Nota do Fratres: Dom Héctor Aguer era o maior antagonista do então Cardeal Jorge Mario Bergoglio no episcopado argentino. Conservador, foi inclusive cogitado para assumir a Congregação para a Doutrina da Fé no Vaticano, durante o pontificado de Bento XVI.
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Víctor Manuel ‘Tucho’ Fernández, amigo e confidente do papa, já tem o seu bispado. Porém, a humilhação a que foi submetido seu predecessor, Héctor Aguer, tem poucos precedentes próximos.

| Tradução: FratresInUnum.com: Que o amigo e confidente do Papa, Victor Manuel ‘Tucho’ Fernández — ou, como o apelidaram na Cúria, ‘Il Coccolato’ — logo teria a púrpura era algo já dado como certo; dizem que dele é a mão que escreveu o ‘programa’ de Francisco, Evangelii Gaudium. Que a diocese com mais probabilidade de corresponder a Tucho seria La Plata, também.
Matando, ademais, dois pássaros com um só tiro, porque o titular até agora da diocese argentina, Héctor Aguer, não era muito da linha de Sua Santidade. Assim, tão logo Aguer completou 75 anos, em 24 de maio passado, apresentou sua renúncia conforme está previsto, e o Vaticano correu para aceitá-la, o que não é muito comum.
Menos comum, e bastante triste, é o que se seguiu. O encarregado de negócios da Nunciatura Apostólica na Argentina, enquanto anunciava que a renúncia de Aguer havia sido aceita, transmitiu outras instruções bastante duras: a missa de Corpus Christi, em que pronunciou sua homilia de despedida, seria a sua última liturgia pública; não ocuparia funções na diocese até a chegada da Fernàndez, mas que se nomeava como administrador apostólico a Mons. Bochatey; deveria deixar a arquidiocese imediatamente após a celebração, não poderia residir nela como arcebispo emérito, uma ‘deportação’ de toda forma, nem tampouco se ocupará da passagem da sede ao seu sucessor.
Em um pontificado que se pretende centralizado na misericórdia, é forçoso advertir que se trata de uma compaixão bastante seletiva. Aguer, literalmente, não tem para onde ir. Seus planos era, como não incomum aos bispos eméritos, permanecer na que foi, por todos esses anos, a sua diocese, residindo no ex-seminário menor de La Plata.
No futuro pessoal de Aguer, em seus 75 anos, apresentava-se, por fim, tão incerto, que ao término de sua última missa de Corpus Christi, o bispo ortodoxo da cidade, presente à celebração, tomou o microfone e ofereceu sua própria casa para receber Aguer.