Faleceu hoje, Pe. Fidenzio Volpi, OFM Cap., comissário apostólico do Instituto dos Frades Franciscanos da Imaculada.
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Fonte: Corrispondenza Romana
Faleceu hoje, Pe. Fidenzio Volpi, OFM Cap., comissário apostólico do Instituto dos Frades Franciscanos da Imaculada.
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Fonte: Corrispondenza Romana
Por Roberto de Mattei | Tradução: Marcos Fleurer – FratresInUnum.com: Sic transit gloria mundi. Para os Franciscanos da Imaculada, o Instituto fundado pelo Padre Stefano Maria Manelli e posto sob o controle de um Comissário Apostólico em 11 de julho de 2013, se encerra a “era Volpi”, que será certamente recordada como uma das mais tristes da história desta ordem religiosa. Padre Fidenzio Volpi, imposto pela Congregação dos Religiosos como Comissário Apostólico para liquidar a ordem do Padre Manelli, ingressou em um hospital romano depois de uma isquemia cerebral, que produziu uma hemiparesia que prejudicou gravemente seu estado de saúde, obrigando-lhe a renunciar de maneira irrevogável a sua função de Comissário.
“Corrispondenza Romana” recolheu, em fevereiro de 2014, 8000 assinaturas, entregadas à Santa Sé, para pedir a demissão do religioso capuchinho de seu cargo de Comissário dos Franciscanos da Imaculada. “No espaço de cinco meses – escrevíamos em dezembro de 2013 – Padre Volpi destruiu o Instituto provocando caos e sofrimentos em seu interior, escândalo entre os fiéis, críticas na imprensa, mal-estar e perplexidade no mundo eclesial. Pouco importa saber se o Padre Volpi é o artífice ou o executor do plano de destruição. O que é certo é que se não se parar esse plano, as consequências serão desastrosas e é para evitar que a este desastre se acrescentem mais desastres que Padre Volpi deve ser removido de seu cargo.”
O Comissário Volpi não foi removido pela Congregação dos Religiosos, senão pelos misteriosos desígnios da Divina Providência. Aliás, suas condições de saúde nunca foram boas, e as tensões a que se submeteu depois de haver aceitado o cargo de Comissário foram fortíssimas, não só pela fratura que se abriu imediatamente entre ele e os Franciscanos da Imaculada, que em porcentagem superior aos 70% se mantiveram fiéis ao Padre Manelli, mas também pelos conflitos que se criaram com o Padre Afonso Bruno, e que em pouco tempo levou o Instituto à ruína. A tudo isto, se deve acrescentar as tensões com a Congregação dos Religiosos, que desaprovou muitas das iniciativas tomadas pelo Comissário, como, por exemplo, a tentativa de condenar sem juízo a alguns freis, os quais, depois de pedir a dispensa ou a exclaustração, agora estão sob a proteção de muitos bispos, desde Itália, Grã Bretanha e Filipinas.
A credibilidade do Padre Volpi já havia sido comprometida, ademais, pelo acordo de 12 de fevereiro de 2015, no Tribunal de Roma, primeiro aceito e logo rejeitado por ele mesmo: acordo no qual o Comissário admitia haver difamado aos familiares do Padre Manelli, os acusando de haver se apoderado dos bens do Instituto.
Logo, demostrou-se tratar de uma grande mentira também a acusação contra os Franciscanos da Imaculada de haver guardado ilicitamente alguns milhões de euros. As investigações partiram do contraste entre uma parte dos religiosos alinhados com o Padre Volpi e Padre Bruno, por um lado, e por outro, as associações de leigos fiéis ao Padre Manelli. Os primeiros pretendem dispor dos bens que são legitimamente de propriedade dos segundos. A partir deste conflito surgiram denúncias, investigações e a singular decisão da autoridade judicial de confiar a custódia cautelar de ditos bens ao Padre Volpi, que é uma das partes da causa, até que a magistratura pronuncie seu veredito.
Fica o feito de que, há quase dois anos, ninguém, todavia, respondeu a uma pregunta do fundo: quais são as verdadeiras razões da nomeação do Comissário dos Franciscanos da Imaculada? Foram formuladas muitas e diversas hipóteses, mas, até hoje, as verdadeiras razões da intervenção não foram esclarecidas.
Desejamos o melhor ao Padre Volpi, definitivamente saído de cena, enquanto que o Padre Stefano Maria Manelli se encontra também em um hospital, em San Giovanni Rotondo, rodeado da estima e o carinho de tantos religiosos, religiosas e leigos, pertencentes à família espiritual fundada por ele. Agora a Santa Sé terá que nomear a um novo Comissário. Todos desejamos que não se repitam os erros do anterior e que, encerrada uma temporada, se abra outra com final diferente.
Por Mauro Faverzani – Corrispondenza Romana | Tradução: Gercione Lima – Fratres in Unum.com: Padre Fidenzio Volpi, Comissário imposto à Ordem Apostólica dos Frades Franciscanos da Imaculada, sempre consegue surpreender. Em 12 de fevereiro, assinou livremente um ato de mediação com a família do padre Stefano Manelli, fundador do Instituto, o qual evitou o “processo civil por alegada difamação pendente no Tribunal Ordinário de Roma, seção Civil I.”
E eis que já no dia 18 de fevereiro, apenas seis dias mais tarde, ele emite uma circular interna, publicada no site oficial da Congregação, em que retira tudo e comunica “a vontade de deixar de cumprir o acordo assinado, considerando-o já não mais válido devido a negligência grave da outra parte”. Não está claro e não explica o que seria essa “violação grave”.
Que a notícia do acordo apareceria em tudo que é agência de notícias, sites e blogs de todo o mundo é mais que óbvio. Que nem todos a tenham divulgado com uma linguagem juridicamente apropriada, pode até ser. Mas não no nosso site. Nós apresentamos essa notícia nos termos apropriados. E para que não restem dúvidas, apresentamos o original, para que todos possam julgar e ver como estão as coisas. Mas tudo isso não tem nada a ver com o ato em si considerado. Ato que é ou não é. E, como tal, não é rejeitável segundo o que lhe der na veneta.
Com tal documento – repetimos, assinado livremente – Padre Volpi admitiu “o não-envolvimento dos familiares do padre Stefano Maria Manelli, reafirmando a estranheza absoluta” dos mesmos “em qualquer operação considerada ilegal e, portanto, contestada pelo próprio Comissário Apostólico, sobre a alegada transferência da disponibilidade dos ativos do Instituto dos Frades Franciscanos da Imaculada”. Desmentindo assim suas declarações anteriores, de caráter totalmente oposto, contidas em uma carta de 8 de Dezembro de 2013. Declaração, agora mais uma vez afirmada em sua recente circular, na qual, contrariando a mediação de 12 de fevereiro, parece voltar às velhas acusações, julgando-as imunes de “caráter de falsidade” e de fato “facilmente verificáveis”. Ou seja, a sua afirmação de que os “bens do Instituto” teriam sido colocados à disposição de terceiros, “entre outros, certos membros da família do Padre Manelli.”
Ora, então tecnicamente a rescisão do documento assinado na frente do mediador do Tribunal de Justiça, portanto, um oficial do judiciário, fica parecendo improvável, senão impossível. Nada parece atribuível aos familiares do Padre Manelli, então, rebus sic stantibus, salvo algumas cláusulas ou notas de rodapé, dificilmente a retirada anunciada poderá surtir algum efeito. De qualquer modo, resta a questão básica: é verdade ou não é verdade o que o Padre Volpi disse e assinou? Este é o único aspecto a considerar. Como Padre Volpi explica ter declarado seis dias antes a estranheza absoluta do envolvimento da família do Padre Manelli em “qualquer operação considerada ilegal, sobre a alegada transferência da disponibilidade dos ativos do Instituto dos Frades Franciscanos da Imaculada” e, seis dias mais tarde, declarar ser verdadeiro e verificável que os bens do Instituto “foram colocados” à disposição, entre outros, de certos membros da família do Padre Manelli ? Tratando-se de duas versões diametralmente opostas, em qual das duas deveríamos acreditar?
Padre Volpi tecnicamente tem razão quando declara não ter sido jamais “condenado por qualquer crime, ou submetido a algum processo penal”. Mas isso simplesmente porque o ”acordo de mediação” aqui mencionado, e que foi assinado por ele, como ele mesmo admite, “tinha como único objetivo evitar a continuação do processo civil junto ao Tribunal de Roma, com os custos adicionais por conta do Instituto”. Despesas essas que, por sua vez, agora parece que o Instituto será instado a custear para levar avante uma questão que diz respeito unicamente às declarações escritas por ele em 2013 e que agora se veem novamente sujeitas a desagradáveis consequências judiciais.
É realmente um triste cenário proposto pela Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e Sociedades de Vida Apostólica, aquele em que, com o decreto n. 52741/2012, afastou os vértices dos Franciscanos da Imaculada e impôs Padre Volpi como comissário apostólico. O Secretário da Congregação, Dom José Rodriguez Carballo, permanece envolvido no maxi-escândalo que abalou a Ordem dos Frades Menores, um escândalo que levou a uma investigação da Procuradoria Suíça por tráfico ilícito com a apreensão de dezenas de milhões de euros, bem como a fiscalização do passivo sobre o hotel “Il Cantico” de Roma. Agora, Padre Volpi, que antes quis evitar a todo custo um processo por difamação ao assinar uma mediação, então — com a decisão, talvez um tanto demais emocional e temperamental — retira tudo, considerando que já não é válida, como se o que ele declarou ontem não valesse mais hoje .
No último dia 22 de dezembro, Papa Francisco, nas saudações de Natal à Cúria Romana, defendeu uma Igreja de “saneamento” frente às “doenças da Cúria” – conforme definia, para incluir aí “fofocas, murmurações, maledicências” tanto quanto o “acumular” e muito, muito mais — Não teria então chegado o momento de começar a fazer a limpeza naqueles pontos que estão mais à sombra, naqueles onde melhor se esconde a sujeira? (M.F.)
Estaremos atentos para noticiar o resultado final da ação, que terá agora seu curso normal no judiciário italiano.
* * *
Assunto: Esclarecimento sobre a ação civil movida contra o Comissário Apostólico e alguns comentários publicados a esse respeito
Fonte: Immacolata.com | Tradução: Gercione Lima – Fratres in Unum.com
Queridos Irmãos,
Paz e Bem!
Dirijo-me a vós com espírito paterno, ciente das preocupações que podem ter suscitado em vossas almas de religiosos a difusão de notícias relacionadas à minha pessoa com o evidente objetivo de diminuir o espírito de comunhão fraterna instaurado positivamente no Instituto, e que se distingue pelo nosso esforço comum e solidário voltado para o restabelecimento do carisma original dos Franciscanos da Imaculada que o distinguiu em seu serviço à Igreja.
Por isso, peço que sigais atentamente a breve reconstrução dos acontecimentos nos quais me vi envolvido e em torno dos quais maliciosamente estão tentando montar um escândalo.
O Divino Mestre disse: “Oportet ut eveniant scandala” e, certamente, esse princípio vale para todos nós, desde que saibamos discernir a verdade da falsidade, e saibamos tirar os fatos em que estamos envolvidos o ensinamento justo.
Por ocasião da Solenidade da Imaculada de 2013, celebrando a nossa Padroeira Celeste e Protetora, escrevi uma carta circular endereçada a todos vós, resumindo os eventos transcorridos desde a minha nomeação como Comissário Apostólico.
Em tal documento, não deixei de tratar de uma das provas mais difíceis que enfrentamos e superamos em conjunto, com o espírito franciscano e iluminados pela celeste proteção de Maria Santíssima: refiro-me à subtração da disposição ao Instituto dos bens temporais que lhe forem conferidos, necessários para o cumprimento de nossa missão.
Referindo-me às alterações introduzidas nos estatutos das duas associações, munidas de personalidade jurídica de Direito Civil, titulares da propriedade dos bens do Instituto, afirmava eu que estes bens tinham sido colocados à disposição, entre outros, de alguns membros da família do Padre Manelli.
Esta afirmação não tinha nenhum caráter de falsidade e era fácil de se verificar.
No entanto, os irmãos e irmãs carnais do fundador, juntamente com um seu cunhado, considerando-se ofendidos pela afirmação na minha carta circular, promoveram uma ação civil contra mim, para obter a reparação do prejuízo alegadamente sofrido por eles.
Com base nas atuais normas de processo civil, cada ação pode resultar em uma sentença só depois de ter havido uma tentativa de mediação entre as partes.
Em tal sede, “pro bono Pacis” e no espírito de fraternidade do Seráfico, chegou-se no dia 12 de fevereiro a um acordo com a contraparte que, sem nada para reconhecer senão uma explicação óbvia, tinha o único objetivo de evitar a continuação do processo civil no Tribunal de Roma, com custos adicionais por conta do Instituto.
Nos termos deste acordo, eu me comprometi entre outras coisas a publicar um esclarecimento no site oficial do Instituto, concordado com a contraparte.
Eu estava prestes a pôr em prática o acordo, quando, em 15 de fevereiro, apareceu em uma publicação eletrônica, um artigo, cuja “única fonte” – de acordo com o seu editor – era um tal “Don Camillo”, descrito como “amigo íntimo da família Manelli”.
Neste artigo, declarava textualmente o seguinte:
“Padre Volpi, depois de admitir seu crime de calúnia e mentiras, em 12 de fevereiro foi condenado…”
Era evidente a intenção do extensor, que se declarava expressamente ligado à família do padre Stefano Maria Manelli, era minar diante de todos vós, queridos Irmãos, meu prestígio e a autoridade que me foi conferida.
Não fui, de fato, condenado por qualquer crime ou submetido a qualquer processo penal, nem jamais admiti em qualquer sede, judicial ou extrajudicial, ter cometido algum crime, nem de ter manifestado calúnias ou mentiras.
Portanto, dei instruções aos meus advogados para preparar uma ação judicial por crime de difamação contra os responsáveis, e comuniquei à família do Padre Manelli minha decisão de não cumprir o acordo assinado em 12 fevereiro de 2015, considerando que já não é válido devido ao grave descumprimento da contraparte.
Queridos Irmãos,
Sei que posso contar com a vossa “Sapientia cordis”, considerando-vos partícipes do meu sentimento, o que me leva a considerar a campanha de difamação novamente empreendida contra a minha pessoa, aproveitando-se do espírito franciscano com o qual eu tinha decidido acabar com a controvérsia com a família do Padre Manelli, como uma tentativa de minar a harmonia com a qual até agora estávamos todos animados para promover o bem do Instituto e da Igreja.
Eu convido-vos a estreitar ainda mais este laço de solidariedade que nos une com o Santo Padre e com toda a Igreja militante, bem como nos unirmos cada vez mais sob o manto protetor da Virgem, Mãe e Padroeira do Instituto dos Frades Franciscanos da Imaculada, onde nós levantamos a nossa oração comum, penhor de graças celestes, em um momento difícil da nossa história.
Abraço a todos, lembrando o lema Evangelho: “NON PREVALEBUNT”.
Vos abençoo.
Roma, 18 fev 2015
Padre Fidenzio Volpi OFMCap.
Comissário Apostólico
Padre Volpi assinou um acordo no qual admite ter difamado a família do Padre Manelli, fundador dos Franciscanos da Imaculada. Agora, será que ele vai renunciar?
Por Mauro Faverzani – Corrispondenza Romana | Tradução: Gercione Lima – Fratres in Unum.com: Difamação: desta acusação, tecnicamente, Padre Fidenzio Volpi, Comissário Apostólico imposto à Ordem dos Frades Franciscanos da Imaculada, tornou-se protagonista. A sanção se concretizou oficialmente através de um acordo acertado pelo órgão de mediação judicial do Tribunal de Roma no dia 12 de Fevereiro de 2015. Corrispondenza Romana conseguiu apossar-se das atas deste documento exclusivo e, portanto, está em condições de fornecer seus pormenores.
Tudo começou com declarações escritas pelo Padre Volpi em uma carta datada de 08 de dezembro de 2013: “O que é extremamente grave – estas são suas palavras – foi a transferência da disponibilidade de bens móveis e imóveis do Instituto para os fiéis leigos, conhecido filhos espirituais e familiares do fundador, Padre Stefano M. Manelli, bem como aos pais de algumas freiras”. E prosseguia: “Tais operações, gravemente ilícitas sob o ponto de vista moral e canônico, com implicações tanto no âmbito civil como criminal, foram feitas após a nomeação do Comissário Apostólico, manifestando-se, assim, a vontade de subtrair tais fundos do controle da Santa Sé”. Também ameaçava sanções: “Quem fez ou permitiu tudo isso, caiu em falta grave e, se for um religioso, é passível de sanções canônicas graves. Algo semelhante aconteceu também com as obras de apostolado: editoras, televisão… “
Com base nessas acusações, decidiu-se estabelecer e justificar o longo comissariamento, imposto às pressas. E agora essas bases se revelaram totalmente infundadas: o castelo de cartas ruiu, depois de anos de linchamento moral sofrido pelo Padre Manelli e sua Ordem.
Um primeiro encontro ocorreu no dia 11 de dezembro, diante do mediador do tribunal e foi concluído com uma referência ao dia 12 de fevereiro, às 11 horas, quando se apresentaram de um lado, os familiares do Padre Manelli e seu advogado, David Perrotta, e do outro, o próprio Pietro Volpi, cujo nome religioso é Padre Fidenzio, e seu time de advogados, Alessandra Boecklin e Edoardo Boitani.
Padre Fidenzio Volpi, no final, aderindo à mediação preliminar, “no âmbito de um processo civil pendente, por alegada difamação diante do Tribunal Ordinário de Roma, Seção Civil I” teve que confirmar, desmentindo a si mesmo e o que havia escrito naquele tempo, “o não envolvimento da ‘família’ do padre Stefano Maria Manelli, e reafirmando a absoluta idoneidade” dos mesmos “em relação a qualquer operação considerada ilegal e, portanto, contestada pelo mesmo comissário Apostólico, sobre a alegada transferência da disponibilidade dos ativos do Instituto dos Frades franciscanos da Imaculada”.
Tal pedido público de desculpas, pago pelo mesmo Padre Volpi, deverá ser publicado até 3 de Março como lançamento da AGI-Agenzia Giornalistica Italia, no site www.immacolata.com (onde permanecerá por pelo menos 3 meses consecutivos. Além disso, consta a preparação de um link apropriado na primeira página com layout similar ao de outros meios de comunicação), através de uma carta em papel timbrado do Instituto dos Frades Franciscanos da Imaculada que será enviada a todos os religiosos e religiosas com um convite para que o comunicado seja lido a cada membro de cada comunidade.
E não é só isso! Padre Volpi se comprometeu a pagar como indenização a quantia de de 20 000 € euros até o dia 3 de Março.
Dessa história emergem algumas evidencias. É claro que o Padre Volpi só preferiu chegar a um acordo oneroso – tanto em termos econômicos como, e ainda mais, em termos de imagem -, para evitar outros processos piores contra ele pendentes no Tribunal Civil de Roma. É óbvio que para ele chegar a tal ponto, sua finalidade foi a de evitar piores consequências para si mesmo. É evidente que apenas em virtude das admissões do Padre Volpi que os familiares de Padre Manelli, lesados em sua honra, renunciaram a processá-lo civilmente, estabelecendo assim a paz entre todos.
Agora, o que aconteceu tem consequências importantes e graves. Não só isso, como agora ficou tudo evidente, na frente de um tribunal e das pessoas que foram lesadas, tanto de um ponto de vista jurídico e humano como também na presença de Deus. É o próprio compêndio do Catecismo da Igreja Católica que afirma claramente como “o oitavo mandamento” proíbe “o juízo temerário, maledicência, difamação e calúnia, que diminuem ou destroem a boa reputação e a honra, a que todas as pessoas têm direito”, ainda mais quando se trata do fundador de uma ordem religiosa e quando da injustiça padecida derivam outros sofrimentos padecidos injustamente por sua família e por todos os membros, religiosos e leigos desta Ordem .
Esta história e, ainda mais, o seu resultado, minaram gravemente a credibilidade do Padre Volpi, e inevitavelmente enfraqueceu a sua autoridade, comprometendo seriamente o seu papel. Portanto, além e, de fato, precisamente a partir do que foi acordado entre as partes perante a justiça dos homens, que consequências implícitas poderiam haver perante a justiça de Deus? Após esta retratação pública, será que Padre Volpi terá a coerência moral e espiritual de demitir-se do papel de Comissário do Instituto Apostólico dos Frades Franciscanos da Imaculada? (Mauro Faverzani)
Quando será que a grande mídia vai exigir respostas?
Por Rorate-Caeli | Tradução: Fratres in Unum.com: Em 8 de dezembro de 2013, Festa da Imaculada Conceição, o Seminário Teológico da Mediadora Imaculada (STIM) dos Franciscanos da Imaculada (FI) foi fechado pelo Comissário Apostólico, Pe. Fidenzio Volpi. No mesmo dia, um dos freis realizou filmagens durante o dia todo. Essa filmagem, juntamente com imagens adicionais, apresentam o estilo de vida naquele mesmo seminário.
Na época, essa filmagem foi mantida em sigilo; ela testemunhava algo que não era mais tolerável aos que estão no poder, ficando oculta até agora.
Neste Ano da Vida Consagrada, na Festa da Purificação, que é considerada como a Festa da Vida Consagrada, Rorate obteve este vídeo em caráter exclusivo, que revela uma contradição até agora mantida em sigilo para manter a segurança das pessoas envolvidas.
Com todos os problemas e escândalos na vida religiosa de nossos dias, que parecem ser considerados meritórios pelas mais altas autoridades, o que vocês verão neste vídeo é o que eles consideram tão inaceitável, tão terrível, tão perigoso que teve que ser pisoteado e esmagado como “especificamente ordenado pelo Vigário de Cristo,” o Papa Francisco.
Punição e supressão – e sem julgamento.
Mas, talvez Nossa Senhora, em sua festividade, esteja oferecendo uma visão muito diferente daquela que atualmente parece reinar na Igreja — uma visão da vida consagrada, que é, conforme Simeão diz de Cristo, um sinal de contradição.
Muitos freis que aparecem neste filme tiveram que fugir após o fechamento do seminário, uma vez que se encontravam em uma nova atmosfera de corrupção doutrinal e relaxamento moral, da desintegração da observância religiosa que eles prometeram a si mesmos que manteriam sob pena de pecado grave.
Dizemos “fugir” porque isso é verdade. Ouvimos de diversos FI que eles correm perigo, que outro Frei que conhecem irá falar conosco “quando eles tiverem a salvo”, ou seja, em uma nova diocese com um bispo amistoso. Vocês podem pensar que eles estavam escapando de Inglaterra e da Torre do século XVI – mas essa maneira de caça aos sacerdotes é tão mais perigosa porque vem de dentro.
Assistam o vídeo. Divulguem-no amplamente. E peçam a Nossa Senhora hoje que tire um bem deste pesadelo e finalmente conceda a paz a esses bons homens.
Por Victor Spazevic – Riscossa Cristiana | Tradução: Gercione Lima – Fratres in Unum.com – Em uma interessante entrevista, o Cardeal Braz de Aviz mencionou o progresso na resolução do “caso Franciscanos da Imaculada”. Depois de quase ter destruído aquele Instituto, o qual pouco tempo atrás ainda estava florescente, o prefeito da Congregação responsável explicou que finalmente eles descobriram os problemas.
O problema é a “negação do Concílio” escondida por detrás da “referência ao rito extraordinário”. Não sem razão Maurizio Grosso (“Corrispondenza Romana”) manifestou alguma perplexidade em torno da expressão “o Concílio”. Mas eu não vou ser assim tão malicioso e prefiro ver na expressão do Cardeal apenas um “atalho linguístico”. Suponho que o prelado a tenha usado apenas porque o Vaticano II é até agora o mais recente dos Concílios. Então, se o cardeal dissesse, por exemplo, “a Copa”, estaria se referindo à última Copa do Mundo (deveria então explicar depois tal expressão para os seus conterrâneros, que provavelmente prefeririam evitar tal exaltação), e se ele dissesse “a guerra mundial”, de certo não o faria ignorando que foram duas guerras, mas simplesmente para poupar o tempo que se gasta em pronunciar as palavras “última” ou “segunda”. Com tal economia, certamente se sobra mais tempo para tratar da teologia da libertação.
Deixemos portanto em paz “o Concílio”, não vamos acusar Sua Eminência de querer com esta expressão “negar” não apenas um, mas vinte concílios. Seria realmente um desastre ter que por sob intervenção a Congregação [para os Institutos de Vida Consagrada] que mais faz florescer a vida religiosa, especialmente as congregações femininas, ou melhor, feministas na América.
No entanto, permanece a dúvida sobre o que se entende pela palavra “negação”. Quem nega um concílio? E no que consistiria uma tal negação? Se alguém diz: “no meu ponto de vista, o Concílio de Florença se desenvolveu em circunstâncias bastante escandalosas”, já se torna culpado de “negação”? Ou se alguém diz, “o quinto Concílio de Latrão não resolveu os problemas da sua época”, já comete o delito de “negar o concílio?” (delito o qual – como ensinou precisamente o caso Franciscanos da Imaculada – corresponde à pena de morte?) Então, se um outro diz, “o pontificado do Papa Alexandre VI foi vergonhoso” – “nega-se” aquele pontificado? Ou se alguém diz que o pontificado de Leão X, que foi “fatal para a sede romana” (von Pastor o escreveu), torna-se, talvez, um negador?
Mas não é só isso: será que os Franciscanos da Imaculada realmente procuravam evidenciar apenas o lado negativo do vigésimo primeiro concílio ecumênico? De modo algum! Muito pelo contrário, eram exatamente eles que apoiavam fortemente a linha de Bento XVI; negação – sim – mas não de “o concílio”, mas de uma de suas hermenêuticas erradas. Na verdade, eu acho que poucos estudiosos fizeram tanto para salvar o concílio quanto os bravos professores dos Franciscanos da Imaculada. Fingir que está tudo bem e que não há nenhuma crise ou enterrar a cabeça no chão como um avestruz não resolve o problema, um problema que deve ser enfrentado com amor pela Igreja, nossa querida e ensanguentada mãe, com a humildade de filhos, mas também com honestidade científica. Essa honestidade certamente não pode ir nem contra o amor à Igreja, nem contra a humildade. Quando será possível que a verdade contradiga a virtude?
Este foi o trabalho desenvolvido pelos professores e sacerdotes dos Franciscanos da Imaculada. Quantos leigos os procuravam cheios de dúvidas e encontravam ajuda! Quantos que ao se deparar com a terrível crise e diante da tentação de se colocar toda a responsabilidade sobre os ombros dos Padres conciliares, encontravam entre os Franciscanos da Imaculada (e de fato os mais perseguidos agora) um outro lado: “Olha, o Vaticano II não queria a destruição da vida religiosa… a queda da moralidade… o enfraquecimento da Igreja… Leia os documentos, leia-os à luz da tradição; não se preocupem e não dê ouvidos a quem quer interpretar esses documentos contra o que sempre foi ensinado pela Igreja!”
No final, no entanto, devo acrescentar algumas palavras sobre o Concílio Vaticano II, a sua relevância e atualização em geral.
Existem textos conciliares que – repetindo com palavras novas as verdades de sempre, – permanecem atuais. Aqueles que lêem esses documentos “à luz da Tradição”, encontram neles um tesouro (embora, por vezes, bastante escondido). Um “tradicionalista” que denunciava abertamente a crise, Dietrich von Hildebrand, era um entusiasta da “Lumen Gentium” (pelo menos enquanto escrevia seu “Cavalo de Tróia na Cidade de Deus”).
Mas o último concílio, desenvolvido na atmosfera do famoso “aggiornamento”, se auto-definiu como um concílio “pastoral”. E sabemos bem que nas dioceses, frequentemente orientações pastorais não duram mais do que 50 anos. Ainda mais quando se trata desses últimos 50 anos! Depois de 1968, da queda do Muro de Berlim, da transformação dos países comunistas, da globalização, da Internet, imigração, terrorismo islâmico, várias guerras, a descristianização da sociedade… talvez — aliás, certamente – esses são os mais velozes “50 anos” da história! O que há 50 anos era uma “atualização”, agora seria uma “desatualização”.
Quem, então, não foi bem atualizado? Os Franciscanos da Imaculada, seguindo o Papa Bento e as suas decisões (entre elas o retorno ao antigo rito) ou aqueles que, olhando com saudosismo para os anos da Teologia da Libertação, procuram debelar um dos mais belos frutos do Concílio Vaticano II? (lembremos da inspiração que Padre Manelli tirou do documento “Perfectae Charitatis”).
Senhor Cardeal! Os tempos mudaram, podemos dizer. O “Zeitgeist” sopra em outro lugar; sopra para a tradição. Leonardo Boff é um velho quase esquecido em seu oásis ecológico, enquanto os seminários em que se ensina a Missa segundo o Missal do recém-canonizado João XXIII estão cheios. Podemos dizer que este é o julgamento do implacável progresso da História: o progresso de vez em quando prega peças em seus admiradores. Vocês não estão bem atualizados, permanecem em seus tempos áureos da teologia da libertação. Nesse meio tempo houve um “Summorum Pontificum”, houve uma conversa sobre as duas hermenêuticas… de resto, nesse meio tempo houve também uma certa declaração sobre a teologia da libertação.
Por Roberto de Mattei – Corrispondenza Romana * | Tradução: Fratres in Unum.com – Os critérios elementares de juízo para um católico devem ser aqueles da Igreja: amar e odiar aquilo que a Igreja ama e odeia: amar a verdade em toda a sua singularidade e integridade e odiar o erro em toda a sua multiplicidade de expressões. A ortodoxia e a heterodoxia continuam sendo a medida final de juízo a que a Razão Cristã deve estar sujeita.
Em 1542, o Papa Paulo II, instituiu a Congregação da Inquisição Romana, posteriormente chamada de Santo Ofício e hoje em dia denominada Congregação para a Doutrina da Fé, com o objetivo de guardar a pureza da ortodoxia. Em 1571, São Pio V, a apoiou com a Congregação do Index, que tinha a tarefa de indicar todos os livros que deformavam a correta Doutrina Católica. Em 2002, o L’Index Librorum prohibitorum 1600-1966 foi publicado pelo Centre d’Études de la Renaissance na Universidade de Sherbrooke, e reúne todas as obras condenadas até a supressão do Index, que Paulo VI quis em 1966. Do protestantismo até o iluminismo, do liberalismo católico até o modernismo, não há um autor heterodoxo que não tenha sido apontado e condenado pelo bem da Igreja e para a salvação das almas.
O Index estabeleceu um instrumento precioso para auxiliar os católicos a conhecerem e detestarem os erros e heresias. O Santo Ofício era o tribunal supremo a que todo católico podia recorrer quando tinha dúvidas e perplexidades em questões de fé e moral. À Congregação para a Doutrina da Fé, que seguiu o Santo Ofício, devemos, nos últimos anos, uma série de notificações, como, por exemplo, Dominus Jesus, em 2000, ou Considerações relativas a Propostas para Dar Reconhecimento Legal às Uniões Homossexuais, em 2003.
Após as declarações perturbadoras do Cardeal Kasper no Consistório, em fevereiro de 2014, sobre o tema dos divorciados recasados e o documento igualmente inquietante Instrumentum laboris, apresentado em 26 de junho, em preparação ao próximo Sínodo sobre a Família, seria certo esperar uma declaração de esclarecimento da Congregação (hoje em dia presidida pelo Cardeal Müller) sobre os graves problemas na pauta de discussão sobre questões relativas à família e à moral sexual.
Entretanto, hoje em dia, existe uma tentativa de substituir a ortodoxia pela “ortopraxis”.
A publicação teológica internacional “Concilium” dedicou a sua última edição ao tema: De “anathema sit” para “Quem sou eu para julgar?” começando pela famosa frase do Papa Francisco sobre a homossexualidade: A frase “Quem sou eu para julgar,” pronunciada durante o voo de volta do Brasil em julho de 2013. Os autores definem ortodoxia como “violência metafísica”. Eles afirmam que as fórmulas e dogmas não podem compreender a evolução histórica, mas cada problema deve ser colocado em seu contexto histórico e sociopolítico. O conceito de ortodoxia deve ser superado, ou pelo menos redimensionado, uma vez que é usado como “um ponto de referência para sufocar a liberdade de pensamento e como uma arma para controlar e punir.” (“Concilium”, 2/2014, p.11). O primado da doutrina deve ser substituído pela práxis pastoral, conforme o Padre Juan Carlos Scannone explica, intervindo em apoio ao Cardeal Kasper, no artigo Teologia Serena de Joelhos, publicado na “Civiltà Cattolica” de 7 de junho de 2014.
As categorias de ortodoxia e heterodoxia estão sendo deixadas de lado como antiquadas. E novas expressões semânticas estão emergindo. Uma das mais curiosas é “cripto-lefebvrianismo”: um termo que o Padre Angelo Geiger, dos Franciscanos da Imaculada, recentemente utilizou em seu site americano para desacreditar, não somente a mim, mas também o Rorate Caeli, um site católico admirável, culpado de ter expressado seus receios sobre o que está acontecendo aos Franciscanos da Imaculada. Para o Padre Geiger, é tudo normal, e qualquer um que duvide dessa normalidade é um “cripto-lefebvriano”.
Quem são os “cripto-lefebvrianos”? Eles são aqueles que, no atual estado de confusão, mesmo que não façam parte da Fraternidade de São Pio X, olham para a Tradição Católica como ponto de referência. Eles são os católicos que querem permanecer ortodoxos e, para tal, invocam o Magistério definidor da Igreja, não menos “vivo” e atual do que o Magistério indireto ou não-definidor dos bispos e do Papa atualmente reinante.
O Padre Geiger acusa os Franciscanos da Imaculada fiéis ao Padre Manelli, Rorate Caeli e a mim de sermos contra o Papa, os bispos e o Vaticano II. Pedimos-lhe que leia o volume publicado por seu confrade, o Padre Serafino M. Lanzetta [ndr: a quem o Fratres teve a honra de entrevistar], Vaticano II: Um concílio pastoral: Hermenêutica das doutrinas conciliares, Cantagalli, Siena, 2014. Esta obra, conduzida sob a orientação do Professor Manfred Hauke, proporcionou ao autor qualificações para ensinar na Faculdade de Teologia em Lugano [Ticino, Suíça].
O Padre Lanzetta explica que o ensinamento do Vaticano II é colocado nas linhas do Magistério Ordinário da Igreja, sem exigir adesão de fé. “A qualificação teológica mais adequada sobre os documentos examinados por nós, salvo meliore iudicio, parece ser aquela da sententiae teologicae ad fidem pertinentes: questões sobre as quais o magistério ainda não se pronunciou de maneira definitiva, de cujas negações podem levar a colocar em perigo outras verdades onde a verdade está garantida em seu elo íntimo à Revelação.” (pp. 430-431). A discussão sobre essas teses teológicas ainda é livre e aberta. As doutrinas dadas pelo Vaticano II, escreve o Padre Lanzetta, devem ser lidas à luz da Tradição perene da Igreja e o Concílio não pode fazer nada a não ser unir-se a essa Tradição ininterrupta. (p.37) “A única coisa que pode guiar o nosso entendimento do Vaticano II é toda a Tradição da Igreja: O Vaticano II não é o primeiro nem o último concílio na Igreja, mas um momento em Sua História.” (pp. 74-75). “Portanto, a perene Traditio Ecclesiae constitui o primeiro critério hermenêutico do Vaticano II.” (p.75).
Será que o Padre Lanzetta, um dos Franciscanos da Imaculada que pediu dispensa para deixar o Instituto, é um “cripto-lefebvriano”? Se ele for, então, o chefe dos “cripto-lefebvrianos” é Bento XVI, que propôs a leitura do Concílio Vaticano segundo à luz da Tradição e não a Tradição à luz do Vaticano II, como a Escola de Bolonha gostaria. Além disso, se o Padre Geiger quer colocar o Padre Lanzetta contra o Arcebispo Agostino Marchetto, definido pelo Papa Francisco como “o melhor hermeneuta do Vaticano II,” ele deveria saber que o Padre Lanzetta e o Professor de Mattei fazem parte de um grupo de acadêmicos, que inclui o Arcebispo Marchetto, e que por mais de dois anos, cada qual com a sua identidade teológica e histórica próprias, examinaram de maneira construtiva um estudo profundo do Concílio Vaticano Segundo, sem demonização mútua. A frase In necessariis unitas, in dubiis libertas, in omnibus carita, cara a João XXIII, é rejeitada por aqueles que usam o Novus Ordo Missae e o Concílio Vaticano Segundo para fechar as bocas daqueles que fazem perguntas de interesse da correta Fé Católica.
Peçamos instantemente que o Padre Geiger substitua as classificações falsas por bons argumentos – se ele for capaz de encontrá-los. O que nos acredita ou desacredita perante a Verdade e Nosso Senhor Jesus Cristo, que é o Caminho, a Verdade e a Vida (João 4, 1-6) não são as disputas denominacionais, mas o bom uso de nossa razão, que nunca pode estar em contradição com a nossa fé.
Às acusações dos nominalistas, respondemos com as palavras de São Paciano de Barcelona: – Christianus mihi nomen est, catholicus cognomen. [Cristão é o meu nome, Católico é o meu sobrenome.]
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[* Tradução feita a partir da tradução inglesa de Francesca Romana para Rorate-Caeli. Roberto de Mattei, historiador italiano e acadêmico, é autor, entre muitas outros livros, de “O Concílio Vaticano Segundo: uma história nunca escrita” – pelo qual ele ganhou o prêmio italiano mais prestigioso de História, o Acqui Storia, em 2011. O objeto de sua admoestação exemplar acima é declaradamente um dos cinco freis dissidentes que conclamou a intervenção da Congregação para os Religiosos em seu instituto, com consequências, incluindo de natureza litúrgica, bem conhecida por todos católicos que amam a Igreja.]
Por Corrispondenza Romana | Tradução: Fratres in Unum.com – Eminência Reverendíssima,
Gostaríamos de lhe dirigir as perguntas que seguem, em razão das sérias questões levantadas pela instalação de um Comissariado junto aos Frades Franciscanos da Imaculada e da Visita Apostólica às Irmãs Franciscanas da Imaculada Conceição, ambas medidas de sua iniciativa.
Trata-se de questões de relevo universal que emergem, em consciência, do dever de cada um de procurar a verdade, especialmente em matéria de fé e de moral.
Desde que se tornou público o escândalo suscitado em tantos pela instalação do Comissariado junto aos Frades Franciscanos da Imaculada e pela Visita Apostólica às Irmãs Franciscanas da Imaculada, as perguntas dele resultantes devem também ser feitas publicamente.
1) Por que os Frades Franciscanos da Imaculada foram comissariados? No decreto de instituição do Comissariado emitido por V.E. não aparece qualquer motivo. Por quê?
2) Por que V.E. não levou em conta algumas das notas (29 de maio de 2013) enviadas pelo Conselho Geral, em conjunto com a Procuradoria Geral dos Frades Franciscanos da Imaculada, com as quais lhe participavam – no que diz respeito à Visita Apostólica então em curso – alguns fatos gravíssimos, e sem precedentes em toda a história da Igreja, entre os quais (como nele se lê): “a decisão [do Visitador] de proceder SOMENTE através de um questionário escrito, evitando totalmente a visita à comunidade e até mesmo aos seminários […]; o conteúdo do questionário, além da intenção de sugerir uma versão ‘tendenciosa’ da situação do Instituto, estava prenhe de perguntas não facilmente compreensíveis pela maioria dos nossos irmãos […]; Os resultados do questionário, por si sós, sem verificar se o que nele estava escrito corresponde realmente às convicções de cada irmão, não são confiáveis pelas razões acima mencionadas”?
3) V.E. está ciente das disposições emitidas pelo Comissário apostólico que designou para conduzir os Franciscanos da Imaculada, com as quais se impõe aos Frades, entre outras coisas, o fechamento do seminário, a suspensão das ordenações, e a proibição de colaborarem em publicações teológicas e de apostolado? Se não foi informado, por que endossou tais medidas, evidentemente destrutivas das atividades fundamentais próprias ao carisma desse Instituto, devidamente aprovado pela Santa Sé?
4) Por que ordenou a Visita Apostólica às Irmãs Franciscanas da Imaculada, ou seja, ao ramo feminino do Instituto religioso já comissariado por V.E.?
5) Por que enviou como Visitadora Apostólica uma religiosa tão distante, por atitudes e por formação – mas sobretudo pelo modo de pensar e de agir –, das Irmãs Franciscanas da Imaculada?
6) Por que não demonstrou equivalente atenção e severidade em relação àqueles institutos religiosos nos quais um grande número de membros tem claramente se afastado do carisma dos fundadores e da observância de suas respectivas Regras e Constituições?
7) O que V.E. pensa a respeito da Teologia da libertação? Considera compatível com a fé católica a adesão às idéias da Teologia da Libertação, particularmente após a sua explícita condenação pela Instrução da Congregação para a Doutrina da Fé, confirmada por João Paulo II (6 de agosto de 1984), com a qual, entre outras coisas, se denunciam “os graves desvios ideológicos”?
8) O que pensa a respeito da possibilidade sincretista de unificar todas as religiões em uma nova religião planetária? É verdade que V.E. já participou, fazendo o discurso introdutório, do Primeiro Fórum Espiritual Mundial, juntamente com representantes de sociedades espíritas, teosóficas e maçônicas?
9) Não considera que cada projeto da religião planetária contradiz flagrantemente o princípio de que “deve ser […] acreditado firmemente como verdade de fé católica que a vontade salvífica universal de Deus Uno e Trino é oferecida e realizada uma vez para sempre no mistério da encarnação, morte e ressurreição do Filho de Deus” (Congregação para a Doutrina da Fé, Declaração Dominus Iesus, 14)?
10) O que pensa a respeito da Maçonaria? Considera compatível com a fé cristã a adesão de um católico e, com razão ainda maior de um clérigo, à Maçonaria?
Com respeitosas saudações
Por Mauro Faverzani | Tradução: Fratres in Unum.com – Então, por ordem do Cardeal João Braz de Aviz, Prefeito da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada, a Sóror Fernanda Barbiero, do Instituto das Irmãs Mestras de Santa Doroteia, é a nova “visitante”, aliás “normalizadora”, das Franciscanas da Imaculada.
Escolha de si bastante bizarra, pois a neocomissaria nada tem em comum com o seu carisma. Ao menos com o ramo masculino da Família religiosa fundada pelo Padre Manelli se teve a clarividência de escolher um capuchinho, o Padre Fidenzio Volpi. O papel da Irmã Barbiero é comparável ao do remédio administrado a um paciente saudável: não se entende o motivo. Além do risco de provocar danos, cada remédio tem sempre suas contra-indicações, muitas vezes pesadas, quando receitado sem razão.
Mas quem é a Irmã Fernanda Barbiero? Algum elemento inicial pode ser obtido em seu discurso intitulado A Religiosa na Igreja, feito em 28 de janeiro de 2012 numa reunião do USMI e do CISM. É contundente a explícita convocação que ela faz na IV Conferência Mundial das Nações Unidas, realizada em 1995 em Pequim. A Irmã Barbiero define com injustificada ênfase a tal Conferência como “a grande transformação”, o primeiro passo das mulheres rumo à “ascensão ao poder”, a uma espécie de “cidadania” nos âmbitos “social, político, econômico, eclesial e acadêmico”.
Na realidade, [a Conferência de] Pequim não foi senão o tapete para injetar na sociedade mundial o venenoso e enganador conceito de “gênero”, ideologicamente, capciosamente e falsamente entendido como sinônimo de “identidade sexual cultural”, promovendo assim uma completa liberdade de escolha de “orientação”. Pequim de 1995 foi a raiz dos males contemporâneos: na segunda versão do documento preparatório, o termo “gênero” aparece em quase todos os parágrafos.
Por outro lado, registra-se a total ausência de referências à maternidade e ao papel da mulher e do marido: tudo já vem projetado para além dos conceitos de “homem” e de “mulher”, impondo de fato o conceito de gênero e de identidade de gênero a todas as políticas das Nações Unidas. Um desastre.
Tanto que, logo após a Conferência, a própria Santa Sé se sentiu no dever de fazer alguns esclarecimentos e retificações através de um documento intitulado Reservas e declarações interpretativas (curiosamente ainda disponível no site do Vaticano apenas em espanhol), no qual critica fortemente a “Plataforma de Ação” de Pequim, por atentar contra a família fundada no matrimônio, ocultar o aborto, a homossexualidade e a contracepção por detrás de subterfúgios como “saúde reprodutiva”, “saúde sexual”, “direitos reprodutivos”, “planejamento familiar”, “regulamento da fertilidade”, todos julgados pela Santa Sé como “moralmente inaceitáveis”.
No texto vaticano se reafirma a total e convicta desaprovação de qualquer “forma da legislação que dê reconhecimento jurídico ao aborto”, pedindo para incluir tais “reservas” no relatório final da cúpula de Pequim. Agora, que a Irmã Barbiero não encontre nada de melhor do que indicar precisamente a tal devastadora Conferência como um ponto de referência fundamental, representa um passo em falso enganoso, errado e realmente preocupante.
À Irmã Fernanda Barbiero também agrada a “Igreja da Misericórdia”, como se deduz do editorial assinado por ela em 26 de janeiro sobre “Consagração e Serviço”, inspirado no livro dedicado a este assunto pelo Cardeal Kasper no discutido relatório de abertura do Consistório sobre a Família. Escreve uma incontenível Irmã Barbiero: “A sinfonia da misericórdia de Deus ressoa em toda a Escritura”, a ponto de defini-la até como “o princípio fundamental da ação de Deus”, o “núcleo essencial do Evangelho”, em uma apoteose que vai até a exortação final: “Misericórdia, portanto!”.
Sem colocar balizas, sem fazer distinção, sem reservas, o que seja, mesmo arriscando mudar – e de modo substancial – as regras do jogo, substituindo por uma sociologia imanente a fé transcendente. De resto, segundo a agência “Adnkronos”, já em 1998 a Irmã Barbiero, então chefe do Instituto Pontifício Regina Mundi, reivindicou uma não melhor especificada “reforma abrangente” da vida religiosa feminina, para solicitar às irmãs “a empreender um caminho de libertação”, com uma terminologia mais do velho feminismo dos anos sessenta do que de convento.
Na citada intervenção de 2012 retomou mais ou menos o mesmo mantra, colocando a vida religiosa em conexão sociológica com a “questão feminina”, e dizendo-o no meio de uma “difícil transição inacabada”, confirmando assim uma imagem de alienação, de frustração, de malogrado desconforto, muito distante da plenitude espiritual e da serenidade interior próprias das Franciscanas da Imaculada, que não precisam nem jamais pediram qualquer forma de “emancipação” ideológica. Se ao menos as deixassem viver. E sobretudo rezar.