Para finalizar o caso Santa Maria: bispos “católicos” assistem à “ordenação” anglicana. A tropa de choque dos tradicionalistas.

A 'ars celebrandi' anglicano: na foto, "bispos" e "bispas" "sagram" novo "bispo" anglicano. Destaque para a belíssima mitra e capa usada pelo "bispo" sagrador principal.
A ars celebrandi anglicano: na foto, "bispos" e "bispas" "sagram" novo "bispo" eleito. Destaque para a "belíssima" mitra e capa usada pelo "bispo" sagrador principal.

Terminou a novela envolvendo a “sagração” episcopal anglicana em Santa Maria, RS. Inicialmente programada para se realizar na catedral católica da cidade, os protestos dos católicos, tendo peso decisivo os leitores deste blog, fizeram com que o senhor bispo de Santa Maria, Dom Hélio Rubert, cancelasse o empréstimo. Nossos amigos acompanharam todos os capítulos: o emprestanão emprestaempresta de novo de Dom Hélio, as manifestações de ódio à Igreja Católica dos ultra-ecumênicos e amorosos anglicanos, a assinatura de um credo ecumênico por autoridades católicas e anglicanas de Santa Maria, e, como não poderia faltar… a condenação dos malvados tradicionalistas.

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Neste último quesito, não poderíamos deixar de destacar a entrevista concedida pelo Padre Gabriele Cipriani — de amplíssimo e desqualificado currículo: formado em Filosofia e Teologia e doutor em Letras pela Universidade dos Estudos de Nápoles, com tese intitulada Itinerário ecumênico de João XXIII. Lecionou História do Cristianismo na Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-MG) e no ISTA de Belo Horizonte. Foi assessor de Ecumenismo e Diálogo Inter-religioso na CNBB e secretário do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs – Conic.

Para o sacerdote, “o fato ocorrido em Santa Maria é grave e fere profundamente os princípios e as normas da Igreja Católica sobre ecumenismo. É um fato lamentável, que não deveria ter acontecido e que o Bispo diocesano e outras autoridades da Igreja Católica deveriam ter evitado. As autoridades da Igreja Católica, ainda que pressionadas por grupos de fanáticos, tinham a obrigação não somente de instruir, ensinar, falar com autoridade e dar o exemplo de como os católicos devem agir em circunstâncias como aquela que se apresentou, mas não podiam recusar a hospitalidade na catedral católica de Santa Maria para a sagração do bispo eleito da Igreja Episcopal Anglicana do Brasil, cônego Francisco de Assis Silva”.

Prossegue o reverendíssimo ex-secretário do Conic, a respeito dos católicos “radicais” presentes em Santa Maria e em muitos outros lugares: “São como uma tropa de choque organizada para assumir liderança na Igreja Católica e levar a cabo a obra de restauração de um antigo regime eclesial e político considerado, por muitos, definitivamente ultrapassado a partir do Vaticano II. Aquele de Santa Maria, portanto, não é somente um fato lamentável, mas é o sintoma de uma enfermidade crescente no meio católico”.

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A “sagração”, enfim, ocorreu na Catedral Anglicana do Mediador. Compareceram, mui cordialmente, os senhores bispos Dom Sinésio Bohn, emérito de Santa Cruz do Sul, e o próprio  Dom Hélio Adelar Rubert.

Tudo isso não impediu (ou ao menos postergou um pouco mais tal processo que já vinha se arrastando há tempos) que, na última quarta-feira, a diocese de Santa Maria fosse alçada à categoria de arquidiocese e, consequentemente, Dom Hélio Rubert elevado à dignidade de arcebispo!

“Catedral ainda está emprestada se eles quiserem”.

Jornal A Razão

Edição de quinta-feira, 10 de março de 2011 (pág. 17)

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O bispo Dom Hélio [Rubert], ainda na coletiva, explicou o mal entendido que, segundo ele, aconteceu nas últimas semanas envolvendo a cedência da Catedral para Sagração do Bispo eleito da Igreja Episcopal Anglicana do Brasil, Cônego Francisco de Assis Silva. Membros da igreja [Católica] espalhados pelo Brasil ameaçaram um grande protesto caso fosse confirmado o empréstimo, pois não concordavam com o bispo.

Ele afirmou que após ter dado a sua palavra não haveria motivo para voltar atrás. “Aconteceram pressões para que não fosse usado o espaço, mas temos um bom relacionamento com nossos irmãos anglicanos. Conversei com outros bispos e todos foram favoráveis ao empréstimo”, disse Dom Hélio.

Ele garante que não existe uma lei que proíba o uso da catedral por outras religiões. O fato acabou criando um constrangimento entre católicos e anglicanos, que ao final preferiram fazer a ordenação em sua própria sede. “Não voltei atrás da palavra. Os irmãos usaram o bom senso e resolveram fazer a sua ordenação na sua sede para evitar mais polêmicas”, afirmou.

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Duas recordações ao senhor bispo:

1ª – Existe uma Lei que proíbe sim o uso da Catedral Católica por seguidores de outras religiões. Chama-se Lei de Deus, foi promulgada pelo próprio Senhor e entregue a Moisés. Está na Bíblia (inclusive na usada pelos anglicanos);

2ª – As palavras do senhor bispo destoam do testemunho apresentado pelo “cônego” anglicano José de Deus Luongo da Silveira: “menos de um mês da Sagração, Dom Hélio Rubert, inopinadamente, sem entrar em contato de modo oficial com o Bispo Primaz, com a Autoridade Eclesiástica da Diocese Sul-Ocidental, nem como o Bispo Eleito, simplesmente, vai até a Deã da Catedral Anglicana, acompanhado do seu Vigário Geral, e diz que não mais autorizará a sagração na sua Catedral, como já havia antes pactuado, porque a Igreja Anglicana ordena mulheres e gays”. Quem está mentindo?

O credo ecumênico do “primaz anglicano” e de Dom Hélio Rubert.

Publicamos a declaração conciliadora do primaz da Igreja Episcopal Anglicana do Brasil, Dom Maurício de Andrade, assinada também pelo bispo diocesano de Santa Maria, Dom Hélio Rubert.

Após os expoentes do anglicanismo no Brasil escancararem seu ódio à Igreja Católica, seu primaz decide contemporizar e dar sobrevida à ideologia ecumenista.

Em maus lençóis fica o atrapalhado Dom Hélio Rubert, que a cada ação se enrola sempre mais e, com seu bom-mocismo, acaba por desagradar a todos: Santa Sé, diocesanos,  católicos em geral, hereges, cismáticos…

Sua subscrição a esta carta abertamente herética, que exala o fétido odor do irenismo modernista, deveria mover a Congregação para a Doutrina da Fé a um processo canônico contra este bispo e também sobreavisar a Congregação para os Bispos em uma eventual elevação de cargo (o que para ele já era considerado como certo…).

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De: José Luongo da Silveira
Data: 6 de março de 2011 12:54
Assunto: Irmãos em Cristo
Para: fratresinunum@gmail.com

Irmãos em Cristo, pelo Santo Batismo:

Pax nobis!

Conheço os vossos  posicionamentos doutrinários e os respeito, contudo, convido-os para juntos orarmos pela unidade da Igreja de Cristo, para que haja um só rebanho e um só pastor. Segue em anexo a Carta do Bispo Primaz Anglicano, que depois foi assinada também pelo Bispo Dom Hélio Rubert.

Que o Santo Espírito, que move a anima a Igreja nos ensine a escutar!

Att.

Cônego José Luongo da Silveira,IEAB (Anglican Communion)

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CARTA DO BISPO PRIMAZ DA IGREJA EPISCOPAL ANGLICANA DO BRASIL ÀS SUAS LIDERANÇAS CLERICAIS E LEIGAS

“E não rogo somente por estes, mas também por aqueles que pela sua palavra hão de crer em mim; Para que todos sejam um, como tu, ó Pai, o és em mim, e eu em ti; que também eles sejam um em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste.” (Jo, 17: 20-21).

A Igreja Episcopal Anglicana do Brasil, representada por seu Bispo Primaz Dom Maurício Andrade, reunida nesta cidade de Santa Maria, RS, Brasil, em data de 20 de fevereiro de 2011, na sede da Diocese Sul-Ocidental, com a presença de Dom Hélio Adelar Rubert, Bispo Diocesano da Igreja Católica Apostólica Romana, Dom Aloísio Sinésio Bohn, Bispo Emérito de Santa Cruz do Sul e presidente do CONIC Regional, do Reverendo Cônego José de Deus Luongo da Silveira, Presidente do Conselho Diocesano e Autoridade Eclesiástida da Diocese Sul-Ocidental, do Reverendo Cônego Francisco de Assis Silva, Bispo Eleito da Diocese Sul-Ocidental, da Reverenda Deã Ilaine Zschornack e do Padre Rubens Natal Dotto, para um encontro ecumênico fraterno e para sanar algumas situações locais que se formaram entre as duas Igrejas, reafirma:

1. Cremos como irreversível a caminhada ecumênica entre as Igrejas Cristas como expressão da vontade de Deus, manifesta em Jesus Cristos;

2. Cremos que todos os batizados que aceitam a Jesus Cristo, como seu Salvador, estão em comunhão entre si, ainda que imperfeita, e que se torna imprescindível buscar a superação das divergências doutrinárias, históricas e culturais;

3. Cremos que o ecumenismo se expressa no compatilhamento da oração e na reflexão da Palavra de Deus, no diálogo amoroso e sincero, no respeito mútuo, no tratamento igualitário entre as Igrejas, na cooperação e na aceitação das suas diferenças como riquezas comuns de toda a Igreja de Cristo;

4. Cremos que o sagrado mistério da unidade da Igreja é sopro do Espírito Santo e que a divisão entre os cristãos não é tão somente a falta de unidade visível, mas consiste, essencialmente, na falta de maior cooperação, partilha e chamado à integralidade do Evangelho de amor;

5. Cremos que o verdadeiro ecumenismo não se realiza só por decreto das autoridades eclesiásticas se nas bases, nas pequenas comunidades e no meio do povo de Deus esse espírito de unidade não fizer parte dos lideranças locais;

6. A Igreja Episcopal Anglicana do Brasil reafirma os laços ecumênicos e sente-se agradecida com a firme e reiterada disposição da Igreja Católica Apostólica Romana em acolher aos anglicanos em sua catedral, contudo, ouvindo as suas lideranças clericais e leigas, resolve transferir a ordenação e sagração do Rev. Cônego Francisco de Assis Silva para a Catedral do Mediador, da Diocese Sul-Ocidental, mantendo-se a data do dia 20 de março próximo, às 10:00 horas;

Assim, malgrado os esforços de alguns cristãos radicais que ainda não entenderam o diálogo ecumênico com dom do Espírito Santo de Deus, que move e anima a Igreja para a unidade, os bispos reunidos selam o compromisso de estreita caminhada ecumênica, como sempre aconteceu na cidade de Santa Maria.

Santa Maria, RS, 20 de fevereiro de 2011, Anno Domini.

Dom Maurício de Andrade,

Bispo Primaz da Igreja Episcopal Anglicana do Brasil

Resposta de Dom Hélio Adelar Rubert sobre uso de catedral de Santa Maria em “ordenação” anglicana.

Apresentamos abaixo a resposta de Dom Hélio Adelar Rubert, bispo diocesano de Santa Maria, a um fiel a respeito da cessão de sua catedral para a celebração de uma “ordenação” episcopal anglicana (os destaques são do original).

De: D. Hélio Adelar Rubert
Enviada em: quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011
Assunto: Re: Sagração episcopal anglicana na Catedral de Santa Maria – BRASIL

Dom Hélio Adelar Rubert
Dom Hélio Adelar Rubert

Santa Maria, RS, 03 de fevereiro de 2011.

Estimado XXXXX

Paz e Bem!

Recebi e agradeço seu e-mail que requer alguns esclarecimentos:

1º) Por solicitação de lideranças da Igreja Anglicana cedemos o espaço da Catedral Diocesana para cerimônia de ordenação episcopal do futuro Bispo Coadjutor da Igreja Anglicana, pois a Catedral Anglicana do Mediador é muito pequena para o evento.

2º) Em Santa Maria temos um bom relacionamento com as Igrejas Ecumênicas, especialmente com os irmãos anglicanos. Há anos realizamos a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos.

3º) Os cultos ecumênicos são realizados rotativamente em vários templos.

4º) Temos a organização ecumênica: Fraternidade Ecumênica de Igrejas Cristãs (FEIC) que se reune mensalmente para orar, dialogar e coordenar as iniciativas ecumênicas.

5º) No diálogo ecumênico cada confissão religiosa respeita as diferenças, mantém a sua tradição de fé e procura conhecer e amar o irmão de outra crença. Muitas barreiras e preconceitos já caíram.

Sabemos que o caminho ecumênico é lento e fruto da ação do Espírito Santo.

Estimado amigo e irmão: gostaria de tê-lo como mais um irmão que busca a unidade dos cristãos para realizar o sonho de Jesus: “Que todos sejam um, como tu, Pai, estás em mim, e eu em ti. Que eles estejam em nós, a fim de que o mundo creia que tu me enviaste” (Jô 17, 21).

Fraternalmente “In caritate exemplum”:

+ Hélio Adelar Rubert

Vocês não sentiram o “amoooor” fluir no “gostaria de tê-lo como mais um irmão que busca a unidade dos cristãos para realizar o sonho de Jesus“? É impossível deixar de lembrar de Barney, mascote de Assis III, e seu “Amo você, você me ama, somos uma família feliz!”…

Escândalo em Santa Maria (RS): “Ordenação” anglicana em catedral Católica!

Clique para ampliar o convite.

Com espanto recebemos, de um grupo de fiéis de Santa Maria, Rio Grande do Sul, a notícia de que um simulacro de ordenação episcopal anglicana ocorrerá na catedral Católica de sua diocese (fontes aqui e aqui). Ao ceder de bom grado e ecumenicamente o uso de sua catedral, Dom Hélio Adelar Rubert repete o mesmo ato já realizado anos antes sob o episcopado de Dom José Ivo Lorscheider.

Conclamamos nossos leitores a enviar seus respeitosos protestos às autoridades competentes, não deixando também de fazer chegar seu assombro aos ouvidos de Dom Hélio Adelar Rubert, bispo diocesano de Santa Maria (bispado@terra.com.br; domhelio@terra.com.br).

Questionamos ainda quantas vezes o senhor bispo cedeu sua catedral para o uso de padres verdadeiramente católicos na celebração dos sagrados mistérios no rito romano tradicional.

NUNCIATURA APOSTÓLICA – DOM LORENZO BALDISSERI
Av. das Nações, Quadra 801 Lt. 01/ Cep 70401-900 Brasília – DF
Cx. Postal 0153 Cep 70359-916 Brasília – DF
Fones: (61) 3223 – 0794 ou 3223-0916
Fax: (61) 3224 – 9365
E-mail: nunapost@solar.com.br

CONGREGAZIONE PER LA DOTTRINA DELLA FEDE
Eminência Reverendíssima Dom William J. Levada, Prefeito desta egrégia Congregação,
Palazzo del Sant’Uffizio, 00120 Città del Vaticano
E-mail: cdf@cfaith.va

CONGREGAZIONE PER IL CULTO DIVINO E LA DISCIPLINA DEI SACRAMENTI
Eminência Reverendíssima Dom Antonio Cardeal Cañizares Llovera, Prefeito desta egrégia Congregação,
Palazzo delle Congregazioni
Piazza Pio XII, 10
00120 CITTÀ DEL VATICANO – Santa Sede

CONGREGAZIONE PER I VESCOVI
Eminência Reverendíssima Dom Marc Cardeal Ouellet
Palazzo della Congregazioni, 00193 Roma, Piazza Pio XII, 10
Telefone: 06.69.88.42.17
Fax: 06.69.88.53.03

CONGREGAZIONE PER IL CLERO
Eminência Reverendíssima Dom Mauro Cardeal Piacenza
Palazzo delle Congregazioni, 00193 Roma, Piazza Pio XII, 3
Telefone: 06.69.88.41.51
Fax: 06.69.88.48.45