Palestra de Dom Luiz Bergonzini, em defesa da família e da vida humana inocente, no auditório do Colégio e Faculdade São Bento em São Paulo.

No Brasil a agenda abortista está encontrando vigorosas reações, e aí está nossa esperança. Uma das vozes que se levantaram a nível nacional contra a lei do aborto foi Sua Excelência Reverendíssima, o Bispo de Guarulhos, Dom Luiz Gonzaga Bergonzini.

O Instituto Plinio Corrêa de Oliveira está promovendo mais um importante evento, com o objetivo de coligar forças em defesa da vida humana inocente e da família:

A cultura da vida contra a cultura da morte. Cristãos, não tenhais medo: mobilizemo-nos em defesa da vida e da família. Palestra do bispo diocesano de Guarulhos, Dom Luiz Gonzaga Bergonzini, no dia 20 de Junho, às 19h.

Local: auditório do Colégio e Faculdade São Bento, no centro de São Paulo, próximo ao metrô São Bento. Há estacionamento dentro do próprio colégio para os que forem de automóvel.

Mais informações aqui. Agradecemos a Dom José o gentil aviso sobre a palestra.

A fé do bispo contra os partidos.

Por Cristiane Agostine | De São Paulo – Valor Econômico | Fonte: Blog de Dom Luiz Gonzaga Bergonzini

Bispo de Guarulhos, Dom Bergonzini, elevou o índice de confiança na Igreja após levar a defesa da vida e o discurso contra o aborto, para o período das eleições presidenciais

“A ditadura gay não vai poupar ninguém, nem mesmo nossos filhos”. Da sede da diocese de Guarulhos, o bispo dom Luiz Gonzaga Bergonzini prepara um texto para publicar em sua página na internet. A frase é o título de um artigo divulgado em seu blog, que fala dos “riscos” que as famílias correm com o “kit gay”, que seria distribuído em escolas pelo governo da presidente Dilma Rousseff. “Se [o kit] não é assédio, aliciamento e molestamento sexual pró-sodomia, então o que é?”, questiona o documento compartilhado pelo religioso na internet. O bispo usa o site para se comunicar com as famílias católicas e alerta, em outro texto: “Conspiração da Unesco transformará metade do mundo em homossexuais”.

Dom Luiz Gonzaga Bergonzini criou o blog no ano passado (www.domluizbergonzini.com.br), quando ficou conhecido nacionalmente por defender o voto contra Dilma e o PT. À frente da diocese da segunda cidade mais populosa de São Paulo (1,3 milhão de habitantes), o religioso ajudou a colocar o aborto na pauta eleitoral. Há um ano, antes do início oficial da campanha, publicou um artigo no site da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) em que dizia que os “verdadeiros católicos e cristãos” não poderiam votar na candidata petista. No decorrer da campanha, articulou a distribuição de folhetos em igrejas defendendo o voto anti-PT.

A pregação de dom Bergonzini se dá além dos limites da diocese. O religioso considera o blog “um instrumento da voz do Reino de Deus”, como registra em um dos textos publicados em sua página na internet, e expressa suas ideias no jornal “Folha Diocesana”, do qual é fundador e jornalista responsável. O bispo, com 75 anos, é jornalista profissional, com registro adquirido por atuar na área desde seus tempos de padre.

“Tenho bom relacionamento com petistas mas não aceito o PT, é o partido da morte”

Pela internet, o bispo mostra sua influência em decisões que extrapolam o foro íntimo dos fiéis. No início do mês, dom Bergonzini recebeu na diocese o presidente da Dersa (empresa estadual responsável pela manutenção das rodovias), Laurence Casagrande Lourenço, para discutir o traçado do Rodoanel Norte. A obra é vitrine da gestão do governador paulista, Geraldo Alckmin (PSDB). Tudo foi noticiado no blog.

No mês passado, o religioso mobilizou sua base católica e uniu-se a evangélicos em duas lutas: contra o kit anti-homofobia, preparado pelo governo federal para ser distribuído em escolas, e contra o projeto de lei 122, que criminaliza a homofobia. O “kit gay” abriu novas frentes de protesto contra Dilma e o governo teve de recuar e reformular o material. Já o PL 122, que tem a petista Marta Suplicy (SP) como relatora no Senado, é considerado “heterofóbico” por religiosos.

O resultado do engajamento é contado pelo bispo com um sorriso. Em 2010, depois de sua pregação contra a “candidata a favor do aborto”, Dilma perdeu no segundo turno em Guarulhos, apesar de ter ganho no primeiro turno no município. “Antes das eleições, Dilma falou que era um atraso o Brasil ainda condenar o aborto. Bati firme, deu segundo turno e ela perdeu. E olha que a tradição aqui é petista”, diz. “Isso dá uma ideia de como o artigo funcionou.” A cidade é comandada há três gestões pelo PT e em 2002 e 2006 o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ganhou lá nos dois turnos.

Dom Luiz Bergonzini lembra de outro caso em que sua intervenção foi sentida nas urnas. Em 1996, se revoltou com declarações do ex-prefeito Pascoal Thomeu, candidato à prefeitura de Guarulhos, e partiu para o ataque. Thomeu teria ofendido a igreja em um comício e o bispo chamou os católicos a boicotar o ex-prefeito. O religioso publicou um artigo no jornal da diocese contra o político e o texto foi distribuído pelos opositores do candidato. “Ele perdeu redondamente”, diz, ao recordar do ex-prefeito do PTB, morto em 2006.

 Reprodução do blog

 O blog do bispo: internet é uma das principais trincheiras do bispo contra a homossexualidade e a descriminalização do aborto

 Em pelo menos outros dois episódios o bispo usou sua influência contra candidatos. Quando era vigário em sua cidade natal, São João da Boa Vista, no interior paulista, diz que também “derrubou” o prefeito ao tomar atitudes semelhantes, sem recordar em que ano foi nem quem era o prefeito. Na campanha de 1985 pela Prefeitura de São Paulo, engrossou o coro contra Fernando Henrique Cardoso, depois que o candidato gaguejou ao ser questionado sobre a existência de Deus. Naquela eleição, FHC foi taxado de “ateu”.

O bispo relata as ameaças que sofreu. Na campanha de 2010, depois do primeiro turno, foi acordado numa madrugada por barulhos de rojões e gritos de que iria ser morto. “Não fiquei com medo. Se acontecesse qualquer coisa comigo seria uma alta propaganda contra o PT”, comenta. “Não arredei o pé.”

Dom Bergonzini não gosta do PT e diz que nunca votou no partido. “Todo radicalismo é exagerado e o PT sempre foi um partido radicalista”, comenta. Para o religioso, é o “partido da morte”. O motivo? “Em dois congressos o partido fechou questão a favor da liberação do aborto. Em vez de promover a vida, promovem morte”, diz. Os petistas, segundo ele, foram “contaminados”. “Tenho um bom relacionamento com petistas, mas não aceito o partido”, declara. Cita como exemplo o prefeito de Guarulhos, Sebastião Almeida. “Eu o respeito e nos entendemos muito bem, mas lamento que seja do PT. Posso aceitar a pessoa, mas não posso apoiar um petista.”

Sentado em sua sala na diocese, o religioso ajeita os cabelos com as mãos, ajeita o crucifixo no peito e começa a frase com um “minha filha”, ritual que repete quando demonstra incômodo.

“Não aceito nenhum partido; Sou contra todos eles”, diz. “Minha filha, já falei mal do partido A, B, C. Não me prendo a nenhum”. Para o bispo, as legendas não deveriam nem existir depois das eleições.

Os partidos e lideranças locais cortejam o religioso, que já foi convidado três vezes para disputar para a prefeitura: duas vezes em Guarulhos e uma em São João da Boa Vista. Não aceitou. O bispo não diz quais siglas o convidaram, mas afirma que não foi o PT.

Dom Luiz Gonzaga Bergonzini: uma voz de Pastor contra o aborto no Brasil

A pressão do religioso contra o PT intensificou-se durante o governo Lula. Em 2005, o Ministério da Saúde editou uma norma técnica para os casos de aborto permitidos por lei e determinou que a vítima de estupro não precisaria apresentar um Boletim de Ocorrência (BO) para fazer o aborto, com base no Código Penal. Para o bispo, foi uma ação para flexibilizar a prática e tornou-se uma brecha.

“Vamos admitir até que a mulher tenha sido violentada, que foi vítima… É muito difícil uma violência sem o consentimento da mulher, é difícil”, comenta. O bispo ajeita os cabelos e o crucifixo. “Já vi muitos casos que não posso citar aqui. Tenho 52 anos de padre… Há os casos em que não é bem violência… [A mulher diz] “Não queria, não queria, mas aconteceu…””, diz. “Então sabe o que eu fazia?” Nesse momento, o bispo pega a tampa da caneta da repórter e mostra como conversava com mulheres. “Eu falava: bota aqui”, pedindo, em seguida, para a repórter encaixar o cilindro da caneta no orifício da tampa. O bispo começa a mexer a mão, evitando o encaixe. “Entendeu, né? Tem casos assim., do “ah, não queria, não queria, mas acabei deixando”. O BO é para não facilitar o aborto”, diz.

O bispo continua o raciocínio. “A mulher fala ao médico que foi violentada. Às vezes nem está grávida. Sem exame prévio, sem constatação de estupro, o aborto é liberado”, declara, ajeitando o cabelo e o crucifixo.

O religioso conta de uma ação para dificultar o aborto em Guarulhos. Sua mobilização fez com que o Ministério Público notificasse o Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo e o sindicato dos profissionais de saúde de Guarulhos, Itaquaquecetuba e Mairiporã sobre a proibição da prática sem o BO, inquérito policial e autorização judicial.

Dom Bergonzini acha que “a pessoa que se julga vítima” tem de fazer o BO e apontar o nome do agressor. “Filha, não existe nada debaixo do sol que não seja conhecido. É muito difícil. Se a pessoa fizer questão mesmo, vai fazer exame de espermatozoide, etc, vai descobrir [quem é agressor]. A Justiça tem de ir atrás.” Para o bispo, com essa ação em Guarulhos, a igreja “deu um passo à frente, embora, mesmo nesses casos, o aborto seja inaceitável”.

A discussão sobre o aborto logo voltará ao centro do debate no país e o bispo diz estar preparado para orientar os fiéis. Em agosto, o Supremo Tribunal Federal deve julgar a jurisprudência dos casos de anencefalia fetal.

Dom Bergonzini argumenta que a ciência não é infalível e, por isso, nada garante que o bebê nascerá sem cérebro. O bispo diz conhecer um caso em que foi diagnosticado anencefalia e recomendado o aborto, mas que a criança nasceu “perfeitamente sã”.

A profissão de fé do bispo, jornalista e blogueiro é a luta pela “defesa da vida, contra o aborto”. O tema é um dos mais abordados em seu blog. Na internet, os textos “em defesa da vida” são os que levam sua assinatura. Os artigos que debatem o homossexualismo são assinados por terceiros.

Dom Bergonzini lembra que durante a campanha de 2010 recebeu mais de mil e-mails. “Nem 10% foram de críticas. As pessoas me falavam parabéns. Escreviam: “ainda bem que o senhor teve coragem de falar”, “nós temos um bispo que usa calça comprida”, nessa linha”, relata.

O artigo de sua autoria, contra o PT, chegou à Espanha, Portugal, Bélgica, Alemanha e Holanda, segundo o bispo. “Apanhei, mas bati bastante.”

A maior polêmica se deu com os mais de 20 mil folhetos distribuídos em igrejas de vários Estados, reforçando o voto anti-PT. Antes do primeiro turno, o texto foi escrito por um padre da diocese de Guarulhos, assinado por três bispos e impresso pela regional Sul 1, da CNBB de São Paulo. A fama, no entanto, ficou com dom Bergonzini, que assumiu a autoria do texto. O conteúdo reiterava o que o religioso já tinha publicado no jornal da diocese. Os folhetos foram apreendidos pela Polícia Federal e mesmo depois de a distribuição ser proibida, o texto circulou entre católicos.

A polêmica fez com que parte da CNBB fizesse ressalvas à atuação do bispo e dissesse que não era a opinião da igreja. O religioso discorda. “Não é a minha posição. É a posição da igreja que eu defendo. Está no Evangelho.”

A atuação religiosa de dom Bergonzini se mistura com suas intervenções em temas políticos. Ainda padre em São João da Boa Vista, foi diretor-responsável de um jornal local. “Escrevia sobre a cidade e quando tinha problema religioso, escrevia sobre isso também”, conta. Anos depois de chegar a Guarulhos, em 1992, fundou o jornal da diocese, que publica artigos com temas ligados à igreja e com sua opinião.

O bispo analisa que é natural a igreja indicar para seus fiéis, nas eleições, quem são os bons candidatos. “Minha filha”, diz, “a igreja tem obrigação de defender a fé e a moral, então tem que alertar o povo na eleição”, discorre. “Os políticos não fazem isso? Se eles têm o direito de falar mal de um partido, por que a igreja e um padre não podem manifestar sua opinião? É questão de coerência.”

O Chalita pra mim é pessoa não confiavel

Os seis primeiros meses de governo Dilma não arrefeceram o ânimo de dom Bergonzini contra a presidente. A qualquer momento, diz, o governo tentará avançar em direção ao aborto. Em sua análise, Dilma escolheu para a equipe uma “abortista confessa”, que tentará emplacar mudanças, sem citar um nome. ” É a história do macaco que queria tirar uma castanha do fogo, mas, para não se queimar, pegava a mão do gato e tirava a castanha”, explica. “Dilma está fazendo isso. Ela não quer botar a mão lá, porque se queima”.

Nas próximas eleições, o religioso não pretende sair da linha de frente dos debates envolvendo a igreja e a política, apesar de estar prestes a se aposentar. Pelo menos um político já está na mira: o deputado federal Gabriel Chalita. Eleito com a segunda maior votação em São Paulo, Chalita é ligado à igreja carismática e é pré-candidato à Prefeitura de São Paulo. “O Chalita – pode colocar isso porque já falei na cara dele, não tenho medo – para mim não é pessoa confiável. Em questão de meses pertenceu a três partidos. A escolha que ele faz é de interesse próprio, não da comunidade”, diz. No início do mês, o deputado migrou do PSB para o PMDB, depois de já ter passado pelo PSDB. “Ele usou a Canção Nova para se eleger e provocou uma cisão por lá ao apoiar Dilma. Isso contrariou a nossa filosofia religiosa”, afirma. Só a campanha contra coaduna com sua doutrina.

Dom Bergonzini deve deixar o cargo de bispo às vésperas da eleição de 2012. Ao completar 75 anos, em 20 de maio, pediu aposentadoria ao papa Bento XVI, como é a praxe, e ficará na função até seu sucessor ser nomeado. O prazo médio é de um ano. Depois, será nomeado bispo emérito e não comandará mais a diocese. O religioso, no entanto, quer continuar em Guarulhos.

Licenciado em filosofia e teologia, dom Bergonzini está há 30 anos na cidade, dos quais 19 anos como bispo. “Celebro missa desde que fui ordenado, comungo desde o dia de minha primeira comunhão, 23 de outubro de 1940″, diz. O religioso ressalta que pode “e deve” continuar rezando missas, mesmo aposentado. E ameaça: não vai sair de cena.

Defesa da vida torna Igreja mais confiável.

Do blog Vida Sim, Aborto Não!:

É evidente que é esse (o ataque ao aborto) o motivo principal do aumento significativo da confiança na Igreja.” – Luciana Gross Cunha, coordenadora do Índice de Confiança na Justiça (ICJ Brasil), pesquisa na qual a Igreja Católica, no Brasil, foi bem avaliada pela população.

Bispo de Guarulhos, Dom Bergonzini, elevou o índice de confiança na Igreja após levar a defesa da vida e o discurso contra o aborto, para o período das eleições presidenciais
Bispo de Guarulhos, Dom Bergonzini, elevou o índice de confiança na Igreja após levar a defesa da vida e o discurso contra o aborto, para o período das eleições presidenciais

A Igreja Católica está em segundo lugar, atrás apenas das Forças Armadas, no ranking das instituições mais confiávies, no Brasil, de acordo com pesquisa do Índice de Confiança na Justiça (ICJ Brasil), promovida recentemente pela Escola de Direito da Fundação Getúlio Vargas em São Paulo (Direito GV).

Em pesquisa anterior a Igreja ocupava o sétimo lugar, de acordo com a opinião pública, no ranking de confiança. Para a coordenadora do Índice de Confiança na Justiça, a professora de Direito, Luciana Gross Cunha, o “salto” da Igreja deve-se à defesa da vida acentuada durante as discussões contra a legalização do aborto que marcaram o período eleitoral.

Nesse trimestre 54% dos entrevistados disseram que a Igreja é uma instituição confiável. No segundo trimestre 34% deram essa resposta. Já a confiança nos partidos políticos despencou de 21% para 8% no mesmo período de eleições, mantendo-se em última posição na escala. “Ao mesmo tempo em que a Igreja sobe, os partidos políticos têm uma queda enorme no nível de confiança”, diz a coordenadora da pesquisa, a professora Luciana Gross Cunha.

É claro que a força da Igreja não está em sua fama, mas em seu Senhor. Contudo, é válido termos instrumentos de pesquisa como o da Escola de Direito da Fundação Getúlio Vargas.

Além disso, o salto da Igreja no ranking se deve à luta contra o aborto travada por Dom Luiz Bergonzini, bispo de Guarulhos. Não há a menor dúvida que esse bispo é um marco na história do movimento pró-vida, no Brasil. Embora uma minoria barulhenta e pouco católica se atreva a desqualificá-lo e minimizar suas ações a mera política partidária, sabemos que ser fiel ao Cristo e seu Evangelho da Vida nada tem a ver com política partidária.

Fico feliz. Fico felicíssimo em ver mais esta vitória pró-vida no pós-eleições da primeira presidente mulher pró-aborto do Brasil.

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Leia mais em O Estado de S. Paulo: Igreja dá salto em ranking de confiança

Os informantes do Papa Bento.

José Maria Mayrink – O Estado de S.Paulo

O papa Bento XVI recomendou, ontem, aos bispos brasileiros, ao condenar a descriminalização do aborto e da eutanásia, que lembrem aos cidadãos “o direito, que é também um dever, de usar livremente o voto para a promoção do bem comum”. Os bispos, ressaltou, “têm o grave dever de emitir um juízo moral, mesmo em matérias políticas”, sempre que os direitos fundamentais da pessoa ou a salvação das almas o exigirem.

“Quando os projetos políticos contemplam, aberta ou veladamente, a descriminalização do aborto ou da eutanásia, o ideal democrático é atraiçoado nas suas bases”, afirmou ontem Bento XVI, durante audiência a 14 bispos do Maranhão que participam da visita ad limina do Regional Nordeste 5, da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). A visita ad limina apostolorum é a viagem que os bispos fazem obrigatoriamente a Roma, a cada cinco anos, para prestar contas da administração de suas dioceses.

Embora falasse três dias antes da eleição de domingo, Bento XVI não ligou explicitamente seu discurso à polêmica levantada por bispos e grupos de católicos que cobraram uma posição dos presidenciáveis e vetaram, já no primeiro turno, candidatos e partidos supostamente favoráveis à descriminalização do aborto. A advertência do papa, porém, teria endereço certo, porque se basearia em informações recentes levadas ao Vaticano.

“O papa ouve e interroga os bispos sobre temas que possam ser tratados por ele”, observou ao Estado o cardeal d. Geraldo Majella Agnelo, arcebispo e Salvador e primaz do Brasil, ao ler, ontem de manhã, o discurso de Bento XVI aos membros do Regional Nordeste 5. “Como os bispos apresentam relatórios sobre problemas de suas dioceses, é provável que tenham levantado a questão do aborto“, acrescentou. O cardeal achou oportuna a palavra do papa e admite que ela tenha relação direta com o momento eleitoral.

Para o bispo de Guarulhos, d. Luiz Gonzaga Bergonzini, que tomou posição contra Dilma Rousseff, recomendando aos católicos que não votassem nela – “porque a candidata e o PT são favoráveis ao aborto” -, é possível que Bento XVI tenha sido alertado para a situação eleitoral no Brasil. “Dei conhecimento ao papa do que está acontecendo aqui, relatando minha atuação nesse caso, mas é preciso lembrar que ele é sempre bem informado e deve ter recebido relatos também de outras fontes“, revelou d. Luiz Gonzaga.

“Os apóstolos ficaram contentes por terem merecido sofrer insultos por causa do nome de Jesus”.

Sempre fui consciente de que o anúncio do Evangelho traz sobretudo a Cruz. – Meu Deus, como ela é pesada! Desde julho tenho recebido todo tipo de xingamento,ofensas pessoais, ameaças de morte através de cartas anônimas e de emails desrespeitosos que nenhum ser humano gostaria de receber. No dia 16 de outubro, por iniciativa da candidata Dilma Rousseff e o Partido dos Trabalhadores, o documento “APELO A TODOS OS BRASILEIROS” foi denunciado como panfleto de propaganda política, e através de liminar solicitada pelos seus advogados, os exemplares do documento eclesiástico foram apreendidos e a mesma candidata e seu partido sugeriram que eu estava cometendo crime político. Essa dor indescritível tem encontrado seu remédio nas orações que tenho feito diante do Santíssimo na capela da residência episcopal. É ali que tenho unido meu sofrimento ao sofrimento de Cristo Jesus e contemplado as cusparadas, bofetões e xingamentos que Nosso Senhor recebeu no caminho do Calvário e tenho então participado do mistério de Sua cruz. Estou consciente de que a única coisa que estou fazendo é dar cumprimento ao Evangelho.

[…] Caríssimos, imaginava eu que, aos 74 anos de idade, 51 anos de ordenação sacerdotal e prestes a pedir renúncia da função de dirigir a Diocese, (conforme determina a lei da Igreja que aos setenta e cinco anos de idade o bispo renuncie às suas funções), não fosse mais merecedor daquelas graças que o Senhor concede a poucos. Falo-vos do privilégio de sofrer pelo Evangelho: “Os apóstolos ficaram contentes por terem merecido sofrer insultos por causa do nome de Jesus”.

Que honra,meus irmãos, que honra! (Atos 5, 41) “ Esse é o meu mandamento” (João 15,12)

Reafirmo tudo o que vos falei desde julho próximo passado: “Não deis vosso voto a candidatos e partidos que sejam a favor da legalização e descriminalização do aborto. Sede fiéis ao Evangelho que diz:“ Eu vim para que todos tenham vida e a tenham em abundância (João, 10,10) Caríssimos diocesanos, tenho plena certeza de que nessa batalha a vitória já é do Evangelho da vida.

Dom Luiz Gonzaga Bergonzini – O Evangelho da Vida foi o grande vencedor.

Dom Luiz G. Bergonzini: “Recebi cartas anônimas. Uma delas dizia: ‘O Celso Daniel foi assassinado, tome cuidado'”.

Excerto de entrevista concedida por Dom Luiz Gonzaga Bergonzini, bispo de Guarulhos, à Veja:

O PT chegou a dizer que havia “indícios veementes” de participação do PSDB nas encomendas dos folhetos. Isso ocorreu?
Dom Luiz –
Em circunstância nenhuma eu agi de acordo com orientações partidárias. Eu falei, repito, assino e afirmo: “Não tenho partido político”. Eu sou um ser político, sim, mas não partidário. Se tomei partido nesta eleição, não foi a favor do PSDB, foi contra o PT e a Dilma. As razões são claras: sou contra o aborto e a favor da vida. Não fui procurado por partido político nenhum! Fui apenas agredido por militantes do PT, que, há dez dias, fizeram um escarcéu debaixo da minha janela, às duas da manhã, com palavrões e rojões. Cheguei até a ser ameaçado.

Como foi isso?
Dom Luiz –
Recebi cartas anônimas. Uma delas dizia: “O Celso Daniel foi assassinado, tome cuidado”. Fiz um boletim de ocorrência por causa disso, mas não tenho medo. Se fizerem qualquer coisa contra mim, será um tiro no pé. Será pior para eles.

É papel de um bispo se posicionar politicamente?
Dom Luiz –
O papel do bispo é orientar os seus fiéis sobre a verdade, sobre a justiça e sobre a moral. Ele deve apresentar a verdade e denunciar o erro. Foi o que fiz. Tenho todo o direito – e o dever – de agir do modo que agi. Não me arrependo de ter falado o que falei. Faria tudo de novo! Se surgir um candidato que seja contra os princípios morais, contra a dignidade humana e contra a liberdade de expressão, irei me levantar de novo.

O senhor irá continuar distribuindo documentos similares aos apreendidos?
Dom Luiz –
Se a Justiça liberar, vou. De qualquer forma, vou continuar manifestando minha opinião. Ninguém pode botar um cadeado, uma mordaça, na minha boca. Podem apreender um papel, mas nada altera minhas convicções.

CNBB diz que bispo de Guarulhos agiu dentro da ‘normalidade’.

Dom Geraldo Lyrio Rocha destacou que acima do bispo só está o papa. Presidente da CNBB defendeu debate sobre aborto nas eleições.
O secretário-geral da CNBB, dom Dimas Lara Barbosa (e), e o presidente da Conferência, Dom Geraldo Lyrio Rocha, concedem entrevista coletiva em Brasília para falar do Campanha da Fraternidade 2011 (Foto: Ed Ferreira/AE).
O secretário-geral da CNBB, dom Dimas Lara Barbosa (e), e o presidente da Conferência, Dom Geraldo Lyrio Rocha, concedem entrevista coletiva em Brasília para falar do Campanha da Fraternidade 2011 (Foto: Ed Ferreira/AE).

O presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Dom Geraldo Lyrio Rocha, afirmou nesta quinta-feira (21) em entrevista na sede da entidade, em Brasília, que está “dentro da normalidade” a ação do bispo de Guarulhos, Dom Luiz Gonzaga Bergonzini, de distribuir panfletos contra a candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff. Dom Geraldo destacou que cada bispo tem o direito de orientar os fiéis de sua diocese como desejar e que a CNBB não tem qualquer poder de interferência em dioceses.

“Ele (bispo de Guarulhos) tem o direito e até o dever de, de acordo com sua consciência, orientar seus fiéis do modo que julga mais eficaz mais conveniente. Ele está no exercício de seus direitos como bispo diocesano de Guarulhos e cada instância fala só para o âmbito de sua competência, tanto que ele não se dirigiu à nação brasileira. Este procedimento está absolutamente dentro da normalidade no modo como as coisas da Igreja se encaminham”, afirmou Dom Geraldo.

O presidente da CNBB afirmou que não cabe à entidade “censurar” qualquer ação de bispos que se manifestem sobre política. Ele destacou que a posição nacional sempre é dada pela CNBB, mas que na diocese o bispo tem autonomia, sendo sujeito apenas à autoridade do papa. “Acima do bispo só existe uma autoridade, o papa. A CNBB não é um organismo para interferir nas dioceses, dar normas para os bispos, repreender”.

Dom Geraldo destacou que a CNBB não dá nenhuma orientação de voto em candidatos, mas apenas indica princípios. “A CNBB não aponta candidatos nem partido, ela indica critérios para que o cidadão cristão, orientado nesses critérios, possa exercer o voto.”

Ele considerou positivo que o tema aborto esteja sendo discutido na eleição. Ele reconheceu que há posições “reduzidas” sobre o tema, mas afirmou que as discussões sobre “valores” não podia ficar fora da eleição. “Acho que a moeda sempre tem dois lados, se há inconvenientes de um lado, há uma vantagem enorme do outro. O tema (aborto) foi colocado em pauta e não se podia entrar em um processo eleitoral sem trazer à tona temas dessa natureza de máxima relevância”.

O presidente da CNBB afirmou ainda que o fato de o Brasil ser uma “Estado laico” não impede o debate sobre temas ligados à religião nas eleições. “Estado laico não é sinônimo de estado ateu, antireligioso ou areligioso. O estado brasileiro é laico, mas a sociedade brasileira não é laica, é profundamente religiosa, não estou dizendo só católica, mas evangélica, afro, dos cultos indígenas”.

Ele afirmou que a Igreja tem sim direito de se posicionar no processo político. “Se Estado laico for entendido como um que não permite com posições diferentes, não será estado laico será ditadura laica. (…) Não se pode querer silenciar a Igreja como se não pudesse manifestar sua posição. Todos são respeitados quando falam, todas as minorias, mas a Igreja quando fala é acusada de estar se intrometendo, por isso este argumento é falso”.

Carta de fiel a Dom Luiz Gonzaga Bergonzini: A vitória da Igreja virá pela oração.

Excelência reverendíssima, Dom Luiz Gonzaga Bergonzini,

laudetur Iesus Christus!

Que alegria imensa para nós, católicos, ver que a voz do episcopado ainda não se calou, pois temos poucos, porém valentes Bispos decididos a dar tudo, inclusive a própria vida, do que calar diante da iniquidade reinante neste país. Certamente é uma honra ser afrontado, humilhado e até ameaçado quando se recebe isso justamente daqueles que são declaradamente inimigos de Cristo e do Evangelho. Cumpre-se em Sua Excelência e em outros Bispos aquelas consoladoras palavras de Nosso Senhor no Evangelho, alentando para a perseguição que necessariamente seus filhos devem passar. Pois o mundo nos odeia porque odiou a Cristo primeiro.

Tenho visto católicos em todo o país esforçando-se incansavelmente pela difusão e pelo conhecimento da sua carta, publicada nosite da Diocese de Guarulhos, como também do “Apelo a todos os brasileiros e brasileiras“. Em minha cidade, pude despretensiosamente distribuir algumas centenas panfletos, que espero terem elucidado os seus leitores, desde agora e por todas as eleições vindouras.

Entretanto, desde que eu comecei a me empenhar no combate em defesa da vida, estive muito consciente de como poderíamos efetivamente triunfar contra o plano maligno que existe nesta eleição. Com efeito, não há panfleto, apelo, carta, manifesto ou declaração que resolva a nossa questão, pois a crise que passamos é de causa sobrenatural, é uma crise de Fé e de valores. É notório que o povo, hoje, tornou-se materialista, porque mesmo acreditando em Deus, age como se apenas houvesse a vida da terra, de modo a só se ocupar com o acúmulo de bens materiais. Esta mesma mentalidade doentia, fruto do pecado, é que tem dado grande apoio à candidatura de Dilma Rousseff, porque um povo materialista quer eleger não os candidatos comprometidos com os valores da ética e da lei natural, mas aqueles que mais prometem prosperidade material. Vivemos, portanto, numa espécie de ateísmo prático.

A sociedade brasileira quer eleger Dilma porque vive na escravidão do pecado, na cobiça do mundo, e já não pode mais compreender o anúncio de Jesus, que nos promete mais do que um pão que se estraga, mas um Pão de Vida Eterna, que é a nossa participação na Sua Vida divina no Céu. Numa crise de Fé e de valores como a que enfrentamos hoje, os fatos e argumentos não convencem, porque a cegueira espiritual impede a devida apreciação da verdade e a sua incondicional adesão. Devemos, portanto, buscar os remédios que o próprio Cristo nos dá para vencer a pobreza e a cegueira espirituais, isto é, a Sua graça, esta sim capaz do que as forças humanas não podem. Pois se Deus é a nossa Causa Primeira, aquele que se dirige a ela submete a seu favor todas as causas segundas. Nosso Senhor pede, seja na aparição do Seu Sagrado Coração a Santa Margarida Maria de Alacoque, seja nas aparições de Sua Santíssima Mãe, que os homens não deixem jamais de se recomendar na oração, meio simples porém infalível, no qual a pobre criatura confia a Deus onipotente aquilo que não está ao alcance de suas capacidades.

Portanto, Excelência, rogo-vos, não deixemos de impetrar a Deus a vitória da Santa Igreja contra os seus inimigos, pois se reduzirmos a nossa batalha apenas a um mero propagandismo, jamais venceremos. Nosso Senhor mesmo já nos alertava de que os filhos deste mundo são mais espertos do que os filhos da luz. E nós já obtivemos uma prova cabal disso na recente impugnação dos panfletos que o PT conseguiu por meio de justiça humana.

Deixemos de confiar nos meios humanos, nas instâncias e órgãos públicos, na justiça dos homens. Peço-vos, Excelência, que o Sr., em comunhão com todos os Bispos e Padres que mantém compromisso autêntico com a Palavra de Deus, que promovam uma Vigília de adoração e reparação diante do Santíssimo Sacramento, que possa, se possível, pernoitar no revesamento dos muitos movimentos e grupos católicos atualmente existentes, no maior número de paróquias e capelas onde isto se faça possível, fazendo um apelo a todas as Dioceses, mesmo naquelas onde o seu Bispo nada manifestou sobre a eleição. Deixo apenas a sugestão, a qual me foi dada por uma senhora católica que recebeu este pensamento durante a sua oração. Não importa o dia, o tempo, os locais onde isto se faça possível. Mas que saibamos apelar antes de tudo à graça, pois um povo que reza, ou melhor, uma nação que reza, obtém a paz. Basta nos lembrarmos do apelo que Nossa Senhora faz do Rosário, o qual foi dado como remédio desde a batalha contra os cátaros até as Guerras Mundiais que abalaram a face da terra no século XX. Para tanto, que esta Vigília, diante de Jesus Sacramentado, seja feita em união e mediação com Nossa Senhora, por meio de quem todas as nossas pobres orações são atendidas por Deus. Neste sentido, nada mais recomendável do que fazer as Vigílias Brasil afora pela Oração do Terço.

Agradecendo desde já Vossa paternal solicitude, despeço-me, Excelência, rogando a Vossa bênção apostólica, na certeza de que serei ouvido.

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Íntegra da carta de Dom Bergonzini aos Bispos: “Diante desses fatos, sou obrigado a enviar uma reclamação ao Papa Bento XVI…”

Caríssimos irmãos,

Como é de conhecimento de todos, em 01.07.2010, iniciei uma campanha contra os candidatos favoráveis ao aborto, de todos os partidos, a qualquer cargo. O PT – Partido dos Trabalhadores – é o principal articulador dessa ação no Brasil e, também, do “casamento” de homossexuais. Desde 1991, vem tentando implantar o aborto, com o projeto de lei n. 1.135/91, dos então deputados do PT Sandra Starling e Eduardo Jorge. Os Congressos do PT aprovaram a liberação do aborto como programa do partido. O projeto de lei 1935/91 foi derrotado na Comissão de Seguridade e Saúde por 33 a 0 e na Comissão de Constituição e Justiça, dor 57 a 4., na Câmara Federal. O deputado do PT, José Genoino, demonstrando o ferrenho propósito de implantar o aborto, requereu a aprovação do projeto de lei 1935/91 diretamente pelo plenário, onde a bancada de deputados da “base aliada” do governo tem a maioria e pode ser aprovado a qualquer momento. Projeto de Lei n.º 1.151/95, sobre o casamento civil entre homossexuais, foi apresentado por Marta Suplicy em 26 de outubro de 1995, quando ela ocupava a cadeira de deputada federal pelo PT. Iara Bernardes, então deputada federal do PT, apresentou o projeto de lei 122/ 2006, que impede as pessoas e os religiosos de emitirem opinião sobre homossexuais, sob pena de prisão.

O meu comportamento é baseado em minha consciência e no Evangelho. E visa a discussão de valores com a sociedade. Seja qual for o resultado das eleições, filósofos, sociólogos, antropólogos, religiosos e a população já começaram a debater o que chamam de “agenda de valores”. O relativismo na sociedade e na Igreja Católica, sempre lembrado pelo Papa Bento XVI, também tem sido questionado: o meu sim é sim e o meu não é não. Não estou me esquecendo dos problemas dos pobres. Para isso, no Brasil, há leis especiais que devem ser cumpridas por qualquer governante. Sem contar a ajuda voluntária dos católicos realizada em todas as paróquias, pelas várias pastorais.

Ocorre que, no dia 07.10.2010, tive uma grande surpresa. Dom Demétrio Valentini, da Diocese de Jales, publicou uma matéria de meia página, no jornal Diário de Guarulhos, editado em minha diocese, com uma acusação de crime eleitoral. Um bispo acusando outro de crime, pela imprensa. É algo muito grave e inadmissível. Anteriormente, recebi uma carta anônima com velada ameaça à minha vida, que já está nas mãos da polícia.

Imaginava ter sido um destempero momentâneo do bispo de Jales. Enviei-lhe uma carta, com cópia ao presidente da CNBB-Regional Sul-1, Dom Nelson Westrupp, reclamando do fato e apontando a suspeita de o bispo de Jales estar atuando partidariamente.

A confirmação da atuação partidária de Dom Demétrio Valentini veio na revista Isto É, pg. 40, edição 2135, de 13.10.2010. Nessa revista está escrito: ” A exemplo do pastor Manoel Ferreira, dom Valentim é amigo de Lula, tem exercido papel fundamental no diálogo com os católicos.” Além disso, Dom Valentini insiste em que “esta situação precisa ser esclarecida e denunciada” dando a entender que existe qualquer interesse além do Evangelho.

Há igrejas evangélicas no Brasil, cujos pastores são a favor do aborto ou tem interesses políticos, que estão se posicionando partidariamente a favor da candidatura do PT.

Por essas circunstâncias, sou forçado a concluir que: a) a matéria publicada no jornal de Guarulhos teve a mão do Partido dos Trabalhadores e visou me amedrontar; b) a matéria visou, também, assustar os fiéis de minha diocese; c) em âmbito nacional, visou assustar os Bispos e a comunidade cristã e d) parece que há Bispos da Igreja Católica, no Brasil, que estão trocando o Evangelho do Senhor pela política partidária e por amizades pessoais.

O histórico do aborto, desde 1974, pode ser visto no link http://www.youtube.com/watch ?v=4cJZZzWysN4

Dom Aldo Pagotto lembra que situação semelhante à brasileira, com a destruição da moral e da ética, para implantação do comunismo na Itália, somente não aconteceu por conta da atuação do Papa. Dom Aldo historiou os fatos no vídeo postado no link http://www.youtube.com/watch?v=j2q2DI9RsUo

Como lembrou Dom Aldo, na época o Papa disse “Não podemos nos calar.” Nós, agora no Brasil, também não podemos nos calar. Vamos agir e orientar o povo para que não se deixe enganar pelos oportunismos de última hora.

Diante desses fatos, sou obrigado a enviar uma reclamação ao Papa Bento XVI, imediatamente, com toda a documentação, pedindo-lhe que tome as providências que julgar cabíveis e necessárias, para reorientar a Igreja Católica Apostólica Romana no Brasil, inclusive me orientar, se eu estiver agindo em desconformidade com o Evangelho.

Quero deixar claro que nunca indiquei apoio a qualquer candidato, como agora não o faço. Estou sendo coerente com meu artigo “Daí a César o que é de César”, publicado em 01/07/2010.

Estou comunicando, também, estes fatos todos os irmãos Bispos e Cardeais do Brasil, e a imprensa, através de replicação deste email. A carta a Dom Demétrio Valentim será publicada no site www.diocesedeguarulhos.org.br.

Não tenho intenção de polemizar, mas simplesmente de deixar clara a minha posição como Bispo, em defesa da Igreja, dos mandamentos de Deus.

Rogo a Deus Nosso Senhor e a Nossa Senhora de Aparecida, Padroeira do Brasil, que proteja a Igreja Católica e nos proteja a todos.

Guarulhos, 12 de outubro de 2010, dia da Mãe Aparecida.

Luiz Gonzaga Bergonzini
Bispo Diocesano de Guarulhos