Cardeal Koch: 2017 não é motivo algum para comemoração.

O Cardeal Koch mantém comentários feitos em 2012: “Não podemos comemorar um pecado”.

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Cardeal Kurt Koch em Entrevista à EWTN-TV com Paul Badde: “Naturalmente, todo católico quer ser evangélico, no sentido de que ele não conhece nenhum outro fundamento a não ser o Evangelho”

Dom Kurt Koch
Dom Kurt Koch

Por Kath.net | Tradução: Fratres in Unum.com – O ano de 2017 será dedicado à Reforma, ocorrida há 500 anos. No entanto, na opinião do Cardeal Kurt Koch, não existe motivo para comemoração. O Presidente do Conselho Pontifício para a Promoção da Unidade dos Cristãos percebe o cisma assim criado como algo trágico. Ao contrário do chamado de Jesus “Que todos sejam um”, a cristandade está dividida em católicos, ortodoxos e protestantes. Segundo Koch, esses conceitos confessionais expressam “todo o drama do Cisma”. A expressão “evangélico” não deve se limitar apenas ao protestantismo: ” Naturalmente, todo católico quer ser evangélico, no sentido de que ele não conhece nenhum outro fundamento a não ser o Evangelho”. E da mesma forma ocorre com a expressão “ortodoxo”.

Na entrevista com Paul Badde, o correspondente da EWTN em Roma conversa com o Cardeal Koch sobre os desenvolvimentos e chances do ecumenismo. Ele explica os progressos no diálogo com as igrejas orientais e os novos desafios do pentecostalismo, que é bastante ativo na América Latina e África. A entrevista abordou também o tópico sobre o próximo encontro entre o papa Francisco e o Patriarca Ecumênico de Constantinopla, Bartolomeu I, em maio, na Terra Santa. O primeiro encontro desse tipo entre os representantes eclesiásticos ocorreu há 50 anos, em 1964, quando o Papa Paulo VI e o Patriarca Atenágoras reuniram-se em Jerusalém e, pouco tempo depois, levantaram as excomunhões mútuas.

Observação: Entrevista com o Cardeal Koch à EWTN na quarta-feira 27 de fevereiro, às 20:30H Uhr www.ewtn.de

Paul Badde: Entrevista com o Cardeal Kurt Koch à KathTube – Parte 1 e Parte 2.

Cardeal contra Cardeal.

Por Fratres in Unum.com | Com informações da agência Sir –   O Cardeal Kurt Koch, Presidente do Conselho Pontifício para a Promoção da Unidade dos Cristãos, discursando na Reunião Plenária da Comissão para as Relações Religiosas com o Judaísmo, realizada no Vaticano de 28 a 30 de outubro, enfatizou pela enésima vez que a Declaração Nostra Aetate “não está sequer minimamente colocada em discussão pelo Magistério da Igreja”.

Cardeal Brandmüller (à esquerda) e Cardeal Koch (à direita).
Cardeal Brandmüller (à esquerda) e Cardeal Koch (à direita).

A questão sempre volta à tona quando recrudescem os rumores sobre uma possível regularização canônica da Fraternidade Sacerdotal São Pio X. Mas o Cardeal Koch ressalta: uma reaproximação “não significa que as posições de tal Fraternidade sejam aceitas ou apoiadas”.

E o purpurado vai além. Inclusive “por parte católica”, às vezes, ouvem-se vozes que afirmam que Nostra Aetate, por ser uma mera declaração, teria uma importância menor em relação aos outros documentos conciliares, não vinculando a consciência dos fiéis. A isto o Presidente para a Unidade dos Cristãos responde negativamente: “do ponto de vista do conteúdo” de todos os textos conciliares, “não se pode separar uns dos outros ou contrapô-los”, mas, antes, devem ser “lidos e considerados seriamente em sua interrelação”.

Um expoente da “parte católica” criticada pelo Cardeal Koch? Provavelmente o Cardeal Walter Brandmüller, a quem Koch parece querer rebater, pois apresenta a problemática nos mesmíssimos termos com que aquele purpurado abordou a questão na apresentação de seu livro sobre a interpretação do Vaticano II .

“O Diabo se infiltrará até mesmo na Igreja de tal um modo que haverá cardeais contra cardeais”, afirmou Nossa Senhora em Akita. Embora não seja um entrevero escancarado como o ocorrido entre os Cardeais Schönborn e Sodano, talvez seria oportuno, também para Koch e Brandmüller, uma reunião com Bento XVI a fim de afinar o discurso.

Cardeal Koch responde a manifesto ecumênico.

Dom Kurt Koch
Dom Kurt Koch

Berlim (RV) – “Não podemos realizar já a partir de amanhã a unidade entre as Igrejas porque são muitas as interrogações e questões teológicas que ainda não foram resolvidas”. Foi o que disse à agência Sir o Cardeal Kurt Koch, Presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos falando do manifesto “Ecumenismo agora! Um só Deus, uma só fé, uma só Igreja”, lançado na semana passada em Berlim, na Alemanha.

Os 23 signatários – na maioria representantes da sociedade civil e políticos – pedem que sejam superadas as divisões entre as Igrejas e lançam um apelo, por ocasião do 50º aniversário da abertura do Concílio Vaticano II e na perspectiva dos 500 anos da Reforma que se celebrará em 2017. O texto – publicado no site http://www.oekumene-jetzt.de – foi já assinado por outras 1.000 pessoas.

“Como já sublinhou justamente o Presidente da Conferência dos Bispos da Alemanha, o Arcebispo Dom Robert Zollitsch – disse o Cardeal Koch –, eu também estou contente em ver que muitos estãos motivados pela causa ecumênica, que acreditam que a situação ecumênica ainda não chegou ao fim e que devemos continuar a trabalhar para chegar a essa meta. Muitos, portanto, vêem a necessidade do ecumenismo. É necessário, porém, entender que os políticos que assinaram este texto vêem a situação do ponto de vista político. Eu tenho a impressão de que não percebem suficientemente os motivos teológicos da nossa situação”.

“A segunda consideração – prossegue o cardeal – é que não é possível superar a separação entre as Igrejas somente na Alemanha. Este é um apelo em prol da Alemanha e com a Igreja Luterana. Mas a Igreja Católica é uma Igreja presente em todo o mundo por isso todas as outras realidades estão envolvidas nesta situação. Creio que os autores do documento devem ver de modo realista a realidade da Igreja Católica”.

Enfim o Cardeal Koch acrescentou : “É triste que alguem acredite que os problemas teológicos tenham sido resolvidos e que portanto é o governo da Igreja que não quer a unidade. Porque isso não é verdade: os problemas existem e pedem para ser resolvidos”. No manifesto, os signatários destacam: “em ambas as Igrejas há uma grande nostalgia de unidade, se sofrem as consequências da divisão”. E convidando os líderes das Igrejas a progredirem no caminho ecumênico concluem: “como cristãos no país da Reforma sentimos um responsabilidade particular de dar sinais concretos e de colaborar a fim de que se possa viver uma fé comum também em uma Igreja comum”. (SP)

Bento XVI, uma síntese purificadora com os luteranos (na fé).

Por Paolo Rodari | Tradução: Gederson Falcometa

Uma ligação entre católicos e protestantes existe e se chama Martinho Lutero. “Não seria, talvez, o monge agostiniano de Erfurt [a figura] a desenvolver esta função entre as nossas igrejas, já que ele pertence a ambas?”, perguntou há um ano o presidente do conselho da igreja evangélica alemã, Nikolaus Schneider, poucas horas depois da participação de Bento XVI, na cidade onde Lutero viveu de 1505 a 1511, em uma celebração ecumênica. O Papa não tinha razões para pensar demais. Para ele era e é assim, e o demonstrou, poucas horas atrás, encerrando, em Castel Gandolfo, a edição 2012 do “Ratzinger Schülerkreis”, o seminário com os seus ex-alunos dedicado neste ano às  relações entre católicos e protestantes a partir do livro do Cardeal Walter Kasper “Raccogliere i frutti” [“Colher os frutos”], uma suma das relações entre as igrejas cristãs. A ideia que o Papa colocou em campo é uma: purificar a memória. Disse o religioso salvatoriano Stephan Horn, presidente do “Ratzinger Schülerkreis”: “Em Castel Gandolfo foi desenvolvida a ideia de um ‘mea culpa’ de ambas as partes. O Papa sempre teve a ideia de que esta purificação fosse necessária. Os fatos históricos não podem ser apagados, porém, a diferença está em como olhá-los: apagar o ódio desses conflitos é uma verdadeira cura”.

Já Kasper tinha meditado longamente sobre esta ideia. Da mesma forma o seu sucessor na cúria romana, o Cardeal suíço de língua alemã Kurt Koch, que, todavia, não deixou de sublinhar que esta purificação deve ser uma “estrada de mão dupla. Também os evangélicos devem explicar como veem, hoje, a Reforma do Século XVI; se como uma continuidade em relação àquela época, ou se como uma ruptura”. Mas, nesse meio tempo, as etapas já estão programadas: em 2017 acontecerá o 500º aniversário da Reforma, uma ocasião tentadora para um duplo “mea culpa”, prelúdio de uma nova era. Disse recentemente Schneider: “Talvez não nos seja dada uma reabilitação formal, mas uma reavaliação, de fato, da figura de Lutero, como ouvimos muito claramente da boca do Papa em Erfurt. Seria fantástico se houvesse também uma reavaliação de sua teologia”.

Para Ratzinger, o ecumenismo nunca foi a procura do mínimo denominador comum, uma espécie de “sincretismo sob a bandeira da uniformidade”, como estigmatizou Kasper, mas um retorno ao essencial, a “aquilo que nos une”, disse em Erfurt, isto é, àquele “questionamento sobre Deus” que foi central também na vida de Lutero, a questão sobre quem seja Deus e quem seja o homem diante dele. Porque, “basicamente”, disse o historiador Alberto Melloni, “o agostiniano Ratzinger vive diante de Deus o mesmo drama que viveu Lutero. E aqui católicos e luteranos podem voltar a se encontrar”.

Ratzinger, sobretudo como Cardeal Prefeito [da Congregação para a Doutrina da Fé], trabalhou para a recomposição das divisões. Seu ato mais decisivo foi o impulso para a assinatura da Declaração Conjunta sobre a Doutrina da Justificação, de 31 de outubro de 1999, na qual a Igreja Católica e a Federação Luterana concordam sobre um ponto: o homem depende inteiramente da graça salvífica de Deus para a sua salvação.

Uma declaração que limou as diferenças e que, exatamente por isso, foi muito criticada, seja “pela direita” ou por quem a considerou conciliadora para com os luteranos, seja “pela esquerda”, Hans Küng, que acusou Ratzinger de ter feito um compromisso com a parte mais conservadora do luteranismo. Mas, para Ratzinger, a raiz entre as duas igrejas está viva, é necessário apenas reconhecê-la, precisamente purificá-la. É o conceito que expressou o Cardeal Johannes Willebrands, ex-presidente da Unidade dos Cristãos, em 1980, por ocasião do aniversário da Confissão Augustana. E não importa se, como recordou o próprio Ratzinger, “o Cardeal Hermann Volk fez, ao mesmo tempo humorística e seriamente, esta pergunta: ‘Gostaria de saber se, no exemplo do qual Willebrands fala, se trata de uma batata ou de uma macieira. Em outras palavras, o que surgiu da raiz são apenas folhas ou é justamente o mais importante, isto é, a árvore?”.

A obra luterana do Opus Dei.

Por Tradición Digital | Tradução: Fratres in Unum.com

A Grande Enciclopédia Rialp [GER] nos serve de fonte para encontrar um breve esquema sobre a autoridade dos concílios. Nomeadamente, no verbete “Concílio“, no ponto 2, dedicado à autoridade doutrinal dos concílios:

No âmbito das decisões doutrinais os concílios têm autoridade:

– segundo o grau em que conste;

a) Os concílios particulares têm, portanto, autoridade:

– na medida em que se integram ao conjunto do Magistério ordinário, participando assim da infabilidade de que esse conjunto goza;

– na medida em que estão em conformidade com a voz da Igreja universal, que ressoa através deles.

b) Os concílios ecumênicos:

se se limitam a propor uma doutrina, se remetem à hipótese anterior (tratada em a);

– se, todavia, a definem com toda sua autoridade, recebendo a confirmação do Romano Pontífice, gozam de infabilidade por si mesmos e são, enquanto tais, regra segura da verdade (caso dos concílios que emitem cânones definitórios).

Ou seja, um Concílio Ecumênico que não define nada e nem o Papa demonstra sua intenção de definir a doutrina expressa ao colocar nele a sua assinatura, simplesmente propõe uma doutrina. Neste caso, seu valor doutrinal é relativo ao conjunto do magistério precedente e à conformidade com a Tradição, dos quais receberia sua infalibidade. É o que expressa belamente essa enciclopédia com esta frase: “em conformidade com a voz da Igreja universal que ressoa através do mesmo”. Pelo que, é óbvio, se não houvesse tal conformidade não teria autoridade a esse respeito.

Ademais, consta que a autoridade dos concílios é variada e há de se fazer constar o grau da mesma para saber ao que se ater. A GER ressalta esta disparidade dos concílios que pode fazer variar em muito sua autoridade e os modos dela, de forma que é difícil sistematizar algo para todos os concílios.

Não duvidamos que nos próximos dias o Cardeal Koch — ou o próprio prefeito Müller, quando retornar das férias — publicará a condenação da Grande Enciclopédia Rialp por seu luteranismo, retirando-lhe as licenças que previamente lhe haviam concedido.

A Dogmatização do Concílio.

Por FSSPX Alemanha | Tradução: Fratres in Unum.com

A falta de nível das críticas contra a Fraternidade Sacerdotal São Pio X às vezes é mais do que irritante. Segundo informou ontem a KNA, o Cardeal Koch teria afirmado que a Fraternidade, com a sua crítica ao Concílio, representava posições semelhantes às de Martinho Lutero. Obviamente, a Fraternidade parte do princípio que o Concílio Vaticano II cometeu erros. De fato, a afirmação de que “os concílios também erram remonta a Martinho Lutero”, disse Koch. “Daí os tradicionalistas precisam se indagar onde eles realmente se enquadram”.

De nossa parte, gostaríamos de perguntar ao Cardeal se realmente lhe falta o conhecimento teológico básico ou se ele quer induzir as pessoas ao erro de propósito. Um Concílio é infalível quando define uma verdade de fé e isso foi negado por Martinho Lutero. A Igreja, porém, nunca afirmou que tudo que se encontra em algum lugar dos textos de um Concílio é infalível. Os textos do último Concílio, que quis expressamente ser reconhecido como um Concílio puramente pastoral, não poderiam de modo algum reivindicar adesão dogmática.

O Arcebispo Lefebvre denunciou repetidas vezes a desonestidade dessa abordagem: durante o Concílio se dizia que não devíamos nos expressar com exatidão dogmática, uma vez que se tratava de um concílio puramente pastoral. Depois do Concílio é que se começou a dogmatizar os textos, como agora novamente fez o Cardeal Koch: haveria de fato diferenças formais entre os tipos de texto, porém, dificilmente em relação à obrigatoriedade de [adesão ao] conteúdo.

Em todo caso, um outro cardeal, a saber: Walter Brandmüller, confirmou, em maio, que os documentos conciliares sobre o diálogo inter-religioso e a liberdade religiosa não possuíam nenhum “conteúdo dogmático vinculante”.

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Nota da redação: Se “o que não dava paz [a Lutero] era a questão de Deus, que foi a paixão profunda e a motivação da sua vida e de todo o seu percurso”, resta-nos perguntar ao Cardeal Koch se, por uma questão de honestidade, ele não deveria reconhecer suas palavras não como depreciativas, mas como um verdadeiro elogio à FSSPX (aos olhos dos hierarcas atuais da Igreja e não aos nossos, que fique claro!). Afinal, “o pensamento de Lutero, toda a sua espiritualidade está completamente centrada em Cristo”, como disse o Papa Bento XVI em sua viagem à Alemanha.

O fato é que, nos dias de hoje, todos, inclusive o responsável pela unidade dos cristãos no Vaticano, o mesmíssimo Cardeal Koch, não são coerentes em suas convicções ecumênicas — ao menos para com a FSSPX.

Pois, para citarmos novamente o Papa em sua viagem à Alemanha, “o erro do período confessional foi ter visto, na maior parte das coisas, apenas aquilo que separa, e não ter percebido de modo existencial o que temos em comum nas grandes diretrizes da Sagrada Escritura e nas profissões de fé do cristianismo antigo”.

O “erro do período confessional” não está sendo exatamente perpetuado pelo Cardeal Koch? Eminência, atualize-se! São tempos de Vaticano II! O senhor anda um pouco ultrapassado…

Cardeal Koch sobre os 500 anos da Revolução Protestante: “Não podemos comemorar um pecado”.

“Os acontecimentos que dividem a Igreja não podem ser considerados como um dia de festa”.

Fratres in Unum.com | Com informações da Diocese de Münster e Juanjo Romero – O responsável pelo ecumenismo no Vaticano “chutou o balde”. Em 2017, comemora-se os 500 anos da Reforma Protestante. Comemora-se? Segundo o Cardeal Kurt Koch (foto), Prefeito do Pontifício Conselho para a Unidade dos Cristãos, “não podemos comemorar um pecado”.

Em um ambiente embebido no politicamente correto das últimas décadas, surpreende ouvir um Cardeal — ainda mais o responsável pelo ecumenismo — falando assim, sem papas na língua. Ele sabe disso, e reconhece o risco de ser considerado “anti-ecumênico”. Mas vai adiante: “Os acontecimentos que dividem a Igreja não podem ser considerados como um dia de festa”.

Koch afirmou ainda que desejava assistir, em memória do acontecimento, a uma reunião das confissões reformadas seguindo o exemplo dado por João Paulo II, em 2000, isto é, pedindo desculpas e reconhecendo seus erros, condenando, ao mesmo tempo, as divisões na Cristandade.

A resposta não tardou. A comissionada do Conselho da Igreja Evangélica da Alemanha para o Jubileu de 2017 não quis diálogo nenhum. Esbravejou: “A Reforma Protestante não é nosso pecado, mas uma reforma da Igreja urgente e necessária do ponto de vista bíblico, na qual defendemos a liberdade evangélica; não temos que nos confessar culpáveis de nada”.

Bem, as palavras da filha de Lutero demonstram o que qualquer Católico já sabe. No “caminho ecumênico” só há uma culpada, a Santa Igreja Católica, e só a Ela são feitas exigências.

Cardeal Koch acusa Küng de desorientar fiéis sobre o Vaticano II.

The Tablet, 4 de maio de 2012 | Tradução: Fratres in Unum.com – O Cardeal Kurt Koch, presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos, culpou o Professor Hans Küng por criar sentimentos anti-romanos entre os católicos de língüa alemã e pela difusão de uma má interpretação sobre o Concílio Vaticano II.

“No mundo de língüa alemã tem havido, acima de tudo, a difusão da idéia de Küng de que o Concílio constituiu uma ruptura com a tradição da Igreja, e não uma evolução dela”, disse o Cardeal suíço em uma entrevista à revista italiana I Tempi. “Na minha opinião, esta interpretação causou a atual inquietação [na Igreja]”, afirmou.

O teólogo de 84 anos rejeitou a hipótese. “Eu nunca afirmei que o Vaticano II fosse um ato de ruptura com a Tradição”, disse o Pe. Kung nesta semana ao The Tablet. “Ele foi uma mudança epocal de paradigma que envolveu tanto continuidade como descontinuidade”, afirmou.

Aos “irmãos separados”, nenhuma exigência. Mas à Fraternidade São Pio X…

Kreuz.net | Tradução: Fratres in Unum.com – Áustria. A Fraternidade Sacerdotal de São Pio X deve esclarecer sua postura perante o Concílio, exigiu o Presidente do Conselho Pontifício para a Unidade dos Cristãos, Cardeal Kurt Koch, durante uma palestra na Universidade de Viena. O Cardeal não está envolvido nas negociações da Congregação para a Doutrina da Fé com a Fraternidade. Ele admitiu não conhecer o texto recente da [resposta à Santa Sé da] Fraternidade. Ainda assim, para ele, não é certo a Fraternidade rejeitar “65 por cento do Concílio”. Além disso, o Cardeal descreveu o ecumenismo como algo “não opcional, mas sim obrigatório“.  Ele seria, supostamente, “elementar à essência da Igreja“.

Cruz de Cristo, escândalo para os judeus. Local onde rasgam as vestes: L’Osservatore Romano.

Assis: polêmica entre judeus e cristãos sobre símbolos religiosos.

No “L’Osservatore Romano” se inflama o debate entre o Cardeal Koch e Ricardo di Segni. O rabino rechaça a comparação entre a Cruz e o Yom Kippur.

Vatican Insider – Tradução: Fratres in Unum.com

Bento XVI e o rabino Di Segni. Em janeiro de 2010, este mesmo rabino declarou: “Se a paz com os lefebvristas significa renunciar às aberturas do Concílio, a Igreja tem que decidir: ou eles ou nós!”
Bento XVI e o rabino Di Segni. Em janeiro de 2010, este mesmo rabino declarou: “Se a paz com os lefebvristas significa renunciar às aberturas do Concílio, a Igreja tem que decidir: ou eles ou nós!”

« Se os termos do diálogo são os de indicar aos judeus o caminho da Cruz, não se entende por que o diálogo nem o porque de Assis », escreveu em “L’Osservatore Romano” o rabino mais importante de Roma, Riccardo Di Segni, advertindo que os que apoiam o diálogo entre católicos e judeus devem evitar recorrer a símbolos não compartilhados.

A comparação que fez o Cardeal Kurt Koch, diretor do dicastério vaticano para o diálogo ecumênico, entre a cruz cristã e a festividade judia da expiação, o Yom Kippur, não agradou ao rabino de Roma, Riccardo Di Segni.

O debate surgiu com o artigo de 7 de julho publicado pelo Cardeal Koch no periódico da Santa Sé sobre o significado da Jornada Inter-religiosa da Oração pela Paz em Assis, do próximo 27 de outubro, no qual o purpurado suíço escreveu que a cruz de Jesus « se levanta sobre nós como o permanente e universal Yom Kippur », e « por isso a cruz de Jesus não é um obstáculo para o diálogo inter-religioso; antes, indica o caminho decisivo que sobretudo judeus e cristãos […] deveriam tomar, em uma profunda reconciliação interior, tornando-se fermento para a paz e a justiça no mundo ».

Segundo Di Segni, estas palavras « inspiradas pela fraternidade e boa vontade, se não forem melhor explicadas, podem evidenciar os limites de uma certa forma de dialogar da parte dos cristãos ». Di Segni se queixa em particular da proposta que Koch « faz ao interlocutor judeu para que se deixe guiar por símbolos que este não compartilha. Sobretudo quando estes símbolos são apresentados como substituições, com o valor agregado dos ritos e dos símbolos do crente com que se dialoga».

« O crente cristão – explica o rabino de Roma – pode, sem dúvida, pensar que a Cruz substitui de maneira permanente e universal o dia de Kippur, mas se deseja dialogar sincera e respeitosamente com o judeu, para quem o Kippur mantém seu valor permanente e universal, não tem que lhe propor suas crenças e suas interpretações cristãs como sinais do ‘caminho decisivo’».

« Pois então há o risco – prossegue – de se entrar na teologia da substituição e a Cruz se converte em obstáculo. O diálogo judaico-cristão corre inevitavelmente este risco, porque a idéia do cumprimento das promessas judaicas é a base da fé cristã; assim, o afirmar-se desta fé implica sempre uma idéia implícita de integração, se não de superação da fé judaica ».

De Segni continua: « a língua do diálogo deve ser comum e o projeto deve ser compartilhado. Se os termos do diálogo são baseados em cristãos indicando aos judeus o caminho da Cruz, não se entende o porque do diálogo nem o porque de Assis ».

Em sua réplica, o Cardeal Koch explica que « não se trata de substituir o Yom Kippur hebraico pela cruz de Cristo, embora os cristãos vejam na cruz de Cristo o permanente e universal Yom Kippur ». A questão, de toda forma, « não é um obstáculo para o fato de que cristãos e hebreus, dentro do recíproco respeito pelas respectivas convicções religiosas, se empenhem na promoção da paz e da reconciliação, caminhando juntos para Assis ».

(Destaques do original)