Por Rádio Vaticano – Sessão Alemã | Tradução: Fratres in Unum.com – O bispo de Chur, Dom Vitus Huonder, voltou-se contra a chamada “Ideologia de Gênero”. Em uma carta por ocasião do Dia dos Direitos Humanos, ele conclamou os fiéis a defender seus direitos sociais para a proteção da “dignidade fundamental do homem na ordem da criação e redenção”. Dom Huonder adverte explicitamente com relação a uma visão de mundo que pressupõe que o homem pode escolher seu gênero e sua orientação sexual livremente. A Ideologia de Gênero, que defende o “sexo social”, serve para fazer valer o “suposto direito” de casais do mesmo sexo se casarem e adotarem crianças, escreve Huonder.
Dom Vitus Huonder, bispo de Chur, Suíça.
Consequências para a orientação moral
Huonder avalia a Ideologia de Gênero como um ataque ao matrimônio e à família “como as estruturas de suporte da nossa sociedade”. O casamento pressupõe a “união firme e duradoura” do marido e da esposa. Por outro lado, a Ideologia de Gênero considera “qualquer prática sexual”, seja lésbica, gay, bissexual ou transexual, como equivalente à heterossexualidade, disse Huonder. Todas as formas de vida autorizam o “casamento e, portanto, os métodos artificiais de reprodução e adoção de crianças”. Dessa forma, as pessoas serão privadas da “orientação moral sobre o uso correto de sua liberdade”, que as capacita à paternidade, concluiu o bispo de Chur .
“Insustentável Cientificamente”
O fato de existirem “transtornos físicos ou mentais na identidade sexual” não anula a diferença fundamental entre o homem e a mulher, enfatizou ainda Huonder. A Ideologia de Gênero, no entanto, é cientificamente insustentável. A ordem da criação do homem e da mulher é um fato científico: cada uma das células do corpo é “masculina ou feminina“. A injustiça na relação entre os sexos não poderia ser resolvida através da “negação de polaridade de gênero”, observa ainda o prelado.
Dom Vitus Huonder, bispo de Chur, Suíça, celebra a Missa Tradicional
Por DICI | Tradução: Teresa Maria Freixinho – Fratres in Unum.com: Para o início do Ano da Fé, Dom Vitus Huonder, bispo de Chur e administrador apostólico dos cantões de Obwald, Nidwald, Glaris, Zurique e uma parte de Uri, publicou uma carta pastoral intitulada A Sagrada Eucaristia – Um Sinal de Unidade, para ser lida em todas as igrejas da diocese no domingo, 11 de novembro.
Chefe dos departamentos de Liturgia, Ministério e Serviços da Conferência de Bispos da Suíça (CES), o bispo recorda firmemente aos sacerdotes e fiéis as regras para as celebrações litúrgicas. Dom Huonder enfatiza que o direito de organizar a liturgia pertence à autoridade exclusiva da Igreja; um padre não pode decidir por sua própria conta acrescentar, retirar ou modificar qualquer rubrica, e ele nunca poderá usá-la como um “meio legítimo para promover a participação dos leigos na liturgia.” “Na liturgia, Deus é o verdadeiro autor, idealizador e ator, e a Igreja tem o dever de preservar o sagrado ao longo dos séculos,” explica a carta da diocese de Chur. A Igreja paroquial é um lugar sagrado, reservado ao culto divino, domus Dei, e qualquer outro evento deve ser realizado em outros locais paroquiais.
A carta especifica que a pregação cabe exclusivamente aos ministros ordenados – bispos, sacerdotes e diáconos –, que o uso do dialeto suíço-alemão está autorizado somente para as celebrações com crianças ou jovens, e que os fiéis não devem ser induzidos a erro, perturbados ou magoados por declarações contra o ensinamento da Igreja e sua hierarquia. Dom Huonder insiste também no direito dos fiéis a uma liturgia livre de abusos, que seja livre de ações arbitrárias inventadas no impulso do momento. Ele refere-se à carta pastoral publicada em 2004 — Instrução Redemptionis Sacramentum da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, que concede a todo católico o direito de chamar a atenção do bispo diocesano ou da Santa Sé para os abusos litúrgicos.
O número de sacerdotes na diocese é suficiente para garantir a celebração da Missa Dominical, e “domingos de padres”, que sejam considerados como dias de férias, não correspondem à espiritualidade sacerdotal, insiste o Bispo de Chur. Igualmente, a regra comum da Igreja pede que os ministros ordenados distribuam a Santa Comunhão e a levem aos doentes. Quanto à confissão, o sacramento exige que apenas o padre receba a acusação do penitente e lhe conceda a absolvição. A “confissão” a um leigo e sem absolvição sacerdotal não é um sacramento. Essas “maneiras de reconciliação” são corretas apenas se levarem a uma absolvição sacramental, ele recorda.
Finalmente, os fiéis devem ser encorajados a se aproximarem do sacramento da Eucaristia com grande respeito. Ou seja, o bispo Huonder exorta que todos devem estar atentos às condições necessárias para receber a comunhão: o Batismo, confissão da fé católica, o estado de graça e o jejum eucarístico por, pelo menos, uma hora de antecedência.
Em 9 de novembro, o dia seguinte à publicação da carta pastoral de Dom Huonder, Dom Josef Annen, Vigário Geral de Zurique e Glaris, e os anciãos de Zurique, juntamente com Dom Martin Kopp, Vigário Geral da Suíça central e os anciãos da Suíça central publicaram uma carta explicando as nuances importantes para a carta pastoral do bispo.
Sem dúvida, eles explicam, se Dom Vitus Huonder fala de graves abusos no domínio da liturgia, há certamente casos especiais onde a liturgia é arbitrariamente alterada ou onde melhorias são necessárias. Nesses casos, eles especificam que a melhor solução é um encontro pessoal. Porém, esses casos isolados não devem nos fazer questionar as práticas litúrgicas atuais, que foram adquiridas pela Igreja universal desde Vaticano II e que são aprovadas pelos bispos (além de Dom Huonder, ed.). A colaboração dos leigos durante as celebrações – em comunhão com o padre – “não deve ser descontinuada, e lhes somos gratos,” afirma a carta em termos firmes.
Fratres in Unum.com | Com informações do Distrito Alemão da FSSPX e de Apic-Kipa – Quando, hoje em dia, um bispo apresenta o ensinamento católico integral, provoca indignação e incompreensão. Atualmente, esse é o caso do bispo de Chur, Suíça, Dom Vitus Huonder. Em sua Carta Pastoral para a Quaresma, que deveria ter sido lida em todas as paróquias de sua diocese no último domingo, ele escreve que os assim chamados “casais em segunda união” vivem em pecado grave e que, portanto, não devem receber os Sacramentos. Somente os separados e divorciados que vivem sozinhos dariam “um testemunho valioso da indissolubilidade do matrimônio”. Na medida em que as pessoas afetadas excluem um recasamento, elas cumprem a palavra que um dia deram e levam a sério o “ensinamento de Nosso Senhor”.
Os párocos do cantão Nidwalden fizeram questão de se antecipar e informaram, na quinta-feira da semana passada, que não leriam a carta de seu bispo. Hans Küng exigiu que o bispo até mesmo renunciasse. “Huonder encontra-se na mesma situação que o ditador líbio Muammar al-Ghadhafi, de quem os generais fogem”, disse ele em uma entrevista ao “Südostschweiz” no domingo. Segundo rumores, onze dentre dezessete párocos devem ter se distanciado de Dom Vitus Huonder.
O jornal suíço “Tagesanzeiger” escreve que, de fato, em princípio, Huonder representa o magistério da Igreja, contudo, na base da Igreja “a regra praticamente seria que os párocos permitem a Comunhão aos separados e recasados, de uma maneira geral”.
Como se sabe, bispos já falaram repetidamente sobre esse assunto, no sentido de permitir a Comunhão aos recasados. Assim, o Arcebispo Zollitsch (Presidente da Conferência Episcopal da Alemanha) falou no último outono europeu que esperava ele mesmo ver Roma permitindo os sacramentos aos recasados.
O antigo bispo auxiliar de Viena, Helmut Krätzl, disse, a pedido do jornal “Schweizer Tagesanzeigers”, que se deveria em todos os casos respeitar a consciência dos casais e, possivelmente, permitir-lhes os sacramentos, pois, caso contrário, a Igreja estaria transmitindo “a figura de um Deus castigador, que não concede nenhum novo começo”. O bispo não quer admitir que um novo começo também requer uma conversão. Quem quer permanecer no pecado, nega-se a fazer a vontade de Deus.
O apelo de Dom Huonder aos seus padres para que tratassem esses fiéis “com sensibilidade especial” e lhes ajudassem “a refletir sobre a sua situação em vista de Cristo” corresponde ao ensinamento que sempre foi vivido na Igreja desde a sua existência.
No domingo (11), o bispo suíço se defendeu: “Não é somente meu direito, mas sobretudo meu dever, recordar as normas fundamentais da Igreja”. Além da Sagrada Comunhão, os “casais em segunda união”, como popularmente conhecidos nos ambientes eclesiais brasileiros, sequer têm direito ao Batismo e à Confirmação. E a Confissão, nas palavras do bispo, “também coloca um problema”, pois é necessária uma renúncia ao atual estado para ter acesso a ela.
“Os Dez Mandamentos nunca foram muito amados, mas eles são parte da essência da doutrina cristã. Se a Igreja Católica começasse a seguir as tendências da sociedade, não seria mais do que um catolicismo relativo”, acrescentou. Para o bispo, é necessário ver esta recordação de regras como uma ajuda.
De acordo com o jornal “Sonntag”, a Conferência Episcopal dos Bispos da Suíça teria “criticado severamente” a posição de Dom Huonder, informação que foi desmentida formalmente pelo porta-voz da entidade, que se limitou a informar que o conteúdo da carta foi estudado na última Assembléia dos bispos.
Notícias já publicadas no Fratres in Unum sobre Dom Huonder: