Guerra alemã.

Quase imediatamente após a sua renúncia ao governo da arquidiocese de Friburgo ser acolhida pelo Papa Francisco, o arcebispo Robert Zollitsch torna público um documento “pastoral” onde orienta os padres sobre a comunhão aos católicos divorciados e em segunda união. Poucas semanas depois o Prefeito da Doutrina da Fé, o também alemão Gerhard Müller, publicou um longo artigo no L’Osservatore Romano onde defende a atual posição católica de total inviolabilidade do casamento, desde que validamente celebrado. Agora Müller se dirige de forma direta ao arcebispo emérito Zollitsch, e aos demais bispos da Alemanha, revogando o documento “pastoral”. Abaixo a carta enviada por Müller.

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A Sua Excelência!
Honorável Senhor Arcebispo!

Com o documento prot. N 2922/13, de 8 de outubro de 2013, o Nuncio Apostólico informou o projeto das diretrizes para o cuidado pastoral das pessoas separadas, divorciadas e recasadas civilmente na Arquidiocese de Friburgo, bem como a sua circular aos membros da Conferência Episcopal Alemã antes da publicação dessa carta, à Congregação para a Doutrina da fé. Uma leitura cuidadosa do rascunho do texto revela que ele contém ensinamentos pastorais muito corretos e importantes, mas não é claro em sua terminologia e não corresponde com o ensinamento da Igreja em dois pontos:

“As pessoas divorciadas e recasadas se colocam no caminho do seu acesso à Eucaristia”.
1. Em relação à recepção dos sacramentos por fiéis divorciados novamente casados ​​a proposta dos bispos da área de Oberrhein é novamente recomendada como uma direção pastoral: após um processo de discussão com os párocos, as pessoas interessadas podem chegar à conclusão de participar muito na vida da Igreja, mas a abster-se deliberadamente de receber os sacramentos, enquanto outras podem em suas situações concretas alcançar uma “decisão responsável de consciência” e serem capazes de receber os sacramentos do Batismo, a Sagrada Comunhão, Crisma, Reconciliação e Unção dos Enfermos, e esta decisão deve “ser respeitada” pelo padre e pela comunidade.

Ao contrário desta suposição, o Magistério da Igreja enfatiza que os pastores devem reconhecer bem  as diversas situações e devem convidar os fiéis afetados por elas a uma participação na vida da Igreja, mas também “reafirma a sua prática, que é baseada na Sagrada Escritura, de não admitir à comunhão eucarística divorciados que voltaram a casar “(cf. João Paulo II, Exortação Apostólica Familiaris Consortio, de 22 de novembro de 1981, N. 84; também comparar a Carta desta Congregação de 14 de setembro de 1994 sobre a recepção da Comunhão por divorciados recasados fiel, que rejeita a proposta dos bispos Oberrhein, e Bento XVI, Exortação Apostólica Sacramentum Caritatis, de 22 de fevereiro de 2009, N. 29).

Esta posição do Magistério é bem fundamentada. Divorciados recasados estão no caminho de seu acesso à Eucaristia, na medida em que o seu estado de vida é uma contradição objetiva para a relação de amor entre Cristo e a Igreja, que se torna visível e presente na Eucaristia (razão doutrinária). Se estas pessoas pudessem receber a Eucaristia isso causaria confusão entre os fiéis sobre o ensinamento da Igreja sobre a indissolubilidade do matrimônio (razão pastoral).

2. Além disso, um rito [service, no original em inglês, NdT] de oração para os fiéis divorciados que entram em um novo casamento civil é sugerido. Embora seja explícito que isso não é um “semi-casamento” e a cerimônia deve ser simples, mas ainda assim seria uma espécie de “rito”, com uma entrada, a leitura da Palavra de Deus, benção e entrega de uma vela, oração e conclusão.

Tais celebrações foram expressamente proibidas por João Paulo II e Bento XVI: “O respeito devido ao sacramento do Matrimônio, para os próprios casais e suas famílias, e também para a comunidade dos fiéis, proíbe qualquer pastor, por qualquer motivo ou pretexto mesmo de natureza pastoral, de realizar cerimônias de qualquer natureza para as pessoas divorciadas que se casam novamente. Estas dariam a impressão de celebração de novas núpcias sacramentais válidas, e que, assim, levariam as pessoas ao erro sobre a indissolubilidade do matrimônio contraído validamente “(Familiaris Consortio, n. 84).

Os fiéis afetados devem receber suporte, mas é preciso evitar que “cresça confusão entre os fiéis sobre o valor do matrimônio” (Sacramentum Caritatis, N. 29).

Devido às discrepâncias acima destacadas, o projeto de texto deve ser retirado e revisto, de modo que nenhuma direção pastoral seja sancionada que se oponha aos ensinamentos da Igreja. Porque o texto suscitou questões não só na Alemanha, mas em muitas partes do mundo, bem como levou à incertezas numa questão pastoral delicada, me senti obrigado a informar ao Papa Francisco sobre isso.

Após consulta com o Santo Padre, um artigo de minhas mãos foi publicado em L’Osservatore Romano em 23 de outubro de 2013, que resume o ensino vinculante da Igreja sobre estas questões. Essa contribuição também foi publicada na edição semanal do jornal do Vaticano.

Uma vez que um número de bispos que se voltou para mim e um grupo de trabalho da Conferência Episcopal Alemã está lidando com o tema, gostaria de informar que vou enviar uma cópia desta carta a todos os bispos diocesanos da Alemanha. Esperando que sobre esta questão delicada nós vamos por caminhos pastorais, que estão em pleno acordo com a doutrina da fé da Igreja, fico com cordial saudação e bênção no Senhor.

Gerhard L. Müller
Prefeito

  • Batalha 4 – Cardeal Marx [um dos purpurados membros do poderoso conselho de 8 cardeais erigido pelo Papa Francisco]: “O Prefeito da CDF não pode por fim à discussão”.

    Por Pray Tell | Tradução: Fratres in Unum.com – Na opinião do Cardeal Marx, de Munique, o debate sobre o tratamento dado pela Igreja Católica a divorciados recasados está completamente aberto. “O prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé não pode colocar um fim na discussão”, declarou, na quinta-feira, na conclusão do encontro da Conferência Episcopal de Frisinga, noticiou Kathweb […]. “Veremos que isso é discutido muito amplamente; quanto ao resultado, não sei”. O Cardeal Marx afirmou que é o desejo expresso de Roma que haja uma ampla discussão por toda a Igreja em preparação para o sínodo especial sobre a família, em outubro de 2014 […]. Um grande número de fiéis não podem entender plenamente “que uma segunda união não seja aceita pela Igreja”. Ele crê ser inadequado falar de divórcio simplesmente como “uma falha moral”.

As diaconisas “não são mais um tabu”.

Mons. Robert ZollitschPor Rorate Caeli | Tradução: Fratres in Unum.com –  O chefe da Igreja Católica na Alemanha defendeu que as mulheres tenham  permissão para se tornarem diaconisas, o que lhes permitiria realizar batismos e casamentos fora da missa – uma novidade para as mulheres católicas.

O Arcebispo de Friburgo, Dom Robert Zollitsch, que preside a Conferência Episcopal Alemã, convocou a mudança ao final de uma assembleia de quatro dias para discutir possíveis reformas.

A conferência, a primeira do tipo, convidou 300 peritos católicos romanos para proporem reformas. Os comentários de Zollitsch ecoam reivindicações de anos por parte do Comitê Central de Católicos Alemães para permitir que as mulheres se tornem diaconisas. No domingo, Zollitsch disse que o objetivo não era mais um ‘tabu.’

Zollitsch disse que a Igreja Católica somente poderia recuperar credibilidade e pujança comprometendo-se com a reforma. Ele descreveu uma “atmosfera de abertura e liberdade” na conferência.

Outra proposta que surgiu da conferência foi estender os direitos de divorciados casados para ocupar órgãos eclesiais, como, por exemplo, conselhos paroquiais. Os membros da Conferência discutiram também a possibilidade de conceder–lhes o direito de receber a Sagrada Comunhão e se confessarem.

A posição dos divorciados permanece altamente polêmica dentro da Igreja. A Conferência também abordou a questão da dificuldade, particularmente na Alemanha oriental, de recrutar pessoas para trabalhar em instituições católicas, como, por exemplo, hospitais e jardins de infância. No momento a Igreja somente pode empregar católicos romanos. Entretanto, Zollitsch reivindicou que as licenças de trabalho sejam estendidas a não católicos e àqueles com “estilos de vida diferentes.” Isso se aplicaria tecnicamente a pessoas homossexuais também. Todavia, é improvável que ocorram reformas trabalhistas na Igreja nos próximos três anos.

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Nota do Fratres: Após estas declarações, diversos bispos na Alemanha vieram a público negar que as mulheres possam ascender ao diaconato, primeiro grau do sacramento da ordem. O que seria criado é um “diaconato específico” para mulheres, ou seja, uma invenção, algo totalmente novo, distinto do diaconato reservado aos homens. Zollitsch é o mesmo que, há 4 anos, negou o caráter expiatório da morte de Nosso Senhor Jesus Cristo.

”Misericórdia aos católicos em segunda união”. O apelo do presidente dos bispos da Alemanha.

Mais uma do Arcebispo que negou abertamente o dogma da Redenção.

IHU – O presidente da Conferência Episcopal Alemã, Robert Zollitsch, está convencido de que, em um futuro não muito distante, a Igreja Católica irá reformar a sua atitude para com os fiéis divorciados e em segunda união. “É uma questão de misericórdia. Em breve, falaremos disso intensamente”, disse Zollitsch em entrevista à revista alemã Die Zeit. Ele não crê que o fim do celibato “seja a solução para a Igreja mundial, mas acredito que daremos passos à frente na questão das pessoas divorciadas e que se casaram novamente – e acredito que os daremos enquanto eu ainda estiver vivo”, continuou o arcebispo de 73 anos de Friburgo.

A reportagem é de Alessandro Alviani, publicada no sítio Vatican Insider, 03-09-2011. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

Hoje, os católicos divorciados e em segunda união não podem tomar a comunhão. O tema tem um papel indireto às vésperas da visita do papa à Alemanha, agendada para os dias 22 a 25 de setembro: Bento XVI foi convidado pelo presidente alemão, Christian Wulff, católico separado e em segunda união. “Para mim”, afirmou Zollitsch, Wulff “é um católico que vive a sua fé e sofre com a situação”.

O presidente dos bispos alemães mostrou depois um certo descontentamento com a lentidão das reformas dentro da Igreja Católica: “Às vezes, eu também corro o risco de me cansar e penso: por que não se vai mais rápido? Às vezes, eu tenho que infundir em mim mesmo a paciência necessária”. Em Roma, continuou Zollitsch, há ambientes que “imediatamente sentem o cheiro de apostasia quando, na Alemanha, discutimos de um modo um pouco mais controverso”. Aqui, no entanto, “debatemos as questões de fé de uma forma diferente do que na Itália. Essa abertura à discussão que temos na Alemanha não é entendida facilmente em Roma”, certamente não por parte do papa, mas de “alguns cardeais”.

Trata-se, admitiu, de uma consequência da Reforma Protestante: “Em Roma, a Alemanha é vista – não pelo Santo Padre – como o país do cisma”. No restante do mundo, a Igreja Católica alemã é apreciada, ao contrário, como uma financiadora. “Os alemães contam muito em qualquer lugar em que haja alguém que precisa de dinheiro”, observou Zollitsch. Hoje, ele lembra, os custos para a formação dos sacerdotes na América Latina são em grande parte cobertos pela Alemanha, que também financia 60% dos padres do Sul da África.

Quanto à visita do papa à Alemanha, o presidente dos bispos alemães é claro: “Não devemos sobrecarregá-la de muitas expectativas: ele mesmo é muito realista e explica que não se pode pensar que, no dia seguinte a essa visita, tudo será diferente na Alemanha”. Bento XVI, no entanto, lançará “um impulso” à questão do ecumenismo.

Na entrevista, Zollitsch fala, por fim, sobre a relação entre católicos e política. “Estou feliz por haver um partido que tem no seu nome o ‘C’ de “cristão”, observa, referindo-se ao CDU, o Partido Cristão-Democrata da chanceler Angela Merkel, e ao seu irmão gêmeo bávaro CSU.

Porém, hoje, mais do que nunca, todo católico deve ponderar sozinho a sua decisão de voto, acrescentou o chefe da Conferência Episcopal, que também elogia os Verdes alemães: mudaram, e hoje, nas suas posições, há diversos pontos em comum com as convicções cristãs.

Curtas da semana.

Honestidade intelectual.

Papa e Príncipe Ghazi(Newliturgicalmovement.org) O príncipe jordaniano Ghazi Bin Talal louvou a “coragem” do Papa em tomar decisões contra a maré, tais como a liberação da Missa Latina [de 1962]. (…) Tendo agradecido Bento XVI pelo “esclarecimento” dado pelo Vaticano sobre a controversa ‘lectio’ de Regensburg e apontado que a figura de Maomé é “completa e totalmente diferente” da imagem dada na historiografia ocidental, o príncipe enfatizou que o pontificado de Ratzinger tem sido “marcado pela coragem moral de dar voz e permanecer fiel à sua própria consciência, não importando a moda do dia”. Mais especificamente, Ghazi Bin Talal lembrou que Bento XVI escreveu encíclicas papais “históricas” sobre o amor e a esperança, promoveu o diálogo inter-religioso e “liberou a Missa Latina tradicional para aqueles que aderem a ela”.

Uma bagatela.

Padre Edvino(O Dia) Rio  – A crise aberta com a descoberta da compra de um apartamento de luxo pela Arquidiocese do Rio causou a demissão do padre Edvino Steckel. Ele foi um dos homens mais poderosos da Igreja no Rio durante a gestão de Dom Eusébio Scheid, encerrada no mês passado. Padre Edvino foi obrigado a se afastar do cargo de ecônomo — administrador dos bens da Arquidiocese — e deixou a diretoria da Rádio Catedral. (…) A decisão de retirar o padre Edvino dos cargos foi tomada pelo novo arcebispo, Dom Orani Tempesta, durante reunião, quarta-feira, com os seus bispos-auxiliares. Irritado ao saber da compra do apartamento, Dom Orani chegou a adiar uma viagem para a Alemanha: só embarcou ontem, depois de resolver o problema. (…) O apartamento, na Avenida Rui Barbosa, no Flamengo, tem cerca de 500 metros quadrados e serviria de residência para Dom Eusébio quando ele viesse ao Rio — o arcebispo emérito (aposentado) foi morar em São José dos Campos, São Paulo. De acordo com escritura arquivada no 3º Registro Geral de Imóveis, o imóvel custou R$ 2,2 milhões, pouco mais de US$ 1 milhão. A taxa de condomínio é de R$ 2 mil.

Sob ameaça.

ROMA, 7 de maio de 2009 (LifeSiteNews.com) – Nos dias que precedem a sua viagem à Terra Santa, o Papa Bento XVI foi advertido por extremistas islâmicos de que ele precisa parar com quaisquer tentativas de converter os muçulmanos ao cristianismo ou encarar “as conseqüências de uma reação severa”. A agência de notícias da ANSA informa que o Talibã emitiu uma declaração em um sítio islâmico depois que a agência islâmica de notícias Al Jazeera mostrou soldados americanos segurando cópias da Bíblia traduzida em dois idiomas locais. “O Emirado Islâmico no Afeganistão pede ao Papa Bento XVI que atue no sentido de parar com as ações tolas e irresponsáveis dos cruzados que perturbam os sentimentos dos rebeldes muçulmanos, sem esperar pelas conseqüências de uma reação grave”, disse a mensagem no sítio alemarah1.org. (…) Ao mesmo tempo, os extremistas islâmicos na Jordânia condenaram a visita do Papa, reclamando que ele havia deixado de se desculpar pelo que consideraram insultos no Islã em um discurso em Regensburgo, em 2006.

Não há com o que se preocupar, terroristas.

O padre Rifat Bader, porta-voz oficial do Vaticano na Jordânia, explica: “não falamos sobre evangelização aqui, mas sobre respeito mútuo. Focamos em trabalhos de educação (em universidades e institutos mantidos pela Igreja Católica), mas sem o objetivo de que os estudantes se convertam ao cristianismo, mas para que eles se tornem bons humanos”.

Pois na região impera a covardia.

O Patriarca Latino de Jerusalém e principal autoridade da Igreja Católica na região, Dom Fouad Twal, expressou preocupação com a visita do Bento 16. “O que mais me preocupa é o discurso que o papa fará aqui”, disse Twal ao jornal Haaretz. “Se ele disser uma palavra a mais em favor dos muçulmanos, terei problemas, ou uma palavra a mais em favor do judeus, também terei problemas. No final da visita ele voltará para Roma e eu ficarei aqui para arcar com as consequências”.

Descontentes.

Ativista de extrema-direita é abordado em frente à residência presidencial em Jerusalém, nesta segunda-feira (11), quando protestava contra a visita do Papa Bento XVI a Israel. 'Você crucificou o povo judeu', diz o cartaz. (Foto: AP)
Ativista em frente à residência presidencial em Jerusalém. 'Você crucificou o povo judeu', diz o cartaz. (Foto: AP)

(Ynet) O Papa Bento XVI chegará a Israel na segunda-feira depois de uma viagem de três dias na Jordânia seguido por milhares de peregrinos cristãos. Enquanto os preparativos para a visita histórica são concluídos pelo país, parece que há alguns que não estão tão felizes pela visita. “A Igreja Católica torturou e ajudou os opressores nazistas a aniquilar o povo judeu. Agora o chefe desta igreja, o Papa, está vindo a Israel”, Rabbi Shalom Dov Wolpe, presidente do SOS Israel, disse a Ynet na noite de sábado. (…) “O homem que foi membro da juventude de Hitler quando era jovem está aqui para receber a herança daqueles assassinos – os santos sítios judaicos. (…) O Papa vem para rezar nos lugares de importância religiosa para o cristianismo, e isso contraria nossa religião. Podem lhe ser concedidos todos os serviços dados aos gentios que vêm a Israel, mas ele não deve ser honrado como o representante da religião cristã”.

Retratação?…

(Oblatus) No último número do Konradsblatt Mons. Zollitsch fez publicar um texto onde se manifesta a respeito da morte expiatória de Cristo, depois que as críticas às suas declarações teológicas inaceitáveis estavam provocando sempre mais protestos. No artigo com o título Anunciamos a Tua morte, Senhor, proclamamos a Tua ressurreição, entre outras coisas se lê: “A fé cristã não tem medo de atribuir à morte do Senhor um positivo significado salvífico e expiatório. Cristo morre em favor dos homens e no seu lugar. Ele cumpre o que os próprios homens não podem cumprir, enquanto envolvidos no pecado. Ele torna-se uma vítima da maldade humana, vítima que morre humilhada e torturada na cruz. No lugar dos homens Ele se abandona como vítima sacrifical ao amor salvífico e eficaz de Deus, amor que é o motivo mais profundo da Sua esperança. Assim, Ele abre ao nosso mundo pecaminoso e violento o acesso ao amor de Deus”

Inquietos.

Livro

‹‹ Em 2006, Roma reconciliava em Bordeaux um grupo de padres tradicionalistas vindos do movimento de Mons. Lefebvre. As condições nas quais a decisão foi tomada causaram um verdadeiro mal-estar. Trata-se apenas de uma questão de liturgia ou o caso não esconde uma reconsideração da recepção do Vaticano II? As inquietações seriam menores se os documentos publicados por ocasião da ereção do novo Instituto do Bom Pastor exprimissem claramente da parte dos tradicionalistas reconciliados uma atitude de reconhecimento dos ensinamentos do último Concílio. A incerteza, para não dizer a ambiguidade, sobre este ponto entretanto essencial é preocupante. (…) Mas se por detrás da questão litúrgica nos defrontamos com homens que têm sempre a certeza de ter permanecido na verdade apesar e contra a Igreja, e a vontade deles de fazê-la ceder sobre este ponto simbólico para conquistar um canto no edifício do Vaticano II, se os tradicionalistas interpretam um ato de flexibilidade pastoral como o acesso a um “bastião da reconquista” e finalmente a justificação da sua desobediência prolongada e às vezes obstinada à Igreja, então podemos estar legitimamente inquietos. ›› “L’Institut du Bon-Pasteur, un espoir ou une équivoque?”, excerto da obra de co-autoria do Pe. Bernard Sesboüé, da completamente sem esperança e equivocada Companhia de Jesus, intitulada De Mgr Lefebvre à Mgr Williamson – Anatomie d’un schisme.

“O Arcebispo precisa se retratar”.

De acordo com o Direito Canônico, o Arcebispo Zollitsch de Freiburg corre o risco de se tornar um herege. Por Padre Franz Schmidberger.

(kreuz.net, Stuttgart) No sábado de Aleluia, o Presidente da Conferência Episcopal Alemã, Robert Zollitsch negou o caráter expiatório da Paixão e Morte de Cristo no programa “Horizonte”. Deus teria apenas se solidarizado com os homens através da Paixão de seu Filho, a fim de apoiá-los no sofrimento e na morte. Possivelmente, Jesus teria também carregado os pecados dos homens sobre si. Porém, ele não os teria expiado, mas apenas suportado, para estar mais próximo das pessoas a partir de um sentido de vínculo em comum.

Recentemente, o Padre Schmidberger celebrou uma Missa em Gießen, na diocese de Mainz

Falso, certamente herético. Temos aqui uma negação do sacrifício expiatório como reparação legal em relação ao Pai. Essa negação deve ser avaliada claramente como heresia de acordo com o Magistério da Igreja!

Ao dizer tal coisa, o Arcebispo é instado a retirar publicamente a sua afirmação falsa.

A passagem decisiva na entrevista é a seguinte:

Transmissão de Hesse: também o senhor não mais diria que Deus efetivamente deu o seu próprio Filho porque as pessoas eram pecadoras. O senhor não diria mais a coisa dessa maneira?
Mons. Zollitsch: Não, ele deu o seu próprio Filho em solidariedade conosco até nessa última necessidade de morte para mostrar “o quanto vocês valem para mim”. “Vou com vocês, estou totalmente com vocês em cada situação”.

Com isso o Presidente da Conferência Episcopal Alemã e Arcebispo de Freiburg, Robert Zollitsch, negou um dogma de Fé da Igreja. Caso ele não retire essa negação corre o risco de se tornar um herege segundo o Direito Canônico. O Magistério da Igreja é claro a esse respeito:

A causa do mérito, no entanto, é o seu muito amado Filho único, nosso Senhor Jesus Cristo, que mereceu a justificação para nós, “quando éramos inimigos” [Rom 5,10], “devido ao imenso amor com o qual ele nos amou” [Ef 2,4], através de sua santa Paixão no madeiro da cruz [Can. 10] e Deus Pai fez reparação por nós (Concílio de Trento, DH 1529).

No Decreto “Lamentabili” de Pio X condena-se como modernismo a seguinte afirmação: “O ensinamento da morte expiatória de Cristo não é um ensinamento dos Evangelhos, mas apenas paulino” (DH 3438).

O Testemunho das Sagradas Escrituras é inesgotável. Eis aqui apenas uma seleção:

Se, quando éramos ainda inimigos, fomos reconciliados com Deus pela morte de seu Filho, com muito mais razão, estando já reconciliados, seremos salvos por sua vida.” (Rom 5,10).

Carregou os nossos pecados em seu corpo sobre o madeiro para que, mortos aos nossos pecados, vivamos para a justiça. Por fim, por suas chagas fomos curados” (I Pd. 2,24).

Fomos curados graças às suas chagas” (Is 53,6).

Este é o meu sangue, que foi derramado por muitos para o perdão dos pecados” (Mt 26,28).

Resumindo, diga-se que o Arcebispo Zollitsch transforma um sacrifício expiatório da redenção em um “sacrifício de solidariedade”: Cristo sofre devido a um sentimento de comunidade, como um terapeuta acompanhante em nossas necessidades, porém, não porque exista a necessidade de salvação a partir do pecado.

Assim, pedimos a retratação imediata do Arcebispo de Freiburg e Presidente da Conferência Episcopal Alemã.  Essa declaração deve ser descrita como heresia e traz um grande dano ao Magistério da Igreja Católica, porque sai da boca de um bispo em exercício. Esperamos que o esclarecimento dessa frase ocorra publicamente nos próximos dias.

O autor é o Superior do Distrito alemão da Fraternidade Sacerdotal São Pio X.

Curtas da semana.

Escândalo: Presidente da Conferência Episcopal Alemã nega dogma da Redenção.

Mons. Robert Zollitsch(kreuz.net) Para o Presidente da Conferência Episcopal Alemã, que apostatou da Fé Católica, a crucifixão de Cristo é mais um apoio psicológico no sofrimento.  No Sábado de Aleluia, o Arcebispo de Freiburg e Presidente da Conferência Episcopal Alemã, Mons. Robert Zollitsch, negou a morte expiatória de Cristo.  O Arcebispo Zollitsch fez essa afirmação em uma entrevista com Meinhard Schmidt-Degenhard para o programa “Horizente” do Canal de TV alemão ‘Hessischer Rundfunk’. Cristo “não teria morrido por causa dos pecados da humanidade, porque Deus tivesse precisado de uma vítima expiatória, um bode expiatório, por assim dizer”, disse o Arcebispo. O Salvador teria simplesmente se “solidarizado” com o sofrimento das pessoas até a morte. Ele teria mostrado que também o sofrimento e a dor seriam aceitos por Deus. Para Mons. Zollitsch isso significa “essa grande perspectiva, essa solidariedade imensa”, que vai tão longe que ele sofre “junto” comigo. Schmidt-Degenhard dá uma alfinetada: O senhor não diria mais que Deus efetivamente deu seu único Filho porque as pessoas pecaram? Essa expressão não seria mais formulada?” O Arcebispo Zollitsch confirmou a sua apostasia da Fé Católica com um sonoro “Não”: “Ele se envolveu comigo por solidariedade – de livre e espontânea vontade.” Assista a entrevista aqui.

Schola Cantorum Bento XVI seleciona cantores e organistas.

Capela Nossa Senhora de FátimaA Schola Cantorum Bento XVI, responsável pelo canto gregoriano na Missa Tridentina em Jacareí, São Paulo, está recrutando novos interessados em fazer parte do coral. Os ensaios são realizados todos os sábados, às 9 da manhã, na Igreja Matriz Imaculada Conceição, em Jacareí. Informações pelo e-mail scbentoxvi@hotmail.com ou no blog da schola.

Vaticano investiga liderança de religiosas nos Estados Unidos.

“A Congregação do Vaticano para a Doutrina da Fé iniciou uma investigação doutrinal da maior organização de lideranças de religiosas dos Estados Unidos, a Conferência de Lideranças de Mulheres Religiosas.  O Vaticano já anunciara um estudo separado em dezembro passado para avaliar a “qualidade de vida” nas comunidades apostólicas para religiosas por todo os Estados Unidos. A congregação do Vaticano informou aos representantes da conferência de lideranças de sua nova “avaliação doutrinal” numa carta de 20 de fevereiro, que os representantes receberam em 10 de março. A carta veio do Cardeal William Joseph Levada, o prefeito da congregação. Nela, Levada explicou que a congregação está realizando sua “avaliação” da conferência de lideranças femininas depois de preocupações doutrinárias iniciais do Vaticano terem sido expressas em 2001″. Leia a íntegra em National Catholic Reporter.

Auditório ou templo protestante?

Nova igreja do pe. Marcelo Rossi.“O novo espaço foi projetado pelo arquiteto Ruy Ohtake, que abriu mão da estética convencional dos templos religiosos e abusou das curvas, remetendo à estrutura de uma casa de shows.” Mais detalhes a nova igreja do Pe. Marcelo Rossi aqui.

Último corpo resgatado.

(kreuz.net – Tradução: T.M. Freixinho) Suíça. Conforme informou o periódico suíço ‘Sonntagszeitung’, foi resgatado recentemente o último corpo dos três seminaristas do seminário lefebvrista de Ecône, no cantão suíço de Wallli, mortos durante uma nevasca. Em 11 de fevereiro, uma nevasca surpreendeu quatro seminaristas durante um passeio com calçados de neve nas montanhas de Walliser. Um deles pôde ser libertado da massa de neve, dois foram arrancados de um lago congelado. O terceiro só agora pôde ser encontrado.

Alemanha: dois pesos, duas medidas.

Nossos leitores tomaram conhecimento da nova polêmica suscitada pela declaração do bispo de Augsburg, Dom Walter Mixa, de “que somente na Alemanha mais pessoas morreram através do aborto do que no assim chamado Holocausto“. O Presidente da Associação Regional das Comunidades de Culto Israelitas na Baviera, Josef Schuster, exigindo uma “palavra mais clara da Igreja“, afirmou que é simplesmente infame relativizar o Holocausto, que primeiramente já o fora pelo malvado membro da Fraternidade, Richard Williamson, mesmo de maneira supostamente mais elegante”. Publicamos abaixo as últimas repercussões sobre o assunto: 1) a opinião de Von Günter Annen; 2) as declarações do porta-voz da Diocese de Ausgburg, Dr. Christoph Goldt; 3) a pressão do Presidente da Conferência Episcopal Alemã, Mons. Robert Zollitsch.

Não tem sentido manter viva a história de crimes passados e tolerar os crimes hodiernos através do silêncio. Von Günter Annen.

(kreuz.net, Weinheim). É ultrajante o que está acontecendo atualmente na imprensa alemã. Uma perseguição contra tudo o que não combina com os ditadores do Holocausto. Não nos causa nenhuma contradição relatar e advertir sobre os crimes dos capangas nazistas há cerca de sessenta anos. Porém, quando alguém ousa lembrar os crimes dos capangas nazistas juntamente com os crimes democráticos hodiernos do aborto, isso desencadeia uma onda de indignação de dimensões inimagináveis.

Dom Walter MixaEntão, é o inferno. Por que esse clamor quando o Bispo Walter Mixa denuncia o assassinato por aborto e convida à conversão? Por acaso isso é algo ruim? Diz o ditado que “cães atacados ladram”, o que se aplica melhor a essa situação.

Nenhuma pessoa séria irá questionar que o assassinato de muitas pessoas no Terceiro Reich foi um crime gigantesco. Igualmente é um crime que hoje na Alemanha morram diariamente cerca de 1.000 nascituros, que são pessoas inocentes. Ninguém quer ouvir falar sobre isso. Ninguém quer acreditar nisso. Daí o clamor.

Infelizmente, políticos e representantes de ambas as igrejas raramente levantam as suas vozes pelo direito à vida de pessoas nascituras. Não se ouve nada dos representantes das comunidades judaicas sobre o direito dos nascituros à vida, como se este não existisse.

Não tem sentido manter viva a história de crimes passados e tolerar os crimes hodiernos através do silêncio.

O Autor é Presidente da ‘Iniciativa Nunca Mais!’ em Weilheim

Diocese de Augsburg: Crítica ao Bispo Mixa é totalmente exagerada

Relacionamento fraterno entre judeus e católicos é algo caro aos corações

Augsburg, 2.3.2009 (IBA). A Diocese de Augsburg refutou a crítica do Conselho Central dos Judeus na Alemanha ao Bispo Dr. Walter Mixa através do Secretário Geral Stephan J. Kramer como “errônea e totalmente exagerada”. O mal-entendido de uma suposta comparação da prática do aborto na Alemanha com o Holocausto por parte do Bispo Walter Mixa somente se originou porque no início de uma palestra sobre “Ética e Moral na Política” o Bispo refutou a priori e de maneira contundente, a partir da ocasião atual, toda negação do Holocausto e se solidarizou com os judeus, disse o porta-voz da Diocese, Dr. Christoph Goldt, na segunda-feira. Mixa descreveu e enfatizou o assassinato de cerca de 6 milhões de judeus como “crime abominável e absolutamente singular”, e disse que o Holocausto seria um alerta para sempre no sentido de que se deve respeitar a vida e a dignidade humana de cada indivíduo.

Em seguida, o Bispo afirmou que hoje em dia também são cometidos crimes contra a vida de dimensões inimagináveis e nesse contexto ele mencionou o número de 9 milhões abortos nos últimos trinta anos. Quem tentar interpretar uma atitude anti-semita ou até mesmo xingar a Igreja de medieval a partir dessa afirmação não estará servindo ao diálogo frutuoso e fraterno entre judeus e cristãos. Ao mesmo tempo, cabe a um Bispo católico abordar a injustiça do aborto com toda a clareza. Goldt recordou que o Bispo Mixa fez uma visita de cortesia à comunidade de culto judaico como um de seus primeiros atos oficiais em Augsburg. O relacionamento bom e fraterno entre judeus e católicos seria algo caro ao coração do Bispo, enfatizou Goldt. Todo o resto seria uma difamação perniciosa.

A única coisa que ainda é mais sagrada para ele ?

Dom Robert Zollitsch(kreuz.net) Alemanha. “O Holocausto é algo horroroso. E na verdade não existe nenhuma possibilidade de simplesmente comparar o Holocausto com outros elementos”, esclareceu o Arcebispo de Freiburg e Presidente da Conferência dos Bispos Alemães, Mons. Robert Zollitsch, no “Morgenmagazin” [Revista da Manhã] de ontem do canal de TV ‘ARD’ relativamente a uma declaração do Mons Walter Bispo de Augsburg. Mons. Mixa teria a possibilidade de esclarecer no contexto certo a sua afirmação – que frequentemente é compreendida de maneira errônea: “Nós dois vamos ter uma conversa sobre essa questão.”