A guerra encarnizada na Cúria. Artigo do Padre Barthe circula em Roma.
O blog La Cigüeña de la Torre, o primeiro a noticiar o levantamento das excomunhões, recebeu de algum Cardeal — que para evitar atritos, como ocorrido com o Cardeal Re, ele chama de Ottaviani — um escrito de autoria do Pe. Claude Barthe que estaria circulando na Cúria Romana intitulado: “A ‘não aceitação do Concílio’ pela Fraternidade São Pio X: uma cortina de fumaça”. Leia aqui a íntegra em português. O mesmo padre dará a conferência “As oposições romanas ao Papa hoje” no Centre Saint-Paul, do IBP, em Paris, no próximo dia 10.
Missa latino-gregoriana na Catedral do Papa.
“Tomamos conhecimento pelo diário ‘L’Avvenire’ que os Franciscains de l’Immaculée Conception (Franciscanos da Imaculada Conceição) receberam a autorização de celebrar em São João de Latrão duas missas semanais na forma extraordinária do rito romano, e isso depois da festa da páscoa. A comunidade dos Franciscanos, que foi reconhecida pela Igreja em 1998, vê nestas duas missas celebradas na semana um sinal de encorajamento. Estas celebrações se darão num espírito verdadeiramente católico de fidelidade ao Papa e à tradição litúrgica. Latrão, situado numa extremidade da Via Merulana (na outra extremidade se encontra Santa Maria Maior) é um território do Vaticano ao centro do qual se ergue a basílica de São João, considerada como a ‘mãe de todos as igrejas’. Latrão, que era a residência dos papas a partir da época de Constantino, é erigida uma das quatro igrejas patriarcais; o santuário é também um dos sete lugares de peregrinação de Roma”. O Cardeal Agostino Vallini, vigário do Papa para a diocese de Roma, é o Arcipreste da Basílica. Entretanto, antes mesmo de sua nomeação em junho de 2008, seu predecessor, Cardeal Camillo Ruini, abria as portas de Latrão, em fevereiro daquele mesmo ano, para que as ordenações diaconais do IBP. É evidente, portanto, que este é um desejo expresso do Santo Padre comunicado a quem quer que seja o responsável pela Basílica. A comunidade dos Franciscanos da Imaculada recobrou o gosto pelo Rito de São Pio V através do Pe. Jehan de Belleville, OSB, que saiu do mosteiro de Sainte-Madeleine du Barroux por conta da política bi-ritualista do atual abade para fundar os Beneditinos da Imaculada. O rito tradicional vai cada vez mais tomando esta ordem fundada em 1970; seu ramo feminino em Cornwall, Inglaterra, após começar a usar os livros litúrgicos de 1962 em meados do ano passado, estão em vias de adotá-lo definitivamente.
Rorate-Caeli também nos informa sobre a missa a ser celebrada em 21 de abril pelo eminentíssimo Cardeal Antonio Cañizares Llovera, prefeito da Congregação para o Culto Divino e Disciplina dos Sacramentos, em comemoração ao aniversário da cidade de Roma.
Uma van pela vida.
“
Já faz muitos que afixei nas janelas laterais e traseira do meu carro particular – uma van – fotos e textos sobre o aborto. Cada vez mais encontro pessoas que param diante da minha van, que olham as fotos e ficam horrorizadas, que lêem as informações e que vão embora pensativas. Frequentemente conversas interessantes resultam desse encontro.Na maioria dos casos experimento aprovação, às vezes, oposição e discussões difíceis. A fotos colocadas na minha van já até salvaram uma vida humana. Certa vez, uma mulher se dirigiu a mim na cidade interiorana de Montabaur, em Rheinland-Pfalz, no estacionamento de uma loja de móveis, e me perguntou se eu tinha um projeto sobre o aborto: “O senhor sabe, né”, disse ela, “meu filho, um professor, lida precisamente com o tema do aborto. Lá as informações com foto seriam bem apropriadas.” Eu tinha no veículo o folheto “Vida ou Morte” da Ação de Médicos Europeus e o entreguei para a senhora. Meses mais tarde fui abordado por uma senhora em um estande de informações em Koblenz: “Com licença, por acaso não foi o senhor que esteve há alguns meses atrás com o seu carro em Montabaur e me deu um folheto colorido com informações sobre o aborto? “Respondi que eu poderia ter estado lá caso ela fosse a mãe de um filho que naquela época falava sobre o aborto na escola. “Mas agora veja só o senhor” – disse ela: “O meu filho levou esse folheto para a escola. Uma mocinha revelou que estava grávida e que estava pensando em fazer um aborto. O meu filho lhe entregou esse folheto. A criança não foi abortada. As fotos tinham convencido a jovem mãe.” Só por causa desse episódio eu nunca mais retirarei as fotos do meu veículo: as fotos falam mais do que mil palavras! Eu gostaria de acrescentar que as fotos e legendas no meu carro funcionam mesmo na estrada. As pessoas dirigem de vagar. Elas se deixam até ultrapassar para então dar uma segunda olhada no meu ‘automóvel maluco’. As pessoas viram o pescoço para ler os textos mais uma vez ao passarem de carro. Só o bom Deus sabe como muitas pessoas passaram a refletir através desse pequeno apostolado”. Relato de Günter Annen. Original e mais fotos aqui. Tradução livre de T.M. Freixinho.
Os ortodoxos e o levantamento das excomunhões.
“Só podemos nos alegrar pelos passos que se deram para chegar à plena comunhão entre o Papa Bento XVI e a Fraternidade Sacerdotal São Pio X”. Estas palavras do padre Alexandre Siniakov, responsável pelas relações com as outras igrejas do patriarcado ortodoxo russo na França, refletem a opinião majoritária entre os cristãos ortodoxos acerca da decisão do Papa de revogar as excomunhões dos bispos lefebvrianos. Ao mesmo tempo, o Padre Siniakov se mostra “surpreso pela falta de solidariedade que alguns católicos demonstraram em relação à decisão tomada pelo Papa”. […] “Nos parece que o Papa não quer romper com a tradição anterior ao Concílio Vaticano II’, opina o padre Siniakov, que recorda o cisma que sofreu a Igreja Ortodoxa Russa após um concílio nos anos 1666-1667, devido à imposição de reformas litúrgicas. Algumas reformas, nas palavras do sacerdote ortodoxo, “muito menos importantes que as que se levaram a cabo depois do Vaticano II”. Do blog Missa Tridentina em Portugal.
Dom Williamson re-excomungado em Los Angeles.
Declaração do Cardeal Roger Mahony, arcebispo de Los Angeles, e dos membros da American Jewish Committee: “Na arquidiocese de Los Angeles está proibido que Williansom entre em qualquer igreja Católica, escola ou em qualquer instalação, até que ele e seu grupo complete plena e inequivocamente as diretrizes Vaticanas sobre o Holocausto. Mais tarde neste ano, eu, Cardeal Mahony, visitarei Israel e apresentarei meus respeitos às vítimas do Holocausto no Yad Vashem Memorial em Jesuralém”.
Na própria Cúria.
“Agora lhe explico que está acontecendo: creio que as imprudentes e inaceitáveis declarações feitas por Monsenhor Williamson, que por amor à precisão defino reducionistas e não negacionistas, são hoje instrumentalizadas e que esta obra vem em duas direções. O ataque provém de quem, em setores progressitas, não quer e recusa o acordo com a Fraternidade São Pio X e estes setores estão já seja no exterior da Igreja, tanto como no interior da Igreja e na própria Cúria”, disse Mons. Ignacio Barreiro, presidente da Vida Humana Internacional.
Agora é a vez dos leigos.
“Toda a comunidade Alta Gracia está indignada pela grave atitute de Ángel Liendo Funes”, expressou à AJN a delegada de INADI (Instituto Nacional contra la Discriminación, la Xenofobia y el Racismo) de Córdoba (Argentina), após intimidar que “ratifique ou retifique seus dizeres anti-semistas que foram publicados no diário desta cidade”. Funes havia declarado publicamente sua defesa ao bispo negador do Holocausto a quem qualificou como “um símbolo vivo da verdadeira Igreja perseguida”. Íntegra da matéria aqui.
Protestarão os judeus pelo Papa visitar os palestinos?
Kreuz.net – Terra Santa. O Papa Bento XVI visitará também um campo de refugiados palestino durante sua visita à Terra Santa, em maio, conforme informou a Agência ‘ADNkronos’. Apesar do clamor contra a Igreja que existe naquele país, o Papa entrará no Memorial ao Holocausto Yad Vashem em Jerusalém. Estão planejadas ainda encontros com um mufti de Jerusalém, com rabinos israelitas e com o Presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas.
Contra a ousadia dos promotores da comunhão aos amasiados.
“Aprendemos no catecismo da infância que, para receber dignamente a Eucaristia, é necessário encontrar-se na graça de Deus, ou seja, não ter consciência de nenhum pecado grave. Quem teve a fragilidade de cometer uma falta
grave, deve primeiro converter-se, isto é, mudar de comportamento e depois aproximar-se humildemente do sacramento da confissão para receber a absolvição. Então poderá receber digna e frutuosamente a comunhão eucarística. Nossa Santa Igreja continua a expor esta doutrina através dos séculos. […] Infelizmente, hoje em dia circulam teorias falsas afirmando que podem receber a comunhão eucarística pessoas que vivem habitualmente em situação de pecado, p. ex., casais que vivem em situação matrimonial irregular, ou seja, na assim chamada “segunda união”. […] A insistência do Santo Padre, por meio de declarações oficiais e solenes, demonstra a atualidade e a importância pastoral deste problema. Quem tivesse a ousadia de defender a doutrina contrária afirmando que os que estão em situação de pecado e, especificamente aqueles que vivem “em segunda união matrimonial” podem receber a eucaristia, tal pessoa evidentemente estaria discordando do Vigário de Cristo na terra e colocando-se em grave situação de pecado, por estar induzindo outros a comungar sacrilegamente. […] Podemos então logicamente concluir que nossa vida eucarística é o termômetro de toda a nossa vida espiritual: se quisermos saber qual o atual nível de nossa vida espiritual, é suficiente examinar nossa devoção eucarística”. Palavras do Arcebispo José Cardoso Sobrinho publicadas no site da Arquidiocese de Olinda e Recife.
Sorte dele não ser Alemão.
Pois para Dom José o aborto “é homicídio contra uma vida inocente. Estamos falando sobre um holocausto silencioso, que mata um milhão de inocentes no Brasil e cinqüenta milhões no mundo todos os anos, um holocausto pior que aquele de seis milhões de judeus, que nós lamentamos todo ano”. Vale a pena conferir o posicionamento do Arcebispo sobre o caso do aborto cometido em uma menina de 9 anos.
Mais um absurdo vindo da Austrália.
Nos traz Rorate-Caeli: o bispo da diocese de Maitland-Newcastle, na Austrália, pretendia conferir o sacramento da crisma numa cerimônia conjunta onde o líder Anglicano da região também administraria seu inválido sacramento da crisma. A Congregação da Doutrina da Fé teve de intervir para evitar o desvario.
Reunião episcopal em hotel 5 estrelas.
À esquerda, foto da piscina do hotel onde foi realizada a Assembléia Geral dos Bispos Alemães em Hamburgo; Cathcon comenta: “o pessoal da Conferência Episcopal encontra os hóspedes
do hotel no caminho para a sauna. De tempos em tempos, um vigoroso fã olha sobre o parapeito e olha surpreso para a conferência de imprensa lá embaixo. Normalmente, encontros de bispos são feitos em instituições Católicas. Na protestante Hamburgo, não há local para encontros católicos que seja grande suficiente”. Hamburgo é a única cidade de Alemanha?
Eles lamentam, coitadinhos.
“Levantamento das excomunhões dos bispos ordenados por Mons. Lefebvre. Os bispos e os abades territoriais discutiram as dificuldades provocadas pelo levantamento das excomunhões dos quatro bispos da Fraternidade Sacerdotal São Pio X. As numerosas reações registadas mostram que numerosas pessoas dentro e fora da Igreja estão profundamente inquietas por esta diligência, particularmente por causa da negação da Shoah pelo bispo Richard Williamson. O Papa Bento XVI exigiu uma retratação pública e sem ambigüidade, mas esta ainda não se deu. A Conferência dos Bispos recorda que o levantamento das excomunhões não significa de modo algum a reabilitação ou a reintegração na comunidade da Igreja católica, mas apenas abre o caminho à reconciliação. Os quatro bispos estão ainda suspensos. Não podem, por conseguinte, exercer o seu ministério episcopal e sacerdotal. O Vaticano sublinhou repetidamente que o reconhecimento pleno e total do Concílio Vaticano II e os ensinamentos dos papas João XXIII, Paulo VI, João Paulo I, João Paulo II e Bento XVI era uma condição sine qua non para o reconhecimento futuro da Fraternidade São Pio X. como para estes papas, a vida da Igreja antes e depois do Concílio deve ser vista como uma renovação na continuidade e não como uma ruptura. Os bispos reportaram ao Núncio Apostólico da Suíça, Mons. Francesco Canallini, sua perplexidade e as preocupações dos fiéis. O levantamento das excomunhões dos quatro bispos foi manifestamente preparado com muito pouco cuidado e houve enormes lacunas por parte da Cúria na informação aos bispos, fiéis e opinião pública. Os bispos e o núncio lamentam estes erros. Os acontecimentos das últimas semanas provocaram uma nova polarização. Os bispos convidam os fiéis a uma peregrinação a Einsiedeln, na segunda-feira 1o. de junho, para pedir a Deus a unidade da Igreja”. Comunicado da Conferência Episcopal Suiça em sua assembléia ordinária ocorrida entre 2 e 4 de março.
Meia comunhão?
“Agora, desejaria dar minha modesta contribuição para esclarecer a controvérsia, que tem afligido a muitos, sobre se a Fraternidade São Pio X está em comunhão ou não com a Santa Sé. Examine-se primeiro o problema sob o aspecto lógico e, em seguida, veja-se sua conseqüência teológica. O princípio da exclusão do meio nos ajuda a resolver a questão: entre o estar em comunhão e o não estar em comunhão não há meio. Ora, Roma diz que a Fraternidade Sacerdotal São Pio X tem certa comunhão que se espera venha a ser uma plena comunhão. O fato é que se afirma a comunhão. O que importa é o substantivo. O adjetivo é secundário. Homem inteligente ou homem burro. O que conta é que homem e, como tal, deve ser tratado. Como se sabe, gramaticalmente falando, a realidade se encontra no substantivo, naquilo que a coisa é, e não no adjetivo que apenas lhe indica um atributo. No caso, afirma-se a comunhão, a qual não pode ser discutida, pois não existe ‘meia comunhão’. Com efeito, entre o pensar e não pensar não existe “meio pensar”, embora existam o pensamento medíocre e a teologia capenga. O adjetivo, para ser justo, tem de ser condizente com a realidade indicada pelo substantivo seja em seu ser ou em seu agir. Disto se infere quão infeliz e imprecisa a expressão cunhada pela nova eclesiologia ‘em plena comunhão'”. De mais um excelente artigo do Pe. João Batista A. Ferraz Costa, A teologia e a lógica.
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