“Todos os santos, porque amaram a Jesus Cristo, esforçaram-se por santificar o mais possível o tempo de carnaval”.

“Por este amigo, a quem o Espírito Santo nos exorta a sermos fiéis no tempo da sua pobreza, podemos entender que é Jesus Cristo, que especialmente nestes dias de carnaval é deixado sozinho pelos homens ingratos e como que reduzido à extrema penúria. Se um só pecado, como dizem as Escrituras, já desonra a Deus, o injuria e o despreza, imagina quanto o divino Redentor deve ficar aflito neste tempo em que são cometidos milhares de pecados de toda a espécie, por toda a condição de pessoas, e quiçá por pessoas que lhe estão consagradas. Jesus Cristo não é mais suscetível de dor; mas, se ainda pudesse sofrer, havia de morrer nestes dias desgraçados e havia de morrer tantas vezes quantas são as ofensas que lhe são feitas.

É por isso que os santos, a fim de desagravarem o Senhor de tantos ultrajes, aplicavam-se no tempo de carnaval, de modo especial, ao recolhimento, à penitência, à oração, e multiplicavam os atos de amor, de adoração e de louvor para com o seu Bem-Amado. No tempo do carnaval, Santa Maria Madalena de Pazzi passava as noites inteiras diante do Santíssimo Sacramento, oferecendo a Deus o sangue de Jesus Cristo pelos pobres pecadores. O Bem-aventurado Henrique Suso guardava um jejum rigoroso a fim de expiar as intemperanças cometidas. São Carlos Borromeu castigava o seu corpo com disciplinas e penitências extraordinárias. São Filipe Néri convocava o povo para visitar com ele os santuários e realizar exercícios de devoção. O mesmo praticava São Francisco de Sales, que, não contente com a vida mais recolhida que então levava, pregava ainda na igreja diante de um auditório numerosíssimo. Tendo conhecimento que algumas pessoas por ele dirigidas, que se relaxavam um pouco nos dias de carnaval, repreendia-as com brandura e exortava-as à comunhão frequente.

Numa palavra, todos os santos, porque amaram a Jesus Cristo, esforçaram-se por santificar o mais possível o tempo de carnaval. Meu irmão, se amas também este Redentor amabilíssimo, imita os santos. Se não podes fazer mais, procura ao menos ficar, mais do que em outros tempos, na presença de Jesus Sacramentado ou bem recolhido em tua casa, aos pés de Jesus crucificado, para chorar as muitas ofensas que lhe são feitas.

O meio para adquirires um tesouro imenso de méritos e obteres do céu as graças mais assinaladas, é seres fiel a Jesus Cristo em sua pobreza e fazer-lhe companhia neste tempo em que é mais abandonado pelo mundo. Como Jesus agradece e retribui as orações e os obséquios que nestes dias de carnaval lhe são oferecidos pelas suas almas prediletas!”

(LIGÓRIO, Afonso Maria de, Meditações).

Publicado originalmente no carnaval de 2011.

O Brasil tem 30 novos Santos: Papa canoniza mártires de Cunhaú e Uruaçu.

Cidade do Vaticano (RV) – A Igreja tem 35 novos Santos, e entre eles, 30 brasileiros. Em cerimônia presidida pelo Papa Francisco na manhã deste domingo (15/10) na Praça São Pedro, foram canonizados os mártires de Cunhaú e Uruaçu, os Protomártires do México – considerados os primeiros mártires do continente americano – além do sacerdote espanhol Faustino Míguez, fundador do Instituto Calasanzio, Filhas da Divina Pastora, e do Frade Menor Capuchinho italiano Angelo d’Acri.

Após ser cantado o Veni Creator, o Prefeito da Congregação para as Causas dos Santos, Cardeal Angelo Amato, acompanhado pelos Postuladores das Causas, dirigiu-se até o Santo Padre pedindo para que se procedesse à canonização dos Beatos, com a leitura de seus nomes.

A seguir, foi lida uma breve biografia dos novos Santos e entoada a Ladainha de todos os Santos, pedindo que por meio da Virgem Maria e de todos os Santos seja sustentado o ato que está para ser cumprido. Por fim, o Santo Padre leu a fórmula de canonização.

Homilia

Se se perde o amor de vista, “a vida cristã torna-se estéril, torna-se um corpo sem alma, uma moral impossível, um conjunto de princípios e leis a serem respeitadas sem um porquê”.

Inspirando-se no Evangelho de Mateus proposto pela Liturgia do dia, o Papa recorda em sua homilia que ”o Reino de Deus é comparável a uma Festa de Núpcias”. Nós, “somos os amados, os convidados” para estas núpcias, mas “o convite pode ser recusado”. Neste sentido, somos chamados a “renovar a cada dia a opção de Deus”, vivendo segundo o amor verdadeiro, superando a resignação e os caprichos de nosso eu”.

Nós somos os convidados

Francisco inicia sua reflexão explicando que o protagonista da festa de núpcias “é o filho do rei, o noivo, no qual facilmente se vislumbra Jesus”. Mas na parábola, não se fala da noiva, “mas de muitos convidados, desejados e esperados: são aqueles que trazem as vestes nupciais:

“Tais convidados somos nós, todos nós, porque o Senhor deseja «celebrar as bodas» com cada um de nós. As núpcias inauguram uma comunhão total de vida: é o que Deus deseja ter com cada um de nós. Por isso o nosso relacionamento com Ele não se pode limitar ao dos devotados súditos com o rei, ao dos servos fiéis com o patrão ou ao dos alunos diligentes com o mestre, mas é, antes de tudo, o relacionamento da noiva amada com o noivo”.

Vida cristã é uma história de amor com Deus

Em outras palavras – explica Francisco – o Senhor “não se contenta com o nosso bom cumprimento dos deveres e a observância de suas leis, mas quer uma verdadeira comunhão de vida conosco, uma relação feita de diálogo, confiança e amor”:

“Esta é a vida cristã, uma história de amor com Deus, na qual quem toma gratuitamente a iniciativa é o Senhor e nenhum de nós pode gloriar-se de ter a exclusividade do convite: ninguém é privilegiado relativamente aos outros, mas cada um é privilegiado diante de Deus. Deste amor gratuito, terno e privilegiado, nasce e renasce incessantemente a vida cristã”.

Francisco pergunta porém, se em nosso dia-a-dia nos recordamos de dizer “ao menos uma vez”, “Senhor, vos amo. Vós sois a minha vida”:

“Com efeito, se se perde de vista o amor, a vida cristã torna-se estéril, torna-se um corpo sem alma, uma moral impossível, um conjunto de princípios e leis a respeitar sem um porquê. Ao contrário, o Deus da vida espera uma resposta de vida, o Senhor do amor espera uma resposta de amor”.

Reavivar a memória do primeiro amor

O Papa alerta para o perigo “de uma vida cristã rotineira, onde nos contentamos com a «normalidade», sem zelo nem entusiasmo e com a memória curta”.

Neste sentido, somos chamados a reavivar a memória do primeiro amor: “somos os amados, os convidados para as núpcias, e a nossa vida é um dom, sendo-nos dada em cada dia a magnífica oportunidade de responder ao convite”.

A recusa do convite

Mas este convite pode ser recusado. O Evangelho – observa o Papa – relata que muitos convidados disseram não, pois “estavam presos aos próprios interesses”, “ao seu campo, ao seu negócio”.

A palavra “seu” – frisa Francisco – “é a chave para entender o motivo da recusa”. Nos afastamos do amor, “não por malvadez”, mas porque se prefere “as seguranças, a autoafirmação, as comodidades”:

“Então reclinamo-nos nas poltronas dos lucros, dos prazeres, de qualquer passatempo que nos faça estar um pouco alegres. Mas deste modo envelhece-se depressa e mal, porque se envelhece dentro: quando o coração não se dilata, fecha-se, envelhece. E quando tudo fica dependente do próprio eu – daquilo com que concordo, daquilo que me serve, daquilo que pretendo –, tornamo-nos rígidos e maus, reagimos maltratando por nada, como os convidados do Evangelho que chegam ao ponto de insultar e até matar aqueles que levaram o convite, apenas porque os incomodavam”.

Deus é o oposto do egoísmo

“Deus é o oposto do egoísmo, da autorreferencialidade”, pois diante de nossas contínuas recusas e fechamentos, “não adia a festa. Não se resigna, mas continua a convidar”:

“Vendo os «nãos», não fecha a porta, mas inclui ainda mais. Às injustiças sofridas, Deus responde com um amor maior. Nós muitas vezes, quando somos feridos por injustiças e recusas, incubamos ressentimento e rancor. Ao contrário Deus, ao mesmo tempo que sofre com os nossos «nãos», continua a relançar, prossegue na preparação do bem mesmo para quem faz o mal. Porque assim faz o amor; porque só assim se vence o mal”.

Hoje – portanto – “este Deus que não perde jamais a esperança, nos compromete a fazer como ele, a viver segundo o amor verdadeiro, a superar a resignação e os caprichos de nosso “eu” suscetível e preguiçoso”.

As vestes dos convidados

O Papa destaca então, um último aspecto do Evangelho do dia: “as vestes dos convidados, que são indispensáveis”. Ou seja, não basta responder ao convite dizendo sim e basta, “mas é preciso vestir” “o hábito do amor vivido cada dia”, porque “não se pode dizer “Senhor, Senhor”, sem viver e praticar a vontade de Deus. Precisamos nos revestir a cada dia do seu amor, de renovar a cada dia a opção de Deus”:

“Os Santos canonizados hoje, sobretudo os numerosos Mártires, indicam-nos esta estrada. Eles não disseram «sim» ao amor com palavras e por um certo tempo, mas com a vida e até ao fim. O seu hábito diário foi o amor de Jesus, aquele amor louco que nos amou até ao fim, que deixou o seu perdão e as suas vestes a quem O crucificava. Também nós recebemos no Batismo a veste branca, o vestido nupcial para Deus.”

Perdão do Senhor, passo decisivo para entrar na sala das núpcias

Que “peçamos a Ele, pela intercessão destes nossos irmãos e irmãs santos, a graça de optar por trazer cada dia esta veste e de a manter branca”, o que é possível, “antes de mais nada, indo sem medo receber o perdão do Senhor, o passo decisivo para entrar na sala das núpcias e celebrar a festa do amor com Ele”.

Segundo a Sala de Imprensa da Santa Sé, 35 mil fiéis participaram da celebração. (JE

O ideal apostólico de Santa Teresa d’Ávila.

Por Padre Élcio Murucci | FratresInUnum.com: Santa Teresa nascera em 1515 e tinha dois anos quando Lutero começou sua revolta contra a Santa Igreja. Morreu ela no ano de 1582, portanto, com 67 anos. Assim sendo teve a grande tristeza de tomar conhecimento dos estragos que Lutero e seus sequazes iam perpetrando em vários países. Eis o que ela diz no primeiro capítulo do seu livro “CAMINHO DE PERFEIÇÃO”: “Nesta ocasião, tive notícias dos prejuízos e estragos que faziam os luteranos na França, e o quanto ia crescendo esta desventurada seita. Deu-me grande aflição, e, como se pudesse ou valesse alguma coisa, chorava com o Senhor, suplicando-lhe para remediar tanto mal. Parecia-me que mil vidas daria eu para salvação de uma só alma das muitas que ali se perdiam. Sendo mulher e ruim, senti-me incapaz de trabalhar como desejava para a glória de Deus. Tendo o Senhor tantos inimigos e tão poucos amigos, toda a minha ânsia era, e ainda é, que ao menos estes fossem bons. Determinei-me então a fazer este pouquinho a meu alcance, que é seguir os conselhos evangélicos com toda a perfeição possível e procurar que estas poucas irmãs aqui enclausuradas fizessem o mesmo”.

Santa Teresa de Avila
Santa Teresa de Avila

A crise da Igreja na época era realmente muito grande e penetrara até nos Carmelos. Santa Teresa, vendo ser impossível reformar o Carmelo da Encarnação, onde era Carmelita, construiu um outro Carmelo em Ávila, o Carmelo de São José. Seu intento era seguir a Regra Primitiva de Santo Alberto de Jerusalém. Fundou 17 Carmelos. Reformou, com ajuda de São João da Cruz, não só os Carmelos femininos, mas também os masculinos. São chamados Carmelitas descalços(as). Pois bem, continuemos a ler Santa Teresa:

“Confiava na grande bondade de Deus, que nunca falta a quem por Ele se decide a tudo deixar. Sendo elas(as irmãs do novo Carmelo de São José) tais como eu as pintava em meus desejos, entre suas virtudes, desapareceriam minhas faltas, e assim poderia de algum modo contentar ao Senhor. E, ocupadas todas em orações pelos defensores da Igreja, pregadores e letrados que a sustentam, ajudaríamos, no que estivesse ao nosso alcance, a este meu Senhor, tão atribulado por aqueles a quem fizera tanto bem. Até parece que esses traidores pretendem crucificá-Lo de novo, deixando-O sem ter onde reclinar a cabeça. Ó meu Redentor, impossível meu coração não se afligir muito! O que se passa agora com os cristãos? Serão sempre aqueles que mais Vos devem, os que mais Vos fazem sofrer? Aqueles a quem maiores benefícios fazeis, que escolheis para amigos, aqueles entre os quais andais e com os quais Vos comunicais pelos sacramentos? Não lhes bastaram os tormentos que por eles padecestes? Certamente, Senhor meu, nada faz quem agora se aparta do mundo! Se nele Vos tratam com tão pouca lealdade, que podemos nós esperar? Merecemos, porventura, que nos correspondam melhor? Acaso lhes fizemos maiores benefícios para que nos tenham amizade? Que é isto? Que esperamos ainda, nós que pela bondade do Senhor não estamos contaminados por esta sarna contagiosa? Quanto a eles(os luteranos), pertencem ao demônio. Bom castigo já ganharam por suas próprias mãos. Mereceram com seus deleites o fogo eterno. Lá se avenham! (Ao digitar estas palavras de Santa Teresa, me veio a mente o seguinte: Que teria sentido Santa Teresa, se naquela época o Papa elogiasse Lutero? Penso que, com certeza, ela morreria de dor). “Não deixa de partir-me o coração ao ver como se perdem tantas almas. Quisera eu não ver mais perdas cada dia e, ao menos, impedir em parte o mal. Ó minhas irmãs em Cristo! ajudai-me a suplicar isto ao Senhor, já que para este fim vos reuniu aqui.(no Carmelo de São José). Esta é a vossa vocação. Estes hão de ser vossos negócios. Estes, vossos desejos. Aqui se empreguem vossas lágrimas. Sejam estes os vossos pedidos e não, irmãs, súplicas por negócios do mundo. Rio-me e até me aflijo de ver certas coisas que nos encarregam de pedir a Deus. Querem que alcancemos de Sua Majestade rendas e dinheiro – e não raro são pessoas que, a meu ver, deveriam antes implorar a Deus graça para calcar tudo aos pés. São bem intencionadas, e condescendemos por ver sua confiança. Mas estou convencida de que nestas matérias nunca me ouve o Senhor.”

“O mundo está pegando fogo. Querem, por assim dizer, de novo sentenciar a Cristo, levantam-Lhe mil testemunhos falsos. Pretendem lançar por terra a Sua Igreja.(Aí está a verdade sobre Lutero). E havemos de gastar o tempo em pedidos que, se fossem ouvidos por Deus, teríamos talvez uma alma de menos no céu? Não, irmãs, não é tempo de tratar com Deus assuntos de pouca importância! Por certo, se não fora em atenção à fraqueza humana, tão amiga de ser ajudada em tudo – e justo é fazê-lo, quando está em nossas mãos – gostaria que se entendesse: não são essas as coisas que se hão de pedir a Deus com tanto empenho”.
Quero acrescentar aqui as belíssimas palavras do grande D. Chautard no seu extraordinário Livro “A ALMA DE TODO APOSTOLADO”:

“Ordinariamente uma oração curta, mas fervorosa, contribui muito mais para apressar uma conversão do que longas discussões e excelentes discursos. Aquele que ora, trata com a CAUSA PRIMEIRA. Opera diretamente sobre ela. Tem, desta sorte, em mãos todas as causas segundas, visto como estas somente desse princípio superior recebem sua eficácia. Por isso o efeito desejado é então obtido com maior segurança e rapidez. Dez mil hereges, no dizer de uma revelação respeitável, foram convertidos por uma só oração inflamada da seráfica Santa Teresa, cuja alma ardendo em amor de Cristo não podia compreender uma vida contemplativa, uma vida interior que se desinteressasse das solicitudes apaixonadas do Salvador pela redenção das almas. “Aceitaria o purgatório, diz ela, até ao juízo final, para livrar uma só dessas almas. E que me importaria a duração dos meus sofrimentos, se assim pudesse livrar uma só alma e sobretudo muitas para maior glória de Deus”. E, dirigindo-se às suas religiosas: “Dirigi para este fim inteiramente apostólico, minhas filhas, vossas orações, vossas disciplinas, vossos jejuns, vossos desejos”.

Uma profecia teresiana sobre os nossos tempos?

Por Mailson Lopes, Terceiro Carmelita | FratresInUnum.com – Em 1515, portanto, há 500 anos, o gênero humano era honrado pelo nascimento de um portento, de uma maravilha das Mãos Sapienciais da Divina Majestade: Teresa de Cepeda y Ahumada, a grande Santa Teresa de Jesus. Mil e um atributos e qualificativos, cada um mais refulgente que o outro, resplandeceram em sua vida de monja, mística, escritora, reformadora, fundadora, poetisa, santa… e profetisa. Sim, profetisa! Discorramos um pouco sobre essa última faceta da Nossa Santa Madre, sobre seus dons proféticos e a sua projeção para os tempos hodiernos.

de_ribera_juan_vicente-santa_teresa_de_jesús-OMebc300-10631_20091103_613_48Os dons místicos com os quais Santa Teresa, o diadema da Ordem do Carmo, foi cumulada em sua vida são incontáveis e maravilham a quem se debruça a conhecer a sua vida. Êxtases, visões, revelações, levitações, arroubamentos, voos de espírito, feridas místicas, clarividência, quietude, transverberação… Dons verdadeiros e extraordinários enviados por Deus para poucas almas de escol e de alto grau de santidade. Um exemplo retumbante dessas graças sobrenaturais foi Santa Teresa haver tido em tempo real a visão do martírio do Beato Inácio de Azevedo S.J.e companheiros, os denominados 40 mártires do Brasil, assassinados por calvinistas franceses em pleno mar, em 15 de julho de 1570, quando se dirigiam à nossa pátria. Nessa visão ela os via subir triunfalmente ao céu e serem coroados, após receberem a palma do martírio. Dentre os mártires, estava um sobrinho da santa, o noviço jesuíta Francisco Pérez de Godoy.

Por ser tão grande santa, não causa estranheza que dentre os seus dons místicos tenha sido galardoada pelo Espírito Santo com o dom da profecia.Sejam relacionadas ao futuro próximo ou longínquo, foram diversas as profecias de Santa Teresa, que, curiosamente, passam despercebidas para muitos de seus devotos e leitores. Assim, apenas para ilustrar, podemos citar os numerosos anúncios proféticos que teve de Nosso Senhor sobre a fundação do Carmelo de São José de Ávila (anos antes de sua concretização), a predição da morte de seu mestre e amigo espiritual São Pedro de Alcântara, a morte de uma de suas irmãs, Maria de Cepeda, a morte do jovem Rei de Portugal Dom Sebastião. Todas as profecias teresianas se cumpriam rigorosamente e foram uma das provas a favor de sua beatificação.

A leitura do Camino de Perfección, da pena de Santa Teresa, leva-nos a considerar mais detidamente alguns excertos dessa obra. Ao longo do capítulo III, voltando-se a Deus Padre, exclama a aludida santa: “Ó, Pai Eterno, vede que não se podem olvidar tantos açoites e injúrias e tão gravíssimos tormentos [infligidos a N.S. Jesus Cristo]. Pois, Criador meu, como podem entranhas tão amorosas como as vossas sofrer que seja tido em tão pouca conta como hoje por estes hereges o Santíssimo Sacramento, a Quem lhe usurpam a sua morada, desmantelando as igrejas? Pai Eterno, Aquele que não teve onde reclinar a cabeça enquanto vivia, e sempre em tantos trabalhos, mas que agora tem um lugar para convidar seus amigos, será agora dele apartado? Já não pagou Ele superabundantemente pelo pecado de Adão? […] Ai que dor, Senhor! Olhai, Deus meu, os meus desejos e as lágrimas com que Vos suplico: tende piedade de tantas almas que se perdem e favorecei a vossa Igreja. Não permitais mais danos à Cristandade, Senhor. Dai já luz a estas trevas.” E em outros capítulos, ainda discorre sobre a queda de tantos sacerdotes, o desmantelamento das igrejas, os desacatos contra o Santíssimo Sacramento, a perda de tantas almas, o afã em se querer abolir os Sacramentos…

Há de se concordar que duas são as leituras possíveis para esses fragmentos teresianos. A primeira, a de uma prece pelos pecados de seus conterrâneos e coetâneos, sobretudo pelos males feitos pelos huguenotes. Essa é uma leitura válida e a mais corrente. Porém, as palavras de Santa Teresa, impregnadas de ênfase e de fulgor, podem ser interpretadas― pensamos nós em nossa humilde percepção ― como uma súplica profética, um prenúncio dos dias de hoje, das vagas que sacodem como nunca dantes a Barca de São Pedro. Ou algum católico de juízo sensato discordaria de que estamos presenciando nesses dias ondas tempestuosas de confusão e impiedade atingirem a nau da Igreja?

Nesse ponto, percebe-se uma clara sintonia espiritual entre as vivas palavras de Santa Teresa e a oração abrasada de São Luís Maria Grignion de Montfort, presente em seu famosíssimo tratado mariano. Mutatis mutandis, o que se diz de um pode aplicar-se ao outro quanto a esse eco profético. Retinem e causam admiração pela sua aplicabilidade aos nossos tempos as palavras ígneas deste santo: “Vossa divina lei é transgredida; vosso Evangelho, desprezado; abandonada, vossa religião; torrentes de iniquidade inundam toda a terra, e arrastam até os vossos servos; a terra toda está desolada: Desolatione desolata est omnis terra; a impiedade está sobre o trono; vosso santuário é profanado, e a abominação entrou até no lugar santo”. Porventura não é esse o quadro que se mostra a nossos olhos em relação à Igreja de Deus nesses últimos tempos, com tantas novidades vãs, estranhas ou até mesmo contrárias à doutrina ou práxis perenes do Catolicismo?

Mas, ainda que se pense que as supramencionadas palavras teresianas e monfortinas aplicam-se apenas à época destes dois baluartes da fé, a questão persiste ainda mais incisivamente. Se as súplicas elevadas de Santa Teresa eram dirigidas para as nações europeias quinhentistas, plasmadas, em geral, num fervor religioso e numa catolicidade atestáveis, o que essa santa não exprimiria pela Igreja de hoje? Se a oração ardente de São Luís de Montfort referia-se a uma época em que a França dava à Igreja centenas de novos sacerdotes a cada ano, inúmeros missionários, uma infinidade de monjas, em sua maioria esmagadora defensores da sã doutrina, o que não exclamaria esse Apóstolo da Virgem sobre os tempos de hoje, sobre os homens e mulheres da Igreja contemporânea? Há dúvida de que não seriam, em ambos os casos, brados elevados aos céus, petições de misericórdia ao Altíssimo, por tantos pecados e perversidades que voltam a crucificar novamente o Divino Redentor e a cravejá-lo de humilhação, indiferença e desprezo?

E o que fazemos nós? Além da vigilância constante, da observância do que nos foi transmitido apostólica e ininterruptamente, afastados de toda inovação suspeita e perniciosa, devemos suplicar a intercessão gloriosa da Santa Madre Teresa de Jesus, entregando ao Altíssimo nossas lágrimas e gemidos pela calamitosa situação em que se encontra a Igreja de Deus, suplicando a Ele, tal como a grande Reformadora do Carmelo: “Senhor, dai já luz a estas trevas. Já, Senhor! […] Fazei que sossegue este mar; não ande sempre em tanta tempestade esta nave da Igreja. E salvai-nos, Senhor meu, que perecemos.” (Camino de Perfección, Cap. III e XXXV).

O reino dos Céus sofre violência e são os violentos que o arrebatam.

Na vida desta humilde criança, que apontamos em breves linhas, podemos ver um quadro não só digno do Céu, mas também digno de ser contemplado com admiração e veneração pelos homens do nosso tempo.

stmariagoretti-1-1Aprendam os pais e as mães de família com quanto empenho devem educar na rectidão, na santidade e na fortaleza os filhos que Deus lhes deu, e formá-los na obediência aos preceitos da religião católica, para que possam, com o auxílio da graça divina, sair vencedores, sem feridas e sem manchas, quando for posta à prova a sua virtude.

Aprenda a alegre infância, aprenda a juventude ardente a não se deixar cair miseravelmente nos prazeres efémeros e ilusórios da paixão, a não ceder ante a sedução do vício, mas antes a combater com alegria, mesmo entre dificuldades e espinhos, para alcançar aquela perfeição cristã de bons costumes, que todos podemos atingir com a força de vontade, ajudada com a graça divina, por meio do esforço, do trabalho e da oração.

Nem todos somos chamados a sofrer o martírio; mas todos somos chamados a adquirir as virtudes cristãs. A virtude, porém, exige energia, que embora não atinja as alturas da fortaleza desta angélica menina, nem por isso obriga menos a um cuidado contínuo e muito atento, que deve ser sempre mantido por nós até ao fim da vida. Por isso, semelhante esforço pode ser considerado um martírio lento e prolongado, ao qual nos convidam estas divinas palavras de Jesus Cristo: O reino dos Céus sofre violência e são os violentos que o arrebatam.

Da Homilia de Pio XII, proferida na canonizacão de Santa Maria Goretti

São Josafá Kuncewycz, bispo e mártir ucraniano.

Por Associazione Luci sull’Est | Tradução: Lucas Janusckiewivz Coleta – Fratres in Unum.com: Nascido no ano de 1580 em Wolodymyr, na Volônia (atualmente Ucrânia), São Josafá vem sendo lembrado como símbolo de uma Rússia ferida na luta dos russos cismáticos contra os uniatas (cristãos que abandonaram o cisma e se uniram à Sé Romana). A Diocese de Polock situava-se na Rutênia, região que pertencia a Rússia, mas boa parte da qual passou para o domínio do rei polonês Sigismundo III. A fé dos poloneses sempre foi a católica romana, enquanto na Rutênia como no resto da Rússia os fiéis aderiram à denominada “igreja greco-ortodoxa”.

Tentou-se então a união da Igreja grega com a latina. Mantiveram-se os ritos e os sacerdotes ortodoxos, mas se restabeleceu a comunhão com Roma. Esta igreja, chamada de Uniata, teve aprovação do rei da Polônia e do Papa Clemente VIII. Os cismáticos russos (erroneamente chamados de ortodoxos) acusavam de traição os uniatas, que também não tinham muita aceitação dos católicos do rito latino.

João Kuncewycz, que tomou o nome de Josafá, foi o grande defensor da Igreja uniata. Aos vinte anos, entrou na Ordem dos monges basilianos. Monge, prior, abade e, finalmente, Arcebispo de Polock, empreendeu uma reforma dos costumes monásticos na região da Rutênia, reformando a Igreja uniata. Mas, por causa de seu apostolado, um grupo de russos cismáticos o atacaram, assassinando-o com golpes de espada e tiros de mosquete em 1623.

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“Reformar-se para reformar”.

Por Padre Cléber Eduardo Dos Santos Dias*

S. Carlos (Orazio Borgianni).
S. Carlos (Orazio Borgianni).

Filho de Gilberto II Borromeu e de Margherita Medici di Marignano, Carlos nasceu de uma família nobre e muito poderosa.

Sobrinho pela parte da mãe do Papa Pio IV, Carlos Borromeu desde cedo foi iniciado na vida eclesiástica. Num tempo em que o nepotismo grassava na Igreja, seu tio o faz Abade Comendatário da Abadia de San Leonardo di Siponto na provincia de Manfredonia. Carlos não tardou a usar todas as rendas que recebia da Abadia em recursos para socorrer os mais necessitados.

Pode-se dizer que na vida de S. Carlos ocorreu o único caso de nepotismo em que valeu a pena ter acontecido.

Chamado a Roma para estar próximo do tio Papa, Carlos trabalhava no cargo que mais tarde vai se chamar de Secretário de Estado. Com a morte de Pio IV em 1556 é-lhe destinada a Diocese de Milão. Carlos parte prontamente para sua diocese, pois acredita que seja obrigação do pastor estar junto de suas ovelhas. A Arquidiocese de Milão, antes da chegada de S. Carlos, estava há 80 anos sem um bispo residente! S. Carlos afirmava: “Nós, ministros de Deus, somos pais, não patrões”.

Em Milão, o jovem Bispo inicia uma série de reformas imprescindíveis, convoca e preside uma dezena de sínodos e concílios particulares, afasta do clero elementos perniciosos que davam mau exemplo, destitui religiosos e religiosas, reforma a vida vida litúrgica e monástica. Implementa o primeiro seminário maior para a formação do clero, dezenas de seminários menores, o seminário helvético milanês, visitou três vezes toda extensa Arquidiocese de Milão, reformou inúmeras igrejas, criou outras tantas paróquias, procurou dar sólida formação cultural e moral ao clero. Como Legado e Visitador Apostólico, empenhou-se em visitar toda a Romagna e as dioceses de Bergamo e Brescia. S. Carlos afirmava: “Reformar-se para reformar”.

"Humilitas" (Humildade), lema da família dos Borromeus, adotado por S. Carlos e pelos padres e Irmãs Carlistas-Scalabrinianos
“Humilitas” (Humildade), lema da família dos Borromeus, adotado por S. Carlos e pelos padres e Irmãs Carlistas-Scalabrinianos

A experiência de Carlos e seu tino administrativo – formou-se em Direito Canônico e Civil aos 20 anos – aliados a uma vida penitente e jejuante, fizeram de S. Carlos o motor incansável do Espírito Santo na diocese milanesa. Arranjou inimigos acérrimos tanto no clero quanto nos patrões e governantes corruptos. Chegou a ser vítima de um atentado a tiros e tentativas de envenenamento.

A Igreja teve a graça de ter S. Carlos como o maior expoente do Concílio de Trento. Analisando os decretos da parte litúrgica e da vida religiosa e clerical pode-se encontrar muitos textos do Concílio de Trento já presentes nos textos emanados por S. Carlos nos Sínodos realizados anteriormente em Milão. A obrigação de os bispos residirem em sua diocese, a luta contra as investiduras, a prática litúrgica e canônica, a prática da evangelização ad extra, a prática das procissões, a fixação dos tempos penitenciais… e muitos mais são os contributos de Carlos Borromeu.

Verdadeiro pai e pastor, S. Carlos apoiou vendendo seus bens e os bens da Igreja para socorrer os famintos assolados pela dura carestia de 1569-1570 e durante a peste de 1576-1577. Os médicos e membros dos serviços de saúde são os primeiros a incentivar a todos que podem a fugir de Milão. S. Carlos obrigou a seus padres que visitassem os doentes, transformassem as igrejas e casas paroquiais em hospitais e alimentassem e cuidassem dos doentes. E não só ordenou que assim fizessem, mas ele mesmo tomou a dianteira em todos esses atos. Cerca de 100 padres de sua diocese morreram atendendo os enfermos da peste e S. Carlos, no entanto, mesmo jejuando, quando muito fazendo uma única refeição ao dia, sem comer carnes ou ovos, manteve-se com a saúde preservada. Chegou a ponto de dar até suas roupas, sapatos e cama para os pobres.

Jejuando, impondo-se o cilício e flagelando-se em procissão penitencial clamava a Deus pelo fim da peste, pedindo a sua e a conversão de todos. Indicava que a peste era um castigo de Deus pelo modo corrupto como vivia sociedade e os grandes de sua época. O Governador de Milão, descontente com a pregação de S. Carlos, promove na data da grande procissão jogos públicos para que o povo não vá atrás do Arcebispo. S. Carlos garantiu que quem fizesse a procissão seria poupado da peste e veria o fim da mesma. Tal se deu… no leito de morte, tomado pela peste, o Governador pede perdão público a S. Carlos e ao povo e é assistido pelo Pastor de Milão. Como voto público em agradecimento pelo fim da peste, S. Carlos raspou a barba que sempre trazia. Imagens de S. Carlos com barba são quase desconhecidas.

S. Carlos (Giovanni Ambrogio Figino)
S. Carlos (Giovanni Ambrogio Figino)

Um golpe duro para S. Carlos, para além da perseguição e contrariedade por parte do poderosos da terra, foi provocado pela supressão que teve de fazer na Ordem dos Umiliati. Por ordem do Papa Pio V, procedeu a reforma e posterior supressão da dita ordem por ela estar se aproximando das idéias protestantes e calvinistas e por ter adotado suas práticas. Quatro membros, poderosos e corruptos, atentam contra a vida de S. Carlos. Um deles, Gerolammo Donati, o Farina, aproveitando que S. Carlos estava rezando ajoelhado dispara com um arcabuz nas costas do prelado. Os assistentes ficam maravilhados, pois a bala atinge apenas o estofo da veste de S. Carlos e não lhe acusa dano maior que um pequeno inchaço no local onde a bala deveria entrar. Os quatro frades são presos pela autoridade civil. O Papa Pio V envia a Milão um inquisidor para julgá-los. S. Carlos intervêm pedindo sua libertação e perdão, mas os magistrados civis os condenam à morte. A ordem dos Umiliati é supressa e seus bens são destinados aos jesuítas e à evangelização.

Nos últimos anos de sua vida de extenuante trabalho e doação, S. Carlos vê suas forças enfraquecerem. Aos 2 de Novembro de 1584, voltando de uma visita pastoral a Lago Maggiore, encontra-se febril. Dissuade àqueles que queriam que descansasse dizendo: “Um bispo precisa passar bem por três febres para meter-se na cama”. Na noite do dia 3 para 4 de Novembro de 1584, São Carlos Borromeu, aos 46 anos de idade, entrega sua vida a Deus, cheio de obras e dons diante de Deus e dos homens. S. Carlos afirmava: “Anunciai, antes de tudo, com a vida e a santidade”. Algumas “pequenas” obras de S. Carlos:

A) Dirigiu a redação do Catecismo Romano;

B) Fundou 740 Escolas Catequéticas para o povo;

C) Fundou numerosas escolas;

D) Fundou um colégio para os nobres;

E) Convocou e presidiu dezenas de Sínodos e Concílios Provinciais,

F) Fundou o primeiro Seminário Maior para a formação do clero;

G) Visitou pastoralmente 3 vezes toda a extensa Arquidiocese de Milão;

H) Visitou as dioceses limítrofes lombardas, piemontesas, lígueres, venezianas como Visitador Apostólico;

I) Criou a Congregação dos Oblatos de S. Ambrósio para a formação do clero.

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*Agradecemos vivamente a gentileza do autor por sua colaboração para o Fratres.

Foto da semana.

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Neste [último] dia 19 de setembro ocorreu um dos eventos mais interessantes da Igreja. Não é um milagre como outros que conhecemos, mas um que acontece 3 vezes por ano.

Quando São Januário foi decapitado em 305, recolheram seu sangue em 2 ampolas, que foram encerradas numa teca de prata. O sangue passa a maior parte do tempo coagulado, algo natural. Contudo, no primeiro sábado de maio, no dia 19 de setembro e durante uma semana em dezembro, o seu sangue se liquefaz (foto) tal como estivesse dentro de uma pessoa viva. O milagre atrai muitas pessoas.

Na foto, o Cardeal Crescenzio Sepe, Arcebispo de Nápoles, mostra as ampolas com o sangue líquido novamente.

Fonte: Direto da Sacristia

O Gloria Patri e a consideração dos Mártires.

MaryMagdaleneDePazziUm costume louvável consiste em inclinar a cabeça ao falar essas palavras [o Gloria Patri]…Um dia, quando Santa Madalena de Pazzi se inclinou com mais solenidade que o costume, uma de suas irmãs indagou o motivo dessa observância. Ela respondeu: “É uma prática que tenho, graças ao meu confessor, de oferecer minha vida à Santíssima Trindade ao inclinar a cabeça no Gloria Patri como se eu estivesse apresentando-a ao carrasco para sofrer o martírio“.

Quão relevante atualmente essa pequena citação é para muitos cristãos no mundo. O que para Santa Madalena era uma devoção piedosa é, para eles, a realidade que agora enfrentam.

Fonte aqui – agradecimento a uma querida amiga pela tradução fornecida.

Na festa de São João Maria Vianney – O bom Pastor.

João Maria Vianney tomou consciência de sua grande responsabilidade de vigário: “Se o padre estivesse plenamente consciente da grandeza de seu ministério, só isso valeria”. Ele se reconhecia o representante de Deus diante de seus 230 paroquianos, mas, acima de tudo, representante deles perante Deus: “Deixai uma paróquia vinte anos sem vigário, e os animais passarão a ser adorados”. Exortava frequentemente os paroquianos a se converterem, mas estava convencido de que eles não o fariam sem sua ajuda permanente, sem suas orações mais fervorosas. Como muito pouco sabiam do que significava amar a Deus, pensava ser sua competência suprir o que neles faltava. Aí estava uma das razões de suas preces, de sua penitência, de suas preocupações: “Se eu soubesse tudo o que teria de enfrentar sendo Cura, teria morrido de tristeza. Não estou agastado de ser padre para celebrar a Santa Missa, mas não gostaria de ser vigário… estou enfadado… De que temor não deve ser tomado um pobre padre diante de um ministério tão extraordinário!…”.

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