O monólogo de Dom Walmor.

Por FratresInUnum.com, 28 de maio de 2020 – Nos anos 80, Chico Anysio criou dois personagens que se celebrizaram na televisão: Caretano Zeloso e Zelberto Zel, uma sátira ao estilo rebuscado dos cantores quase homônimos, que falavam um palavrório difícil, mas que, no fundo, não significava coisa alguma.

Ao assistir o vídeo de Dom Walmor Azevedo, presidente da nossa ilustre CNBB, a lembrança não pôde ser evitada. Mais amante da extravagância verbal que da exatidão dos conceitos, o arcebispo discorreu acerca de três ameaças e três oportunidades para o próximo quinquênio na Igreja do Brasil. Abaixo, apresentamos a descrição dos seis pontos, tais como ditos por ele. Agora, fazemos uma breve análise.

Para ele, a primeira de todas as ameaças é o “crescimento de segmentos conservadores e reacionários”, os quais, sempre segundo ele, levam “à estagnação e ao comprometimento do diálogo construtivo, com preponderância de obscurantismo e escolhas medíocres”. Um pouco mais abaixo, talvez a sua ideia fique mais nítida, quando ele apresenta o desejo de que a Igreja se apresente como “Igreja da Palavra”, produzindo uma “reviravolta” que venha a impedir ou a reagir ao que ele chama de “cristianismo torto”, em face ao que seria a verdadeira missão do cristianismo: “ser vetor do sonho de um mundo novo”.

Mais abaixo, ele ainda deseja “novas feições e dinâmicas na ministerialidade da Igreja”, com “efetivo protagonismo dos cristãos leigos e leigas” e “da vida sacerdotal, liberada de cristalizações que a desfiguram” (entenda-se: o sacerdócio tradicional).

O discurso deste bispo é a demonstração mesma da falência do catolicismo brasileiro, estacionado no horizonte mental dos anos 80, auto-referencial até em suas próprias expressões, completamente insignificante para qualquer pessoa normal. Assim como toda a esquerda é tributária daquele heroísmo imaginário contra uma repressão que, na realidade, apenas se limitou à conservação do poder nominal, enquanto lhes deixava todo o espaço aberto para a revolução cultural, mesmo contra o fato de que toda a população brasileira os tenha deixado falando sozinhos, eles persistem em se imaginarem os grandes revolucionários, e permanecem reféns de um monólogo teimoso, doente, alucinado, que não chegará a lugar nenhum.

O Brasil já é um país protestante. E é por causa deles! Foi o clero que abandonou o discurso conservador; e o povo, que continua sendo conservador, migrou para as seitas pentecostais e fez a reviravolta que eles pretendem reverter, mas sem força alguma. O poder de mobilização dos bispos já era nulo e, agora, com a dispersão forçada dos fieis por causa dessa interminável quarentena, se tornará ainda mais impossível. E eles não conseguem enxergar!

Qualquer pessoa que frequente a maior parte das paróquias católicas do país sabe que, em sua maioria, são frequentadas por idosos. Nas grandes cidades, as dioceses são formadas por um clero idoso, que continua repetindo aqueles mesmos chavões de décadas, pois foi a única coisa que conseguiu aprender em sua formação deficiente.

Eles pretendem reverter o crescimento do “cristianismo torto” não apresentando um “cristianismo reto”, mas um “cristianismo” (muito entre aspas) calculado para atender as “interpelações fortes vindas do impressionante volume de mudanças em curso na cultura mundial”… A que diabos se refere o arcebispo? À gay culture, ao multiculturalismo, ao ecologismo que protege árvores enquanto defende a matança de fetos, ao feminismo que pretende proteger contra o alegado feminicídio a todas as vozes do feminino (mesmo as dos homens que se declaram mulheres)? Mas, para isso, não precisa haver Igreja. E é isso que a população está gritando, migrando, aos milhares, para os cultos protestantes pentecostais (note-se que as próprias igrejas protestantes liberais estão numa pior crise ainda, o que mostra que o problema é, sobretudo, ideológico).

A maior ameaça para a Igreja não é nada disso que menciona o arcebispo. Infelizmente, a maior ameaça é o próprio clero modernista, mesmo. Ele alega o protagonismo dos leigos como resposta… Ah, mas não dos verdadeiros leigos! Estes bispos gostam apenas daqueles leigos clericalizados por eles, ideologizados, imagem do seu próprio passado militante e esquerdista. Para eles, a multidão de leigos que quer ser católica precisa ficar em casa ou, senão, mudar-se para a primeira porta de garagem que se abra à sua frente.

É triste, mas é a realidade. Por trás de toda a parlenga de Dom Walmor há apenas um episcopado que fala sozinho e é aplaudido por sua corte. Eles terão de sacrificar a população inteira ao protestantismo para perceberem, então, que estavam errados.

(Abaixo, a transcrição das três maiores ameaças e as três maiores oportunidades da Igreja, segundo Dom Walmor Oliveira de Azevedo:)

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Três ameaças

1) Crescimento de seguimentos conservadores e reacionários, levando à estagnação e ao comprometimento do diálogo construtivo, com preponderância de obscurantismo e escolhas medíocres, com força de justificação de desigualdades existentes e neutralização da força magistral da doutrina social da Igreja.

2) Dificuldades para reverter situações com funcionamentos pesados, que custam muito, comprometendo a sustentabilidade e o compromisso com a preservação ambiental, por insistências e cristalizações advindas do intelectualismo, fazendo perder sensibilidade humanitária e relacional, com ganhos de adesões e presença. Por isso, o peso precisa ser revisto, de modo marcado, como é característica deste terceiro milênio, pela leveza.

3) Fragilizações de processos de evangelizações e serviços na defesa e promoção da vida, perda de forças próprias, com comprometimento da inegociável credibilidade, em razão de incongruências e incoerências no âmbito moral, seja no âmbito da gestão, em suas nuances todas, como também no específico do testemunho, como bem primeiro da pertença eclesial e da autenticidade do discipulado no seguimento de Jesus Cristo.

Três oportunidades

1) Escuta de interpelações fortes vindas do impressionante volume de mudanças em curso na cultura mundial, com apelos humanitários, sobretudo oriundos dos clamores dos pobres da terra e das possibilidades tecnológicas-midiáticas, para efetivação de um novo modo de presença pública, referindo-me também a biotecnologias, oportunizando adequações e novas respostas.

2) A Igreja precisar usufruir mais decisivamente do seu próprio tesouro doutrinal e de fé, particularmente como Igreja da Palavra, ganhando esta centralidade, podendo fazer uma reviravolta religiosa na direção de não permitir ou de reagir aos desdobramentos vários do cristianismo torto, que está em amplo crescimento na sociedade brasileira, recuperando do cristianismo a sua força como vetor determinante do sonho de um mundo novo, solidário e fraterno.

3) À luz da mistagogia evangélica – uma espiritualidade profunda, contemplativa – com rica inspiração de tradições e experiências bimilenares na nossa Igreja, conquistar novas feições e dinâmicas na ministerialidade da Igreja, com efetivo protagonismo dos cristãos leigos e leigas, com qualificação maior da vida consagrada, com sua profecia, e da vida sacerdotal, liberada de cristalizações que a desfiguram, com propriedades para arrastar pela força do testemunho.

“Não darei recados para o presidente. Vou me oferecer para o diálogo”.

Por Veja, 23 de maio de 2019 – Neste mês, o arcebispo de Belo Horizonte, Walmor Oliveira de Azevedo, tornou-se o 13º presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). A escolha, feita por cerca de 70% dos 296 bispos de todo país, deixou para trás o forte candidato ao cargo, o cardeal Odilo Scherer, arcebispo de São Paulo. Com doutorado em Teologia Bíblica, dom Walmor também integra duas congregações de peso no Vaticano – para as Igrejas Orientais e a da Doutrina da Fé. A eleição do arcebispo representa uma Igreja mais preocupada com a volta às raízes da fé do que com posições políticas, papel que calcou a história da CNBB.

O senhor é considerado um bispo de centro-esquerda. O que isso significa?

Não sou de direita ou de esquerda nem de centro. Tampouco progressista ou conservador. A Igreja não pode se pautar em ideologias. Me autodefino como aquele que quer voltar às fontes do Evangelho. É dessa postura que vem o equilíbrio de que tanto precisamos nesses tempos de polarização. A polarização separa e isola.

A CNBB já teve influência política e social como poucas associações religiosas no Brasil. Ela não deve ter mais esse papel?

A CNBB tem de se reaproximar do Evangelho. Voltar ao Evangelho é revestir-se de uma sabedoria que não vem de si mesmo, mas da sabedoria de Deus. Dessa forma passamos a compreender a vida de forma diferente: amando os inimigos, indo ao encontro daqueles que sofrem, sendo solidários, perdoando. Essa deve ser a essência da CNBB – não ser do partido A ou B. A CNBB não é um clube de amigos e tampouco uma ONG ou um partido. É a congregação de todos os bispos do Brasil com a força da Igreja. A força política da CNBB e da Igreja é ajudar a construir uma sociedade justa e fraterna.

O católico deve se afastar da política?

Isso é outra coisa. Os fiéis precisam se envolver mais com a política. Mas sempre pautados pela moralidade inegociável e a serviço do outro.

Metade dos católicos votou em Jair Bolsonaro, um presidente que fez da liberação do porte de armas um dos principais motes de sua campanha. Não é paradoxal um católico usar uma arma?

A arma, não só para o católico, mas para todos os cristãos, deve ser o amor. O cristão tem de pegar naquilo que promove a vida. O nosso caminho é o da paz, da construção de uma sociedade pacífica. Mas os católicos são livres para fazer escolhas. Precisamos olhar o contexto complexo da sociedade brasileira. O contexto atual mostrou nossas dificuldades políticas. Uma escolha feita, há um desafio enorme para dar um passo à frente.

“Não sou de direita ou de esquerda nem de centro. Tampouco progressista ou conservador. A Igreja não pode se pautar em ideologias”

 

É de praxe o novo presidente da CNBB se encontrar com o presidente da República logo após a eleição. Qual é a sua expectativa para esse encontro?

Vamos nos encontrar muito em breve. Quero ouvi-lo e poder compartilhar com ele a força do Evangelho. Não darei recados. O que desejo de coração aberto é me oferecer para o diálogo. Isso é importante para todos os lados, mesmo que haja diferenças entre eles. Ninguém é dono da verdade. A verdade é Jesus Cristo. O exercício da Presidência, de um cargo público, independentemente da escolha religiosa, tem que ser baseado sempre na abertura ao diálogo e na moralidade. O objetivo tem que ser o bem do povo brasileiro.

Em sua opinião, o presidente é um bom representante da moralidade?

Nenhum de nós representa a moralidade. A sociedade brasileira, incluindo os cristãos, tem mostrado vergonhosamente que, sob o ponto de vista moral, tem um longo e urgente caminho a percorrer. Todos nós temos de ser mais coerentes com a fé que professamos, o Deus ao qual nos referimos. Esse é o grande desafio. Somos todos pecadores. Temos que construir um caminho oferecendo o que temos de melhor. Ter opções diferentes e conflitos de escolhas faz parte de uma sociedade pluralista. Mas quando alguém diz que Deus está acima de tudo, está se comprometendo a colocar o amor, a justiça e a verdade acima de tudo.

Os institutos de pesquisa indicam que em 2032 o número de evangélicos irá superar o de católicos no país. A Igreja Católica errou?

Não diria que a Igreja errou. Ela tem sido profundamente desafiada a ter novas respostas na complexidade e na rapidez das mudanças culturais da sociedade. A Igreja não pode se preocupar com números. Os números mostram muita coisa, claro. Mas o mais importante está além deles.

Por que o número de evangélicos tem crescido tanto?

As estatísticas mostram o crescimento de evangélicos, mas também de grupos católicos. Acredito mais no trânsito religioso do que no crescimento em uma só religião.

“A sociedade brasileira, incluindo os cristãos, tem mostrado vergonhosamente que, sob o ponto de vista moral, tem um longo e urgente caminho a percorrer”

 

A Igreja se afastou do fiel?

Temos uma capilaridade, mantemos serviços sobretudo com os pobres e sofredores. Mas temos um desafio, como diz o papa Francisco, que é o de chegar às periferias espirituais e geográficas.

A Renovação Carismática foi um movimento que, apesar de ter arregimentado fiéis, não é vista com bons olhos por muitos na cúpula da Igreja. Qual é a sua opinião sobre eles?

O caminho evangelizador da Igreja é encontrar nos movimentos eclesiais uma grande força. Eles congregam pessoas. Trata-se de uma grande força e todos são muito bem-vindos. Mas não podem ter uma conotação pessoal. Ou seja, quando a pessoa aparece mais que o Evangelho. Eles devem ser pautados nas raízes da fé e da tradição. A fé não deve ser confundida com sentimentalismos e isso vale para toda a Igreja. Os padres cantores, por exemplo, têm o desafio de não se tornarem meramente artistas. Se são evangelizadores, que o sejam. Que usem seus carismas e disposição e não tornem um projeto algo meramente pessoal. Temos de estar a serviço da Igreja.

Os discursos e as ações do papa Francisco têm causado polêmicas dentro e fora da Igreja como pouco se viu na história moderna da instituição. O que o senhor pensa disso?

O papa é profundamente enraizado na riqueza inegociável da tradição da Igreja. A tradição é um patrimônio. No contexto atual de muitas mudanças, corremos sempre o risco de interpretações inadequadas. Ele inclusive. Não estamos num tempo monolítico. Mas num tempo de pluralidade, que contempla opiniões diversas. Portanto, o papa é atingido por isso. A Igreja tem uma reserva de fé e de princípios morais e éticos que são intocáveis. Não podemos negociar ponto algum. Não podemos falar de matrimônio de pessoas do mesmo sexo, por exemplo, porque é um sacramento entre homem e mulher. Mas a Igreja é misericordiosa e não faz a acepção de pessoas. Não alimenta preconceitos.

O papa Francisco tem exposto e combatido duramente casos de abusos sexuais na Igreja. A Igreja brasileira tem seguido esse caminho?

É importante lembrar que a porcentagem de crimes cometidos no clero é muito menor do que acontece na sociedade em geral, dentro das famílias, inclusive. Estamos fazendo um Vade mecum, sobre isso. Um passo a passo naquilo que é importante sobre as vítimas e no que compete à punição canônica e àquilo que a sociedade civil tem de fazer. Independentemente de qualquer coisa, a tolerância é zero.

Eleições na CNBB: Dom Leonardo ou Dom Walmor?

A batalha entre o ecologismo apocalíptico e o gay-friendly.

Por FratresInUnum.com, 11 de março de 2019:  Aproxima-se a eleição da nova presidência da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, a ocorrer em sua próxima assembléia geral, no mês de maio, em Aparecida.

Duas alas, aparentemente opostas, mas complementarmente progressistas, aparecem na disputa: Dom Leonardo Ulrich Steiner, atual Secretário Geral da CNBB, e Dom Walmor Oliveira de Azevedo, arcebispo de Belo Horizonte, despontam como os principais candidatos.

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Todo esquerdista que chega ao poder continua posando de vítima. Assim, Dom Leonardo Ulrich Steiner agora tem o álibi perfeito: o infarto. Como vítima do sistema, vai preparando a sua candidatura a Presidente da CNBB.

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Dom Leonardo Steiner (esquerda) e Dom Walmor (direita).

Para alcançar seu intento, porém, Dom Leonardo precisa ser transferido para uma diocese — é praxe que a presidência seja ocupada por um bispo diocesano, e não um auxiliar. Há quem diga que o seu “cardinale protettore”, Dom Claudio Hummes, irá providenciar sua transferência para uma arquidiocese “amazônica”– possivelmente Manaus ou Cuiabá – onde poderia alimentar, de forma mais efetiva, a histeria ecológica do Sínodo Pan-Amazônico.

Em recente entrevista à mídia Vaticana, Dom Leonardo já vai entrando no clima dos dramas ecológicos e indigenistas. Nada como matar dois coelhos com uma só cajadada: agradar o ecologismo de Papa Francisco e marcar posição contra o governo Bolsonaro. Só faltou derramar lágrimas e dizer: “Que saudades do Gilberto Carvalho! Aqueles sim eram bons tempos!”

Mas, o Apocalipse ecológico pode esperar. O Sínodo sobre a Amazônia só virá em outubro e as eleições da CNBB serão em maio.

Em 2011, para sua primeira eleição como Secretário Geral, Dom Leonardo contou com uma mãozinha do então Núncio Apostólico Dom Lorenzo Baldisseri, que “possibilitou” sua eleição, transferindo-o de São Felix do Araguaia para auxiliar em Brasília.

Já para maio de 2019, não consta que Dom Leonardo conte com as graças do atual Núncio. E, o que é pior, Dom Leonardo não parece ser o candidato do poderoso Dom Ilson Montanari, secretário da Congregação para os Bispos, o arcebispo brasileiro responsável pelas nomeações bergoglianas dos bispos do mundo inteiro.

Fontes murmurantes nos dão conta de que Dom Montanari, Secretário da Congregação para os Bispos, foi interrogado sobre uma eventual eleição de Steiner como presidente da Conferência Episcopal brasileira. A resposta teria sido incisiva: “Não! Agora é a vez de Dom Walmor”, o arcebispo de Belo Horizonte.

Dom Walmor de Azevedo, cuja simples em nosso histórico de posts demonstra a orientação. Sim, daquela mesma arquidiocese que recentemente foi denunciada pelo Instituto São Pedro de Alcântara como defensora da agenda LGBT através de uma “pastoral da diversidade”. A Arquidiocese desmentiu tudo e Dom Walmor fez de conta que não era com ele, mas… Quem convive na intimidade com Dom Walmor e com seu auxiliar Dom Joaquim Mól sabe perfeitamente que eles jamais poderão ser acusados de homofóbicos.

As pré-candidaturas de Dom Leonardo e Dom Walmor para presidência da CNBB revelam uma luta de titãs: Hummes vs. Montanari. Senhores bispos, façam suas apostas!

Mas, será que o episcopado brasileiro continuará permitindo que grupos de interesse os controle e fale por eles? Será que não darão um basta a esse aparelhamento e apresentarão uma chapa de bispos sensatos, que não tomem ações ideológicas? Será que não sairão da passividade e começarão a se organizar, a conversar entre si, a reagir, a tomar as rédeas dessa bagunça? Tudo depende só deles. Como leigos, só nos cabe esperar e rezar.

É um fato, porém, que os destinos da conferência episcopal brasileira ainda não estão determinados. A esquerda está perdida e dividida, ataca-se a si mesma, perdeu a força e a dinâmica. Há bispos inquietos com o afastamento do povo e da realidade. As urnas —  as coletas — demonstram o cansaço do povo fiel quanto a ideologias senis.

Sim, senis que, como Leonardo Boff, só sabem se lamentar que os jovens não embarcaram no seu sonho socialista: “Como pôde acontecer tudo isso e tanta insensatez em nosso país? Onde nós erramos? Como não conseguimos prever esse salto rumo à Idade Média?

Não há mais nada que se fazer? Rezemos para que os bispos, ao menos por graça de estado, sejam iluminados e se deem conta de que é chegada a hora da mudança, a hora de romper com aquilo que já está condenado ao fracasso e à total irrelevância histórica.

A agenda gayzista promovida a todo vapor na Arquidiocese de Belo Horizonte. Um fiel escreve.

Escreve o leitor Pedro, de Belo Horizonte:

Olá, me chamo Pedro e venho, através desta carta, expor publicamente a minha indignação em relação a alguns fatos que vivenciei. Por amar a Santa Mãe Igreja e me comprometer com a mesma, tenho o dever de expor os dados abaixo, apenas com o intuito de que providências sejam tomadas. Escrevo esse texto, pois as possibilidades de resolver diretamente com a comunidade católica local não existem ou são mínimas.

Como já é de conhecimento de muitos, a Arquidiocese a qual pertenço (Belo Horizonte) não é exemplo para nenhuma outra no Brasil. Não obstante, ela ultrapassou todos os limites. Alguns casos famosos tomaram as redes sociais em um passado não muito distante, como por exemplo o “Episódio Frei Cláudio´´, “Nome social na PUC- MG´´, dentre outros. Não obstante, as coisas por aqui recentemente passaram ainda mais dos limites do tolerável. Ouso dizer que se estivessemos em outros e saudosos tempos, estaríamos sob intervenção da Sé Apostólica ou, na ausência desta, haveria uma correção fraterna direta dos leigos sobre seu clero.

Há mais ou menos 1 ano, em um SANTUÁRIO de Belo Horizonte – São Judas Tadeu -, foi criada uma pastoral que se intitula “Pastoral da Diversidade sexual”. Segue Link do site do Santuário http://saojudasbh.org.br/noticias/pastoral-da-diversidade-sexual-e-apresentada-na-puc-minas/. Reparem em algumas pessoas e locais onde estão sendo feita essas apresentações.

Resolvi então me atentar a esse fato e tentar entender o que essa “pastoral” poderia oferecer aos membros da Arquidiocese de Belo Horizonte. Nessa busca me deparo com este cartaz:

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Percebam a “realização” e o “Apoio”:
.Pastoral da diversidade sexual (São Judas).
.Grupo de Pesquisa Diversidade Afetivo-sexual e Teologia (do Programa de Pós-graduação em Teologia da Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia – FAJE).
.Centro Loyola de Belo Horizonte.
.Filhos de Maria Imaculada (Pavonianos).
.Santuário Arquidiocesano São Judas.

Resolvi ainda ir ao evento a fim de entender com mais clareza do que se tratava. Irei colocar aqui algumas imagens na qual vocês mesmos poderão tirar as próprias conclusões:

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E quem apresentava tudo isso era o Padre Marcus, já bem conhecido na arquidiocese, vigário paroquial do Santuário São Judas.

O que nos é ensinado através dessas iniciativas não tem NADA a ver com o que verdadeiramente é a Doutrina da Igreja Católica Romana! E tudo isso tudo ocorreu, e continua ocorrendo, como vou mostrar a seguir, dentro da própria Arquidiocese de Belo Horizonte. É um absurdo que isso continue ocorrendo bem debaixo dos olhos de Dom Walmor e seus bispos auxiliares e ainda com participação fervorosa de Dom Joaquim Giovani Mol.

Mas os absurdos não param por aí: neste final de semana (02), fui participar do seguinte evento, amplamente divulgado pela arquidiocese por email:

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Reparem no panfleto que o evento se deu na PUC Minas e teve ampla divulgação por parte da própria Arquidiocese de Belo Horizonte. Me espantei ao chegar ao evento e me deparar com a composição da mesa:

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Da esquerda para Direita: Um casal que estava representando um trabalho feito com “Casais em nova União” ( ECENU), Dom Joaquim Giovani Mol, indivíduo cujo nome não registrei, Isabella Tymburibá Elian (da pastoral da diversidade sexual do Santuário São Judas Tadeu), Margareth e Pe. Aureo Nogueira de Freitas.

Como podem ver foi um evento de grande relevância, marcado pela presença de nosso bispo auxiliar e representantes da Arquidiocese que coordenam as ditas pastorais. Fica aqui o registro de uma fala de Dom Mol:

“Eu fico pensando assim na família com suas diversas configurações, fiquei imaginando um fórum sobre família e suas diversas configurações. Mas que coisa antiga! As configurações, que são diversas, da família, não são de hoje – só que agora estamos nos permitindo, de olhos abertos, para tentar registrar e nos deixarmos tocar por essa diversidade. Isso é Graça!

Contudo, olhos abertos querem exercer uma outra função, que é a de exteriorizar, colocar para fora e revelar (…) as realidades que vivemos. (…) Peço para que todos deste fórum mantenham os olhos abertos. Precisamos ter isso.

Não vamos brigar por causa das realidades; não vamos fazer condenação, mas iremos interagir. Inteirar.´´

“Temos que estar aqui com o coração aberto e mente aberta, sem restrições para reconhecer todos os tipos de família.´´

Agora uma do Padre Aureo:

“Queria fazer só um comentário rápido (…) (sobre) o assunto, (que é) quando a pessoa coloca com relação ao catecismo da igreja que deixa explicitamente essa questão… da homoafetivi(dade)… dos homossexuais, (e que ele) aceita mas não aprova as ações, a.. as relações homossexuais. É… eu penso que isso aqui a gente tem que ter um cuidado muito grande porque as pessoas acham que a fonte primeira da nossa fé é o catecismo, e não é. A fonte primeira da nossa fé é o Evangelho, a Sagrada Escritura. O Catecismo é importante como tentativa de síntese da nossa fé e o aspecto mais importante ali não é o moral, é a vivência cristã. A moral, ela… nós sabemos que ela com o tempo evolui. Hoje nós temos a maioria das mulheres com a calça comprida, antigamente nós sabemos que mulher usar calça comprida era um escândalo, um absurdo. O Catecismo da Igreja Católica já chegou a justificar a escravidão do negro, dizendo que o negro não tinha alma, portanto ele podia ser escravizado. Então a gente também tem que compreender as hermenêuticas também com crítica a Sagrada Escritura, que ilumina nossa fé e evolui nesse sentido também para não contribuir com essa violência (…) que existe com essas pessoas que são concretas, são reais. (…) Sempre há drama porque a experiência mostra uma coisa e a fé diz outra´´

“A experiência cristã (…) se dá a partir de um encontro com Jesus Cristo, e não com a moral, e não com a norma.´´

Isabella, da pastoral da diversidade, nos apresentou e falou mais sobre o seu trabalho no qual participa juntamente ao Padre Aureo…

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O link para conseguirem escutar um pouco das explanações do evento segue abaixo: https://soundcloud.com/user-183344379/sets/arquidiocese

Nele está contido o áudio da palestra inteira da Isabella (da pastoral da diversidade), em uma playlist, juntamente aos outros áudios citados acima.

Já neste link, há a parte de perguntas e respostas para a mesa: https://soundcloud.com/user-183344379/perguntas-na-integra-aquidiocese.

Escutem e constatem o óbvio:  a Arquidiocese de Belo Horizonte acaba de passar de todos os limites!

Que as coisas sejam esclarecidas por aqui, e que a verdade prevaleça.

Obrigado.

Pedro, 04 de Dezembro de 2017

Outros feitos envolvendo a cúria de Belo Horizonte podem ser encontrados aqui e aqui.

Nota em resposta à Arquidiocese de Belo Horizonte.

Por FratresInUnum.com

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Escândalo internacional: site italiano Una Vox repercute escândalo de Belo Horizonte.

Em face à notícia reportada ontem por FratresInUnum.com e consequente resposta da Arquidiocese de Belo Horizonte — por questão de isenção, aqui publicada integralmente —, respondemos que:

  1. Como não fica claro na “resposta” da Arquidiocese de Belo Horizonte, a notícia que publicamos não é nossa, mas uma tradução do site espanhol infoCatólica. Apenas os comentários são nossos. O escândalo é internacional. 
  1. Não descontextualizamos em nenhum momento as afirmações do “Projeto de Evangelização”. Pelo contrário, contextualizamos as suas palavras em relação à práxis da Arquidiocese. Suas próprias ações explicam o texto: ou é fictícia a portaria de Dom Joaquim Mól, reitor da PUC Minas, ao aderir institucionalmente à prática do “nome social”? Ou não aconteceu o seminário de gênero na PUC Minas? O texto das diretrizes pastorais não é um avulso.

Resta-nos rezar para que a verdade católica não pereça sob o relativismo dos pastores!

Nota de esclarecimento da Arquidiocese de Belo Horizonte.

Nota enviada à redação de FratresInUnum.com pela Arquidiocese de Belo Horizonte, acerca de matéria do site espanhol InfoCatólica, por nós traduzida e comentada.

A Arquidiocese de Belo Horizonte esclarece que as informações publicadas na reportagem não condizem com as orientações do Projeto de Evangelização Proclamar a Palavra. Os trechos destacados estão descontextualizados, interpretados de modo a não traduzir o que realmente estabelece o Projeto de Evangelização.

Em comunhão com a Igreja, a Arquidiocese de Belo Horizonte partilha a convicção de que o Matrimônio é a união entre homem e mulher, a exemplo da Sagrada Família de Nazaré. Ao mesmo tempo, conforme orienta o Papa Francisco, busca acolher e acompanhar, sem exclusões e julgamentos, dando testemunho da misericórdia de Deus, que a todos alcança.

Nesse sentido, a Arquidiocese de Belo Horizonte lamenta não ter sido procurada pelos responsáveis pela elaboração dessa reportagem para os devidos esclarecimentos. Coloca-se à disposição para apresentar, de modo devidamente contextualizado, o Projeto de Evangelização Proclamar a Palavra, fruto de atenta escuta das muitas comunidades de fé, em sintonia com os desafios do mundo contemporâneo.

Alguns artigos de dom Walmor que contestam a chamada ideologia de gênero:

Educação em pauta

 http://www.arquidiocesebh.org.br/site/artigoArcebispo.php?id_artigoArcebispo=10884

Família, tocha acesa

http://www.arquidiocesebh.org.br/site/artigoArcebispo.php?id_artigoArcebispo=11773

Princípios e ideologias

http://www.arquidiocesebh.org.br/site/artigoArcebispo.php?id_artigoArcebispo=10834

Escândalo Internacional: Arquidiocese de Belo Horizonte professa a Ideologia de Gênero.

Por FratresInUnum.com: Publicamos abaixo a tradução da estarrecedora notícia veiculada pelo site espanhol InfoCatólica: a Arquidiocese de Belo Horizonte assume a ideologia de gênero em suas diretrizes pastorais.

Diz o texto do documento, encontrado no próprio site da arquidiocese:

O Matrimônio, no qual mulher e homem procuram, segundo a graça de Deus, corresponder ao mais profundo de sua vocação, tem valor para a Igreja e para a sociedade, e não restringe a compreensão da existência de outras configurações familiares, oriundas de situações sociais, culturais, econômicas e religiosas diversas. Compreende-se, então, que a família é a união das pessoas na consciência do amor, ‘cuja força […] reside essencialmente na sua capacidade de amar e ensinar a amar’, constituindo um núcleo fundamental das sociedades. Como Igreja doméstica, a família precisa ser, constantemente, valorizada nas suas particularidades e pluralidades, que enriquecem a Igreja. Por isso, devemos:

“Promover ações pastorais capazes de dialogar e de acolher todas as famílias, em suas mais diversas configurações, com respeito e zelo, a fim de que elas se sintam pertencentes, de fato, à comunidade que edificam com seu testemunho de amor. Cuide-se para que essa perspectiva inclua, também, os casais de novas uniões, os casais de não casados na Igreja, os divorciados, ofertando a todas essas famílias qualificado serviço de acolhimento. Atente-se para que, nesse mesmo horizonte, sejam acompanhadas as pessoas em suas diferentes IDENTIDADES SEXUAIS (gays, transexuais, lésbicas, travestis, transgêneros e bissexuais)”.

“Outras configurações familiares”? “Identidade sexual”? “Transgêneros”? Conceitos forjados pelos autores da conhecidíssima “ideologia de gênero”.

Como assim?… A Arquidiocese de Belo Horizonte está jogando no lixo todo o trabalho do laicato católico contra a “ideologia de gênero” e a favor da família natural realizado heroicamente no último ano? Está se colocando ao lado de todos os inimigos da Igreja e da família, subscrevendo a sua ideologia?

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Dom Walmor, Arcebispo de Belo Horizonte: portas escancaradas ao lobby gay.

Pois bem, a Arquidiocese de Belo Horizonte, pelo jeito, parece que resolveu aderir abertamente à ideologia de gênero. Mera ignorância ou pura malícia? Parece que a última alternativa é a verdadeira, por que isso não é de hoje, nem por acaso, mas com todo conhecimento de causa.

Como já noticiamos anteriormente, a própria PUC-BH realizou um evento para promover a ideologia de gênero, e em suas versões mais radicais, em que se fala, inclusive, de “heterossexualidade forçada” (sic!).

Ademais, através de uma portaria assinada por seu reitor, o bispo Dom Joaquim Mól (ele mesmo, aquele que fez o “grito da menina-moça”, num trio-elétrico da CUT), a PUC-BH aderiu à política do “nome social” para os alunos trans (sic!), como efusivamente noticiou o site GuiaGay.

Algumas perguntas inquietantes:


– Por que o Sr. Arcebispo de Belo Horizonte, Dom Walmor Oliveira de Azevedo é, assim, tão complacente com o lobby gay, a ponto de colocar explicitamente no Plano de Pastoral de sua Arquidiocese algo tão escandalizante e clamoroso?

(Se algum leitor tiver alguma resposta para essa nossa intrigante dúvida, por favor, não deixe de nos enviá-la).

– Onde está o Sr. Núncio Apostólico, Dom Giovanni D’Aniello, que não tem tempo de ver essas coisas, mas teve tempo para perseguir Dom Aldo Pagotto, obrigado-o a renunciar por razões que ele mesmo desconhece? As acusações contra Dom Aldo foram bastante desacreditadas, mas, mesmo que fossem verdadeiras, nem chegam perto desse abuso: usar a Igreja para a difusão dessa ideologia!

O Sr. Núncio vai agir ou vai esperar que as acusações cheguem à Santa Sé? O Sr. concorda com isso, Sr. Núncio?

Não deixe de expressar sua perplexidade às autoridades competentes:

NUNCIATURA APOSTÓLICA

Excelência Reverendíssima Dom Giovanni D’Aniello, Núncio Apostólico
Av. das Nações, Quadra 801 Lt. 01/ CEP 70401-900 Brasília – DF
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Eminência Reverendíssima Dom Pietro Parolin
Palazzo Apostolico Vaticano
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CONGREGAÇÃO PARA A DOUTRINA DA FÉ

Eminência Reverendíssima Dom Gerhard Ludwig Müller
Palazzo del Sant’Uffizio, 00120 Città del Vaticano
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SUPREMO TRIBUNAL DA ASSINATURA APOSTÓLICA

Excelência Reverendíssima Dom Dominique Mamberti
Piazza della Cancelleria, 1 – 00186 ROMA
Tel. 06.6988-7520 Fax: 06.6988-7553

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A Arquidiocese de Belo Horizonte adota a ideologia de gênero em suas diretrizes pastorais

A Arquidiocese de Belo Horizonte recorreu, em suas diretrizes pastorais para os próximos cinco anos, à tese da ideologia de gênero ao abordar seus compromissos de atenção à família.

Por InfoCatolica Brasil | Tradução: FratresInUnum.com: O livreto “Projeto de Evangelização Proclamar a Palavra” relativiza a compreensão da instituição familiar, abrindo-a à configurações diferentes da configuração natural, e sugere que as pessoas possam ter “identidades sexuais” que não correspondam com aquelas às quais nasceram.

O texto, de 31 páginas, apresenta dez prioridades pastorais e especifica as diretrizes que serão desenvolvidas pelas diversas instâncias eclesiais da arquidiocese. Quatro parágrafos abordam o compromisso pastoral com a família e neles estão presentes afirmações que adotam a perspectiva da chamada ideologia de gênero.

Um dos parágrafos explica que “O Matrimônio, no qual mulher e homem procuram, segundo a graça de Deus, corresponder ao mais profundo de sua vocação, tem valor para a Igreja e para a sociedade, e não restringe a compreensão da existência de outras configurações familiares, oriundas de situações sociais, culturais, econômicas e religiosas diversas”.

Em seguida afirma que “Compreende-se, então, que a família é a união das pessoas na consciência do amor, ‘cuja força […] reside essencialmente na sua capacidade de amar e ensinar a amar'”

Ao definir a família como simples união de pessoas no amor e omitir que esta surge da união conjugal de um homem e uma mulher o documento aponta para uma interpretação muito mais ampla da instituição familiar e a relativiza, no mesmo sentido que propõe Judith Butler.

A professora do departamento de retórica e literatura comparada da Universidade da Califórnia, em Berkeley, aponta em uma entrevista ao periódico argentino Página 12 que “deve-se distinguir família de parentesco […] estas instituições devem abrir-se a mundos mais amplos, não é necessário estarem unidos por sangue ou pelo matrimônio para que sejam essenciais uns para os outros”

Manipulação do ponto 53 de Amoris Laetitia

Na definição de família oferecida no documento da arquidiocese faz-se referência, como se fosse fundamento, ao número 53 da exortação apostólica Amoris Laetitia.

Entretanto, ao recorrer ao texto pode-se constatar que há uma evidente tegiversação das palavras do Pontífice. O número 53 afirma que “Avança, em muitos países, uma desconstrução jurídica da família, que tende a adoptar formas baseadas quase exclusivamente no paradigma da autonomia da vontade.”

Também indica a necessidade de não depreciar o verdadeiro sentido do matrimônio, pois “A força da família «reside essencialmente na sua capacidade de amar e ensinar a amar”. Portanto, as palavras citadas entre aspas nas diretrizes diocesanas estão claramente fora do contexto em que foram originalmente apresentadas.

Outro parágrafo aborda a necessidade de acolher todas as famílias “em suas mais diversas configurações, com respeito e zelo, a fim de que elas se sintam pertencentes, de fato, à comunidade”

Orienta-se que nesta perspectiva incluam-se os divorciados em uma nova união civil, os que não estão casados na Igreja e os divorciados oferecendo-lhes um “qualificado serviço de acolhimento”. Até aqui as orientações de acolhida estão em consonância com a atitude solicitada pelo Papa Francisco de acolher e acompanhar aqueles que estão feridos.

Porém, a última linha do parágrafo afirma “Atente-se para que, nesse mesmo horizonte, sejam acompanhadas as pessoas em suas diferentes identidades sexuais (gays, transexuais, lésbicas, travestis, transgêneros e bissexuais)”.

Esta frase adota de forma plena, sem utilizar o termo gênero, a perspectiva ideológica da “gender theory” ao utilizar o conceito de “identidade sexual” como passível de diversas variantes das entidades feminina e masculina.

Também não utiliza o termo “tendência sexual” ou “orientação sexual”, que possibilita entender que não devem ser excluídos de acompanhamento pastoral as pessoas que experimentam atração por pessoas do mesmo sexo.

Fala-se de “identidades sexuais” elencando, entre as possibilidades, o “transgênero”. Como é sabido, isto se refere a pessoas que afirmam ter uma identidade que não corresponde ao sexo biológico. Exatamente um dos aspectos essenciais da ideologia de gênero, que até leva à reivindicação do reconhecimento de um “nome social”.

Apesar disso, na carta de apresentação do documento, o arcebispo de Belo Horizonte, Mons. Walmos Oliveira de Azevedo, afirma que o foco, eixo e ponto de partida para a evangelização em sua diocese é “proclamar a Palavra de Deus”.

Nas primeiras páginas do documento adverte que se assumiu um novo paradigma pastoral desenhado sobre os pilares da eclesiologia “resgatada” pelo Concílio Vaticano II:

“O Concílio elaborou a compreensão da Igreja como Povo de Deus, que dialoga com a sociedade […], distanciando-se do eclesiocentrismo medieval, do clericalismo e da romanização do catolicismo tridentino, assumindo, assim, uma eclesiologia de comunhão”

O “Projeto de Evangelização Proclamar a Palavra”, aprovado pelo Arcebispo de Belo Horizonte e que leva como data de publicação a 8 de Dezembro, pode ser lido na página da web da arquidiocese.

Os parágrafos destacados que abordam o compromisso com a família estão nas páginas 18 e 19.

De acordo com o arcebispado, o documento em questão é a síntese das contribuições oferecidas pelo clero aos fiéis em um amplo processo de consulta denominado 5a Assembléia do Povo de Deus.

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Apelo a Dom Walmor pela suspensão de Frei Cláudio Van Balen.

Por Hermes Rodrigues Nery

Caríssimo Dom Walmor Oliveira de Azevedo,

Rogamos a sua atenção e providências quanto a situação que aflige a igreja em Belo Horizonte, com o triste episódio envolvendo o rebelde frei Cláudio Van Balen.

Mais uma vez os fiéis católicos de Belo Horizonte vivem a angústia da omissão da autoridade eclesiástica em relação a providências cabíveis para fazer valer o que está no Catecismo da Igreja Católica, e como autoridade eclesiástica zelar pela sã doutrina. Trata-se do caso de frei Cláudio Van Balen, herege explícito, contumaz, rebelde, que já defende outra igreja que não a católica da qual ele foi ordenado e teria o dever, por juramento da Ordem, de preservar. Mas é de vosso conhecimento que o luciferino frei Cláudio Van Balen, causa de desordem e cisão na Igreja local belohorizontina, da qual Vossa Reverendísisma é o pastor, resiste a aceitar a autoridade de seu pároco, frei Evaldo Xavier, e, recalcitrante, está a mover seus apaniguados a uma vergonhosa ação de desobediência e de infidelidade, a proferir ofensas e heresias contundentes. Até quando, Dom Walmor, haverá omissão? A hora exige a vossa tomada de posição, a vossa decisão, em defesa da Igreja.

Até quando permitirá que tais acontecimentos continuem a causar dor à Igreja Católica de Belo Horizonte? Urge que a autoridade eclesiástica tome providências e suspenda frei Cláudio de suas atividades, para que a harmonia seja restabelecida, e que frei Evaldo Xavier, dentro das suas prerrogativas, inteiramente legítimas, possa conduzir a sua paróquia, de acordo com as diretrizes do Catecismo e do Magistério da Igreja: “Os presbíteros, embora não possuam o pontificado supremo e dependam do bispo no exercício do próprio poder, todavia estão-lhes unidos na honra do sacerdócio” (CIC 1564), e e esta honra justamente se confirma com a caridade na verdade, com ações em fidelidade à sã doutrina.

Se as providências não forem tomadas, o povo católico poderá as tomar, agudizando ainda mais a crise, pois a angústia é grande, especialmente dos que tem amor à Igreja. Até quando nossos bispos ficarão reféns dos lobos progressistas, que estão minando, por dentro, a sã doutrina católica? Rogamos então, encarecidamente, a Vossa Reverendíssima, urgente providência pela suspensão de frei Cláudio Van Balen e total apoio a frei Evaldo Xavier.

Que Nossa Senhora interceda para que haja discernimento e coragem para a solução desta grave questão, pelo bem da Igreja.

Prof. Hermes Rodrigues Nery

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Leia também:

Frei Cláudio Van Balen quebra o silêncio, fala sobre celibato, casamento gay e outras polêmicas

Archidiócesis brasileña cede a las presiones y un sacerdote heterodoxo impide su remoción

A Igreja de Belo Horizonte “padece sob Pôncio Pilatos”. Arquidiocese lava as mãos sobre caso Frei Cláudio Van Balen.

Dizíamos na semana passada, acerca do imbróglio causado pelo Frei herege Cláudio Van Balen e sua trupe: “Há 40 anos este infeliz senhor vem pregando heresias com toda desfaçatez sob o olhar cúmplice da Arquidiocese de Belo Horizonte e de seus superiores religiosos”.

E não é que a Arquidiocese permanece obstinada em sua atitude vexatoriamente covarde? Agora, como Pôncio Pilatos, lava as mãos e joga a responsabilidade toda para a Ordem do Carmo (que também tem a sua participação, claro) .

Dom Walmor, arcebispo de Belo Horizonte:

Em última instância, a responsabilidade é toda sua, pois, afinal, quem outorga o governo da paróquia à Ordem do Carmo? Seus predecessores, o cosmos, as constelações, a Via Láctea? É o senhor, arcebispo! Choramingar e jogar a responsabilidade para subordinados não é a atitude que se espera de um Arcebispo. Governe ou simplesmente renuncie, permitindo que outro o faça!

Sua inércia fez, nada mais nada menos, com que a reivindicação da turba furiosa fosse alcançada. Segundo CitizenGo, “na segunda-feira, dia 03/02/2014, o episódio sofreu uma reviravolta após a divulgação de que frei Cláudio retomará as celebrações dominicais na paróquia Nossa Senhora do Carmo. A mudança ocorreu em grande parte por causa da pressão exercida sobre o pároco, por parte da nota publicada pela Arquidiocese, também no domingo”.

O que é isso, senhor arcebispo? Permitirá Vossa Excelência que Frei Cláudio continue a destilar tranquilamente seu veneno herético do púlpito de uma paróquia pela qual o senhor é o último responsável?

Excelência, se não deseja ser visto como cúmplice de tudo isso, faça algo, pelo amor de Deus! 

A seguir, nota da Arquidiocese de Belo Horizonte (destaques nossos):

Nota de esclarecimento 

Ao confiar, há muitos anos, à Ordem do Carmo a missão de administrar a Paróquia Nossa Senhora do Carmo, a Arquidiocese de Belo Horizonte demonstrou respeito e convicção na condução competente dos religiosos desta Ordem. Diante do episódio lamentável que ocorreu no último domingo de janeiro, dia 26, a Arquidiocese de Belo Horizonte acatou o pedido da Província Carmelitana de Santo Elias de suspender em caráter indeterminado a Missa das 11h. A orientação da Arquidiocese, e assim ficou acertado com a Província, era a de que se dialogasse com representantes da comunidade para entender as razões de tal reação e, assim, que se estabelecesse novamente a harmonia na vida paroquial. A suspensão da Missa não se configurou como ato contrário ao frei Cláudio Van Balen que regularmente presidia esta celebração, mas período necessário para que os freis encontrassem o caminho do entendimento entre eles e com a comunidade.

A Arquidiocese de Belo Horizonte esperava que o superior da Província Carmelitana de Santo Elias estabelecesse esse necessário diálogo com os fiéis, conforme ficou acordado. A orientação é a de sempre atender as necessidades dos fiéis, de escutá-los. Assim, também estranhou não ter sido prévia e nem oficialmente comunicada sobre o processo de nomeação do novo pároco. Nenhuma comunicação chegou à Arquidiocese, que sabe que a inteira responsabilidade dos atos é dos frades Carmelitas. A Arquidiocese respeita esta autonomia da Província, mas gostaria de ter sido informada sobre as mudanças promovidas.

A Arquidiocese sabe que os frades Carmelitas são responsáveis por todas as ações e cuidados junto ao frei Cláudio Van Balen, mas considera importante o compartilhamento das informações sobre os encaminhamentos desta Paróquia.

À Província cabe escolher e indicar párocos e vigários. É também responsabilidade dos freis a definição de horários de Missas e seus celebrantes.

Desde o início, a orientação da Arquidiocese era a de que as pessoas fossem ouvidas, justamente por entender que apenas pelo caminho do diálogo seria possível alcançar um entendimento. É importante ressaltar que, ao confiar a Paróquia à Ordem Carmelita, a Arquidiocese esperava e espera o exercício desse fundamental papel pastoral e cristão de atendimento aos fiéis.

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Já circula uma petição no CitizenGo pedindo a suspensão do uso de ordens de Frei Cláudio. Não deixe de assinar!

Confusão em Igreja de Belo Horizonte impede celebração de Missa. O comunicado da Arquidiocese, que não move uma palha contra Frei herege.

Belo Horizonte – Voto Católico | 27 de janeiro de 2014 | Aproximadamente uma centena de pessoas interrompeu de forma violenta a celebração de uma missa no último domingo, 26 de janeiro, na igreja Nossa Senhora do Carmo, zona sul de Belo Horizonte. Segundo os manifestantes, a confusão foi provocada para evitar a suposta ‘remoção’ do religioso carmelita Cláudio Van Balen.

Frei Evaldo Xavier Gomes, pároco de Igreja em questão, iria celebrar a Santa Missa em ação de graças por sua recente eleição como prior da Província Carmelitana de Santo Elias (que abrange os estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Brasília, Bahia e Tocantins) às 11:00 da manhã, horário em que normalmente celebra Van Balen.

As pessoas inconformadas, que fazem parte do grupo que apoia incondicionalmente os trabalhos do frei holandês, estavam previamente organizadas para impedir a celebração, convocaram a mídia, especialmente a alguns jornais locais onde tem contatos, e mantiveram contato direto com ele via telefone celular, informando-o de como os acontecimentos se desenvolviam.

Vídeo da confusão:

Frei Cláudio Van Balen, de 80 anos, foi pároco de Nossa Senhora do Carmo por mais de 40 anos, há cinco foi aposentado em função da idade, e é conhecido em Belo Horizonte por suas ideias contrárias aos ensinamentos da Igreja Católica, entre outras coisas seu apoio aos diversos ‘modelos’ de família, o divorcio, a homossexualidade, o aborto, a eutanásia, a luta de classes como fator decisivo nas reivindicações sociais.

Os atos litúrgicos presididos por ele são celebrados ‘a modo próprio’, os textos da Sagrada Escritura e as formulas da consagração eucarística e do batismo são modificados ao gosto do frei, divorciados em segunda união recebem a comunhão, durante o tempo em que foi pároco a confissão foi erradicada e a maior parte das imagens religiosas retiradas.

Para seus seguidores, estes aspectos e seu engajamento em lutas políticas e sociais, geralmente sob bandeiras da esquerda, lhe caracterizam como um padre moderno, capaz de adaptar o discurso religioso ao mundo contemporâneo.

Antes da missa, os seguidores de Van Balen começaram a falar com as pessoas que se preparavam para participar da celebração – ao todo entre 350 e 400 – que a missa seria presidida por outro padre o que sinalizaria uma possível retirada de Frei Claudio da Paróquia.

Um homem de aproximadamente 50 anos conclamou em alta voz a que todos se levantassem antes do início da celebração, gritando o nome de frei Cláudio, pois, segundo ele, seus superiores estariam tentando expulsá-lo. Assim que as intenções da missa começaram a ser mencionadas, a leitora foi interrompida por vaias e gritos que mencionavam insistentemente o nome do frade holandês.

Várias tentativas de iniciar a celebração foram feitas, todas sem sucesso. Cerca de dez minutos depois, o pároco, Frei Evaldo Xavier, se dirigiu da sacristia para o altar junto com os concelebrantes, Frei Tinus Van Balen – irmão do Frei Claudio-, Frei Wilson Fernandes e Padre Luís Henrique Eloy. Tentou iniciar a celebração, mas foi impedido pelos seguidores que tomaram também o presbitério.

Alguns fiéis da paróquia que desejavam participar da missa tentaram dialogar, pedindo que tudo fosse resolvido com calma, mas os manifestantes lhes responderam com agressividade, aos gritos, xingando-os, empurrando-os e afirmando que ‘a igreja do Carmo é de Frei Claudio’.

Dois soldados da Polícia Militar estiveram presentes no templo, mas o pároco pediu que eles fossem embora, pois a situação seria resolvida sem a necessidade de intervenção externa.

Frei Evaldo começou a rezar o terço de joelhos diante da imagem de Nossa Senhora do Carmo e muitos fiéis o acompanharam, mas os seguidores do frade holandês tentavam a todo custo impedir a oração e, xingando palavrões e batendo na mesa do altar, aumentavam as vaias. As crianças que estavam na Igreja ficaram assustadas e choravam.

Depois de mais de 40 minutos de tensão, Frei Evaldo se retirou com os paroquianos para a sacristia e anunciou que a missa seria celebrada no salão paroquial. Quase uma centena de pessoas participou da celebração, que começou por volta de meio-dia.

Os que protestavam, em sua grande maioria idosos, chegaram a ameaçar de agressão física os fiéis, alguns jovens fieis presentes afirmaram ter levado tapas no rosto e cusparadas, mas não se defenderam por causa da idade do agressores.

Os seguidores de Van Balen asseguraram ter recebido um e-mail do frade informando-os que seus superiores tinham decidido se ‘desfazer dele’ pedindo a saída da paróquia e enviando-o a Lagoa Santa. Segundo vários dos manifestantes, aquele correio eletrônico foi decisivo para organizar o boicote da missa.

Frei Evaldo Xavier Gomes, pároco há mais de dois anos de Nossa Senhora do Carmo, informou que é pratica comum na Igreja que haja rotatividade de padres nas paróquias, de tempo em tempo párocos e vigários são mudados de local,  e padres com mais de 75 anos se aposentem.

Disse que inclusive Frei Cláudio foi convidado para participar da celebração da missa de ação de graças, mas se negou a comparecer. Para o pároco, que também é prior de uma província da ordem e assessor canônico da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil,  a atitude dos manifestantes foi desproporcionada, agressiva e sectária, quebrando a comunhão que deve ser vivida na Igreja.

Depois de impedir a celebração eucarística o grupo dos ‘claudianos’(como se autodenominam) discutiu na igreja quais seriam as próximas atitudes a serem tomadas quanto aos protestos. Cogitaram até em ir à casa do Arcebispo, Dom Walmor Oliveira de Azevedo, e arromba-la – caso não fossem recebidos – para obrigar o prelado a deixar ao frade na ‘Igreja que é dele e de ninguém mais’.

Já existe no Facebook, uma página de fiéis solidários à Arquidiocese de BH e à Província Carmelitana de Santo Elias. O endereço é: http://www.facebook.com/euapoiofreievaldo .

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Comunicado – Paróquia Nossa Senhora do Carmo

Por Arquidiocese de Belo Horizonte – A Arquidiocese de Belo Horizonte e a Província Carmelitana de Santo Elias – responsável pela Paróquia Nossa Senhora do Carmo, no Sion – lamentam os incidentes ocorridos no último domingo, que gravemente prejudicaram a Celebração da Santa Missa às 11h, configurando desacato à Igreja de Belo Horizonte e ao novo provincial carmelita.

Diante dos acontecimentos, define-se pela suspensão por tempo indeterminado da Missa celebrada aos domingos, às 11h, na igreja Nossa Senhora do Carmo.

As igrejas devem ser sempre local de paz e fraternidade, de respeito e de fé, ambiente que favorece o encontro com Deus.

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Há 40 anos…

Este infeliz senhor vem pregando heresias com toda desfaçatez sob o olhar cúmplice da Arquidiocese de Belo Horizonte e de seus superiores religiosos. O nível pode ser visto abaixo:

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