Caso ‘YouCath’ e mais uma trapalhada do Cardeal Schönborn. Contraceptivo não é o único problema. Congregação para Doutrina da Fé revisará texto.

Rorate-Caeli – Tradução: Fratres in Unum.com | Depois do “desastre dos contraceptivos”, uma confusão ainda maior no “Youcat” – e o que mais poderia se esperar do Cardeal de Viena? Ele é tão ruim em defender a fé que acaba fazendo com que fiquemos ao lado do Totò Rino Fisichella…

Catholic Culture informou hoje cedo:

A edição italiana continha um outro erro de tradução em sua abordagem do tratamento para casos terminais. Enquanto a original em alemão dizia que a família pode aceitar a inevitabilidade da morte de um ente querido, a tradução italiana utilizou um termo com o significado de “eutanásia passiva”, aparentando, assim, oferecer uma justificativa para a retirada de alimento e água do paciente terminal – uma prática que a Igreja condena.

Conforme observações de Sandro Magister , não se trata simplesmente de um outro problema de tradução italiana:

A resposta [da versão italiana do] Youth Catechism para a pergunta 382 – “A eutanásia é permitida?”:

“Provocar uma morte ativa é sempre uma violação do mandamento: ‘Não matarás’ (Êxodo 20, 13), ao contrário, assistir a pessoa durante o processo de morte é até mesmo um dever humano.”

Até aí, tudo bem. Mas logo em seguida, no parágrafo que deveria desenvolver e explicar a resposta inicialmente breve, lemos o seguinte:

“… Quem ajuda uma pessoa a morrer no sentido de eutanásia ativa viola o quinto mandamento, aqueles que ajudam uma pessoa durante a morte no sentido de eutanásia passiva, pelo contrário, obedecem ao mandamento de amor ao próximo. … . “

Indagado como se poderia argumentar que a “eutanásia passiva obedece ao mandamento do amor,” o Cardeal Christoph Schönborn, o primeiro supervisor da edição original alemã do livro, argumentou que, em alemão a palavra “eutanásia” não é  a desejada, mas sim “Sterbehilfe”, [o que significa] ajuda para a morte, [que está sujeita a significados mais amplos], mesmo em uma luz positiva.

Porém, o monsenhor Rino Fisichella rejeitou totalmente – mesmo em sua formulação em alemão – as expressões “eutanásia ativa” e “eutanásia passiva”, uma vez que elas se emprestam a mal entendidos e “não deveriam ser utilizadas.”

Na realidade, nos documentos da Igreja sobre o assunto, incluindo a encíclica “Evangelium Vitae”, do Papa João Paulo II, nunca ouvimos falar em “eutanásia passiva”, mas sim de “eutanásia por omissão”, ou seja, aquela causada pela falha no oferecimento de tratamento médico ou suporte de vida necessário para a pessoa e proporcional a sua condição, levando deliberadamente ao óbito.

E nos mesmos documentos magisteriais a eutanásia por omissão também é gravemente condenada. Enquanto a tal abstenção de tratamento agressivo é aceita, ou seja, [abstenção de] tratamentos cujo único efeito é agravar e prolongar o sofrimento.

O Cardeal Schönborn anunciou que a Congregação para a Doutrina da Fé constituirá um grupo de trabalho para rever todo o texto do novo Catecismo, o original e as traduções, e recolherá todas as correções que serão feitas nas edições subseqüentes. …

Ao final da conferência de imprensa, Schönborn atribuiu friamente a responsabilidade pelos erros no Cardeal italiano Angelo Scola, que deveria ser o “avalista” [da tradução] e, de fato, ele consta no título do livro como homem “responsável” pelo conteúdo da tradução em italiano.

O paradoxo é que Schönborn e Scola são, dentro do Colégio de Cardeais, as estrelas mais brilhantes da “escola” de Ratzinger. Eu fico pensando o que pensa, desta vez, o mestre deles.

Supomos que isso seja um bom motivo para que os conceitos teológicos nos documentos oficiais da Igreja tenham de ser trabalhados em latim. E é difícil imaginar que o conceito de Passive Sterbehilfe tenha sido introduzido ingenuamente por aqueles que decidiram fazê-lo nesse Catecismo – agora que os Catecismos Católicos estão sendo escritos “originalmente” no idioma do Livro de Concórdia! Podemos apenas imaginar que outras pérolas da teologia e moral do Norte da Europa estejam escondidas no Youcat.

Divulgado novo motu proprio que cria Conselho para a Promoção da Nova Evangelização.

Cidade do Vaticano, 12 out (RV) – “A Igreja tem o dever de anunciar, sempre e em todos os lugares, o Evangelho de Jesus Cristo.” Esse é o incipit da Carta apostólica em forma de Motu Proprio (Ibicumque et semper) com a qual Bento XVI cria o Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização, cujo dicastério foi apresentado esta manhã, na Sala da Imprensa da Santa Sé, por seu Presidente, o Arcebispo Rino Fisichella.

“Ide, portanto, e fazei que todas as nações se tornem discípulos” (Mt 28, 19a): fiel a esse mandamento de Jesus, a Igreja “jamais se cansou de mostrar ao mundo inteiro a beleza do Evangelho”.

“Missão evangelizadora necessária e insubstituível” para a Igreja, “expressão de sua própria natureza e que “assumiu na história formas e modalidades sempre novas, segundo os lugares, as situações e os momentos históricos” – lê-se no documento.

Missão hoje chamada a tentar superar o “fenômeno do desapego à fé” em sociedades e culturas que há séculos se mostravam impregnadas pelo Evangelho. De fato, as transformações sociais nas últimas décadas “modificaram profundamente a percepção do nosso mundo” – observa Bento XVI.

“Tudo isso não se deu sem conseqüências também para a dimensão religiosa da vida do homem.” “E, se de um lado, a humanidade conheceu inegáveis benefícios” e a Igreja recebeu ulteriores estímulos para dar razão da esperança que porta consigo, de outro, verificou-se uma preocupante perda do sentido do sagrado, chegando até mesmo a colocar em discussão aqueles fundamentos que pareciam indiscutíveis, como a fé num Deus criador e providente, a revelação de Jesus Cristo único salvador, e a compreensão comum das experiências fundamentais do homem como o nascer, o morrer, o viver numa família, a referência a uma lei moral natural.”

À luz das preocupações já expressas a partir do Concílio Vaticano II, por Paulo VI e João Paulo II, pelo “contínuo difundir-se do indiferentismo, do secularismo e do ateísmo”, em particular nos países do chamado Primeiro Mundo, Bento XVI faz votos de um novo impulso missionário no mundo atual, que exige – recomenda o Pontífice – “um atento discernimento” em relação à “diversidade de situações”.

Efetivamente, nova evangelização não significa ter que elaborar uma única fórmula igual para todas as circunstâncias. O importante – conclui a Carta apostólica – é que, em primeiro lugar, “se faça profunda experiência de Deus”.

E entre os artigos institucionais do Pontifício Conselho, que atuará em colaboração com os outros dicastérios e organismos da Cúria Romana, indica-se “aprofundar o significado teológico e pastoral da nova evangelização”. (RL)

Importantes nomeações: Oullet para os Bispos; Fisichella para a Nova Evangelização.

Como anunciamos anteriormente, o Santo Padre tornou públicas hoje as seguintes nomeações:

  • Do Cardeal Marc Ouellet, até agora arcebispo de Quebec, como prefeito da Congregação para os Bispos e Presidente da Comissão Pontifícia para a América Latina, em substituição ao Cardeal Giovanni Battista Re, que apresentou sua renúncia por motivo de idade. Todo o infeliz imbroglio que envolveu esta nomeação pode ser relembrado aqui, aqui e aqui.
  • Do Arcebispo Salvatore Fisichella como presidente do Pontifício Conselho para a Nova Evangelização, órgão criado por Bento XVI visando recristianizar os países do ocidente e retirar Dom Rino Fisichella da presidência da Academia Pontíficia para a Vida, após sua queda em desgraça com o caso Recife. Um dossiê completo pode ser encontrado aqui. Espera-se que, no manual da “nova evangelização” proposto pelo novo conselho, não conste nenhuma apologia ao “aborto por misericórdia”…
  • De Monsenhor Ignacio Carrasco de Paula, substituindo Fisichela na Academia para a Vida e de Don Enrico dal Covolo, S.D.B, como reitor da Universidade Lateranense.
  • De Monsenhor Celestino Migliore como Núncio Apostólico na Polônia. Migliore era, até então, Observador Permanente da Santa Sé na ONU.

Papa criaria Pontifício Conselho para a Nova Evangelização ou o Lobo cuidando das ovelhas.

Nota do editor: que ao menos a tal “nova evangelização” não sustente os valores pró-aborto lamentavelmente difundidos por Dom Fisichella!

IHU – Nas próximas semanas Bento XVI publicará uma carta apostólica anunciando a criação do Pontifício Conselho para a Nova Evangelização, um novo “ministério” da Cúria romana que será confiado ao arcebispo Rino Fisichella, atual reitor da Universidade Lateranense e presidente da Pontifícia Academia para a Vida. Fisichella deixará os dois cargos. O reitor da Lateranense será o salesiano Enrico Dal Covolo.

A informação é de Andrea Tornielli e publicada pela jornal italiano Il Giornale, 25-04-2010.

A idéia deste novo dicastério foi proposta ao Papa pelo patriarca de Veneza, Ângelo Scola. O Pontifício Conselho se dedicará à missão no primeiro e no segundo mundo, isto é, nos países onde o anúncio do Evangelho já foi feito há muitos séculos mas onde, hoje, a sua incidência na vida das pessoas parece esmaecida. A Europa, EUA e América do Sul são as principais zonas de influência da nova estrutura.

O novo dicastério representa, até este momento, a novidade mais consistente do pontificado de Bento XVI. Com este importante encargo, expressamente pensado e querido pelo Pontífice, Fisichella está destinado a aumentar o seu peso na Cúria Romana. Ele sai, desta maneira, dos prognósticos que o davam como novo arcebispo de Turim. Crescem, por sua vez, as cotações de Gianfranco Ravasi, arcebispo, “ministro” da cultura do Vaticano, para a sucessão do cardeal Tettamanzi, arcebispo de Milão.

Fisichella poderá ser removido, sem ser promovido.

‹‹ Em seu blog, Settimo Cielo, Sandro Magister antecipa a transferência do arcebispo Dom Rino Fisichella, presidente da Pontifícia Academia para a Vida, para a Arquidiocese de Siena-Colle di Val d’Elsa-Montalcino. […] Parece que o Papa atendeu aos pedidos dos acadêmicos. Se a informação de Magister vier a se confirmar, Fisichella será em breve transferido para a terra de Santa Catarina. Segundo informa o mesmo vaticanista, Dom Fisichella sonhava com a sé cardinalícia de Turim, e por isto chegou a rejeitar a Arquidiocese de Modena-Nonantola, de 470 mil habitantes. Terá agora de se contentar com a bem menos populosa arquidiocese toscana, de apenas 180 mil habitantes, e dar adeus ao barrete cardinalício. A única coisa que Magister não disse é o que a Santa Sé fará com o atual arcebispo de Siena, Antonio Buoncristiani, de apenas 66 anos. ›› Leia íntegra da notícia no ótimo Oblatvs.

Declaração sobre a Presidência da Academia Pontifícia para a Vida.

Declaração sobre a Presidência da Academia Pontifícia para a Vida

Após a Assembléia da Academia de 11-13 de fevereiro de 2010, Cidade do Vaticano.

A contestação da posição do Arcebispo Rino Fisichella como Presidente da Academia Pontifícia para a Vida, que diversos comentaristas previram, não ocorreu na Assembléia da Academia da última semana. Por quê? Essencialmente, por conta de uma decisão política feita por vários daqueles que eram signatários de uma carta de 2 de abril de 2009 ao Arcebispo Fisichella e de uma carta posterior ao Cardeal Levada, de 1º de maio de 2009, procurando a correção da impressão seriamente enganosa com relação ao ensinamento da Igreja sobre o aborto direto criada pelo artigo do Arcebispo Fisichella em L’Osservatore Romano de 15 de março de 2009. As razões para tal decisão política foram duas: (a) uma contestação aberta a Fisichella na Assembléia teria dividido a Academia, não necessariamente porque os acadêmicos concordassem com seu comportamento, mas porque muitos teriam considerado inapropriado tratar alguém nomeado pelo Papa, e que também é um Arcebispo, dessa maneira. Ademais, um desafio aberto por Acadêmicos leigos correria o risco de levar a Cúria a cerrar fileiras em torno de Fisichella, por conta da cultura clerical daquela corporação e apesar da falta de apoio a ele em muitos escalões. (b) Há informações confiáveis de que Fisichella é amplamente visto na Cúria como um Presidente inapropriado da PAV [Pontifícia Academia para a Vida] e há uma esperança razoável de que o Santo Padre reconhecerá a necessidade de dar-lhe uma ocupação melhor adaptada às suas habilidades.

A ausência de uma contestação aberta a Fisichela criou a desafortunada impressão de que os Acadêmicos apóiam sua Presidência, resignadamente ou não. Esta é uma impressão que ele está evidentemente interessado em propagar. Nada poderia estar mais distante da verdade, e uma das principais razões de sua falsidade é o precipitado discurso pronunciado por ele na abertura da Assembléia. Ele não mostrou a mínima ciência dos efeitos gravemente danosos de seu artigo no L’Osservatore Romano de 15 de março de 2009 e de sua própria responsabilidade por aqueles efeitos. Os esforços respeitosos dos Acadêmicos em procurar uma correção sua do artigo (que no momento ele rejeitou) foram por ele descritos como ataques pessoais a sua pessoa motivados por “rancor”; nenhum dos signatários tinha a menor razão para nutrir tais sentimentos por ele. Ele afirmou que a seu tempo o “Esclarecimento” publicado em 11 de julho de 2009 pela Congregação para a Doutrina da Fé o inocentou. Noutras palavras, não retratou nada do que disse em seu artigo. Fisichella está plausivelmente apto a fazer esta afirmação de ter sido inocentado por conta do primeiro parágrafo infeliz do “Esclarecimento” que diz:

“Recentemente, diversas cartas foram enviadas à Santa Sé, algumas delas de figuras proeminentes na vida política e eclesial, explicando a confusão que foi criada em vários países, especialmente na América Latina, após a manipulação e exploração de um artigo de Sua Excelência, o Arcebispo Rino Fisichella, Presidente da Pontifícia Academia para a Vida, sobre o triste caso da “garota brasileira” [ênfase acrescentada].

O que geralmente não é conhecido é que estes não são os dizeres originais do parágrafo de abertura que se pretendia publicar no L’Osservatore Romano. Fisichella conseguiu vistas do texto antes de sua publicação e pediu que o parágrafo original fosse mudado tal como se lê na versão publicada. Dessa maneira ele pôde repudiar, com a autoridade aparente da Congregação para a Doutrina da Fé, toda responsabilidade pelo impacto danoso de seu artigo na defesa de vidas humanas inocentes antes de seu nascimento. A responsabilidade por esse dano pertence inteiramente ao modo com que outros “manipularam e exploraram” seu artigo! Mas não satisfeito em repudiar a responsabilidade pelo dano que seu artigo causou, Fisichella em seu discurso à Academia em 11 de fevereiro afirmou que a justificação se estendia ao conteúdo de seu artigo. Esta afirmação é certamente grave porque a implicação clara dos dizeres do artigo é que há situações difíceis nas quais os médios gozam de um escopo para o exercício autônomo de consciência ao decidir sobre realizar ou não um aborto direto. Pareceria, então, que o “Esclarecimento” da CDF fracassou em esclarecer a mente do Arcebispo Rino Fisichela, e, se este for o caso, ele levanta uma difícil questão sobre o quão geralmente eficaz foi o “Esclarecimento” em dissipar a falsa compreensão do ensinamento da Igreja sobre o aborto direto conduzida pelo artigo de 15 de março de 2009.

Longe de criar a unidade e a genuína harmonia na Academia, o discurso do Arcebispo Fisichella em 11 de fevereiro teve por efeito confirmar nas mentes de muitos Acadêmicos a impressão de que nós estamos sendo conduzidos por um clérigo que não compreende o que envolve o respeito absoluto pela vida humana. É um estado absurdo das coisas na Academia Pontifícia para a Vida, mas que pode ser corrigido apenas por aqueles que são responsáveis pela sua nomeação como Presidente.

Professor Luke Gormally, Membro Ordinário da Academia; antigo Diretor (1981 – 2000), The Linacre Centre for Healthcare Ethics, London, UK.

Sra. Christine de Marcellus de Vollmer, Membro Ordinário da Academia; presidente Alliance for the Family. Venezuela.

Monsenhor Michel Schooyans, Membro Ordinário da Academia; Professor Emérito da Universidade de Louvain, Bélgica.

Dra. Maria Smereczynska, Membro Correspondente da Academia; Polônia.

Dr. Thomas Ward, Membro Correspondente da Academia; Presidente da National Association of Catholic Families; Clínico geral aposentado, UK.

16 de fevereiro de 2010.

Fonte: Life Site News – destaques do original

Tenso clima entre presidente e membros da Academia para a Vida.

Mons. Rino Fisichella

Religión en Libertad traz um artigo de Sandro Magister sobre a próxima reunião da Pontifícia Academia para a Vida, nos dias 11, 12 e 13 deste mês. O site espanhol prevê um clima tormentoso, dada a indisposição de muitos membros da Academia com relação a seu presidente, o arcebispo Dom Rino Fisichella. Entre os mais destacados opositores de Fisichella está o sacerdote belga Dr. Michel Schooyans.

Os leitores de OBLATVS haverão de se recordar do malfado artigo de Fisichella no L’Osservatore Romano sobre o caso do aborto dos gêmeos em Recife. Mons. Schooyans escreveu na ocasião um artigo em que desmontava os argumentos chinfrins de Fisichella e defendia o arcebispo brasileiro Dom José Cardoso Sobrinho.

Dos 46 membros da Academia, 27 firmaram uma carta a Dom Rino Fisichella pedindo-lhe que se retratasse, pedido rechaçado por Fisichella em carta-resposta. Diante da recusa os signatários se dirigiram à Congregação para a Doutrina da Fé e dela receberam a confirmação de que o artigo havia sido aprovado pelo Secretário de Estado. E como não receberam deste último garantias de esclarecimento, alguns deles levaram a questão ao Papa.

Pouco depois, o Papa mandou publicar o esclarecimento em que as teses de Fisichella-Bertone são condenadas, não obstante a imagem pública de ambos tenha sido diplomaticamente protegida.

Estarão agora cara a cara Fisichella e seus colegas acadêmicos, muitos dos quais o desejam fora da Academia.

Fonte: Oblatvs

Caso Fisichella: Esclarecimento da Congregação para Doutrina da Fé acerca do aborto provocado.

Esclarecimento da Congregação para Doutrina da Fé

Sobre o aborto provocado.

Recentemente foram recebidas pela Santa Sé diversas cartas, inclusive da parte de altas personalidades da vida política e eclesial, que informaram sobre a confusão criada em vários países, sobretudo na América Latina, após a manipulação e instrumentalização de um artigo de Sua Excelência Monsenhor Rino Fisichella, presidente da Pontifícia Academia para a Vida, sobre a triste história da “menina brasileira”.

Em tal artigo, publicado no “L’Osservatore Romano” de 15 de março de 2009, era proposta a doutrina da Igreja, também tendo em conta a situação dramática da supracitada menina, que – como se pôde notar mais tarde – foi acompanhada com toda sensibilidade pastoral, em particular pelo então Arcebispo de Olinda e Recife, Sua Excelência Monsenhor José Cardoso Sobrinho. A respeito, a Congregação para a Doutrina da Fé reitera que a doutrina da Igreja sobre o aborto provocado não mudou nem poderia mudar.

Tal doutrina foi exposta nos números 2270-2273 do Catecismo da Igreja Católica nestes termos:

“A vida humana deve ser respeitada e protegida, de modo absoluto, a partir do momento da concepção. Desde o primeiro momento da sua existência, devem ser reconhecidos a todo o ser humano os direitos da pessoa, entre os quais o direito inviolável de todo o ser inocente à vida. «Antes de te formar no ventre materno, Eu te escolhi: antes que saísses do seio da tua mãe, Eu te consagrei» (Jr 1, 5). «Vós conhecíeis já a minha alma e nada do meu ser Vos era oculto, quando secretamente era formado, modelado nas profundidades da terra» (Sl 139, 15). A Igreja afirmou, desde o século I, a malícia moral de todo o aborto provocado. E esta doutrina não mudou. Continua invariável. O aborto direto, isto é, querido como fim ou como meio, é gravemente contrário à lei moral: «Não matarás o embrião por meio do aborto, nem farás que morra o recém-nascido» (Didaché, 2, 2). «Deus […], Senhor da vida, confiou aos homens, para que estes desempenhassem dum modo digno dos mesmos homens, o nobre encargo de conservar a vida. Esta deve, pois, ser salvaguardada, com extrema solicitude, desde o primeiro momento da concepção; o aborto e o infanticídio são crimes abomináveis» (Concilio Vaticano II, Gaudium et spes, 51). A colaboração formal num aborto constitui falta grave. A Igreja pune com a pena canônica da excomunhão este delito contra a vida humana. «Quem procurar o aborto, seguindo-se o efeito («effectu secuto») incorre em excomunhão latae sententiae (Cic, can. 1398), isto é, «pelo fato mesmo de se cometer o delito» (Cic, can. 1314)  e nas condições previstas pelo Direito (cfr. Cic, cann. 1323-1324). A Igreja não pretende, deste modo, restringir o campo da misericórdia. Simplesmente, manifesta a gravidade do crime cometido, o prejuízo irreparável causado ao inocente que foi morto, aos seus pais e a toda a sociedade. O inalienável direito à vida, por parte de todo o indivíduo humano inocente, é um elemento constitutivo da sociedade civil e da sua legislação: «Os direitos inalienáveis da pessoa deverão ser reconhecidos e respeitados pela sociedade civil e pela autoridade política. Os direitos do homem não dependem nem dos indivíduos, nem dos pais, nem mesmo representam uma concessão da sociedade e do Estado. Pertencem à natureza humana e são inerentes à pessoa, em razão do ato criador que lhe deu origem. Entre estes direitos fundamentais  deve aplicar-se o direito à vida e à integridade física de todo ser humano, desde a concepção até à morte»… «Desde o momento em que uma lei positiva priva determinada categoria de seres humanos da proteção que a legislação civil deve conceder-lhes, o Estado acaba por negar a igualdade de todos perante a lei. Quando o Estado não põe a sua força ao serviço dos direitos de todos os cidadãos, em particular dos mais fracos, encontram-se ameaçados os próprios fundamentos dum «Estado de direito» […]. Como consequência do respeito e da protecção que devem ser garantidos ao nascituro, desde o momento da sua concepção, a lei deve prever sanções penais apropriadas para toda a violação deliberada dos seus direitos » ” (Congregazione per la Dottrina della Fede, Istruzione Donum vitae, III).

Na encíclica Evangelium Vitae, o Papa João Paulo II reafirmou esta doutrina com a autoridade de Supremo Pastor da Igreja: “com a autoridade que Cristo conferiu a Pedro e aos seus Sucessores, em comunhão com os Bispos — que de várias e repetidas formas condenaram o aborto e que, na consulta referida anteriormente, apesar de dispersos pelo mundo, afirmaram unânime consenso sobre esta doutrina — declaro que o aborto directo, isto é, querido como fim ou como meio, constitui sempre uma desordem moral grave, enquanto morte deliberada de um ser humano inocente. Tal doutrina está fundada sobre a lei natural e sobre a Palavra de Deus escrita, é transmitida pela Tradição da Igreja e ensinada pelo Magistério ordinário e universal.” (n. 62).

No que diz respeito ao aborto provocado em determinadas situações difíceis e complexas, vale o ensinamento claro e preciso do Papa João Paulo II: “É verdade que, muitas vezes, a opção de abortar reveste para a mãe um carácter dramático e doloroso: a decisão de se desfazer do fruto concebido não é tomada por razões puramente egoístas ou de comodidade, mas porque se quereriam salvaguardar alguns bens importantes como a própria saúde ou um nível de vida digno para os outros membros da família. Às vezes, teme-se para o nascituro condições de existência tais que levam a pensar que seria melhor para ele não nascer. Mas estas e outras razões semelhantes, por mais graves e dramáticas que sejam, nunca podem justificar a supressão deliberada de um ser humano inocente” (Encíclica Evangelium Vitae, n. 58)

Quanto à problemática de determinados tratamentos médicos a fim de preservar a saúde da mãe, é necessário distinguir bem entre dois casos diversos: de um lado, uma ação que diretamente provoca a morte do feto, por vezes impropriamente chamado aborto “terapêutico”, que não nunca pode ser lícito enquanto é o assassinato direto de um ser humano inocente; de outro lado uma intervenção em si não abortiva que pode ter, como consequência colateral, a morte do filho: “Se, por exemplo, a salvação da vida da futura mãe, independentemente de seu estado de gravidez, requerer urgentemente um ato cirúrgico ou outra aplicação terapêutica que teria como conseqüência acessória, de nenhum modo desejada nem intencionada, mas inevitável, a morte do feto, um tal ato não pode ser dito um direto atentado à vida inocente. Nestas condições, a operação pode ser considerada lícita, como outras intervenções médicas similares, sempre que se trata de um bem de alto valor, isto é, a vida, e não seja possível restituí-la após o nascimento da criança, nem para utilizar outro remédio eficaz “(Pio XII, Discorso al “Fronte della Famiglia” e all’Associazione Famiglie numerose, 27 novembre 1951).

Quanto à responsabilidade dos profissionais de saúde, é preciso lembrar as palavras do Papa João Paulo II: “A sua profissão pede-lhes que sejam guardiães e servidores da vida humana. No atual contexto cultural e social, em que a ciência e a arte médica correm o risco de extraviar-se da sua dimensão ética originária, podem ser às vezes fortemente tentados a transformarem-se em fautores de manipulação da vida, ou mesmo até em agentes de morte. Perante tal tentação, a sua responsabilidade é hoje muito maior e encontra a sua inspiração mais profunda e o apoio mais forte precisamente na intrínseca e imprescindível dimensão ética da profissão clínica, como já reconhecia o antigo e sempre atual juramento de Hipócrates, segundo o qual é pedido a cada médico que se comprometa no respeito absoluto da vida humana e da sua sacralidade (Encíclica Evangelium Vitae, n. 89)

(©L’Osservatore Romano – 11 de julho de 2009)

Fonte: Papa Ratzinger Blog

Segredo Vaticano, mas não muito – Os acadêmicos pró-vida recusam seu presidente.

Após nomear novo arcebispo de Recife Dom Fernando Saburido, que declarou deixar facilmente “de lado a política canônica” por ser “mais pastoral” que seu predecessor, esperamos verdadeiramente que Sua Santidade, o Papa Bento XVI, tome as medidas necessárias para corrigir a lastimável série de afrontas à moral católica perpetrada pela própria Cúria Romana. De outra maneira, a aceitação da renúncia de Dom José num momento tão crítico (quando motivos menos importantes são suficientes para prolongar o governo de outros bispos que ultrapassam seus 75 anos), somada à nomeação de um bispo que fez rejubilar a corja do clero pernambucano,  só poderia soar como uma chancela do próprio Papa a todos os desmandos desta que poderá se tornar a maior chaga de seu pontificado.

Abaixo publicamos importante artigo de Sandro Magister (tradução e comentários do blog Oblatvs):

Segredo Vaticano, mas não muito – Os acadêmicos pró-vida recusam seu presidente

Sobre os desenvolvimentos da controvérsia acesa pelo artigo do arcebispo Rino Fisichella sobre o caso da menina brasileira levada a abortar os gêmeos que trazia no ventre, http://www.chiesa deu informações no serviço disponibilizado na rede em 3 de julho: “O caso de Recife. Roma falou, mas o caso não está encerrado”.

Aos fatos públicos ali apresentados, acrescentem-se importantes movimentos nos bastidores.

O artigo de Fisichella – publicado em 15 de março na primeira página do “L’Osservatore Romano” – impressionou não somente pelo conteúdo e pela modalidade da publicação, mas porque o seu autor é presidente da pontifícia academia para a vida.

E então, 27 dos 46 membros desta academia escreveram em 4 de abril passado uma carta coletiva a Fisichella, pedindo-lhe que corrigisse as posições “erradas” expressas por ele no artigo.

Em 21 de abril, Fisichella responde-lhes por escrito, rejeitando o pedido.

Em 1º de maio, 21 dos signatários da carta precedente se dirigem, pois, ao cardeal William Levada, prefeito da congregação para a doutrina da fé, pedindo à congregação um pronunciamento esclarecedor sobre a doutrina da Igreja em matéria de aborto.

A carta foi entregue em 4 de maio, mas não recebeu resposta. Os autores souberam por um funcionário da congregação que a carta foi encaminhada ao Secretário de Estado, cardeal Tarcisio Bertone, “uma vez que o artigo de Fisichella fora escrito a seu pedido”.

Dois membros da pontifícia academia para a vida transmitiram então diretamente ao papa um dossiê sobre o acontecido.

Em 8 de junho Bento XVI teria discutido o caso com Bertone e teria ordenado que fosse publicada uma declaração que reafirmasse a doutrina da Igreja em matéria de aborto.

Mas tal texto ainda não viu a luz do dia. Há quem se oponha a que seja publicado no “L’Osservatore Romano”. E há quem desejaria que fosse transmitido por via reservada somente a um restrito número de destinatários: os bispos e os acadêmicos mais diretamente envolvidos na controvérsia.

[Comentário de Pe. Clécio]

Finalmente ficamos sabendo a pedido e sob autoridade de quem foi escrito o vergonhoso artigo de Fisichella. Os acadêmicos se moveram e levaram o caso a Levada que transmitiu “mateus” a quem o pariu. Como Bertone fez pouco do pedido, apresentaram o caso ao Papa, que decidiu: uma declaração que reafirmasse a doutrina da Igreja.

Desnecessário dizer que tal declaração seria favorável a Dom José Cardoso Sobrinho e desmascararia a posição falsamente “pastoral” de Rino/Bertone. Cadê o texto?

Magister afirma que há quem se oponha a que saia no “L’Osservatore”. Por que razão o incógnito supõe que o jornal do Papa não seja adequado para publicar uma declaração que reafirme a doutrina da Igreja? Para não ferir sensibilidades prelatícias? Para não avechar o presidente da academia para a vida?

Lançar às feras um pobre arcebispo latinoamericano “sem dinheiro no banco, sem parentes importantes e vindo do interior” pode!

Fonte: Settimo Cielo

Tradução: OBLATVS

Curtas da semana.

Dom Fellay na Congregação para a Doutrina da Fé.

Dom Bernard Fellay(ReL) Na última sexta-feira voltou a circular em Roma os rumores sobre um possível acordo entre o Vaticano e a Fraternidade de São Pio X, fundada em 1970 pelo arcebispo francês Marcel Lefebvre (1905-1991). Tudo surgiu ao se saber da presença do superior da congregação, monsenhor Bernard Fellay, na Cidade Eterna, que na sexta-feira teria uma audiência na Congregação para a Doutrina da Fé.

Súplica ao Santo Padre: caminhar para além das afirmações retóricas.

Mons. Gherardini Brunero‹‹ Para o bem da Igreja – e mais especificamente para a atuação da “salus animarum” que é a primeira e “suprema lex” – depois de décadas de livre criatividade exegética, teológica, litúrgica, historiográfica e “pastoral” em nome do Concílio Ecumênico Vaticano II, parece-me urgente que se faça um pouco de clareza, respondendo oficialmente à pergunta sobre a continuidade do mesmo – não declamada, mas demonstrada – com os outros Concílios e sua fidelidade à Tradição desde sempre em vigor na Igreja. […] Parece, de fato, difícil, se não impossível, colocar as mãos na esperada hermenêutica da continuidade, a menos que se proceda a uma análise cuidadosa e científica de cada um dos documentos, deles conjutamente e de todos os seus argumentos, suas fontes imediatas e remotas, e se continua em vez de falar apenas repetindo o conteúdo ou apresentando-o como uma novidade absoluta. Esse pensamento há tempos nasceu em minha mente – que ouso ora apresentar à Sua Santidade – de uma grande e Livro de Mons. Gherardini possivelmente definitiva purificação sobre o último Concílio em todos os seus aspectos e conteúdo. Parece, de fato, lógico e adequado que todos os aspectos e conteúdos sejam estudados em si e em conjunto com todos os outros, com os olhos fixos em todas as fontes, e sob o ângulo específico do Magistério eclesiástico precedente, solene e ordinário. A partir desse amplo e irrepreensível trabalho científico, comparado com os resultados seguros da atenção crítica ao secular Magistério da Igreja, será então possível elaborar um argumento para uma avaliação segura e objetiva do Concílio Vaticano II […] Mas se a conclusão científica do exame levar à hermenêutica da continuidade como a única devida e possível, será portanto necessário provar – para além de toda afirmação retórica – que a continuidade é real, e tal se manifesta apenas na identidade dogmática de fundo. […] [Se] não resultar cientificamente provado, seria necessário dizê-lo com serenidade e franqueza, em resposta à exigência de clareza sentida e esperada por quase meio século. ›› Do recém lançado livro de Monsenhor Brunero Gherardini, Concilio Ecumenico Vaticano II. Un discorso da fare, editado pela Casa Mariana Editrice di Frigento, fundada e dirigida pelos Franciscanos da Imaculada, com prefácio de Dom Mario Oliveri, bispo de Albenga e Imperia, e apresentação de Dom Albert Malcom Ranjith, secretário da Congregação para o Culto Divino.

Acordo secreto.

(Rorate-Caeli) Giacomo Galeazzi faz a resenha da nova biografia de Paulo VI escrita por Andrea Tornielli para o La Stampa e menciona que aquilo que muitos consideravam uma teoria da conspiração era verdade: sem dúvida, houve um acordo secreto, conduzido pelo Cardinal Tisserand, entre a União Soviética e a Santa Sé (sob João XXIII) em 1962 – um acordo que Paulo VI também respeitou, conforme Galeazzi diz:  ‹‹ Em uma nota de 15 de novembro de 1965, Montini, de fato, menciona explicitamente que dentre “os compromissos do Concílio” existe também aquele “de não mencionar o comunismo (1962)”.  A indicação da data do final da frase escrita por Paulo VI refere-se ao acordo secreto, relacionado por Tisserand, entre Roma e Moscou ›› .  E isso explicaria porque o Concílio Vaticano Segundo, que discutiu todo tipo de questões, relevantes e irrelevantes da mesma forma, ignorou a ameaça mais desafiadora de seu tempo: o comunismo.

Desempregado.

Padre Fioraso(Messa in Latino) ‹‹ Uma visitação canônica enviada pela Santa Sé decidiu pela substituição do abade de Santa Croce in Gerusalemme, Padre Simon Fioraso. O vigário de Roma, o Cardeal Agostino Vallini, nomeará em breve um padre da diocese como pároco enquanto a comunidade dos cistercienses não tiver na capital forças suficientes para garantir a cura da paróquia anexa ao Mosteiro. Assim confirmou à Agi Monsenhor Marco Fibbi, diretor do departamento de comunicações Sociais da diocese de Roma ›› .  Conforme o blog Messa in Latino, os motivos para o afastamento do pároco são os abusos na liturgia e na condução da paróquia.

Uma a cada cinco é extraordinária.

(Kreuz.net) No ano de 1966 ocorreram aproximadamente 900 ingressos nos seminários franceses. Em 2007 foram menos de 150, conforme informou a organização francesa ‘Paix Liturgique’ em um comunicado de imprensa de 28 de maio. Atualmente, 756 seminaristas estudam na França. Ao final do Concílio Vaticano II eram mais de 4.500. ‘Paix Liturgique’ ressalta também que hoje em dia na França surge uma nova categoria de seminaristas – aquela dos seminários tradicionalistas. Atualmente, existem no país 160 seminaristas tradicionalistas. Assim, eles já perfazem um quinto da soma total dos candidatos ao sacerdócio. A essa altura, deve-se levar em consideração – diz a ‘Paix Liturgique’ – que a Missa será celebrada regularmente no Rito Antigo em pouco menos de uma a cada cem paróquias francesas* : “Assim, temos que reconhecer a influência “extraordinária” que o Rito Antigo exerce sobre as vocações”. Nesse ínterim, o bispo de Toulon, Mons. Dominique Marie Jean Rey (56), decretou que todos os seus seminaristas devem aprender a celebração do Rito Antigo. Mons. Rey é membro da comunidade carismática ‘Emmanuel’ fundada na França.  * Nota de Tradução: Segundo o Serviço de Informações do Vaticano (Departamento Central de Estatísticas), na França existem 16.553 paróquias para uma população de 61.350.000, dos quais 46.427.000 (75,5 por cento) são católicos.

Progressistas e neo-conservadores, está tudo em casa.

(Kreuz.net). O Professor de Teologia Dogmática de Regensburgo, Wolfgang Beinert (76), emérito em 1998, publicou um livro contra a Fraternidade São Pio X chamado “Der Vatikan und die Pius-Brüder: Anatomie einer Krise“ [O Vaticano e a Fraternidade São Pio X: Anatomia de uma crise]. A obra inclui contribuições de notórios neo-conservadores e liberais inimigos da Tradição católica, dentre eles o Professor de Teologia Dogmática de Tubinga já aposentado, Pe. Peter Hünermann, o Bispo Kurt Koch de Basel, Bispo Gerhard Ludwig Müller de Regensburgo ou o Diretor da “Agência Católica de Notícias” da Alemanha, Ludwig Ring-Eifel.

Fundo do poço.

(Kath) Na Suécia os nascituros podem ser abortados quando a mãe não concorda com o sexo da criança, conforme decisão do Serviço Nacional de Saúde em Estocolmo. Uma mãe com duas filhas de Eskilstuna (ao sul da Suécia) fez dois abortos porque não queria uma terceira filha. Ao ficar grávida novamente ela pediu aos médicos que lhe informassem o sexo da criança. Estes pediram conselho ao Serviço Público. Resposta: os abortos motivados por insatisfação com o sexo não deveriam ser negados. Caso contrário se violaria a legislação em vigor, que permite o aborto até a 18ª semana. Segundo informe do jornal sueco, no momento, existe um turismo de aborto entre a Noruega e a Suécia: o fato de que na Noruega o aborto somente é permitido até a décima segunda semana, assim que ficam sabendo o sexo da criança, as gestantes viajam cada vez mais para o país vizinho. Entre elas estariam especialmente mulheres de outras culturas. “Quando uma mulher já tem três ou quatro meninas e vem da Turquia a pressão é grande para ter um menino” cita um abortista no jornal.

Arquidiocese de Olinda pode levar Dom Fisichella ao Tribunal Eclesiástico.

(Oblatvs) A Arquidiocese de Olinda e Recife distribuiu entre oficiais da Cúria Romana um memorando detalhando as medidas tomadas pela mesma na defesa da menina de 9 anos vítima de estupro. O objetivo do memorando é chegar a uma solução “cristã e amigável” para o impasse criado pelo artigo do Presidente da Pontifícia Academia para a Vida publicado no L’Osservatore Romano. Segundo Monsenhor Ignácio Barreiro, é a coisa certa a ser feita antes de buscar a solução no tribunal. […] O memorando de seis páginas é assinado pelo advogado da arquidiocese pernambucana e foi distribuído para centenas de oficiais da cúria. Ele desmonta a versão apresentada pelo artigo de Dom Fisichella e que repercutiu no mundo inteiro, em razão do autor e do jornal.[…] Dom Cardoso Sobrinho disse recentemente que o L’Osservatore se recusa a publicar sua versão dos fatos. O jornal já havia cometido uma injustiça contra Dom José e agora comete a segunda. Diante dos poderosos bispos americanos a atitude do corajoso editor do jornal foi bem outra.