, c. 29).
III – Observamos
a) que nossa atitude coincide com deliberações do Concílio Vaticano II, segundo as quais nenhum poder humano pode impedir alguém de, em matéria religiosa, agir de acordo com sua consciência (D. Hum. nº 2), desde que mantenha convivência pacífica com os demais cidadãos.
b) que nossa posição também se ajusta ao propósito explícito do Concílio Vaticano II, onde este declara que, “atendendo fielmente a Tradição, a Igreja atribui igual direito e honra a todos os ritos legitimamente reconhecidos e quer que no futuro se conservem e fomentem (grifos nossos), por todos os meios.” (Sac. Conc., Proem. n. 4).
IV – Aos que nos acusam de estarmos pondo em dúvida a ortodoxia de “Paulo VI, de João Paulo I e de João Paulo II que adotaram o novo “Ordo Missae”, fazemos as seguintes ponderações:
O Concílio de Trento lançou anátema contra quem condenasse o rito, que manda dizer em voz baixa as palavras da Consagração na Missa; o novo “Ordo” manda que, em virtude da própria natureza das palavras (Rub. 91; Institutio, nn. 10 e 12), a prece eucarística – portanto também as palavras da Consagração – sejam ditas em voz alta. A aceitação desta segunda proposição envolve a rejeição da primeira, onde haveria, aliás, erro palmar, por estabelecer um rito contrário à própria natureza das palavras a serem pronunciadas! Diriam nossos opositores que quantos aceitam o novo “Ordo Missae” põem em dúvida a ortodoxia de Pio IV, que aprovou o Concílio de Trento, e de seus sucessores até Paulo VI?
Queremos notificar, outrossim, que já respondemos a carta de S. Exa. D. Giuseppe Casoria, DD. Pró-Prefeito da Sagrada Congregação dos Sacramentos e do Culto Divino, que V. Exa. nos entregou.
Ao enviar esta resposta, renovamos a expressão de nossos respeitos devidos a V. Exa., e apresentamos as nossas orações.
Primeiramente, padre Leonardo, muito obrigado por ter aceitado o nosso convite. Por favor, apresente-se aos nossos leitores.
Padre Leonardo Holtz
Bem, eu me chamo Padre Leonardo Holtz Peixoto. Nasci no Rio de Janeiro, na Rua do Bispo, aos 11 dias do mês de fevereiro de 1980. Fui criado no subúrbio do Rio, no bairro de Inhaúma e freqüentei a Paróquia de São Tiago. Lá recebi os sacramentos da iniciação cristã e também comecei a descobrir a minha vocação.
Conte-nos como o senhor discerniu a sua vocação e como foi a sua entrada no seminário.
Eu devia ter uns 13 anos de idade e fui com minha família participar de um retiro de carnaval da RCC – Renovação Carismática Católica – pregado pelo Mons. Jonas Abib no Maracanãzinho. Contudo, o início do meu chamado vocacional NADA teve a ver nem com a RCC nem com a pregação do Mons. Jonas Abib, mas com uma solene bênção do Santíssimo Sacramento que houve por lá. Lembro-me que eu estava nas arquibancadas do ginásio, quando o Santíssimo Sacramento passou em procissão, sob o pálio, acompanhado de carrilhões, velas, muito incenso e um magnífico cortejo. Quando dei por mim, estava já chorando e de joelhos. Digo sempre que minha vocação começou pela EUCARISTIA.
Como era o ambiente do seu seminário diocesano?
O ambiente do seminário era bem diversificado, como já se podia esperar de um lugar com tantos candidatos de lugares e formação diferentes. Havia seminaristas mais e menos piedosos. A disciplina do seminário não era de todo má. Contudo, o comportamento de alguns era inaceitável para um cristão, especialmente se esse cristão almejava algo tão sublime como o sacerdócio. Algumas vezes surgiam algumas conversas e atitudes impróprias por parte dos seminaristas, mas nenhuma medida mais enérgica era tomada. Por diversas vezes eu era tido como “anti-social” por ficar recluso na minha cela e não querer participar de tais momentos.
A semana de oração pela unidade dos cristãos era algo que me revoltava dentro do seminário. Não entendia como se podia chamar os hereges protestantes para pregar dentro de um seminário católico.
E o interesse pela Tradição da Igreja, como surgiu?
Surgiu na biblioteca do seminário. Descobri uma sessão de livros antigos na biblioteca que me causaram interesse. Um em particular: um livro vermelho e grande, com o título “Missale Romanum” na lombada. Havia também breviários e rituais romanos. Infelizmente, quando alguém percebeu esse interesse pelos livros antigos, fui proibido de retirá-los da biblioteca. Mas eu ainda poderia consultá-los na própria biblioteca. Foi aí que um dia, quando cheguei à biblioteca, toda a estante havia desaparecido sob o “pretexto” de um vazamento que, curiosamente, apareceu exatamente sobre a estante dos livros tradicionais.
Havia outros dois colegas de seminário que se interessavam pela tradição. Nós três rezávamos, às vezes, escondidos, o ofício de completas no rito de S. Pio V à noite. Um desses colegas era o Padre Fábio Calixto da FSSPX. O outro, pouco tempo depois, escandalizado, saiu do seminário.
Quando o senhor assistiu pela primeira vez a Santa Missa Tradicional? Conte-nos também quando foi a primeira vez que o senhor a celebrou.
A primeiríssima Missa de Sempre que assisti, foi na igreja do Outeiro da Glória, no aniversário de Sua Alteza imperial e Real, o príncipe Dom Luis de Orleans e Bragança, celebrada pelo Reverendo e finado Padre Hélio Buck Júnior. A primeira Missa Tradicional que celebrei foi 4 dias depois de minha Ordenação Sacerdotal, na casa dos irmãos da Toca de Assis em Madureira. Eu já vinha treinando como diácono sozinho em casa.
O senhor teve contato com outros institutos tradicionais, tendo ainda como seminarista procurado a recém erigida Administração Apostólica. Como foi esta experiência?
Sim, tive contato com a Administração Apostólica e também com o IBP (Institut du Bon Pasteur). Quando diácono, em 2002, estive presente à Sagração de Dom Rifan. Logo após, fui visitá-lo e pedi ingresso na Administração Apostólica Pessoal São João Maria Vianney. Dom Rifan na ocasião me disse que era melhor eu continuar na Arquidiocese do Rio, pois eu podia fazer um bom apostolado por lá e ser uma influência tradicional em meio ao clero carioca. Francamente, não entendi como ele podia ter rejeitado um futuro padre tradicional, já que havia tão poucos, e que era tão difícil conservar a tradição em meio ao modernismo.
Quanto ao IBP, foi no ano de 2007 que eu implantei a Missa de Sempre na paróquia onde eu era pároco – São Judas Tadeu – no bairro de Senador Vasconcellos. É claro que é uma ilusão achar que a Missa de Sempre pode conviver pacificamente com a missa nova; chega uma hora que os abusos da missa nova se contrastam com o esplendor da Missa de Sempre. Foi nesse momento que, sob muita pressão, resolvi pedir ao Cardeal Dom Eusébio para deixar a paróquia e ir para o IBP. O Cardeal concedeu e, então, viajei para São Paulo.
Outra decepção…?
Sim, outra decepção! E não podia ser diferente do jeito como o IBP nasceu. O IBP é fruto do êxodo de alguns padres da FSSPX. Às vezes, de dentro, eu percebia no IBP uma preocupação maior em criticar a FSSPX do que promover a Missa de Sempre. Outra relação delicada em São Paulo era a relação Montfort-IBP. Em parte deixei São Paulo por não concordar com a demasiada influência da Montfort na casa onde o IBP residia. Também notava que a função do sacerdote ali era ser “máquina” de sacramentos.
Como era a sua vida de padre diocesano, tendo já conhecido os tesouros da Igreja mas ainda obrigado a celebrar o Novus Ordo Missae?
Esse era um verdadeiro dilema! Por um lado havia a consciência de que eu era um pároco de uma diocese progressista, numa paróquia progressista e com pensamentos que iam contra tudo o que se pensava na diocese. Era uma verdadeira “ginástica” para ensinar a tradição, num meio modernista sem ser demasiado modernista. Algumas vezes eu tive que fazer concessões (como, por exemplo, o Cerco de Jericó), afinal, se quisermos fazer a tradição ser amada e conhecida, não a podemos impor, mas sim anunciá-la paulatinamente.
O senhor chegou a expressar suas convicções e perplexidades aos seus superiores, pedindo esclarecimentos e atitudes? E como elas foram recebidas?
Sim. Escrevi cartas tanto a Dom Eusébio como a Dom Orani, e também tivemos colóquios pessoais. Dom Eusébio não recebeu muito bem, mas já Dom Orani, foi muito paternal e acolheu muitíssimo bem. Na verdade, nada me faz mudar de idéia de que Dom Orani SEMPRE esteve muito bem intencionado, contudo, cercado das pessoas erradas.
E o que especificamente o levou a optar pela Fraternidade de São Pio X?
Primeiramente pela minha veneração desde os tempos de seminarista à pessoa de Mons. Marcel Lefébvre. Inclusive, alguns colegas de turma me apelidaram de “Lefébvre” no seminário. Mas, o real motivo foi que ao analisar as posturas da Administração Apostólica, do IBP, do Instituto Cristo Rei e da FSSP (Fraternidade Sacerdotal São Pedro), percebi que não há como manter a tradição da Igreja hoje, a não ser na FSSPX. A grande realidade é que não há como dialogar com o modernismo. Todos os que tentaram ficar na dita “legalidade” foram amordaçados e não preservaram a fé e a doutrina. Afinal, não celebramos a Missa de Sempre apenas por uma questão estética ou como uma das muitas opções válidas, mas porque cremos firmemente que a Missa Tradicional é uma autêntica profissão da fé católica.
Quem mais o auxiliou nesse itinerário de pedido de ingresso na Fraternidade?
Capela de São Sebastião em Arraial Novo.
Primeiramente, aquele meu amigo de seminário que foi para a FSSPX, o Padre Calixto, sempre que vinha de férias na casa da família, no Rio, ia me visitar. Certa vez ele me convidou a ir conhecer a capela de Dom Lourenço, em Niterói e eu fui. Mas efetivamente, todo esse movimento em direção à FSSPX começou incrivelmente pelo meu finado Orkut. Ali eu postava minhas fotos e meus pensamentos tradicionais. E não hesitava em dizer o que era preciso e não o que as pessoas gostam de ouvir. Atraía diariamente muitos ‘scraps’, alguns de crítica e outros de incentivo. Um jovem de Rondônia certa vez me deixou o seguinte recado: “Padre, acho que encontrei uns primos seus e são todos da Tradição. Vou verificar e falo para o senhor depois”. Ele verificou e era verdade. Eu fiquei encantado! São os fiéis de Arraial Novo, em Bom Jesus do Itabapoana, estado do Rio. Essa comunidade é atendida pelos padres da FSSPX de São Paulo e pelos Monges do Mosteiro da Santa Cruz, em Nova Friburgo.
Quando Dom Tomás de Aquino, prior do mosteiro, ficou sabendo de um padre que desejava ser tradicional no Rio de Janeiro, apareceu na minha casa no Rio para uma visita. E assim, continuamos em contato. Uma semana antes da visita de Dom Tomás, recebi com alegria o telefonema do Padre Rodolfo Eccard, da FSSPX, que desejava ir conversar comigo. Ele foi até minha paróquia, onde conversamos e, depois, almoçamos juntos.
Depois disso estive uma vez em Niterói, onde conversei e almocei com o padre Rodolfo e com Dom Lourenço. Na semana seguinte, recebi em casa a visita do padre Daniel Maret, que estava impressionado com minha história e me convidou para a FSSPX. Em julho do ano passado, passei uma semana no Mosteiro da Santa Cruz, onde fiz um retiro espiritual.
O senhor esteve em La Reja. Conte-nos mais sobre o ambiente que o senhor encontrou por lá.
Bem, encontrei o seminário que eu imaginara nos meus sonhos – uma capela digníssima e jardins celestiais. Um ambiente alegre e descontraído e, ao mesmo tempo, sério e piedoso. Infelizmente, muita gente pensa que para ser “tradicionalista” a gente tem que ficar de cara séria e andar duro feito um robô. Queremos conservar a tradição, não ser Arautos do Evangelho!
Os padres possuem uma serenidade – a serenidade de quem tem a consciência tranqüila diante de Nosso Senhor, por estar transmitindo a VERDADE que Ele nos ensinou. Os bispos, Dom Tissier e Dom Galarreta são uma simpatia. A simplicidade e a firmeza de Dom Tissier encanta; a elegância, a nobreza e a humildade de Dom Galarreta é o que todos esperam ver num prelado da Igreja. É ele quem serve os padres à mesa de refeição!
Qual foi a reação dos seus paroquianos e irmãos sacerdotes quando o senhor anunciou que deixaria a paróquia e até mesmo a diocese para procurar a FSSPX?
Os paroquianos ficaram tristes. Pelo menos foi o que a maioria me disse (risos). O que me foi dito de forma quase unânime foi: “sentiremos falta dos seus sermões e dos seus ensinamentos (catecismo)”. Quanto aos padres, nem se aperceberam, pois como eu tratei direto com Dom Orani, creio que eles tenham sabido por agora.
Após o anúncio, o senhor teve um longo encontro com Dom Orani, que lhe fez uma proposta “tentadora”. Em que ela consistia?
Consistia em permanecer no Rio de Janeiro e conservar a liturgia e a doutrina tradicionais. Eu estaria desobrigado a celebrar a missa nova ou concelebrá-la; mesmo nas cerimônias da Catedral ou dos retiros do clero. Estaria desobrigado de ministrar qualquer sacramento conforme os novos rituais; poderia rezar o Breviarium Romanum no lugar da Liturgia Horarum; teria uma capelania EXCLUSIVA para executar o meu apostolado tradicional no Rio de Janeiro e não estaria obrigado a aceitar a Campanha da Fraternidade ou qualquer outra iniciativa comunista, marxista etc.
Todavia, tudo não passou de palavras e o senhor não conseguiu colocar em prática aquilo que lhe fora assegurado. Conte-nos como isso ocorreu.
Como já disse aqui anteriormente, não creio que Dom Orani agiu de má fé. Ele é um homem bom, de princípios. Ele teve realmente intenção de ajudar. Inúmeras vezes me enviava mensagens de SMS para o celular, preocupado com a minha situação, o que era coisa inédita para mim. Sempre os bispos se colocavam em “pedestais” e eram quase intocáveis. De repente, aparece um bispo que tem o meu celular e eu o dele e que nos comunicamos facilmente por SMS! Infelizmente, não sei que conversas surgiram “ao pé do ouvido”. A impressão que eu tive é que tinham medo de que se eu, com meu pensamento tradicional, ficasse sozinho numa igreja própria, pudesse “abrir os olhos” de muitos fiéis para a verdade e isso causaria um grande “barulho” não só na diocese do Rio, mas no Brasil. Então, para me “moderar”, fui enviado a uma igreja onde já havia uma missa nova e uma celebração da palavra com um diácono permanente diariamente. Sobre o convívio do Novus Ordo com a Missa de S. Pio V, já manifestei minha opinião acima.
A igreja só funcionava de segunda à sexta-feira e fechava às 15h todo dia. O horário que me foi dado para celebrar era às 10 da manhã, impossível para quem trabalha ou estuda. Esse arranjo pareceu-me uma coisa matematicamente feita para desestimular paulatinamente.
Alguns acusaram-lhe de “abandonar a primeira paróquia pessoal do Brasil” — embora ela nunca tenha existido, sendo apenas um projeto — e de tomar decisões abruptas, como sua partida do Instituto do Bom Pastor, em São Paulo… Como o senhor responde a essas afirmações?
Foi bom você mencionar isso. Tal acusação infundada foi feita no sítio da Associação Cultural Montfort. Pessoalmente enviei uma réplica ao seu novo presidente, o Sr. Alberto Zucchi, mas, infelizmente, não foi, até o presente momento, postado meu comentário.
Primeiramente, a paróquia pessoal, como você bem disse, NUNCA existiu. E, na verdade, não havia um projeto de paróquia pessoal. Pelo menos, não num primeiro momento, mas de uma capelania ou reitoria exclusiva. Essa “paróquia pessoal”, no meu entender viria com o tempo de acordo com o crescimento da comunidade tradicional carioca.
Em segundo lugar, por “abrupto” eu entendo “de repente”, e isso é uma inverdade! Em nenhuma das duas ocasiões, como já mencionei aqui, deixei a arquidiocese abruptamente: na primeira, tive o pleno aval do Sr. Cardeal e desta última, já expus acima que escrevi uma longa carta e, posteriormente, tive uma longa conversa com Dom Orani. O que há de “abrupto” nisso? Quanto à minha saída dita “repentina” de São Paulo, para regressar ao Rio, isso também é, não só uma inverdade como uma injustiça, visto que eu conversei sobre esse assunto com o Prof. Orlando Fedeli. Eu não tinha condições psicológicas de continuar naquele lugar. Não concordava com suas posições, dependia deles materialmente e não tinha com quem desabafar. Fiquei numa angústia tão grande que tive uma paralisia no braço e na mão direita, por causa do sistema nervoso. Foi graças à generosidade do Sr. Stacciarini, que me levou ao hospital e pagou os meus medicamentos, que fui melhorando.
Muitos católicos esperam por tempos melhores, em que padres diocesanos efetivamente amem a Tradição e façam de suas paróquias núcleos fervorosos da verdadeira Fé. Alguns fiéis tradicionais do Rio lamentam o fato do senhor não ter oferecido a Missa Tradicional em sua paróquia ao menos aos domingos e dias de guarda, ainda que uma decisão posterior viesse a ser tomada em favor da opção exclusiva pelo rito antigo. Na qualidade de pároco, quais os maiores obstáculos que o impediram de transformar sua paróquia em uma referência nesse sentido?
Já mencionei aqui a minha experiência na Paróquia de São Judas Tadeu, na Zona Oeste do Rio, onde, como pároco, implantei a Missa Tradicional todos os Domingos. Foi justamente o choque que entre os dois ritos que me fez deixar a paróquia. Não quis repetir o mesmo fato na Paróquia Bom Pastor. Alguns poderão dizer que foi por respeito humano ou qualquer coisa similar, mas “quem estiver sem pecado, atire a primeira pedra” (Jo 8,7)
Muitos padres diocesanos hoje em dia reclamam da clericalização dos leigos e dizem até que eles mandam na paróquia. O padre seria apenas um dispensador de sacramentos enquanto os movimentos e pastorais seriam administrados por seus próprios coordenadores. O senhor sentiu isso na pele?
Sim e não! Tudo depende de como o padre se posiciona frente aos seus fiéis. Se o padre adotar a postura de um leigo e não fizer o que precisa ser feito, aí sim os leigos dominam. Sempre deixei claro isso em minhas duas paróquias. Várias vezes eu disse nas reuniões de conselho paroquial: “A Igreja não é, não foi e, no que depender de mim, jamais será democrática. Ela é hierárquica!”
Chegando agora à Fraternidade, como o senhor encara as discussões teológicas em andamento? É possível ter esperanças de um bom termo?
Com relação a isso, meu pensamento é o mesmo com relação ao Ecumenismo: só entendo o ecumenismo se for com a intenção de converter os hereges e chamá-los à verdadeira fé, assim, só aceito o “diálogo”, se for para abrir os olhos do progressismo e chamá-los à verdadeira doutrina. Caso contrário, tal diálogo não passa de um “chá das cinco”.
Enfim, Padre, antes de ser formalmente aceito como membro da FSSPX, o senhor passará por algum período de experiência? Quais são os planos para o futuro?
Bem, francamente, ainda não pensei muito sobre isso (risos). Estou num momento tão bom que nem pensei nisso. Todos estão dizendo que fiquei notoriamente mais “feliz”. De fato, parece que um pesado fardo me foi retirado das costas. Com relação ao futuro, prefiro não planejar, mas deixar nas mãos de Nosso Senhor. Afinal, foi Ele que me conduziu até aqui; Ele sabe o que faz.
Que mensagem final o senhor daria aos leitores do Fratres in Unum?
Aprendi na Teologia que há uma ignorância vencível e uma ignorância invencível. Aos leitores do Fratres eu diria, que quando permanecemos na ignorância vencível, isto é, quando temos condições de ver a luz e segui-la, mas por comodismo ou qualquer outro motivo não a seguimos, somos culpáveis em juízo. Portanto, busquem a verdade e, encontrando-a, amem-na. “Buscai o Senhor, enquanto ele se deixa encontrar” (Is 55,6) Deus abençoe!
Segundo o site da Paróquia Nossa Senhora de Fátima, da Administração Apostólica Pessoal São João Maria Vianney, uma missa solene pontifical de Dom Fernando Arêas Rifan, no dia 19 de setembro, às 09:00, na Antiga Sé, iniciará a celebração dominical da Santa Missa no Rito Gregoriano no Rio de Janeiro. A igreja fica na Rua 1º de março, no Centro, e as demais celebrações ficarão a cargo, por determinação do senhor arcebispo do Rio de Janeiro, da própria Administração Apostólica.
Fotos da Santa Missa Solene Pontifical celebrada por Dom Fernando Arêas Rifan, administrador apostólico da Administração Apostólica Pessoal São João Maria Vianney, de Campos, Rio de Janeiro, por ocasião do XVI Congresso Eucarístico Nacional no último sábado, em 15 de maio de 2010. A Santa Missa contou com a assistência de oito bispos, além de vários padres.
A propósito da presença do Exmo. Sr. Bispo Dom Fernando Arêas Rifan na inauguração do Centro de Produção Multimídia da Canção Nova em Brasília (DF), no dia 5 de maio de 2010, a Cúria da Administração Apostólica Pessoal São João Maria Vianney, a pedido do Sr. Bispo, vem esclarecer o que segue:
1) A presença do Sr. Bispo Dom Fernando a essa inauguração, para a qual foi duas vezes convidado, junto com cerca de sessenta outros Bispos, não significou nem significa apoio a tudo o que veicula esse meio de comunicação, como aliás não significou nem significará esse apoio sua presença em quaisquer outras inaugurações de veículos de comunicação a que comparece ou abençoa, por ofício ou educação. Ademais, é por demais conhecida a nossa posição litúrgica na Igreja, conservando como forma ritual própria, concedida pela Santa Sé, o Rito Romano na sua forma extraordinária, nossa identidade e razão da nossa existência.
2) O encontro com a Sra. Dilma Roussef, que, na ocasião, veio até ao Sr. Bispo para cumprimentá-lo e a cujo cumprimento ele correspondeu por educação, foi fortuito e inesperado, considerado pelo Sr. Bispo como estranho e ardiloso por parte de quem a convidou, pois tal presença não constava no convite e, se constasse, o Sr. Bispo não o teria aceitado, para não dar motivo a más interpretações.
3) A foto, em que aparecem o Sr. Bispo e a pré-canditada, não significa qualquer apoio à sua candidatura e muito menos ao seu partido ou programa de governo, como aliás, não significam nem significarão qualquer apoio outras fotos com outros candidatos que eventualmente visitarem ou cumprimentarem o Sr. Bispo, coisa muito comum em épocas pré-eleitorais.
4) A Cúria da nossa Administração Apostólica e seu Bispo, S. Exa. Dom Fernando Arêas Rifan, aproveitam a oportunidade para, até em defesa dos verdadeiros direitos humanos, corretamente sempre defendidos e apoiados pela Igreja, expressar seu total repúdio ao PNDH 3 (Plano Nacional de Direitos Humanos 3) do atual governo, pois, embora contenham boas proposições, que reconhecemos, no entanto sua linha de princípios e grande parte de suas diretrizes, metas e sugestões, expressa ou veladamente, contradizem a moral natural e cristã, especialmente quando pretendem, entre outras posições errôneas, adotar o aborto, a união civil entre pessoas do mesmo sexo, a adoção por casais homoafetivos, a regulamentação profissional da prostituição, a proibição dos símbolos religiosos nos estabelecimentos públicos e a proteção aos invasores de propriedades.
Campos dos Goytacazes, 10 de maio de 2010
Mons. José de Matos Barbosa
Chanceler e Vigário Geral.
Da esquerda para a direita: Padre Claudiomar, Dom Fernando Guimarães e Dom Fernando Rifan.
Dom Fernando Guimarães, bispo diocesano de Garanhuns (Pernambuco), antigo “capo ufficio” da Congregação para o Clero, promoverá em sua diocese, entre os dias 17 e 19 de junho, um “encontro informal” de formação para sacerdotes que celebram a Santa Missa no rito latino-gregoriano.
Segundo o comunicado publicado no site da diocese, o encontro contará com o auxílio de Dom Fernando Arêas Rifan e Padre Claudiomar Silva Souza, da Administração Apostólica São João Maria Vianney.
Conforme o anúncio, “este encontro informal é reservado àqueles Sacerdotes que já atendem pastoralmente” os grupos estáveis previstos no Motu Proprio do Papa Bento XVI. Portanto, os padres interessados em aprender a celebrar a Santa Missa cujos superiores não dão seu apoio — a imensa maioria — terão de aguardar uma próxima oportunidade.
O encontro conta também com o apoio da Comissão Pontifícia Ecclesia Dei. Dom Fernando Guimarães enviou a seguinte carta aos senhores Bispos Diocesanos em cujas dioceses acontecem celebrações de Santas Missas segundo o rito latino-gregoriano:
Prot. N. xxxx∕10
Garanhuns, 10 de março de 2010
Caríssimo Irmão Dom NN.,
Alguns sacerdotes que, em comunhão com os próprios Ordinários diocesanos, acompanham grupos ligados à Forma Extraordinária do Rito Romano, pediram-me um encontro de formação, cientes de que, em Roma, trabalhei também com a Pontifícia Comissão Ecclesia Dei nesta área. Aceitei de bom grado, com o desejo de fortalecer sempre mais – como é o desejo do Santo Padre Bento XVI – os laços eclesiais daqueles que se sentem ligados à forma anterior da Liturgia Romana.
De comum acordo com nosso Irmão Dom Fernando Rifan, Bispo da Administração Apostólica São João Maria Vianney, de Campos, e referencial no Brasil para a Forma Extraordinária do Rito Romano, preparei um encontro informal para os dias 17 a 19 de junho próximos, aqui em Garanhuns. O encontro conta também com o apoio da Pontifícia Comissão Ecclesia Dei. Envio-lhe em anexo o programa.
Segundo informações que me foram transmitidas, em sua (Arqui)diocese, os Padres NN. (Paróquias N. e N.) celebram na Forma Extraordinária, com o apoio do seu Bispo. Caso V.Excia. esteja de acordo, eles poderiam participar de nosso encontro.
Com a expressão da minha cordial estima, desejo-lhe uma santa e feliz Páscoa.
O movimento esquerdista dissidente na Igreja Católica debilitou severamente os ensinamentos morais católicos sobre a vida e a família durante os últimos quarenta anos, declarou a LifeSiteNews.com um proeminente rabino ortodoxo dos EUA. “Apóio esta medida” de reconciliar a facção tradicionalista na Igreja, disse, “porque entendo o panorama maior, que é que a Igreja Católica tem um problema. Há uma ala esquerda poderosa na Igreja que está fazendo um dano incomensurável à fé”. “Me dou conta que é muito importante encher os bancos da Igreja Católica ao com católicos culturais ou esquerdistas que contribuem para destruir a Igreja e corromper seus valores”. “O que está fazendo o Papa? Está tentando trazer de volta os tradicionalistas porque têm muitas coisas muito importantes para contribuir para o bem do catolicismo. Agora, se em meio a esse processo, inclui inadvertidamente alguém importante no movimento tradicionalista que diz coisas muito estranhas sobre o Holocausto, essa é uma razão para jogar fora o bebê com a água do banho e condenar o Papa Bento? Absolutamente não!” “O assunto mais importante”, reiterou, é o trabalho que a Igreja realiza “para salvar bebes do aborto e proteger as mentes das crianças e jovens, ajudando-os a distinguir o bem do mal em assuntos de vida e família”.
A pergunta que não quer calar.
Pergunta-nos uma amiga: “Por que não se fala do Monsenhor Proença de Sigaud? No ‘Reno se Lança sobre o Tibre’ ele aparece o tempo todo na ala conservadora, sempre fazendo intervenções à favor da Tradição. E hoje em dia ninguém sabe, ninguém viu. Lá fora falam dele, mas não aqui. Como seria ele na vida pastoral e pessoal?”. Espaço aberto aos leitores que queiram tirar Dom Sigaud do esquecimento.
Enfim, um bispo brasileiro favorável à Missa Tradicional – Dom Fernando Guimarães, bispo de Garanhuns, PE.
“Quando sacerdote, ele trabalhou por 27 anos no Vaticano, chegando a ser Chefe de Departamento da Congregação para o Clero. Neste cargo, ele foi um dos que mais colaborou na Cúria Romana para nossa regularização e para a criação da nossa Administração Apostólica. Assim, ele fez questão de acompanhar o Cardeal Darío Castrillón, quando esteve aqui em Campos no dia 18 de janeiro de 2002 para a cerimônia da criação da nossa Administração.” “Ano passado, Pe. Fernando Guimarães foi nomeado pelo Santo Padre Bispo da Diocese de Garanhuns.” “Assim, no domingo passado, D. Fernando Guimarães veio pela primeira vez nos visitar como Bispo, e celebrou a Santa Missa na forma tradicional em nossa Igreja Principal, com a assistência de D. Fernando Rifan.” – Do site da Igreja Principal da Administração Apostólica Pessoal São João Maria Vianney.
Revisão do começo ao fim.
Preocupado de que a Legião de Cristo reprima o livre arbítrio de seus membros e falte com transparência, o Arcebispo Edwin F. O’Brien disse ao diretor geral da ordem que ele não pode, em boa consciência, recomendar que qualquer pessoa ingresse na Legião ou Regnum Christi, seu movimento leigo afiliado. […] “Parece, a mim e a muitos outros, que esse [Pe. Marcial Maciel, fundador da Legião] era um homem com um gênio empresarial que, por sistemática fraude e duplicidade, usou nossa fé para manipular a outros para seus próprios fins egoístas”. […] Dizendo que o fundador da Legião “deixou muitas vítimas em seu encalço”, o arcebispo pediu a “completa revelação de suas atividades, daqueles que são cúmplices nelas ou sabiam delas e daqueles que ainda se recusam a oferecer revelação”. […] “Enquanto é difícil conseguir documentos oficiais”, disse o Arcebispo O’Brien”, é claro de que desde o primeiro momento em que uma pessoa ingressa na Legião, esforços parecem ser feitos para programar cada um e conquistas pleno controle de seu comportamento, de todas as informações que ele recebe, de seus pensamentos e emoções”. […] “É dito que apenas o fundador é chamado ‘nuestro padre’ (‘nosso pai’) e que ninguém mais pode ter este título”, disse o Arcebispo O’Brien. “Todos estão obrigados a se identificar com ele em seu espírito, sua mente, sua missão e sua vida. Isso sugeriria que a própria base do movimento da Legião deve ser revista do começo ao fim”.
Dom Chaput: não é possível ser católico e ‘pró-escolha’ ao mesmo tempo.
“A cultura consumista Americana é um poderosíssimo narcótico. O raciocínio moral pode ser duro, e a TV é uma grande droga analgésica. A verdadeira liberdade demanda uma habilidade de pensar, e uma grande parte da vida moderna… parece deliberadamente projetada para desencorajar isso”. O prelado de Denver enfatizou a importância de formar “uma consciência forte e genuinamente Católica” e seguir esta consciência quando votar.
“Francamente, eu simplesmente fiquei cansado de ouvir pessoas de dentro e fora dizendo aos Católicos para ficar quietos sobre posições religiosas e morais nos debates do grande público que envolvem todos nós enquanto sociedade. É uma espécie de intimidação. Não creio que os Católicos devam aceitá-la.” “Tolerar um grande mal dentro de uma sociedade é em si mesmo uma forma de sério mal”. “Todos os líderes políticos recebe sua autoridade de Deus. Não devemos a nenhum líder qualquer submissão ou cooperação na busca de um grave mal”. “Um das coisas determinantes que separavam os primeiros Cristãos da cultura pagã ao redor era seu respeito pela vida humana; e especificamente sua rejeição do aborto e infanticídio. Não podemos ser Católicos e ser evasivos ou indulgentes quanto ao assassinato de vida não-nascida. Não podemos nos afirmar “Católicos” e “pró-escolha” ao mesmo tempo sem arcar com a responsabilidade para onde conduz a escolha – à morte de crianças não nascidas”. Texto completo da conferência aqui.
Consagrar Wagner em Roma.
Áustria. O pároco Eberhard Amann (77) de Sankt Gallenkirch na diocese de Feldkirch colocou anúncios nos jornais regionais em favor do Bispo Auxiliar de Linz, Weihbischof Gerhard Wagner. Pe. Amann pagou 2.000 Euros pelos grandes anúncios amarelos. Neles ele alerta para um novo “Movimento-Livre-de-Roma” e um novo “Cisma” na Igreja austríaca. Os bispos contestam o direito do Papa de nomear “quem ele quiser”. Contrariamente, os meios de comunicação ditaram – adverte o Pároco: “Wagner estava certo”: As clínicas de aborto em Nova Orleans e em outros lugares, as estórias de Harry Potter e a glorificação do casamento gay são contrários aos ensinamentos bíblicos”. Mons. Wagner poderia ser consagrado em Roma – sugere o Pároco.
Bispo de Linz chamado a Roma.
O Bispo [Ludwig]Schwarz foi chamado à Roma às pressas. O fato de Monsenhor Wagner ter dito que sua renúncia não foi espontânea fez o Vaticano ficar de orelha em pé. Agora se fala até em visita pontifícia a Linz e até mesmo alguns outros bispos austríacos não estão de acordo com o curso de ação tomado em Linz. Kath.net noticia: “Bispo Schwarz nega catequese com jovens e precisa ir a Roma para encontro importante – Alguns bispos austríacos são favoráveis à visitação pontifícia da Diocese de Linz – Papa Bento aceita a Causa ‘Wagner’”
Ou seja, crescem pedidos para a tal visitação pontifícia dentro e fora de Linz. Lembremo-nos do caso St. Polten, Áustria, há poucos anos, em que um seminário inteiro foi fechado (e mais tarde reaberto) devido aos inúmeros casos de homossexualismo, sobretudo, pelas fotos espantosas publicadas na anticristã Spiegel de seminaristas e dirigentes trocando carícias imorais. Neste caso também houve uma visita apostólica para tentar resolver o problema.
Kreuz.net sob fogo cruzado.
Vaticano (kath.net) Depois da Conferência dos Bispos Alemães e da Igreja Católica da Áustria, agora chegou a vez também da “Radio Vaticano” se distanciar do sítio radical de direita kreuznet. Em uma declaração: “O sítio kreuznet apresenta um link para nós, embora tenhamos pedido a eles que retirassem o link. Neste ato nos distanciamos claramente da kreuznet. Não temos nada a ver com esse sítio e não temos qualquer proximidade com eles. O fato do Operador (anônimo!) da Página ter um link para nós nos deixa aborrecidos, embora, infelizmente, não possamos impedir isso. “A Conferência dos Bispos Alemães deixou claro no início de fevereiro: “O sítio é um sítio que não pertence a Igreja católica romana”
Dom Galarreta é o novo reitor de La Reja.
Fontes locais na Argentina confirmam que o Bispo Alfonso de Galarreta, um dos quatro bispos da Fraternidade Sacerdotal São Pio X, irá dirigir o Seminário de Nossa Senhora Co-Redentora em La Reja, Província de Buenos Aires – pelo menos, temporariamente, como um “Visitador”.
As notícias também foram postadas no sítio da excelente publicação católica argentina Panorama Católico Internacional. Nota: O pai do editor do Panorama (Marcelo González) faleceu nesta sexta-feira: que ele possa descansar em paz. Fonte: Rorate-Caeli.
Dom Aldo Pagotto, o Padre Petista e o Padre Artista.
O arcebispo da Paraíba, Dom Aldo Pagotto, suspendeu o uso de ordem de padre Luiz Couto, deputado pelo PT, adversário do celibato e amigo dos preservativos e homossexuais. Dom Tomás Balduíno, bispo emérito de Goiás e assessor da Comissão Pastoral da Terra, chamou a atitude de “pena de vingança”. Vendo que a tática parece ter dado certo na Áustria, “católicos” pedem à CNBB (?) que remova o bispo. Anteriormente, o mesmo Dom Aldo havia se pronunciado a respeito de outro Padre, o artista Fábio de Melo: “Oficialmente a Arquidiocese não foi informada da vinda do padre e não tem qualquer envolvimento na promoção e organização do evento. Entendemos tais ações como promoção pessoal do padre”.
A pergunta que não que calar – II:
Com a aposentadoria de Sua Eminência Eusébio Cardeal Scheid, os padres do Rio de Janeiro desejosos de rezar a Santa Missa Tradicional sairão das catacumbas e darão boas vindas ao novo Arcebispo sem medo de se apresentar como são? Não há de se temer falta de diálogo com o novo Arcebispo. Em 2006, Dom Orani assistiu e cedeu uma igreja em Belém para a “ordenação episcopal” da então recém criada “diocese” Anglicana da Amazonia. Com tanta generosidade para com hereges cujos sacramentos são inválidos (exceto o batismo), é de se esperar, no mínimo, que o novo Arcebispo conceda uma bela Igreja na capital Fluminense dedicada exclusivamente à Forma Extraordinária do Rito Romano atualmente em vigor em toda a Igreja Católica. Inclusive no Rio de Janeiro.
“Não me parece, agora, o momento de entrar em todos os detalhes”.
Respondeu o Santo Padre ao ser indagado sobre várias formas de piedade por um padre no encontro anual de Sua Santidade com o clero Romano; na mesma pergunta o sacerdote se referiu à Fátima, ponto não abordado pelo Santo Padre. Os pontos mais importantes podem ser encontrados aqui. Agradecimento ao nosso caríssimo André pela ajuda de sempre.
Perseguição dos Judeus contra um Bispo.
Alemanha. Alguns na Igreja não estariam em condições de aprender “a partir dos erros” de outros dignitários. Assim xingou o Presidente da Associação Regional das Comunidades de Culto Israelitas na Baviera, Josef Schuster, ao periódico anticlerical ‘Süddeutschen Zeitung’ sobre o Bispo Walter Mixa de Augsburg. Este havia afirmado com simplicidade que somente na Alemanha mais pessoas morreram através do aborto do que no assim chamado Holocausto: “Assim, do jeito que o [Bispo] Mixa formulou, é simplesmente infame relativizar o Holocausto, que primeiramente já o fora pelo malvado membro da Fraternidade, Richard Williamson, mesmo de maneira supostamente mais elegante” – espumou de raiva Schuster. Ele exige “uma palavra mais clara” da Igreja.
Manter a fé dos pais.
“Seu decreto de 21 de janeiro de 2009 reabilita de alguma maneira o venerado fundador da nossa Fraternidade sacerdotal, S. Exc. Monsenhor Marcel Lefebvre. Ele procura também um grande bem à Igreja, nos parece, fazendo justiça aos padres e fiéis do mundo inteiro que, unidos à Tradição da Igreja, não serão mais estigmatizados injustamente por ter mantido a fé dos seus pais”, escreveram os bispos da Fraternidade Sacerdotal São Pio X em carta ao Santo Padre, o Papa Bento XVI, de 29 de janeiro, tornada pública neste sábado.